Acordar de madrugada aos gritos já virou rotineiro. Faz três dias que voltei a Mystic Falls, faz uma semana que não tenho noticia do Stefan  –não depois dele ter ido embora e me deixado no hospital –nem um sms, uma ligação, nada. Toda noite revivo o verão nos meus sonhos, sempre tendo o acesso de choro. COMO EU PUDE PERDE-LÔ? Como? Como pude ser tão infantil, tendo uma crise de ciúmes sem nem deixá-lo se explicar. Lembro-me bem quando acordei no hospital no dia após ele ter ido embora...

Eu estava confusa, não conseguia perceber o que estava ao meu redor, havia luz –muita luz- e um bip irritante, depois de um tempo percebi que estava no hospital, ainda, e que a noite passada não fora um sonho, ele havia me deixado, havia ido embora, sem mim. Comecei a chorar, não conseguia conter as lagrimas –eu não as queria conter  -fiquei assim por longos minutos até eu ouvi passos do lado de fora e as sequei rapidamente.

-Bom dia querida! –Disse mamãe, entrando no quarto com a enfermeira bem atrás. –Você vai receber alta hoje. –Ela falava com um sorriso de orelha á orelha. Com certeza estava radiante.

-Ainda bem  –Falei forçando ao máximo um sorriso.

-Só preciso retirar esse soro –Disse a enfermeira puxando a agulha do meu braço –E olhar os seus pulmões  –Falou, tirando um envelope que trazia embaixo do braço e colocando em uma tela para olhar. –Olha eles já estão bem desinchados, você só precisa se manter hidratada e ficaram novinhos em folha.

-Mas é claro, eu cuidarei disso –Mamãe não tirava o sorriso do rosto –Agora vem Elena, vamos nos vestir seu pai esta esperando.

Levantei-me da cama e fui até banheiro me vestir automaticamente. Sai e mamãe estava com papai me esperando. Não levamos nem 30 minutos para chegarmos à casa de tia Jenna, aonde ela me recebeu com um bolo escrito em sua superfície

SEJA BEM VINDA ELENA

Sorri e tentei parecer o mais natural possível. Quando já era tarde perguntei casualmente a tia Jenna

-E o Stefan, não quis vim? –Não sabia, se ela havia ouvido a nossa discussão ontem mais tinha que arriscar

-Eu liguei para a casa dele, e ninguém atendeu, tentei o celular e caiu na caixa postal. Tentei novamente a casa e seu irmão atendeu e disse que ele tinha ido viajar com a namorada  –Ela me olhava, com pena e confusão

Não, eu não podia agüenta ouvi aquilo, então corri para o meu quarto e me tranquei. Pude ouvi minha mãe, meu pai e minha tia me gritando, mais não atendi, não queria atender ninguém, não conseguia pensar, nem processar nada. Eu não estava entendendo, tudo estava uma confusão e foi daí que começou os meus pesadelos...

Agora o relógio marcava 02h00min da madrugada. Naquela manhã voltariam às aulas e não sei como enfrentarei isso. O Kol esteve aqui em casa essa noite, e pude desabafar com ele. Como sempre ele foi muito gentil, me ouvindo pacientemente. Kol era maravilhoso, em todos os sentidos, ele era bonito –e como –inteligente e ainda jogava no time de baseball da escola.  Somos amigos desde sempre, quando crianças se referiam a nos como “Kolena”, todos diziam que iríamos namorar. Mas não foi bem assim, sempre vi Kol como amigo –meu melhor amigo – apenas isso.  Nossa amizade era mais forte do que tudo. Nada nos atingia. Ele veio me falar que estava namorando com a Caroline –essa ai eu não gostava- ela era a líder de torcida mais paquerada e também a mais cobiçada. Não acho que ela seja uma boa companhia para Kol, mas não iria falar isso a ele. Ao menos não agora. Agora a minha cabeça estava um caos e só pensava no Stefan.

Tentei voltar a dormi mais foi inútil. O dia amanheceu devagar e quente. Levantei-me e fui tomar um banho, vestir-me com uma calça jeans, uma blusa branca simples pendendo em um ombro, calcei minhas botas marrons e amarrei um lenço no pescoço. Desci para tomar o café da manha, mamãe já estava acordada preparando waffles. Comi um prato cheio deles com mel e esperei meu pai. Saímos em seu carro, indo em direção a Mystic Falls High School. Desci do carro de papai sem dá uma palavra, e fui em direção aos bancos que ficavam do outro lado da escola, aonde me encontraria com Bonnie. Lá estava ela com seus cachos negros esvoaçando, me esperando na nossa mesa. Assim que ela me viu acenou e eu corri para ela.

-Há Elena que saudades  –Disse ela me dando um abraço apertado.

-Eu também estou morrendo de saudades Bonnie  –Falei, com a voz tremula. Eu estava mesmo com saudades de Bonnie, ela sempre me fazia sorrir, além que sempre me dava os melhores conselhos. –Há tenho tanto pra te contar  –Falei ainda no seu ombro, sem desfazer o abraço

-E eu estou ansiosa a ouvir, agora venha sente-se e me conte tudo. – Contei todo o meu verão a ela, me segurando muito para não chorar. –Elena não fique assim, ele deve ter alguma explicação

-Qual explicação Bonnie? O irmão dele disse que ele foi viajar com a namorada, a namorada. Tenho certeza que é aquela tal de Katherine. –Nesse momento ficou muito difícil de conter as lagrimas.

-Não chore Elena, não chore. Já sei como vou te animar. Tem um novato na área, dizem que ele é L-I-N-D-O, então a qualquer momento ele deve chegar. –Disse ela se animando de repente.

-Me desculpe Bonnie, desculpe-me mesmo, mas tudo que menos quero é conhecer alguém de novo. –Falei, e era verdade não queria sofrer mais.

-Tudo bem, tudo bem, vamos andando que o sinal já vai tocar. –Disse ela me puxando em direção a porta da escola.

Fomos andando devagar, cumprimentando todos. Em um canto estava Matt e Rebekah aos beijos, quer dizer que eles estavam namorando? Pensei que isso iria me incomodar, mas não incomodo, até acenei para ele, e com certeza ele ficou confuso mais respondeu com um aceno. Fiquei tão entretida pensando neles que acabei me batendo em alguém e derrubei todos os livros que trazia na mão.

-A me desculpe, eu não ti vi  –Disse uma voz masculina, bem sedutora.

Abaixei-me para pegar os livros e disse:

-Não foi nada, eu também não vi, estava distraída. –Falei, e era verdade

-Mas a culpa é toda minha, me desculpe. Alias me chamo Damon  –Falou ele, me levantei para olhá-lo e levei um susto.

Deparei-me com incríveis olhos azuis, olhos que reconheci imediatamente, mas não me lembrei de onde. Uma onda elétrica atravessou o meu corpo quando estendi a mão e ele a apertou com força. 

-Elena, eu sou Elena.