Porque Nada é tão Fácil escrita por CuteMari


Capítulo 8
Percepção




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Vocês devem estar pensando que daí para frente foi tudo um mar de rosas? Quem me dera. Mas não se preocupem, eu também pensava assim. Afinal, o Luís era tudo que eu queria não é? Bom, talvez não. Mas o que importa é que o tempo foi passando e cada vez mais o Luís me encatava me deixando mais apaixonada.

Os problemas em casa diminuiram bastante. Ou talvez eu tenha apenas passado a ignorá-los. Independente do que eu ouvisse ou sentisse eu sempre sorria. Minha felicidade ganhava de tudo, e minha mãe, vendo que eu não mais era a adolescente rebelde com quem ela estava acostumada, começou a pegar leve. Ótimo. O que mais me faltava?

Mais uma vez parti para a escola. Hoje eu tinha caprichado no visual e me sentia muito bem. Quando cheguei ouvi a voz de Líliam me chamar de longe. Mas eu simplesmente ignorei, pois lá estava ele, me encarando. Luís estava no meio de seus amigos conversando e a primeira coisa que eu fiz foi correr ao seu encontro. Iso era normal e os garotos já tinham se acostumado com a minha presença. Me encostei ao lado dele que estava sentado no corrimão da escada principal.

Eu não entendia o assunto mas e daí? Como sempre, eu só estava ali por ele, nele estava toda a minha atenção. E agora que eu tinha saído dessa época, eu me enxergava como uma idiota. Eu passei a não ter amigas. A não conversar. A não me divertir. Minha vida toda era ele, e eu definitivamente não era correspondida. Mas naquele tempo, eu não pensava assim. Alias, eu acho que eu nem pensava.

Então, derrepente, Luís cortou o assunto e me arrastou para fora daquela rodinha. Me empurrou contra a parede e me olhou nos olhos, me encarando sério.

- Jenn, você está linda.

E então me beijou. Ardente e selvagemente. E não era a primeira vez que isso acontecia, ele frequentemente tinha essas mudanças de humor repentino. Eu ainda olhava para ele imaginando o paraíso quando o sinal tocou. Ele me largou e foi andando em direção de sua sala de aula. Eu também segui o mesmo caminho, e quando passei pela porta vi Júlia me olhando com olhos que ardiam em raiva e não pude deixar de sorrir. No momento meu pensamento era: "Eu tenho o Luís para mim e você não!" Sim, eu era infantil às vezes.

Segui para classe ainda me sentindo superior e o resto correu normal, ou melhor, normal do jeito que eu estava acostumada. Então no fim da aula Líliam me surpreendeu com uma carranca na cara.

- Jenn, agora é sério. Você vai me ouvir agora!

Eu estranhei aquele ato, já que na minha imaginação estava tudo bem entre nós.

- Mas Lih. - Disse confusa.

- Eu falo! - Falou cerrando meus lábios com um dedo. - Eu cansei de ver aquele idiota te fazer de boba. Te fazer de mais um fantoche dele. Será que você não percebe que ele só está te usando para fazer cíumes? Será que também não percebe que toda vez que você vira as costas ele vai lá dar mole para a Júlia. Não percebe que ela ri da sua cara? Que todos já perceberam a situação menos você?

E a resposta de todas aquelas perguntas realmente eram: "Não, não percebo." Lágrimas escorriam pela minha face. A frase se confirmou na minha mente: "A verdade dói." Eu não sabia o que responder, e senti a raiva subir pelas minha veias, senti meu rosto corar. Então num impulso cometi o pior ato da minha vida. Não consegui me segurar. A culpa concerteza não era dela, mas no momento toda a minha raiva fez justiça no rosto dela com um sonoro tapa que eu dei sem consciencia de meus atos.

Ela me olhou, agora também chorando. Como eu fui egocêntrica e ignorante! Eu não tinha nada a dizer e ela também me pareceu que não. Eu simplesmente sai correndo de lá para casa. Cheguei, me tranquei no quarto e queria que o resto do mundo sumisse.

Será mesmo que nunca estaria tudo bem comigo?

 


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