–Você não pode ir, caramba! -Louis deu um soco no muro.

–é...quem vai trocar óleo? -Renan, o mais durão bufou.

–Ah, vocês arrumam outra pessoa -Ri.

–Ninguém troca óleo como você -Gael disse me abraçando.

–Ai, assim vocês vão me fazer chorar -ri pelo nariz.

–Você vai fazer falta, filha -Papai beijou meu rosto.

–Ainda da tempo de você desistir de me mandar para Miami -Fiz carinha de cachorro pidão.

–Não. Você vai para Miami! -Ele fez cara de bravo.

–Bom, se cuidem rapazes...Louis, vê se pede a Lorayne em casamento! Renan...vê se não desconta sua raiva nos carros e Gael, não beba óleo novamente pensando que é cerveja -ri.

–ABRAÇO EM GRUPO! -Papai gritou e nos abraçamos.

–Tchau -Me despedi deles e entrei no carro do papai.

Ele deu a partida. Encostei minha cabeça na janela e suspirei.

[...]

–Senhores passageiros, aterrissamos no aeroporto internacional de Miami, agradecemos a escolha.

Anunciaram.

Todos começaram a se levantar, me levantei também, e sai do avião.

A única vez que andei de avião foi quando sai de Miami e fui para Chicago, mas eu tinha 3 anos, eu nem sei pra onde vou, então segui as pessoas. Cheguei na sala de desembarque, ok, agora pego as malas.

Demorou uns 5 minutos para minhas duas malas passarem, puxei elas e coloquei em um carrinho. Empurrei o carrinho até o ponto de taxis, bati na janela de um e logo o taxista saiu.

–Bom Tarde, senhorita -Ele tirou o chapéu.

–Boa Tarde, bonito o dia, né? Quando eu sai de Chicago estava quase chovendo, aqui não chove muito, né? Que ótimo porque eu odeio chuva -Disse sorridente.

–A senhorita fala bastante -Ele riu.

Ele fechou o porta malas e entramos no taxi.

–Qual o destino?

–Ahn, Coconut Grove -Respondi.

–Coconut Grove? Tem certeza?

–Tenho, por que?

–É um dos bairros mais ricos de Miami.

–E é lá que minha mãe mora! -Me irritei.

–Ah, desculpa.

Run. Só porque eu pareço pobre não quer dizer que eu seja, ou melhor eu sou pobre, mas minha mãe é rica...ah, esquece.

–Vai demorar muito? -Perguntei.

–Uns 20 minutos.

–Droga, to apertada -Bati no banco.

O taxista riu.

O caminho todo fiquei olhando a paisagem, eu nem me lembrava que Miami era tão linda, depois que eu fui pra Chicago voltei apenas uma vez. Era a mamãe e a Helena que iam pra Chicago.

–Nossa, é aqui? -Perguntei.

–essa é a rua.

–Bonita as casas.

–Qual o número da casa?

–Ahn...3500.

–É essa aqui -Ele estacionou em uma mansão incrível.

Paguei o cara e ele me ajudou a tirar as malas, logo o taxi já não estava alí. Fiquei parada em frente a mansão, apenas deslumbrando.

–Uaaaaau, que chic -Ri -Gente. eu vou morar ai...loucura.

Tinha um portão, pequeno, mas tinha. Abri ele -já estava aberto, apenas empurrei-o-, mas meu short enroscou na fechadura.

–Ah não! NÃO ACREDITO!

Tentei desenroscar mas a merda não saía, por que isso acontece comigo?

–Ô VIDA, OBRIGADA VIU! -Gritei para o céu.

Mas que porra. Tentei mais uma vez desenganchar e até que enfim...consegui.

Olhei pros lados para ver se alguém tinha visto, ninguém, ótimo. Peguei minhas duas malas, abri o maior sorriso e me aproximei da casa -ou melhor, mansão-.

Bati na porta e uma mulher, aparentemente de 50 anos apareceu.

–Oi -sorri,

–Você deve ser...

–PIETRA! FILHA! -Mamãe veio correndo até mim e me abraçou.

–Mamãe! -Ficamos pulando, como duas melhores amigas.

–Nossa, você está linda -Ela analisou meu corpo.

–Obrigada -Sorri de orelha a orelha-Então, deixa eu ver essa casa -Disse já entrando e trazendo minhas malas.

–Gostou? -Mamãe perguntou.

–Amei.

–Cyntia, ta esperando o que? Sai daqui! -Mamãe gritou e a senhora saiu rápido -Vem filha, vou te mostrar seu quarto.

Ela saiu batendo o salto pelo chão. A casa era absolutamente perfeita e enorme, foi difícil subir com duas malas pesadas as grandes escadas, mamãe nem se ofereceu para ajudar, ok né.

–É aqui, organizei ele todinho pra você, ou melhor, eu mandei organizar -Ela abriu a porta.

–Wow...que lindo -Meus olhos brilharam.

–Lindo, né?! Bom, vou deixar você descansar -Ela sorriu e me deixou sozinha no quarto.

To começando a gostar daqui.

[...]

Arrumei minhas roupas no imenso closet, cara, o closet é maior que meu antigo quarto.

Atrás de uma porta tinha um banheiro luxuoso. Me despi e tomei uma ducha rápida. Após me enrolei na toalha e fui até meu closet, peguei uma roupa e me vesti.

* http://www.polyvore.com/cgi/set?id=55460052 *

Abri as cortinas do quarto, a vista era linda, dava de frente com outra mansão maravilhosa.

Sai correndo do quarto, desci as escadas e dei de cara com a Helena.

–Pietra! -Ela me abraçou.

–Oi mana -Retribui seu abraço.

–Nossa, você está linda -Ela disse analisando-me.

–Você também! Está fabulosa -ri.

–Eu sempre fui, né?! -Ela riu -Olha, eu estava indo me encontrar com uns amigos, não quer ir comigo?

–Ai, não sei, o que eu vou falar com seus amigos?

–Ah, vem, vai ser legal.

–Ta bom, mas eu vou com essa roupa?

–Bota outra, mais arrumada.

–Ahn, ta, já venho.

Voltei correndo pro meu quarto e troquei de roupa.

* http://www.polyvore.com/cgi/set?id=55463535 *

Sai correndo novamente, daqui a pouco emagreço.

–Como estou?

–é... -ela mirou meus tênis -Vamos logo -Ela puxou meu braço.

Entramos na garagem e eu dei de cara com um carro lindo de morrer. Uma BMW pink.

–Entra -Ela disse já ligando o carro. Entrei e ela deu a partida.

–Onde a gente vai? -Perguntei.

–Espera e verá.

–Ah, ta. É verdade que esse é o bairro mais rico de Miami?

–Sim.

–É estranho, tipo, uma hora eu moro em uma casa pequena no subúrbio de Chicago, agora, eu moro em uma mansão no bairro mais rico de Miami!

–Pois é.

–A vida é mesmo incerta, o Louis, o cara que trabalha na mecânica do papai vive dizendo isso.

–Que legal -ela bufou.

–O Renan diz que a gente precisa se arriscar, é o lema dele "arriscar, arriscar, arriscar" inclusive foi ele que deu a ideia de irmos escalar uma montanha, nossa foi incrivel, e eu tinha apenas 6 anos, mas eu era esperta, cheguei no topo da montanha primeiro que o...

–Cala a boca Pietra!

–...papai -Me encolhi.

–Nossa, garota, você fala de mais!

–Desculpa -Me encolhi mais ainda -É um probleminha meu, sabe, é quando estou nervosa ou estou entediada, nesse momento estou ent...

–Sh! Calada!

–Ok.

–Chegamos! -Ela parou o carro em frente a um estacionamento.

Saimos do carro entramos, tinha música alta e tals. E muita, muita gente.

–Hillary! -Helena saiu correndo me deixando pra trás.

Só tinha carrões estacionados, tinha gente dançado, uns se beijavam, outros pareciam estar transando dentro do carro, meu DEUS! A Helena vem aqui? QUE SAFADA!

Fiquei mirando um Fisker Karma todo cromado, lindo demais, uma vez eu troquei o óleo de um desses. Me agachei e fiquei olhando os pneus do carro, estavam meio gastos, o dono precisa trocar, e tem um vazamento de gasolina...

–Posso ajudar? -Ouvi uma voz rouca.

–Ahn, você conhece o dono desse carro? É que ele precisa trocar os pneus, e arrumar esse vazamento da gasolina...

–Eu sou o dono.

Finalmente olhei no rosto da pessoa, era um garoto lindo, me levantei e sorri envergonhada.

–Então...é... -ri sem graça -Siga as dicas que eu disse.

–Você entende de carro? -Ele encostou no capô do carro.

–Olha, eu cresci dentro de uma mecânica -ri -Entendo um pouquinho.

–Legal -ele sorriu -Porque eu não entendo nada, só entendo de dirigir.

–Ah, bom, eu entendo de carro, mas não tenho um -lamentei.

Ele riu.

–Justin, prazer -Ele estendeu a mão.

–Pietra -sorri.

–Eu nunca te vi por aqui.

–AH, é, eu sou nova na cidade, vim de Chicago, eu morava lá com meu pai, mas agora estou morando com minha mãe e minha irmã, inclusive ela está lá -apontei.

–Sua irmã é a Helena Palmer? -Ele ficou pasmo.

–Pietra? -Vi a Helena se aproximar -Justin?

–Oi -Justin disse breve.

–Pietra, vem cá um pouquinho -Ela me puxou para um canto.

–Ai, pra que isso?

–Você está conversando com o Justin ?

–Sim.

–Mas você não pode!

–Posso.

–Não, não pode! O Justin é meu!

–Ele é teu namorado? -Curvei as sobrancelhas.

–Não, ainda, mas ele vai ser!

–Ok, então deixa eu te falar um negocinho...

–Ah, cala boca -Ela saiu apressada e abraçou o Justin.

Me aproximei deles.

–Então Justin, vi que você conheceu minha irmãzinha -Ele sorriu falsa.

–é, sua irmã entende mais de carro do que eu -Ele riu para mim.

–É, a Pietra parece um garotinho.

–Ei, não é por que eu tenho mais conteúdo que você que eu seja um garotinho! -Gritei.

–Crianças... -Ela riu, ignorando o que eu disse.

–Eu não sou criança -Me revoltei -Tenho 16 anos, sou só 1 ano mais nova que você!

–Ou seja criança!

–Sem querer me meter, mas já me metendo, a Pietra não é criança, ela tem a mesma idade que eu!

–Ai Justin, mas você é mais maduro, ela é muito infantil.

–Sou nada -Disse -Eu nunca brinquei de barbie, eu brincava com as rodas dos carros! E eu larguei a mamadeira com 6 anos, diferente de você que largou com 12 anos!

–Não acredito que você revelou meu segredo! Ah sua peste! -Ela saiu marchando.

Olhei pro Justin e começamos a rir.

–Isso é verdade? -Ele perguntou.

–É! -Rimos novamente -Droga, perdi minha carona- bufei.

–Mas, você vai estudar na mesma escola que a Helena?

–Vou, mas eu to no segundo ano e ela no terceiro.

–Eu também estou no segundo -Ele sorriu.

–Ah legal, vamos ser colegas, então?

–É acho que vamos.

–Legal. Ahn, que lugar é esse?

–Ah, aqui é tipo o ponto dos adolescentes.

–O ponto dos adolescentes lá onde eu morava era o ponto de ônibus, todo mundo se reunia pra pegar o busão -ri -Ia todo mundo apertadinho, cada fofoca que a gente ficava sabendo...

Justin gargalhou.

–Você é engraçada.

–Eu faço o que posso -ri.

–Você é muito diferente da sua irmã.

–Olha, ainda bem.

–é sério, ela é toda "ai não me toque" -Ele imitou a voz dela.

–Você imitou direitinho -começamos a rir.

–E ela pensa que é a estrela, pensa que o mundo gira em torno dela.

–Olha, ela me disse que você vai ser namorado dela.

–Só se for nos sonhos dela! A helena é muito grudenta, a gente já ficou mas não deu certo, e a língua dela é áspera!

–Ai que nojo -Fiz uma careta.

–Se é -Ele parou de rir e mirou em meus olhos -Você já conheceu a praia de Miami?

–Não, eu cheguei hoje.

–Quer conhecer?

–Agora?

–Por que não?

–Ta bom, mas antes, passa em uma mecânica -pisquei.

–Você que manda -Ele saiu de cima do capô e abriu a porta para mim, logo ele dirigia a mil.