A Tributo Do Distrito 6 - Jogos Vorazes escrita por Escritora sonhadora


Capítulo 11
A entrevista com um Caésar dourado


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, tenho TDAH e fica foda estudar, então tenho que me esforçar mais nos estudos. Vou começar a me dedicar mais a fic agora (já que as provas semais viraram quinzenais o/).
ps: os outros personagens (leitores) vão aparecer na arena :33



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Tenho que esquecer tudo! Tudo! Hoje é o dia da entrevista, o que significa que em menos de 24horas estarei na arena. Não estou nada agradada com a ideia, amanhã começam os jogos, e com ele tudo o que é bom vai ficar. Tento prestar o máximo de atenção que consigo nas aulas de etiqueta que Liz está me dando esta manhã, mas não parece suficiente, ela desiste de mim várias vezes consecutivas. E é quando estou conseguindo caminhar com aqueles estranhos saltos altos que Jaff decide vir me chamar, é sua vez de me treinar, o que acho péssimo.

– Que perfil você acha que se encaixa em mim?

– Arrogante e chata, nada que a capital queira assistir.

– E qual o seu perfil? Doce e gentil por acaso?

– Se for preciso.

– E do quê eu preciso?

– Ser poderosa, mas jovem. Deixar claro que está pronta para matar todos os tributos, mas ao mesmo tempo pode estar envolvida em um amor adolescente, platônico e irreal.

Ficamos treinando a entrevista, era difícil conciliar as duas coisas, mas acabei conseguindo com o tempo. Pra cada pergunta eu tinha uma história e uma expressão diferente. Depois de um tempo Sanchez passa pra me dizer que já era hora de me trocar, o sigo sem mais delongas, mas não gosto da ideia de quando ele venda meus olhos para me arrumar, ele disse que isso era pra ele poder fazer o que quisesse sem que eu reclamasse e pra me castigar pelo ato de lucidez que poderia ter me feito tirar um 0 na apresentação. No fim isso parece ter sido bom, ele fez algo que eu jamais deixaria se estivesse olhando, colocou glitter (bem espalhado) pelo meu corpo inteiro, - odeio glitter – e repicou ainda mais o meu cabelo. Estou vestindo um pesado vestido metálico prata, meus pés calçam um sapato de salto igualmente prata mas com desenhos recortados nele(http://24.media.tumblr.com/tumblr_m8pe77fYtM1qec2q6o1_500.jpg). Meu cabelo ainda está longo e jogado para os lados e para trás, meus olhos foram fortemente marcados em prata e preto e minha boca tem uma cor rosada que combina com a minha pele. Estou realmente surpresa por não parecer um transformer.

Agradeço a equipe toda enquanto eles terminam de mexer no meu cabelo e vou me juntar aos outros tributos. Geralmente nossos tributos se sentem humilhados pelos outros, todos têm trajes elegantes e nos parecemos mais com transformers cheios de pano; Mas o que importa é que eu posso olhar os tributos como iguais, sem me sentir ridicularizada.

A entrevista começa, vejo claramente o perfil dos tributos. Connor tenta ser engraçado, mas o julgo cruel demais pra isso; Vegan tenta ser sedutora, o que não da certo pra ela; Peter deixa claro que treinou a vida toda pra cortar nossos pescoços; Alaska é misteriosa e confiante;

Os tributos vão se apresentando até que chegue minha vez. Estou extremamente tensa e com medo do público. Ando vagarosa e rigidamente, acho que teria uma péssima performance se Caésar não me ajuda-se tanto, ele é muito simpático e fez eu me sentir á vontade. Me sento e começamos a entrevista.

– Bem, minha cara Mai, ouvi boatos de que você sabe atirar muito bem com as facas.

– Não só com elas, posso me virar com qualquer outro tipo de arma, mas sou excepcionalmente boa com as facas.

– Nossa, agora estou curioso, você pretende fazer alianças com alguém? O voluntário de seu distrito, Harry, - penso nas coisas mais vergonhosas possíveis pra poder ficar corada, como se Harry já não me deixasse corada o suficiente – ele parece ser um bom oponente, e vocês são... interessantes juntos. – ele e a capital inteira riem de mim.

– Bem, essa pergunta eu ainda não posso responder, vou deixar a minha aliança como um segredo por enquanto. Mas sobre Harry, eu adoraria tê-lo na equipe, somos bons amigos e passamos muito tempo juntos na colina esses últimos tempos, quero dizer, antes dos jogos.

Penso no que ensaiei com Jaff e digo perfeitamente o que ensaiamos para esses casos.

– Espero que fique tudo bem entre vocês.

– Pra falar a verdade, entre essas circunstâncias, acho que estamos bem até demais.

Um som de comoção ecoa da plateia, acho que eles devem se identificar com está história, estão sempre tão preocupados com a moda, que acabam esquecendo o amor, acabam não percebendo as coisas e suas vidas passam a ser platônicas, como o nosso amor.

– Mais uma coisa a acrescentar minha querida?

– Queria dizer que amei a capital, e que acho as pessoas daqui realmente incríveis e exóticas. – tento puxar o saco destas pessoas que na verdade só me dão medo - Bem, sobre os jogos também tenho a acrescentar que serei bem diferente dos outros, vou saber aproveitar bem os recursos naturais da arena.

Um sinal toca e isso significa que nosso tempo acabou. Dou um abraço de despedida em Caésar e lanço um beijo á multidão. A entrevista com Harry vai começar.

– O que lhe trás de volta?

– Eram saudades de suas entrevistas Caésar.

– Ora, mas para isso você não voltaria aos jogos. – eles parecem amigos há muito tempo, e na verdade, até que podem ser – Não vai me contar o motivo real para isso tudo acontecer?

– Digamos que eu queira impressionar uma garota. Talvez eu queira salvá-la, não de nada, mas de mim mesmo.

– Acho que não estou compreendendo muito bem.

– Eu sou mais perigoso do que imaginam, acabei colocando-a em risco, agora eu só tenho que me redimir com ela.

– Você que dizer que vai ganhar os jogos e pedir desculpas pra ela?

– Na verdade ganhar não é uma opção.

A frase era meio vaga, tinha um duplo sentido terrivelmente duvidoso, e o pior, os sentidos eram completamente diferentes. Ele vai me matar, digo, ganhar ou vai fazer o contrário disso? Eu não podia acreditar que era sobre mim que ele falava, porque realmente talvez não seja, mas era tudo o que eu queria, que ele estivesse fazendo isso tudo para me salvar. Mas espere, me salvar do quê?

Não podia ser pra mim, não tinha sentido. Agora tudo estava claro, ele tinha outra, e eu realmente era apenas mais uma garota da costura que ele possa ter gostado por um curto espaço de tempo. Só que os meus sentimentos não são falsos, mesmo eu querendo que fossem. Eu o amo. E talvez esse seja meu maior defeito, eu não consigo odiá-lo por não me amar, ou por ter outra, e nem mesmo consigo odiá-lo a ponto de matá-lo, espero que algum dos carreiristas o mate antes que eu tenha que fazer isso. Quer saber de uma coisa? Se esses sentimentos querem realmente tomar conta de mim, então que tomem. Não posso controlar o que sinto, acho melhor deixar levar, viver os últimos segundos que tenho do jeito que eu quiser, perdi grande parte da minha esperança de ganhar, o medo dos carreiristas voltou, não de Connor, nem de Alaska, mas sim de Peter e Vênia, esses com certeza querem cortar o meu pescoço no começo dos jogos. Mas já estou decidida, vou deixar Harry escolher o que sente por mim, se for no mínimo uma porcentagem do que agora percebo sentir por ele, já é o suficiente.

Porque pensando bem, há quanto tempo o amo? Nosso primeiro encontro não foi na aldeia dos vitoriosos, nós estudamos na mesma escola, agora me lembro de vê-lo me estreitar com os olhos durante o recreio, e eu também, eu sempre o espionava. Já brincamos de pega-pega juntos quando criança. Me lembro de puxá-lo pela mão para nos escondermos atrás de uma árvore. Esses sentimentos esquisitos que foram sucumbidos pela dor de sua ausência agora foram despertos. Isso é uma droga. Como eu o odeio, e amo.

Mas levando ou não essa história a diante, eu tenho que me preparar para os jogos, e somente isso, talvez o pouco amor que Connor tenha a me dar possa afogar Harry, talvez não, não sei o que sinto.

Saio imediatamente da sala e vou para meu dormitório, não é por eu ter descoberto o tamanho do meu amor por Harry que terei de ouvi-lo falar de uma outra.


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Notas finais do capítulo

Acho que é bem isso, ninguém sabe o tamanho do amor que sente até que outra pessoa tenta roubá-lo.