Quem cogitasse a ideia de passar por aquela rua sombria e escura aquela hora, estranharia o fato de ter dois homens parados próximos ao beco, mas ninguém teria essa ideia e era justamente isso que nos acalmava, eu e meu irmão tínhamos um plano, eu estava ali por ele porque realmente não era de meu agrado confrontar aquele maldito não, eu não queria isso, mas Gerard precisava mais do que tudo saber o porque de seu pequeno e sedutor namorado perfeito, o havia traído... comigo.

Eu não queria ter transando com aquele baixinho que se acha, eu estaria mentido se disse-se que ele não me atraia, mas nunca faria nada para magoar meu irmão, ele era a pessoa mais importante para mim, mas eu acabei descobrindo da pior maneira que quando o senhor anão Iero queria uma coisa ele conseguia.

Então era por isso, que nós estávamos parados a espreita num beco escuro, esperando aquele ser maligno e gostoso sair do emprego de meio expediente.

-Você vai fumar de novo?

-Eu estou nervoso.

-Achei que você havia parado.

-E eu parei Mikes é só que.

-Shiuu ai vem ele.

Gerard se sobressaltou e jogou o cigarro fora, era agora ou faríamos aquilo dar certo ou iriamos para a cadeia, quando o nanico chegou perto eu o puxei pelo braço, ele gritou então eu o calei colocando minha mão em sua boca gritei para meu irmão até então imóvel para me ajudar afinal estava fazendo aquilo por ele.

-Droga Gee a fita.

Pedi para que me passasse a fita para calar o baixinho, enquanto ele se retorcia e tentava me morder joguei seu corpo contra a parede suas costas batendo no cimento frio, e de pintura descascada Gerard segurou seus braços enquanto eu ainda tentava mantê-lo quieto.

-Caladinho Frank.

Seus olhos moveram se rápidos para os lados focaram a mim e a meu irmão, e só então ele pareceu nos reconhecer relaxando seu corpo e suspirando de alivio.

-Você não vai gritar né. Esse era meu irmão mais velho? Sempre morrendo de medo desse anão.

-Vou tirar a mão da sua boca se você me prometer que não vai gritar okay.

Ele assentiu com a cabeça e então eu o soltei, ele limpou a saliva da boca com as costas da mão e então um forte tapa seu atingiu o rosto do meu irmão, e quando outro tapa seria desferido a mim segurei seu braço com força o fazendo soltar um gemido de dor.

-MAS QUE MERDA VOCES ESTÃO FAZENDO?

-Sem gritar Frank lembra?

-Frank por favor, só queremos conversar.

Gerard ainda mantinha, a mão acariciando o lugar machucado e eu me perguntava qual era o tipo de poder, que aquela criatura tinha sobre meu irmão.

-Não tenho nada pra falar com você Gerard, droga Mikey será que da para você me soltar?

-Você vai ficar quietinho?

-Vou.

Estranhamente ele me obedeceu, novamente o soltei e prendi com as mãos em seu peito seu corpo contra a parede.

-Não precisava de tudo isso, se vocês queriam brincar comigo era só pedir.

-Cala a boca, Frank você não tem medo de perder esses dentes.

-Para Mikes.

O olhar de Gerard se demorou em Frank, enquanto o serzinho fingia que ele nem estava ali.

-Olha pra ele droga. Brandei perdendo minha paciência, qual é desse cara meu irmão está no fundo do posso por causa dele, e ele ajê como se ele nem existisse.

-Mikey por favor para.

-Oque quer droga eu já não falei tudo que eu tinha pra falar. Frank disse finalmente olhando para meu irmão.

-Eu só queria saber o porque Frank.

-Eu já não falei o porque droga Gerard me esquece tá legal.

-Eu não posso tá legal eu não consigo. As lagrimas já corriam livres, pelo rosto pálido e bonito do meu irmão mais velho, droga como eu odiava aquele maldito anão por fazê-lo sofrer, por fazer com que eu o faze-se sofrer.

-Eu não entendo você Gerard, você tem tudo que eu gostaria de ter, e ainda assim parece não dar a minima você e esse seu desentendimento, me dão nos nervos, vá se ferrar.

-Do que você esta falando Frank, eu não tenho você e é esse o meu maior desejo.

De repente Frank pareceu me notar e seus olhos brilharam de raiva e magoa, encheram-se de lagrimas que ele não se forcou a segurar, eu juro que eu mataria aquele maldito.

-Você tem a ele Gerard, você tem o amor dele o desejo dele, o carinho e a atenção dele completamente voltados para você e isso nem ao menos passa por sua cabeça.

-Oque? O ruivo perguntou em desentendimento.

-Frank cala a maldita boca se não.

-Se não oque Mikey, sabe eu não entendo você, essa é realmente a sua intenção protegê-lo de tudo.

-Frank eu juro que mato você.

-Então me mata, porque saber dessas coisas me faz querer morrer me mata droga, porque só assim você vai me impedir.

-MAIS DO QUE VOCES ESTÃO FALANDO MERDA? Gerard berrou terminando com a minha pequena discussão, com o pequeno que eu queria muito ver morto.

-Você é mesmo muito burro né, Gerard então deixa eu dar uma luz a essa sua cabeça estupida.

-Frank eu vou te socar, até a morte eu falo serio.

-Cala a boca Mikey. Meu irmão me fuzilou com o olhar.

Frank pareceu ponderar sobre destruir minha vida ou não, por alguns instantes eu achei que ele não seria tão filha da puta, mas com certeza eu não poderia ter esperado tamanha compaixão daquele com qual fui tão impiedoso.

-Ele ama você. Frank abaixou o rosto e as lagrimas, voltaram a correr por seu rosto.

-Ele deseja você e não é como você o ama, ele quer você como você me quer.

-Oque? Do que ele está falando Mikes.

-Gerard olha. Falei nem sabendo, oque eu falaria realmente.

-Fala para ele Mikes fala que é por culpa dele, que você é tão duro com as pessoas, fala pra ele que é por causa dele que ninguém consegue, penetrar essa barreira que você criou em volta do seu coração. Frank respirava com dificuldade, Gerard me olhava como se eu fosse algum maluco aquele olhar me matava, aquele olhar era algo que eu queria impedir de acontecer.

-Você. Começou exitante e de repente seu foco foi de mim para o baixinho ali, que chorava com a maior cara de vitima do mundo.

-É por isso que você me odeia? Frank o olhou e assentiu, agora quem não estava entendendo nada era eu afinal.

-Quando você falou aquilo, Gerard eu percebi o quanto você era egoísta.

-Eu não sabia. Gerard pareceu se defender.

-Do que vocês estão falando. Digo calmo, apenas querendo estar por dentro do assunto.

-Você não sabia? a tenha dó Gerard como nunca notou, que ser irmãozinho quer foder com você loucamente.

-Eu não sabia eu nunca soube, eu não poderia imaginar uma coisa dessas poderia. Usou as mãos para empurrar Frank com força contra a parede perdendo a calma com a baixinho, de um modo que eu julgava impossível acontecer.

-Gerard calma. Falei colocando uma mão em seu ombro, a qual ele retirou com raiva.

-Isso tudo é culpa sua sabia?. Seu olhar magoado foi dirigido a mim e de repente eu chorava também, não conseguindo esconder toda a dor que sentia, por amar alguém tão inalcançável por amar meu irmão mais velho, por amar Gerard.

-Você é um puto, Gerard eu odeio você. A voz furiosa e magoada, quase sussurrada de Frank me tirou da letargia momentânea.

-Eu não tenho culpa tá legal.

-Como você poderia abrir mão da convivência, com seu irmão.

-Do que ele está falando Gerard?

-Frank esquece isso.

-Você tem tudo, oque eu queria ter.

-Do que você esta falando Frank.

-Tudo seria mais fácil se você, também me amasse.

-Mas eu não amo, você sabe disso.

-Eu sei.

Como alguém podia ser tão babaca, com alguém tão frágil como Gerard eu queria ser o centro das atenções dele e a pessoa que era, o tratava de tal maneira isso era inadmissível.

-Eu só queria ficar com você.

-MAIS QUE MERDA DO QUE VOCES ESTÃO FALANDO? Perdi a paciência, eles estavam realmente achando que podiam me ignorar.

-Pergunte a ele, pergunte a seu amado irmãozinho.

-Por favor, Fran para. Gerard colocava as mãos no rosto, começando a me assustar, eu juro que mataria Frank se meu irmão tivesse uma crise.

-Fala Frank.

-Pergunte a ele, que é seu amorzinho platônico.

-Por favor Frank para, chega para.

-E u quero que você me diga e quero agora, nanico dos infernos. Circulei seu pescoço com as mãos, fazendo força seria tão fácil matá-lo, ele nem ao menos se dava ao trabalho de lutar, apenas ficava me encarando chorando.

-Não Mikes para.

-Porque, defende esse filha da puta. Continuava apertando, o pescocinho bonito.

-Larga ele, que droga Mikey.

-É culpa dele Gee é tudo, culpa dele.

-Solta ele agora, Michael.

-É POR CAUSA DELE, QUE VOCÊ SOFRE MEU AMOR.

-EU SOFRO PORQUE, É A VOCÊ QUE ELE AMA.

Aquilo com toda certeza me deixou atordoado, aquilo com toda a certeza era o motivo, era a explicação, para todas as duvidas que rondavam a minha cabeça e ainda assim era tão difícil de acreditar.

-É a você que ele ama, você não eu, você. Meu irmão chorava novamente, olhando nos olhos de Frank que respirava com dificuldade, acariciando o pescoço do qual eu já havia soltado.

-Frank. Ele me encarou ,cheio de medo.

-Gerard foi. Tossiu e tentou normalizar a respiração. Ele foi ao meu apartamento alguns dias depois, que eu contei que nos havíamos transado.

Ele olhou para Gerard e pela primeira vez eu pode ver compaixão, vinda daquele ser que até então parecia ser tão frio.

-Ele foi me perdoar, me implorar para voltar com ele. Frank fungou e Gerard se encostou na parede ao seu lado, levando as mãos ao seu rosto novamente, parecia estar sendo transportado para um lugar longe dali.

-Eu até teria aceitado, poxa vida eu não consigo viver sem esse branquelo, mas ele queria que eu ficasse longe de você, seria um sacrifício mas você não me queria por perto mesmo.

-Me perdoe. Gerard me surpreendeu sussurrando baixo, me olhando com arrependimento.

-Ele disse Mikey, ele falou que não se importaria em se afastar de você, que não ligaria de ir para longe se eu tivesse junto dele.

-Porque Gee?

-Porque eu queria, que ele me amasse.

-Eu falei, que ele era um filha da puta, estupido e egoísta e que eu nunca ficaria com alguém assim.

-Ah tá certo, Frank você que é alguém tão puro né, isso seria realmente impossível. Usei de todo o meu sarcasmo, eu estava ferido e o melhor jeito de curar uma ferida é ferir alguém, o baixinho deu de ombros, enquanto Gerard ainda soluçava baixinho, hora me olhando hora olhando Frank.

-Eu só queria te proteger, porque eu sabia que você sofreria com essa separação. falou usando aquele tom magoado, que ele fazia tão bem.-E eu sabia, que isso seria mais um motivo para você me odiar e tudo que eu não queria era que você me odiasse.

Soltei um riso baixo de escarnio, estávamos fodidos, os três eu realmente não conseguia distinguir quem estava mais enterrado naquela merda, Frank supostamente me amava e sofria em silencio, por saber em nossos breves momentos juntos, que eu era apaixonado por outro, esse outro era seu namorado, que tinha crises e chegava a se ferir fisicamente, além de abusar da bebida por ter sido traído pelo namorado e pelo irmão, irmão esse que tinha sérios problemas mentais, pois desde seus dezessete anos se sentia perdidamente apaixonado, e desejoso pelo mesmo é estávamos fodidos, muito fodidos.

-Do que você esta rindo, Mikey. Perguntou meu irmão visivelmente alterado.

-Ora irmão, estou rindo da gente, da nossa pequena desgraça.

-Não tem graça nenhuma. Fungou irritado.

-Mas é claro que tem, somos os três estúpidos afinal das contas, não é Mikes. Frank me olhou serio, esperando por minha repreensão, por me chamar do modo que apenas meu amado podia, mas o olhar severo de mim não veio, nem a vontade de mandá-lo calar-se, antes eu tinha motivos para acreditar que Frank era o culpado por tudo, agora via que ele não passava de imbecil assim como eu, assim como Gerard.

-Realmente Fran, você esta certo. Desarmado de sua sempre presente malicia, foi assim que ele me olhou, eu não o havia chamado de anão, nem de nanico ou baixinho eu o havia chamado de Fran e ele sorrio e o pela primeira vez desde que eu o conheci, aquele sorriso não parecia falso ou convencido, parecia oque realmente era um sorriso verdadeiro, ele abaixou o rosto corando fortemente, com a intensidade do meu olhar e eu admito ter ficado transtornado, com o fato de ter achado aquilo fofo, talvez fosse a primeira vez que eu visse o verdadeira Frank, o Frank que aquele a qual eu tanto amava idolatrava.

-Oque faremos agora? Gerard comentou não era de fato uma pergunta.

-Será que agora eu posso ir embora, sabe eu tenho aula amanha.

-Você quer uma carona? Perguntei ao ser baixinho e tatuado, mas o porque eu não sei, talvez agora eu perceba o quanto eu tinha sido desagradável, com alguém que só queria minha aprovação.

-Não precisa, a estação do metro é aqui perto eu, eu vou indo então. Se virou mas não foi muito longe, logo os braços de Gerard o prenderam em um caloroso abraço e logo seus lábios se tocavam timidamente, eu virei o rosto aquilo era demais pra mim, então o contato se desfez, então o baixinho passou por mim beijando suavemente minha bochecha e sussurrando em meu ouvido um adeus que fez meu peito doer, se ele se fosse Gerard morreria.

Ele se afastou voltando a rua e logo sua pequena figura não era mas vista, nem por mim nem por meu irmão, que tinha os olhos vermelhos e não conseguia esconder, não de mim que conhecia até o ultimo de seus segredos, que seu coração estava sendo dilacerado dentro do peito, e oh Deus, o quão bem eu conhecia essa sensação, se por toda a minha vida a única coisa que fiz foi sofrer e esconder do mundo, e principalmente do dono os meus sentimentos.

Fiquei um tempo que não sei definir quanto, ali o observando seus traços delicados sua pele pálida, tudo nele me encantava, até aquele cabelo vermelho que não fazia jus a sua idade, tudo nele era tão perfeito, porque deus fez isso comigo, porque me fez nascer irmão dele, fui tirado de meus pensamentos hereges por seus miados.

-Mi. Falou de novo manhoso, como só eu sabia que ele podia ser.

-Sim. Falei

-Me leva pra casa.

Nem respondi, apenas nos direcionamos ao meu carro estacionado distante dali, em silencio um silêncio perturbador, entramos no carro e eu dirigi sem presa até seu apartamento que ficava a algumas quadras do meu, sim eu comprei um apartamento perto do dele.

-Você não quer entrar? Falou baixinho olhando para os próprios pés, aquilo me surpreendeu.

-Acho melhor não.

-Porque? nós precisamos conversar afinal. Finalmente, seus olhos claros me fitaram.

-Vamos esquecer isso okay, eu só quero ir pra casa me deitar e esquecer dessa noite, quem sabe eu tenha sorte e morra dormindo. Falei a ultima parte baixinho.

-Porque tudo isso Mi? Seus dedos frios tocaram meu maxilar, afim de fazer contato entre nossos olhos -Porque você me deseja? E aquilo também me surpreendeu ele então soltou um risinho baixo e anasalado.-Ora Mi não é como se eu também nunca tenha pensando em você assim. E sim agora eu devia estar com uma cara de abobado.

-Isso não muda nada entre nos, eu vou continuar te amando e sendo seu irmão.

-E eu, Gerard como eu fico e se eu não quiser que as coisas continuem iguais, e se eu não quiser você só como meu irmão e se eu.

Fui calado da forma mais doce possível, seus lábios em um toque superficial nos meus, aquilo não era novidade entre a gente, mas também não era assim tão comum, ao ponto de não fazer meu coração disparar.

-Vamos subir sim e conversar com calma.

-Gee, não eu vou embora, não preciso que você me veja assim. Eu sempre fui o protetor, o forte não queria que ele se desfizesse da imagem, que tinha de mim.

-Shiuu. Colocou seu dedo sobre meus lábios, afim de me calar.

-Deixa eu cuidar de você, ao menos uma vez na vida, afinal das contas eu sou seu irmão mais velhos não é.

Sorri da minha própria desgraça e nos subimos em silêncio, para seu apartamento não resolveríamos nada, mas que se dane só de estar com ele eu estou satisfeito.