Edição 71 Dos Jogos Vorazes escrita por Alice Kirkland


Capítulo 38
Mr. Martin


Notas iniciais do capítulo

NÃO É POSSIVEL! NEM NAS FÉRIAS ESSA CRIATURA POSTA DIREITO!
Sim, eu deveria ter postado SEMANA PASSADA, mas eu tive uns problemas de família e essa semana, minha casa tá numa bagunça infernal, mas eu to postando!
Bem... Aqui está.



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Calcei minhas botas e vesti um casaco antes de descer novamente. Eu estava parada em frente a porta da frente. Fechei meu casaco até o último botão e abri a porta de uma vez.

A Vila dos Vitoriosos do distrito 3 não era cheia. Poucas casas eram ocupadas, e com o frio que fazia, eu duvidava que alguém saísse de casa por vontade própria.
Minha mão segurava o medalhão de Lenny dentro do bolso do casaco enquanto eu andava em direção a casa dos Martin. As ruas estavam vazias, nesse horário as pessoas ou estão no trabalho ou na escola, e agradeci por isso. As poucas pessoas na rua naquele horário me encaravam quando eu passava, e aquilo me deixava desconfortável, mas afinal, uma garota em idade escolar andando sozinha pelo distrito chamaria atenção em quase qualquer lugar.

Eu sabia onde a família de Lenny morava, era no caminho da minha antiga escola. Quando cheguei na casa, fiquei parada em frente a porta apenas encarando o pedaço de madeira. Eu não queria bater na porta. Por que? Por que não batia? Acho que porque aquilo significava que eu estava aceitando a morte Lenny, o que não era verdade, eu não aceito e nunca vou aceitar isso! Pessoas morrendo para a diversão de outras? Que droga era o país que eu vivia?!

Fiquei mais um tempo encarando a porta, sem bater, e então um homem abriu a porta. Eu sabia quem ele era, claro. Oliver Martin. O pai de Lenny.

– Garota, você está bem? Está parada em frente a essa porta há uns vinte minutos. - Vinte minutos? Não parecia.

– Hum... Será... Será que eu poderia entrar, Senhor Martin? - Ele se afastou da entrada e esticou o braço, indicando para que eu entrasse.

O cômodo de entrada era uma pequena sala com um sofá e uma mesa de jantar, com todas as cadeiras fora do lugar. O Sr. Martin se sentou em uma cadeira e apontou para o sofá enquanto se sentava em uma cadeira. Ele pegou uma garrafa de algum lugar no chão e a abriu, levando-a aos lábios em seguida. Oh, claro. Oliver Martin, pai de Lenny e alcoólatra. Certo.

– Então, você veio entregar o medalhão do meu filho ou o que?

– Eu vim te entregar. - Resmunguei enquanto pegava o medalhão em meu bolso.

– De verdade, não sei por qual razão ele pediu para você me entregar isso.

– Ele devia ter seus motivos. Aqui está.
Oliver pegou o medalhão e o girou nos dedos, e em seguida o colocou em cima da mesa.

– Você não vai nem abrir?

– Por que abriria?

– Porque se o seu filho pediu que te entregasse isso, provavelmente há alguma coisa nesse medalhão.

– Veja isso. Estou recebendo ordens de uma garotinha que se acha só porque venceu os Jogos Vorazes.

– Em nenhum momento eu ordenei alguma coisa ao senhor!

– Mas certamente se acha não é? Ganhar os Jogos não te torna melhor do que ninguém.

– Você acha que não sei disso?! Você não precisa ficar assim só porque me culpa pela morte de Lenny! E quer saber de uma coisa? EU TAMBÉM ME CULPO! Eu nem acho que deveria ter ganhado esses malditos Jogos! Eu matei pessoas. Como você acha que deve ser conviver com isso todo dia? Eu não posso nem ser considerada uma pessoa decente! Se isso te faz sentir melhor, eu acho que Lenny deveria ter ganhado. Ele não matou ninguém. Ele merecia estar vivo.

E então ficamos em silêncio.

Me levantei, pronta para ir embora, mas o pai de Lenny me impediu.

– Espere.

Por alguma razão, eu parei e esperei. Fiquei alguns minutos parada do mesmo jeito até o Sr. Martin voltar a falar.

– Acho que nem sei mais como conversar com alguém... Veja, não me restou ninguém. Minha esposa morreu com pneumonia há anos. Pneumonia. E agora, meu filho morre na arena. Isso não é fácil, me desculpe.

– Não precisa se desculpar, Sr. Martin. - Respondi me virando. - Realmente não precisa.

– Eu... Eu vou abrir o medalhão. Lenny devia ter seus motivos. - Concordei com a cabeça e me despedi.

Você... Voltaria aqui amanhã? Seria... Bom ter alguém para conversar.

– Claro. Até mais, Sr. Martin.


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Notas finais do capítulo

Vou tentar postar o próximo mais rápido!



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