- Jenn?! - Disse Filipe, meio admirado e meio em dúvida.

Pude sentir o olhar flamejante de Naty para mim. Resolvi ignorar e para a minha sorte ela se levantou e disse:

- Bom, vou para casa. A gente se vê lá, Lipezinho! - Ela o abraçou e deu um beijo demorado e bem estalado em sua bochecha, depois se virou e saiu andando pela rua sem nem me olhar na cara. Era claro que queria me provocar.

- Jenn. Me desculpe aquele dia, acho que precipitei as coisas e... - Começou Filipe, visivelmente confuso pela atitude da Naty. Talvez ele tenha percebido minha raiva com nossa prima porque mudou o que dizia, agora estava nervoso. - Eu não posso evitar a Naty, ok? Ela está morando lá em casa de favor, você quer que eu faça o quê?

- Eu não quero nada, só vim me desculpar por talvez ter atrapalhado o romance de vocês! - Eu já gritava, como ele podia ser cínico como se não houvesse nada entre os dois?

- Jenn!!! Você acha mesmo que eu seria capaz de ficar com a Naty e com você ao mesmo tempo? Você continua a mesma boba e ciumenta! - Percebi que ele estava chateado, agora somente fitava seus pés.

- E quer saber por que eu sou "boba e ciumenta"? É só porque eu te amo e não quero mais te perder! - Explodi, não resistindo mais e me jogando em seus fortes braços. Apoiei minha cabeça em seus ombros e me segurei para não chorar. Eu fazia de tudo para não parecer fraca na frente dele, mas minha cabeça agora estava muito confusa.

- Olha, eu nunca me senti tão arrependido na minha vida, senão no dia que você me deixou só depois do nosso beijo. - Começou com a voz serena e afagando meus cabelos. - Eu sentia que finalmente tinha encontrado alguém com quem ficar bem, mas então você foge me deixando sem explicação nenhuma. Eu sofri por pensar que tinha te perdido, de novo. Só Deus sabe o quanto senti sua falta depois que você parou de ir ao sítio. Mas então, quando te encontrei de novo aqui, as coisas mudaram. Você não era mais a garotinha que fazia falta quando íamos brincar de príncipe encantado. Você agora realmente parecia a princesa, linda e inteligente. Tudo o que faltava e que a fútil da Naty não podia substituir. Então escuta o que eu estou te dizendo, a Naty é só a Naty. E eu amo você! Só você!

Me apertei mais contra ele, agora sim quase chorando. Ele pegou delicadamente meu rosto entre as mãos e me fez olhar profundamente para seus olhos que sempre me hipnotizam. Sua mão limpou uma única lágrima que teimou em escorrer. Puxou uma mecha encaracolado do meu cabelo, que agora já estava grande e passava dos meus ombros. Cheirou-a e depois encostou sua boca quente em meu pescoço, podia sentir perfeitamente sua respiração calma e regular. Ele subiu sua boca até minha orelha e sussurrou de novo:

- Só você, Jenn.

- Então pare de me torturar e me beija. - Disse com um tom de garota brincalhona, mordendo meus lábios inferiores.

Ele me puxou pela cintura, me fazendo ficar mais perto dele, me olhou nos olhos e puxou meu rosto para um beijo doce e apaixonado. Me entreguei totalmente à ele, colocando uma de minhas mãeo em sua nuca e outra na cintura. Sua língua invadiu minha boca me deixando nas nuvens. Em minha cabeça, sua palavras ainda ecoavam. Mas só agora que eu poderia realmente acreditar em tudo, só agora eu sabia que ele realmente era meu.