Gods World escrita por Giih


Capítulo 1
Um Convencido Irritante


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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A primeira vez que falei com ele foi duas ou três semanas após o inicio das aulas. Estava subindo as escadas para a sala de aula, resmungando sobre estar atrasada, quando ele passou por mim. Deve ter achado extremamente engraçado uma menina subindo as escadas correndo, toda descabelada – em minha defesa, eu havia corrido MUITO. – e resmungando, pois não conseguiu reprimir uma risada ao me olhar.

– O que foi? – Perguntei, irritada.

– Está com presa, pequena?!

– Não caçoe de mim. Não estou com cabeça para isso. – Respondi, lançando meu melhor olhar de você-está-morto, o que não pareceu surtir o efeito que eu queria, já que ele começou a rir. Eu então olhei para cima – porque por mais que eu odeia admitir, eu sou realmente baixa. - e o fuzilei.

Assim que nossos olhos se encontraram, eu me senti quente, como se meu corpo tivesse sido envolvido em chamas. – E digo chamas, porque a palavra parece expressar um sentido diferente de fogo. Em um incêndio, por exemplo... As pessoas gritam “Fogo!”, e não “Chamas!”. É como se chamas fossem algo mais calmo, como o calor de uma fogueira. – A sensação foi boa, como se essas chamas estivessem fazendo cócegas em mim, carinhos.

Ele se aproximou de mim e eu desviei o olhar, inalando profundamente o cheiro dele. Não sabia como descrevê-lo, era simplesmente o melhor cheiro que eu já havia sentido. Era como se eu pudesse segui-lo para qualquer lugar, só para não ter que parar de sentir aquele cheiro fantástico. A beleza dele, então... Ele era incrível! Uma beleza um tanto infantil, com seus cabelos pretos encaracolados, e seu sorriso travesso, mas ainda assim, lindo!

– Preciso concordar com isso... – Ele disse rindo mais ainda, tirando-me, de certa forma, do transe. – Sua cabeça hoje parece estar ocupada demais aguentando o furacão, que em alguma época devia ser o seu cabelo.

Me segurei para não pular no pescoço dele, preferindo, ao invés disso, lançar-lhe um olhar fulminante e seguir meu caminho.

Tentei não pensar nele pelo resto do dia, coisa que admito não ter dado certo. No intervalo meus olhos vagaram pelo pátio, contra minha vontade, procurando-o.

Pensamentos invadiam minha cabeça a cada cinco minutos, tentando descobrir quem era aquele garoto.

Porém, não o vi pelo resto do dia, achando-o só no dia seguinte e, para minha infelicidade (ou, coisa que parte de mim não queria admitir, felicidade) na terceira aula, quando ele entrou na minha sala, se anunciando como um novo aluno.

– E quem seria você? – Meu professor perguntou, encarando-o.

Ele resmungou algo inaudível, o que imagino ter sido o nome dele, e então se dirigiu para a única cadeira vaga na sala inteira: A que estava atrás de mim. Ele passou os olhos pela sala, sem muito interesse, e então os pousou em mim. Um sorriso enorme se instalou em seu rosto, e ele se sentou.

Algum tempo depois ele me cutucou.

Virei para trás irritada.

– O que foi?

– Acho que ainda não fomos apresentados formalmente... Meu nome é Leo Valdez. E você, quem é?

– Jéssica. – Respondi, seca.

– Somente Jéssica? – Ele perguntou, com um sorriso divertido se formando em seus lábios.

– Para você, Valdez, presumo que sim.

– Valdez, é? – O sorriso ficou ainda maior, e então ele se fingiu de preocupado. – Estou muito surpreso que alguém tão... Pequena como você, tenha arranjado força o suficiente para desmanchar aquele negócio poderoso que se apoderou dos seus cabelos. Não se machucou?

Dei um sorriso amarelo e comecei a virar para frente, mas antes que conseguisse virar totalmente, ele bagunçou meu cabelo com a mão.

– Quanta infantilidade! – Respondi, irritada.

Ele riu e disse, convencido:

– Eu sei que você gostou.

Eu pretendia manda-lo ficar quieto e dizer que eu não havia gostado nem um pouquinho, mas acabei respondendo algo como:

– Eu? Quieto, não! Fica!

Ele deu mais risada ainda.

– Não disse?

– O que aconteceu com sua antiga sala? Te expulsaram por você ser tão convencido e irritante?

Eu o vi ficar sério de verdade pela primeira vez.

– É, algo do tipo. – Ele respondeu, um tanto confuso.

Não entendi a confusão dele, mas me virei para frente e o ignorei pelo resto do dia.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Sugestões, críticas...?
Até o próximo capítulo,
Giih.



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