Porque Nada é tão Fácil escrita por CuteMari
É, você pode me chamar de Nerd, de CDF, de pessoa tapada, mas eu não vou mudar de opnião: o que eu mais gosto é de ir à escola! Mas me entenda, eu não sou uma aluna aplicada que tem sede de conhecimento e adora puxar o saco dos professores, pelo contrário. Mas eu sempre fui muito sozinha na minha casa, e é na escola que eu posso encontrar todos os meus amigos. É na escola que eu posso conversar. É na escola que eu tenho companhia. É na escola que eu conheço pessoas, fico sabendo das novidades, ouço as besteiras que me fazem rir. É na escola que meu dia vale a pena.
E foi com esses pensamentos na cabeça que eu segui meu caminho curto até a escola, claro, com um grande sorriso no rosto.
Cheguei e fui logo abraçada pela Líliam.
- Jenn!!! Senti sua falta no feriado. Tantas novidades pra contar. Você não sabe as novidades. - disse logo me puxando pelo braço.
Enquanto ela me levava até à nossa classe encontrei vários outros colegas que me cumprimentavam, e sorriam ao me ver. E uma frase não parava de girar pela minha cabeça: "De volta ao paraíso!"
Continuei minha caminhada, até que no meio da costumeira falação de Lih uma frase se sobressaiu:
-...e a Júlia deu o fora no Luis. Miga, ele tá solteiro!
Meu olhos praticamente saltaram. Luis, meu sonho, o gostosão que eu mais desejava, agora solteiro? Livre pra mim?
- O Luis o queeee? - Ela deve ter visto o brilho nos meus olhos e o sorriso ansioso pois respondeu cochichando no meu ouvido:
- Isso, e está na hora do ataque. Se arruma e faz sua melhor carinha sexy que ele está te olhando!
Instintivamente joguei meus cabelos negros, normalmente da altura de meus ombros, pro lado. Ajeitei a franja. Coloquei os ombros para trás e dei um sorrisinho torto e discreto. Ah, ele tinha que olhar pra mim!
E não deu outra. Senti aqueles olhos escuros e levemente puxados me observando. Mas, seguindo o manual de como jogar charme, não olhei de volta. Continuei o caminho feliz da vida.
Chegamos até à classe e a Lih sentou na minha frente. Sinceramente, eu naum sei o que faria sem ela. Líliam foi a primeira a me receber na escola. E nesses momentos, quando ela serena parava ao meu lado, jogava o cabelo loiro para trás e me encarava serena com seus grandes olhos verdes pra mim que consigo me lembrar de tudo em que ela já me ajudou. Ela era a única para quem eu contava todas as aflições que eu sofri em casa. Muitas vezes a única que entendia e sentia comigo a mesma aflição em minhas lágrimas.
Com todos os outros eu sou fechada. Confesso. Escondo meu sofrimento atrás de um falso sorriso e na maioria das vezes sou bem sucedida. Certas coisas são feitas para serem guardadas para nós mesmos.
Então, Lih me supreende com um comentário calmo:
- Jenn, você não me engana. Alguma coisa aconteceu. - Ela viu a surpresa em meus olhos e me abraçou. - Sua mãe de novo, né?
Assenti, e retribui o abraço com fervor e nela senti o aconchego de que precisava. Senti lágrimas brotando nos meus olhos. Segurei a emoção mais uma vez, e isolei o sentimento num cantinho do meu coração. Aquela não era a hora certa.
Mas mesmo assim, é fácil de perceber que aquele apelo e devoção de Líliam comigo é o maior motivo para tornar a escola meu cantinho preferido.
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