Um Nobre Apaixonado escrita por Mary


Capítulo 16
Capitulo 16 - Um Baile de Desmascarados.


Notas iniciais do capítulo

OLÁ
O titulo é sugestivo, não?
Sem spoiler aqui. Só vou avisar que as lembranças vão ser em itálico.
Besos e até lá embaixo



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POV Carlisle

As palavras pesaram um pouco para sair, eu não deveria me sentir tão afetado com a ida de Eleazar, ele era o que? Meu melhor amigo por 22 anos. Soltei um longo suspiro enquanto os olhos de Esme analisavam minha expressão. Eleazar foi embora.

– Oh, querido. – ela disse. – Sinto muito por isso. Vocês parecem bons amigos.

– Eu também pensava assim. – respondi, tentando manter minha voz o mais firme e séria possível. – Mas estou acostumado com isso, logo passa. Ninguém é tão essencial assim, é?

– Eu... – ela deu de ombros. – Não sei o que dizer, desculpe.

– Tudo bem. – mentira. – Mas não vim aqui para falar de Eleazar. – mentira de novo. – Está pronta para o baile amanhã? – perguntei.

– Oh, claro. – ela disse dando um pequeno sorriso. – Emmett não parece muito animado, mas ele pôs na cabeça que vai me acompanhar. – disse.

– Hmm. Emmett parece ser um bom garoto. – falei.

– Ele é. Tenha certeza disso. – ela disse, se mostrando orgulhosa do filho. Seus olhos me analisaram de novo. – O que está acontecendo? Parece tenso, arriscaria até dizer que está nervoso. Se não é por causa de Eleazar, é por quê? – disse.

– Não é nada de mais, só estou preocupado com amanhã, vai ser um dia importante para o reino e para a família. Tudo tem que estar perfeitamente nos eixos. Quando mais rápido isso se ajeitar, quando mais rápido eu tiver um sucessor, melhor. – me deixei sentar no baú aos pés da cama.

– Aconteceu alguma coisa que não está me contando. – eu entendi que não tinha sido uma pergunta.

– Passei mal hoje, pior do que das outras vezes. – murmurei. – Tive um desmaio. O médico disse que não pode descartar problemas no coração, e se realmente for isso... Posso... – ela tocou meus lábios com o indicador, se abaixando em minha frente.

– Juro que se você falar em morrer, eu bato em você. – disse. – E se for a mesma coisa que da outra vez? Hmm? E se o problema não for com você? Quer dizer... Você sabe do que estou falando. – mordeu o lábio.

– Eu juro. Juro que por um momento pensei em desistir dessa ideia de casamento, entre a Rose e meu primo. Mas depois do que aconteceu essa tarde, depois de tudo que o médico me disse... Eu vi que não posso desistir, tem muito mais coisas em jogo do que simplesmente a minha palavra. Tenho medo do que pode acontecer com o reino caso eu... – hesitei. – Caso eu morra sem um dos meus filhos casados. A única alternativa é esse casamento. Rosalie tem que entender que precisa fazer sacrifícios, e que a palavra real não se quebra, nem pelos caprichos de uma menina mimada. – sussurrei a ultima parte. – Consegue me entender?

– Não vou mentir para você, não vou dizer que entendo e que concordo, porque você sabe muito bem que sempre tive um pé atrás com tudo isso. – falou. – Mas sei que isso é uma decisão sua e que só você pode fazer algo. Só espero que esteja consciente das coisas que você está colocando em jogo. – segurou minhas mãos. – Mas mesmo assim, pode contar comigo.

– Obrigado, meu amor. – acariciei seu rosto com as costas da mão.

Ela sorriu para mim e se levantou um pouco para me abraçar. Envolvi sua cintura com meus braços e a puxei para meu colo, beijando-a. Suas mãos brincaram com meu cabelo e o agarrou próximo a nunca. Passei minha mão em suas costas e desci meus dedos para seus braços, sentindo-a se arrepiar com meu toque. O ar começou a faltar. Esme separou nossos lábios e inclinou a cabeça para trás, desci meus lábios para o seu pescoço e o beijei, traçando uma trilha até próximo ao decote de seu vestido. Suas mãos puxaram meu rosto de novo para cima e ela me beijou. Minhas mão apertaram com força sua cintura. Ela inclinou o rosto para o lado e beijou meu rosto.

– Acho melhor irmos com calma. – ofegou próximo ao meu ouvido.

– É, está certo. – sorri. – Desculpe, mas é dificil me controlar com você.

– Vamos aprimorar isso com o tempo. – ela riu levantando do meu colo.

– Eu acho que vou indo, tenho coisas pra arrumar inda. Amanhã o dia vai ser cheio. – suspirei.

– Tudo bem. – ela disse. – Nos vemos amanhã então, Majestade.

– Oh, claro, minha cara. – ri me levantando e puxando-a para um beijo rápido. – Até amanhã.

Esme me levou até a porta, recoloquei a capa e sai em direção ao Castelo. E o resto do dia passou na monotonia dos preparativos do baile. Rosalie passou o dia trancada do quarto com o irmão e com Edward. Eles deviam estar pensando as mil e uma maneiras de acabar com a festa amanhã. Não me dei o trabalho de pressiona-los em relação a isso. Não importava o que eles fizessem, amanhã sairia esse noivado, a não ser que alguma coisa me provasse que eu estava totalmente errado em relação ao isso. Jantei sozinho, já era de se esperar. Comi pouco, não estava me sentindo tão disposto quando eu deveria estar. Subi para o quarto e tentei ler antes de cair no sono. Acordei cedo, o sol estava nascendo devagar no horizonte.

Era hoje. Depois dessa noite, em poucos dias, Volterra teria uma Rainha...

Mesmo com o pensamento de Rosalie assumindo o trono, senti um arrepio na minha espinha, quando pensei em Félix sentando em meu trono, tomando minha filha como sua mulher... Tocando na minha... Minha menina. Afastei esses pensamentos da minha cabeça. Tarde de mais para sentimentalismo, Carlisle. Acho que perdi as contas de quanto repeti isso para mim mesmo.

Abri a porta da sacada e vesti o roupão, sentindo o ar frio da manhã. Encarei os jardins abaixo... Minha mente foi tomada por lembranças.

Eleazar, Carmem, Elizabeth e eu. Sentados no chão, sobre uma toalha de piquenique. Eleazar estava com a cabeça no colo de Carmem, e com um cacho de uvas na mão. Eu estava escorado em uma arvore e Liz estava escorada em mim. Devíamos ter uns 18 anos, talvez Liz até já estivesse grávida, mas disso, não consigo me lembrar. Apesar de tudo, éramos bons amigos. Eu estava animado, falando para eles sobre os planos que eu tinha para o Reino e as coisas que eu gostaria de fazer.

– Você é completamente maluco! – Eleazar disse rindo, jogando uma uva em mim.

– Eu? Maluco? – joguei a uva de volta, e ele abriu a boca, tentando pegá-la. – Bem, eu não diria maluco, mas sonhador talvez.

– Um maluco. – ele repetiu.

– “Um maluco. Blá blá blá” – bufei.

– Meninos. – Liz repreendeu sorrindo. Seu sorriso era o que mais encantava nela. – E não, meu irmão. Ele não é maluco. Até acho bonito que sonhe, Carlisle. Quem sabe assim as coisas mudem.

– Viu, sua irmã está do meu lado. – falei. Ele revirou os olhos. – Mas falando sério. Tenho vontade de fazer tudo isso que disse. Quero marcar a história desse Reino, quero ser o melhor Rei que Volterra já teve.

– Longe do reflexo do seu pai. – Carmem se pronunciou.

– O mais possível. – concordei. – Meu maior medo é de me tornar como ele.

– Você é bom, meu amigo. – Eleazar disse. – Isso não vai acontecer.

Uma movimentação começou no jardim, me tirando de meus devaneios. Por alguns momentos milhares de imagens vieram a minha mente, mas balancei a cabeça, tentando me livrar delas. Me banhei e me arrumei, indo para a sala do trono. Passei o dia lá. Pensando, lembrando de coisas. Mas para todos os efeitos, eu estava supervisionando a decoração do salão central.

O dia passou como se alguém empurrasse os ponteiros do tempo. Subi novamente para meu quarto e coloquei a farda oficial, prendi a bainha da espada a roupa e coloquei a espada nela. Nada mais do que simples tradição. Perto das 20h desci novamente para o salão central. Meus filhos e Edward desceram poucos minutos depois, me surpreendi a ver que Eleazar já estava lá.

Não trocamos nenhuma palavra durante uma hora, Carmem se sentou próxima ao trono de Rosalie, tentando acalma-la, já que ela chorava em silencio. Eu não consegui olhar para ela por muito tempo, sentia um aperto no coração. Me dava vontade de coloca-la no colo e embala-la até que ela se acalmasse e pegasse no sono. Mas não. Era tarde de mais. Minha menina tinha crescido.

Conforme os convidados da corte chegavam para o jantar que iria anteceder ao baile, eles iam diante do trono e nos reverenciavam, alguns murmuravam alguma coisa. Mas a grande maioria fingiu não ver o desespero nos olhos de Rosalie.

– Rose. Querida. – Carmem disse. – Tente se acalmar, por favor.

– Deixe-me chorar tudo agora, Condessa. – Rosalie disse. – Porque com o fim da felicidade as lagrimas secam. Acho que tenho que lhe agradecer por isso, não é, Majestade?

Eu não iria responde-la, começar uma discussão agora. Quando fui me virar em direção a ela, mas portas do salão se abriram um ultima vez. Os convidados que conversavam animadamente abriram espaço para Aro, Sulpicia e Felix passarem em nossa direção. Me levantei do trono e desci dois degraus da pequena escada a minha frente.

– Carlisle, meu caro! – Aro saudou. – Nunca fiquei tão feliz em vê-lo.

– Duque. Como vai? – me esforcei a dar um aperto de mão.

– Rosalie. – Felix disse. – Devo dizer que estas fascinante está noite, não vejo a hora de firmarmos um real compromisso. – completou.

Coloquei a mão em seu ombro, o impedindo de avançar em direção a ela.

– Na hora certa, falaremos disso, meu primo. – falei olhando sério.

– Como queira, Majestade. – disse.

– Depois do jantar teremos o baile para algumas pessoas do reino, lá farei o comunicado. – falei olhando para Aro.

Ele apenas assentiu com um pequeno gesto com a cabeça. Eles cumprimentaram os outros, sem ter uma resposta de volta. Quando todos os convidados da corte chegaram, seguimos para a mesa de jantar, posta em um canto do salão. O jantar ocorreu em silencio, na maior parte do tempo pelo menos. Quando terminamos de jantar já deviam ser quase 22h. Logo os outros convidados começariam a chegar. Os guardas foram para a porta na parte de cima das escadarias, e a banda começou a tocar uma música qualquer. Alguns convidados já tinham ido dançar. Felix tentou umas duas vezes tirar Rosalie para dançar, mas ela dizia não estar se sentindo disposta. Duvido muito que algum dia ela esteja. Quando os músicos deram uma pausa, para combinar uma próxima música a ser tocada, corri meus olhos pelo salão, muita gente já havia chegado. E então o barulho das portas se abrindo me fizeram olhar para o topo das escadas. Esme estava de braços dado com Emmett, em um vestido verde escuro e preto, suponho que o verde fosse veludo. Emmett tirou a capa dos ombros dela e entregou a um criado, que aguarda para pegá-la. Olhei de relance para o lado e vi que Rosalie tinha a mesma expressão que a minha, olhava em direção as escadas extasiada, com um sorriso bobo nos lábios. Sem pensar duas vezes me levante e estiquei a mão para Rosalie. Ela me olhou um pouco, hesitante, e então a pegou. Guiei ela pelo salão e percebi que ela me olhava sem entender o que estava acontecendo.

– O que vai fazer? – sussurrou.

– Hoje você é a pessoa que tem mais direito de sorrir. – murmurei.

Subi as escadas até a metade, e então Emmett desceu a nosso encontro. Ele parou na minha frente e ficou me olhando. Entreguei a mão de Rosalie a ele e deu um pequeno sorriso, assentindo. Rosalie sorriu, com as bochechas corando de leve. Os dois desceram e eu subi em direção a Esme. Ela sorriu para mim, e retribui o sorriso.

– Me dá a honra? – estiquei a mão para ela.

– Sempre. – ela colocou a mãe sobre a minha.

Descemos novamente para o centro do salão. Acenei com a cabeça para os músicos, assim que chegamos ao centro do salão, com os convidados abrindo caminho para nós dois. A música começou a tocar e nós começamos a dançar, devagar, aproveitando cada momento.

POV Emmett

Fiquei realmente impressionado com a reação do rei. Não esperava que ele deixasse eu e Rosalie dançar juntos. Perdi a conta de conta música dançamos, conversamos animados, era bom estar com ela, mesmo levando em consideração as situações. Aro chamou Carlisle e minha mãe para um lado do salão e disse algo, entregando uma taça de vinho para Carlisle. Felix e ele falaram outra coisa e foram em direção a uma sala paralela com o salão. Pedi para Rosalie esperar um pouco e fui atrás deles. Parei ao lado da parede da porta, esperando para ouvir alguma coisa.

– O golpe final vai ser hoje! – Felix disse animado. – O primeiro gole que ele der naquela bebida, adeus. – riu.

– Hoje mesmo você se casa com a princesa e concluímos nosso plano. – Aro disse.

Não cosigo explicar a reação que tive, quando me virei para sair, acabei batendo em um dos criados e a bandeja caiu. Vi que Aro e Felix saíram da sala. Corri entre os convidados em direção ao Rei. Vi que eles viam atrás de mim.

POV Carlisle

Aro me chamou e disse uma coisa se sentido, me entregando uma taça com vinho. Logo depois ele e Felix saíram para algum lugar que não vi.

– Não entendi o que ele queria. – Esme disse.

– Nem eu. – dei de ombros.

Levantei a taça de vinho em direção a boca.

– Majestade! – Emmett gritou, fazendo todos ficaram em silencio. Quando dei por conta ele tinha derrubado a taça da minha mão. Ela estava despedaçada no chão, o vinho derramado e o cristal manchado com alguma coisa vermelha.

– O que deu em você, garoto? – Esme disse. Meus olhos iam de Emmett para a taça no chão.

– Felix e o Duque colocaram veneno na bebida. – ele disse.

– Ora, plebeu, como ousa! – Felix gritou empurrando Emmett para o lado e tirando a espada da bainha e a colocando a dois centímetros do peito de Emmett.

– Guardas! – ouvi Eleazar gritar.

Esme apertou minha mão e eu senti meu sangue ferver.

– Se tocar nele vai se arrepender! – Rosalie gritou.

Felix virou a espada para Rosalie rapidamente, colocando a ponta da lamina no pescoço dela. Soltei a mão de Esme, ofegando. Puxei Rosalie para trás de mim e com um golpe a espada de Felix caiu. Coloquei minha espada encostada em seu peito.

– Só não mato os dois por traição aqui mesmo, porque não vou sujar o nome dessa família com o se sangue imundo. – falei entre dentes. - Guardas! – gritei.

Prontamente alguns guardas seguraram Felix e Aro.

– Você vai se arrepender! – Felix gritou.

– Você quem vai se arrepender por um dia ter tentado machucar minha filha! – falei. – Levem eles daqui! Agora! – gritei.

Os guardas os tiraram do salão. Eu ainda ofegava. Eleazar parou ao meu lado e juntou a espada de Felix que estava caída em minha frente.

– Tudo bem, Majestade? – ele disse.

– Perfeitamente, Conde. – falei. Coloquei a espada de volta na bainha. – Pode pedir, para a sua senhora acompanhar Rosalie até o quarto? E pode subir com os meninos, por favor? – falei.

– Claro, Majestade. – disse ele se curvando. – Como queira.

Ele saiu junto as ‘crianças’. Falei alguma coisa para os convidados e eles saíram, Emmett foi ajudar as meninas a pegar as coisas. Em alguns minutos só estava Esme e eu no salão.

– Eu... – ela começou.

– Sim, você me disse. – falei.

– Eu ia dizer que estou aqui se precisar. – falou. – Mas sim, eu te avisei.

– Mamãe! – Alice chamou. – Vamos?

– Nos vemos amanhã, com calma. – falei.

– Tudo bem. – ela disse olhando para onde Alice estava, por cima do meu ombro. – Tchau, querido, durma bem e tente falar com Rosalie. - ela me deu um selinho rápido.

– Peça para Emmett vir aqui amanhã, quero agradecê-lo. – falei dando-lhe outro selinho. – Boa noite.

– Boa noite. – ela disse saindo.


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Notas finais do capítulo

Ando em uma crise existencial. Estou achando que não sou legal o suficiente com vocês, mas enfim, acho que é TPM não liguem UHAUEHUAHEUAHEU
Vou tentar responder todos os comentários, então esse é o momento para perguntar.
sei que querem cabeças rolando, logo logo isso começa.
Beijos e até mais amorecos



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