Porque Nada é tão Fácil escrita por CuteMari


Capítulo 29
Desfecho Trágico?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/25350/chapter/29

     O céu começava a escurecer trazendo um tempo de chuva e eu andava agarrada aos braços de Lipe indo para minha casa. Mas como nós temíamos, não deu tempo de chegar. O céu desabou sobre nossas cabeças e em poucos segundos eu já estava ensopada. Resolvemos então parar debaixo da tenda de uma sorveteria que acabara de fechar. Eu desmontei no degráu cansada e encharcada e quando olhei pra Filipe não pude reprimir uma risada. Ele estava muito engraçado com o cabelo escorrido e a camiseta grudada no corpo.

     - Você acha que está tão melhor assim que eu? - Perguntou ele, também rindo do meu estado.

     Peguei então uma mecha do meu cabelo e analisei ela com calma. Ela estava esturricada, armada e escorrida. Então mentalizei como estaria o resto e acabei caindo na gargalhada de novo e roubando um selinho da boca de Filipe. Ele me abraçou e sileciosos ficamos esperando a chuva diminuir. Alguns minutos depois, me encorajando com o olhar ele me puxou para enfrentar mais metade do caminho até minha casa, agora chovia um pouco menos.

      Nós andávamos abraçados e tremendo de frio, mas sem parar! Eu sonhava com um banho quente e um edredon bem grosso. E pela cara de Lipe ele também concordava. As ruas estavam vazias e desertas, e por eu morar num bairro afastado também poucos carros passavam. Apesar de serem 6:30 da tarde, aparentava serem mais de 10.

     - Jeen! - Gritou alguém pelas nossas costas, desesperado e nervoso.

     Quando me virei para olhar me surpreendi, era Luís. Tão ensopado quanto eu e Lipe, ele tremia e mal conseguia andar. Seus olhos estavam vermelhos assim como sua face.

     - Luís, o que você está fazendo aqui? - Perguntei, preocupada. - Venha com a gente pra casa. Acho que consigo um chocolate quente para nós. - Convidei animada e simpática.

     Mas então ele sorriu maliciosamente e tirou de trás do corpo uma arma.

     - Não, pretendo acabar com isso agora mesmo. - Disse ele, como se matar alguém fosse apenas uma tarefa.

     Suas mão tremiam enquanto ele a apontava para mim, mas apesar disso senti que sua pontaria não falharia. Senti um frio no tórax e meu estômago se encolheu. Apertei o braço de Filipe com mais força, mas ele me empurrou para o lado, me fazendo meio que ficar entre eles. Eu agora tinha o mesmo ponto de vista de meus sonhos, e minha visão atual foi substituído por vários Flashs do fim dramático que eu sonhava.

      - Não faça nenhuma besteira da qual vai se arrepender depois Luís. - Disse Lipe sério e bravo.

      Imediatamente, Luís virou a arma para ele.

      - Eu não tenho pelo o que me arrepender.  - Disse ele, começando a perder sua coragem. Agora seus olhos lacrimejavam e sua voz lamentava. - Foi elaa! Foi ela que destruiu o que mais importava na minha vida! - Disse apontando para mim e fazendo minha barriga se contrair de novo.  - Ela que fez com que eu perdesse Júlia, perdesse meu anjo, meu único consolo! Agora eu só quero que ela saiba o que é isso! Eu quero que ela realmente entenda o que é sofrer.

      - É claro que ela entende, e bem melhor que você. Aliás você deve saber que grande parte desse sofrimento foi você quem causou. - Acusou Lipe, que incrivelmente ainda mantinha a calma. 

      - Eu... Eu... - Hesitou ele. - Cala a boca! - Gritou, desesperado. Como se o que ouvisse o machucasse.

     - E quanto a Júlia, nós dois sabemos que foi melhor vocês terem se separado. Cedo ou tarde você machucaria ela. Você não surpotaria ser esse monstro...

     - Lipe, pare! - Implorei, eu sentia que aquilo não daria certo. Intuição. Mas ele não me ouviu.

     - No fim, a Jenn apenas te fez um favor!

     - Então vou mostrar pra ela o que é perder aquele que se ama de verdade.

     E foi então que meu sonho se sobrepôs perfeitamente sobre a realidade. Eu vi em câmera lenta Luís apertar o gatilho ainda tremendo e pude calcular o perfeito trajeto até o peito pulsante de Lipe. Eu sabia que acertaria seu coração... ou... ou meu pulmão. Foi então que senti um leve toque no meu ombro. Olhei para os lados, mas nada. A senhora não estava lá com seu sorriso para me confortar ou ecorajar. Mas eu já sabia o que deveria fazer!Esvaziei minha mente e tenti não pensar, enquanto pulava para abraçar o Luís, que aquela poderia ser a minha morte.

----------------------------

Olha, não tenho comentários. Mas acho que a cena não ficou exatamente tudo que eu esperava. Enfim, o próximo cap. será melhor, aguardem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!