Porque Nada é tão Fácil escrita por CuteMari


Capítulo 34
Prefácio




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      Saí do carro com a ajuda gentil de Rodrigo, finalmente eu tinha conseguido ganhar a tão sonhada alta e agora seria a primeira vez que eu entraria em casa. "Lar, doce lar". Enquanto eu andava apoiada nos ombros dele, sentia leves pontadas em meu peito, fruto de um ferimento ainda não totalmente curado, mas claro que bem melhor que antes.

      Atrás de nós vinha minha mãe com as minhas ralas malas e com uma expressão mais animada e inquieta que o normal. O que será que todos estavam aprontando? Chegando na porta, Rodrigo pegou as malas da mão de minha mãe e entrou sem dizer mais nada. Eu me apoiando nas paredes entrei na sala e acendi as luzes que Rodrigo parecia ter esquecido. Mas então eu quase caí para trás ao ouvir um coro das minhas vozes preferidas:

     - Bem vinda de volta! - Gritaram juntos todos os meus amigos.

     Eu realmente teria caído de costas se minha mãe não estivesse logo atrás de mim, me abraçando e sussurrando em meu ouvido:

     - Aproveite a festinha, amor. - Logo depois indo lá para dentro, provavelmente ajudar Rodrigo. Seu apoio foi substituído pelo da animada Lih, que se apresentou como organizadora daquilo tudo.

     - E então, feliz? Eu caprichei, queria que você realmente se sentisse em casa. Na cozinha tem refrigerantes e salgados se seu médico já te liberou pra esssas coisas, tá? O Lipe perdeu a surpresa porque foi ao banheiro exatamente agora, tinha que ser aquele bobão, mas depois vocês se encontram.

     - Nossa Lih, obrigada. Nem sei o que falar. Acho que vou até meu quarto me arrumar e me acostumar com a situação. - Disse eu, rindo feliz com a recepção que tive.

     Com um pouco de dificuldade, comecei a atravessar a comprida sala de minha casa e tive o cuidado de analisar os grupinhos de pessoas presentes, que me cumprimentavam simpáticas. Parecia que a classe inteira e mais um pouco estavam lá, só a Lih pra me fazer uma coisa dessas! Perto da TV, um grupo de meninos tinha até desistido do jogo de futebol que passava para admirar Naty, que como sempre, conquistava todos. Nenhum deles percebeu quando eu passei, apenas percebi um olhar de relance dela, que como sempre se mostrava superior. Balancei a cabeça rindo da situação, só mesmo a Naty para essas coisas.

     Perto do nosso aparelho de som, estavam Lih e Jonny, que discutiam que tipo de música era melhor. Os dois tinham na mão uma bolsinha lotada de CD's e pelo jeito demorariam até tomar uma decisão. Resolvi passar reto um pouco mais rápido para que não me incluíssem na discussão entre Eletrônica e Pop Rock.

     Um pouco mais a frente estava Camila, entretida com mais um grupo de meninas na minha estante de livros.

     - Pode pegar qualquer um emprestado Mih. - Avisei a ela, sorrindo.

     Só então que ela notou minha presença e direcionou a mim o mais sincero e gentil sorriso, que fez eu me sentir confortável e querida. Como ela era doce!

     Na cozinha estavam algumas amigas de minha mãe que eu nem bem conhecia, apenas passei por elas com uma expressão de: "Está tudo bem, não me perguntem nada" que pareceu funcionar. Então, na minha frente vi Luís e Júlia entrando no corredor que eu passava. Os dois estavam de mão dadas e fiquei feliz ao imaginar o que provavelmente eles estavam fazendo no jardim. Luís me confirmou que eles tinham voltado com sua alegria radiante que me animou também.

     Então quando finalmente cheguei ao meu quarto e larguei minha bolsa na cama senti alguém me abraçar por trás, tomando um certo cuidado com o lado do meu corpo machucado. Normalmente eu teria pulado e ficado com medo, mas aquele perfume era inconfundível, então eu simplesmente me larguei ao abraço, me entrelaçando nos braços que me apertavam ternamente.

     - Finalmente te tenho de volta, meu amor. - Disse Filipe, com uma voz macia. Me virei para ele e apertei ainda mais o abraço. Ele levantou meu queixo com suas mãos, acariciou minha bochecha e me beijou com cuidado, me envolvendo e me relaxando. Fazia muito tempo que eu não me sentia tão bem. Por mim eu somente ficaria naquele abraço, apoiada em seu peito o resto do dia, mas a festa que acontecia lá fora precisava de minha presença.

     Comecei então a puxar Filipe para a sala, mas senti uma pontada de dor e me contorci. Ele percebeu meu sofrimento e então resolveu me pegar no colo como se faz com uma noiva e me levar até a sala. Não preciso nem comentar que eu estava nas nuvens, quase literalmente. Cehgando lá, ele me pôs no chão e entrelaçou um de seus braços em minha cintura e o outro em minha nuca, me roubando um beijo apaixonado que chamou a atenção de todos no local. Lih então, observando a cena, finalmente decidiu qual música colocar  e escolheu uma balada romântica que estava fazendo sucesso em todas as rádios.

     Sem hesitar, me afundei no peito de Lipe, que se mexia levemente no ritmo da música me guiando. Mas então, quando abri os olhos, me assustei ao ver na minha frente a Senhora. Foi aí que notei que todos os outros estavam surrealmente paralisados no silêncio. Apesar de eu me sentir estranha não me assustei, alguma coisa fazia eu me sentir bem. Sua expressão era da mais pura felicidade e também não parecia nada preocupada. Seu sorriso me encorajava e me confortava ao mesmo tempo, mas quando pisquei ela não estava mais nada lá, embora eu ainda me sentisse em transe. Foi quando a voz grossa de Lipe me acordou:

     - Jenn, eu te amo. Você é tudo que importa para mim.

     - Obrigada por me salvar. - Respondi, embora não soubesse se dizia isso para a Senhora ou para Lipe, que foi em quem me afundei mais uma vez, esquecendo tudo ao meu redor.

 

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So, that's all, folks.

E esse é o fim, espero que não tenha deixado tantoo assim a desejar. Queria agradecer a todos que vem acompanhando, esse é o verdadeiro fim. Mas amanhã posto um cap só de agradecimento aos meus leitores fiéis, críticos e companheiros.

Bjooos :*

 


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