Destino escrita por ThaísFru


Capítulo 3
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, espero que gostem.

Boa Leitura!



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Capítulo 02

Eu não sabia que seria tão difícil, tinham se passado apenas dois meses. Tive muitas crises de abstinência. Realmente, fiquei louca. Eu começava a me sentir agoniada, eu tentava fugir daquele lugar, mas eu sempre era pega. Eu precisava nem que seja de uma dosagem em minha veia para me sentir feliz.

Estava trancada em um quarto, todas ás vezes que eu tinha uma crise eu ficava isolada. Era o que me fazia sentir mais louca ainda, ficar em um quarto branco, apenas com uma cama, escrivaninha e o banheiro que não tinha porta, para no caso de alguém querer se matar. Isso era muito desconfortável. Aquele lugar parecia uma solitária.

Escutei um som, a porta do quarto em que eu estava abriu-se e Tsunade passou por ela:

— Como está se sentindo hoje Sakura? — perguntou como no dia anterior, ela sempre vinha todos os dias me visitar, na verdade eu só estava há uma semana ali.

— Um pouco melhor — respondi andando de um lado para o outro — Não estou tão agoniada, mas me sinto muito impaciente, ansiosa.

— Bom... Irei te deixar sair hoje. Mas daqui uma hora você tem uma consulta com o psicólogo e depois irei te acompanhar até o grupo de apoio.

Revirei os olhos, tudo bem passar pelo psicólogo, mas eu odiava o grupo de apoio. Sempre era a mesma coisa, mesmas perguntas e mesmas histórias, felizmente eu estava livre daquele cubículo e isso fazia o dia ser mais suportável.

Minutos antes de ir para o grupo de apoio, tive uma consulta no psiquiatra. Aquele lugar realmente tinha tudo, psicólogos, psiquiatras, o corredor das solitárias, o grupo de apoio. Tudo a minha disposição e de graça, eu não entendia como e o porque daquelas pessoas estarem ali, de eu estar ali e de principalmente da Tsunade fazer tudo isso por todos nós e não receber nada em troca.

Foi me receitado um remédio para ansiedade, uma droga para combater a outra que eu usava, isso era até cômico.

Suspirei no momento em que cheguei em frente ao salão que eram feitas as reuniões dos grupos, achei um lugar bem afastados de todos e passei a aguentar aquela chatice. A novidade é que tinha uma mulher nova, magra, cabelos curtos e negros, eu não conseguia ver a face dela completamente, mas pelo pouco que eu conseguia ver do lugar em que estava seus olhos também eram negros. Logo o palestrante chegou, falando sobre o riscos de consumir drogas e álcool, mostrou fotos de tragédias e logo começou o interrogatório depois da apresentação de slides. Ele perguntava um a um se eles queria falar e compartilhar suas experiências de vida. Alguns só respondiam que estavam bem e passavam a vez para outro:

— Meu nome é Ayzaua Miko — passei a prestar atenção ao ver que era a mulher de cabelos negros quem começava a falar — Estou aqui há três dias e sinto que posso melhorar. Eu era viciada em álcool, fazia de tudo para comprar nem que fosse uma garrafinha pequena daquelas de ¥100 ienes. Cai no mundo da prostituição aos 17 anos, mas quando fiquei grávida, o homem que era o meu chefe me dispensou dizendo que eu não servia mais para o trabalho, e quando o meu filho nasceu, minha condição ainda era precária. Eu tentava trabalhar, mas ainda tinha o meu vicio e naquele momento uma criança para criar, foi então que eu resolvi ir atrás dos meus avós, pedi ajuda a eles, e eles me falaram desse lugar. Bom... a muito custo deixei meu filho aos seus cuidados e vim para cá... Espero me recuperar o mais rápido possível para poder revê-lo.

— É sempre ótimo ouvir histórias como essas, sei que nem todos estão aqui com a força de vontade que a Ayzaua teve, mas todos tem um objetivo que é se recuperar e voltar para aqueles que estejam o esperando. Obrigado Ayzaua por compartilhar conosco a sua história. Haruno Sakura gostaria de compartilhar a sua história hoje?

— Não, obrigada, eu estou bem e passo minha vez — disse e logo depois fiquei perdida em meus próprios pensamentos.

Mal vi quando aquela reunião acabou, mas eu não me sentia aliviada, na verdade eu não sabia o que sentia naquele instante. Há alguns dias eu pensava em como a minha filha estava, e lembrava que nunca havia me importando tanto com ela, como eu estava começando a me importar. Eu sentia uma sensação de vazio estranha, e logo passei a sentir vontade de ver ela novamente. Como ela estaria?

Como eu estaria? Se eu não tivesse seguido esse caminho em que eu havia seguido. Por muito tempo eu passei a pensar nisso, nas reuniões cada um tinha uma história diferente, alguns sem pais como eu, mas que tiveram a vontade de sair da vida em que estavam, mas e eu? Lembro que por mais que eu tivesse uma filha, eu odiava tudo, odiava minha vida, odiava o que eu fazia, odiava o que o destino tinha preparado para mim e naquele dia em que me encontraram, eu sabia no que iria dar me dosando de droga daquele jeito, e no fundo eu queria eu queria mesmo morrer. Eu não estava me importando com as consequências, eu só queria me livrar de tudo aquilo e quem sabe, se existisse mesmo, reencarnar e começar do zero.

Mas eu não morri, estava ali naquele corredor, em frente a porta do meu quarto em que dividia com a Ino, naquele centro de reabilitação, onde a maioria procurava uma nova chance. Suspirei ao sentir algo entalado em minha garganta, coloquei uma das minhas mãos contra a parede e me curvei colocando a outra sobre a minha testa. Senti meus olhos marejados ao pensar que eu queria superar tudo aquilo, que eu queria reencontrar a minha filha, e eu desejava com todas as forças que ela estivesse bem.


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Notas finais do capítulo

Sim, o capítulo saiu curtinho, mas logo postarei o próximo.

Kissus!



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