Maybe Destiny. escrita por FromTheSea


Capítulo 11
Capítulo 11




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UNS DIAS DEPOIS...

Eu acordei e não acreditei. 16 anos! A menina que eu conheçi com uns 4 anos alguns dias atrás, ia fazer 16 anos. Não era aceitável. Era estranho. Peguei meu desenho e começei a fazer uns detalhes. Eu... tinha terminado. Ela não ficou como esperado - uma jovem esbelta, de cabelos loiros e olhos vivos. - ela ficou muito mais pro uma velha saudável, feliz,  cabelos brancos, e mesmo assim, olhos vivos, davam a impressão que acompanhavam todos os movimentos. Eram lindos olhos. 

Clarisse acordou.

- Oi! Feliz aniversário.

- Não vem me caçeteando de parabéns não.

- Nossa.

Sim, ela era minha melhor amiga, claro.

- Desculpa. É que eu tô ''animadona'' pra sair andando mais um dia.

- Sem pressa. A gente pode até comprar um carro pra você, quem sabe né...

- Compraremos um carro de cinco reais.

- Hotweels, aqueles são potentes. 

- Ah! Eu sei...

- Parabéns. Você tá ficando mais velha.

- Assim como todos os dias.

- Cara.

- Eu sei, entendi.. tô maior de idade.

- É. - Eu olhava pra ela com orgulho.

- Brigada Alex.

- Ahn?

- É... que... eu sei que foram só dias, por que eu tenho esse problema estranho aqui, mas cara, pra mim foram anos. Sério, eu sinto como se cada dia fosse um ano, então eu vou aprendendo comigo mesma. E, valeu. A gente... se conheçe por anos, e você me apoiou sempre.

- 17 dias.

- Foram 17 anos, tá? - Ela me deu um soquinho de leve. 

- Aham.

- Sério Alex, eu não gosto de lembrar que logo eu vou estar... morta.

- Não pensa nisso.

Fiquei de verdade, com muita vontade de chorar. 

- Al...

- Oi. 

- A gente pode... fumar?

- Tá louca? 

- Você deve ter alguns cigarros aí na tua bolsa, que eu sei.

- Não, logo você tá morrendo e eu não quero ninguém com problemas nas minhas costas. 

- Deixa eu aproveitar minha vida.

- Ah... é. Tá, tô querendo fumar faz um tempão.

- Há! 

Abri minha bolsa e peguei dois cigarros no maço. 

- Perai.

- Que?

- Vamo entrar no mercado e comprar vodka. 

- Beleza. 

- Eu vou sozinho. Vai dar problema, por que você não tem documento.

- E você tem?

- Tenho cara. 

- Ah...

- Já venho.

Corri pra um super mercado e comprei uma garrafa de vodka. Peguei uma em um preço médio, até mesmo pra uma ocasião dessas, sabe... eu queria sobreviver. Voltei e abri a garrafa.

- Beleza, você toma o primeiro gole. - Eu disse. - O aniversário é teu.

- Se eu morrer você toma também. 

- Pode deixar. 

Não sei por que, aquele dia foi feliz. Foi mesmo. A gente ria, e sim, nós estavámos sóbrios, pelo menos no começo. 

Ela tomou uns goles e eu afastei a garrafa da boca dela. 

- Também quero, viu?

Peguei a garrafa e tomei. 

- Cadê a porra do cigarro?

- Aqui. - Ela me entregou e eu ascendi. Entreguei um á ela, e peguei outro pra mim.  Admito, a gente ficou bem bêbado com a vodka. 

- Vamo vazar daqui gata. 

- Vamo pra onde? 

A gente ria. Eu lembro de ver tudo em vultos. 

- Pra esquina. 

- Opa! 

- Não, tô brincando. 

- Eu não. 

Tá, acho que a gente se beijou. 


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