Cap. 13 – O assassinato
Flash back on
Era uma noite quente de verão.
O alquimista estudava alguma formula, em alguns de seus livros, quando uma batida na porta o tira do transe.
Toc Toc
- Entre.
Menos de um minuto depois, um jovem ruivo de profundos olhos verdes adentra o recinto. Era Gabriel, um rapaz que conhecia desde que o jovem era pequeno e atualmente era o ex-namorado de sua filha.
- Será que poderíamos conversar, Richard-sama?
Sempre muito educado e cordial.
- Lógico, sente-se rapaz.
Mas o rapaz não sentou.
- Eu quero que me ajude com a Riza.
- Não creio que lhe posso ser útil. Minha filha já tomou uma decisão.
- E você é o pai. Deveria cuidar mais do bem estar de sua única filha, e eu sou o melhor para ela.
- Elizabeth tem idade suficiente para saber o que melhor lhe convêm.
- QUE TIPO DE PAI É VOCÊ?
- Calma, meu jovem, não se exalte.
Aquele era um dos motivos para não ter escolhido Gabriel para discípulo. O jovem era instável e genioso, mas tinha que reconhecer que era muito cuidadoso com a filha. Sempre cuidava dela, fazia o papel que o pai não fazia.
- Sempre superior! Você nunca ligou para ela, você nunca ligou para ninguém! Eu teria sido um discípulo muito mais empenhado!
Roy não era um exemplo, mas tinha talento e um algo a mais.
- Mas você entrou para a inteligência, muitos homens queriam estar no seu lugar.
- NÃO ME IMPORTO COM ISSO! TUDO O QUE EU SEMPRE QUIS FOI SER SEU DISCÍPULO, MAS APARECEU AQUELE IDIOTA E TIROU ISSO DE MIM! MAS EU AINDA TINHA MINHA RIIZIE... MAS ELE ME TOMOU ISSO TAMBÉM!
- Roy não tem nada a ver com isso, os dois nem se conhecem.
- FOI ELE! MAS SE EU NÃO POSSO TER O SEU SEGREDO, NINGUÉM PODE!
Antes que Richard percebesse, Gabriel tira uma pistola do bolso do sobretudo. Não era de um grande calibre, mas era suficiente para matar se acertasse algum ponto estratégico. O que não seria difícil, já que ele freqüentou as aulas de tiro junto com a namorada.
- Calma, rapaz...
Não houve tempo para qualquer reação. O rapaz atirou certeiramente no peito do homem.
- Gabriel!
Riza que estava escondida atrás de uma das estantes aparece.
- Riz...
Ele não esperava que ela estivesse ali.
- O que fez, Gabriel? Por que fez isso?
A jovem Elizabeth baixou o corpo e constatou que o pai estava morto.
- Gabriel!
- Foi por você! Foi por...
- GABRIEL!!
Mas o atormentado rapaz não respondeu. Saiu correndo deixando a arma para trás. Lágrimas involuntárias molhavam o rosto alvo.
Richard não era nenhum exemplo de pai, mas era uma pessoa e por mais que o odiasse, não fundo sentia uma ponta de amor, mesmo que fosse por dó.
- Kami-sama...
Mas não era só isso que levava a jovem as lágrimas, a culpa corroia-a. Gabriel fora desde sempre o melhor amigo, o melhor namorado e ela o trocou por... Nem sabia por quê?
Sabia sobre o desejo de poder do jovem, mas ele se contentava com seu amor. Tinha culpa...
Um barulho a fez acordar de seus devaneios, era Roy. Precisava sair dali. Pegou a arma e saiu pela porta dos fundos, e pegou o carro que estava estacionado fora da mansão.
- Sensei, por que a porta está aberta...?
O jovem rapaz entra na biblioteca e se depara com a cena. Correu e também constatou a morte, ouviu um barulho vindo dos fundos da mansão, não pensou duas vezes em pegar a arma que sabia que o mestre tinha em uma gaveta.
Nos fundos, viu dois vultos, um menor que saia pelo portão e uma mais imponente que pulava o muro. Não teve duvidas ao perseguir o segundo.
Perseguiu-o pela rua paralela atrás da casa, dava para uma estradinha de terra.
- Pare! Seja quem for!
O desconhecido olha para trás e Roy o reconhece, o mestre já havia falado dele.
Esse que procurava a arma, mas lembrou-se de tê-la deixado cair!
Roy não pensou ao atirar.
O homem caiu e o moreno nem se deu ao trabalho de constatar a morte dele. Voltou para a mansão que essa altura já estava cercada de militares.
- O que está acontecendo?
O jovem tentava burlar o cerco feito ao redor da casa.
- Deixem-no passar.
Um general que não conhecia deu a ordem.
- Calma meu rapaz, a filha dele correu para o quartel e nos contou o acontecido. Já estamos procurando o assassino.
- Filha? O cara está caído em uma estrada atrás da casa...
- Como?
- Eu fui atrás dele e atirei...
- Muito bem rapaz, agora deixe conosco.
O general voltou para dentro da casa. E Roy continuou por ali, queria saber quem era essa filha, mas não descobriu nada, apenas que o corpo do assassino não fora encontrado.
- Ei, garoto!
- Sim?
- Para você. – o general lhe entrega uma carta –
- Obrigado.
- De nada.
Roy,
Quando ler isso, já não estarei aqui. Mas isso não é importante, preciso que siga minhas instruções: 1° - Procure minha filha, apesar de você não saber da existência dela, ela sabe da sua e poderá te ajudar. Está com ela meu maior segredo que pretendia dar a você. 2° - Tome cuidado com o Gabriel, ele não é flor que se cheire, tenho medo que ele tente algo contra você.
Sendo assim, termino esta esperando que você consiga o que quer.
Richard Hawkeye
- Nossa...
Enquanto Roy assimilava as palavras escritas por seu mestre, do outro lado da rua a jovem Elizabeth era conduzida para o leste.
- Vamos senhorita Elizabeth, o general Grumman deu ordens para levarmos a senhorita para o Leste em segurança.
- Sim.
Flash back off
As chamas cedem juntamente com o corpo que encontra o chão.
A pistola que liberou o tiro é solta das mãos do atirador...
Daquela vez, não haveria escapatória.
Continua...
