One Thing escrita por SamyhS, Faith Healy Akiyama


Capítulo 2
Alone in the world


Notas iniciais do capítulo

Bom, tá ai mais um capítulo, espero que gostem!



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POV Melissa


Levantei-me do banco e sai do parque silenciosa e calmamente. Estava disposta a ter uma conversa séria com meu pai. Andando na rua, pensava na possibilidade de contar para ele tudo o que eu sinto. Mas não sei se é a hora certa, e nem sei se isso é certo.

Mesmo assim, ainda iria conversar com ele, eu realmente deveria, pelo fato daquilo já está me sufocando. Não é que eu não goste do meu pai, mas fazia exatos quatros meses que eu não dormia direito. E isso não é normal para uma adolescente. Não é mesmo.

Segui o caminho conhecido da minha casa, já sem os fones, pela rua deserta. Quando entrei em casa, estava no mesmo silêncio de todos os dias. Sai procurando o meu pai, pois o mesmo não estava no quarto.

– Pai? – Perguntei ligeiramente assustada. – Onde você está?

Sai andando e entrei no quarto dele. Onde sempre deixo a bandeja com as refeições dele, havia uma carta, dobrada desengonçadamente sobre a cama. Peguei-a. Abri com cuidado e vi letras escritas desleixadamente. A caligrafia de meu pai. E li o que estava na carta:

“Querida filha”.

“Provavelmente agora já estarei longe, muito longe. No céu. Onde eu já deveria estar a muito tempo. Onde eu deveria estar desde que sua mãe morreu. Eu sei que sou um incômodo para você, ou era. Mas agora, provavelmente já morri. Sei que não deveria, e estou só pensando em mim, mas eu não aguentaria. Não sem ela. Desculpe se te desapontei. Desculpe por ter te deixado só desde aquele bendito acontecimento. Desculpe-me. Por tudo. Só saiba que eu te amo mais que tudo. Vocês são as pessoas mais importantes da minha vida, e eu não conseguiria mesmo continuar sem uma das duas. E realmente não consegui...”.

Meus olhos já estavam lacrimejando demais, soltando as lágrimas que manchavam o papel. Logo meu choro silencioso se transformou em soluços, bem incontroláveis. Sozinha no mundo. Era isso que eu estava. Meu pai também havia me deixado. Como eu vou viver agora?

Escutei sirenes na porta da minha casa e desci rapidamente limpando com as costas das mãos as minhas lágrimas. Meus olhos deveriam estar vermelhos, e meu rosto deveria estar inchado. Mas quem se importa?

– Você é a senhorita Parker?- O policial que havia batido na porta me perguntou.

– Sim, eu sou. – Disse já me segurando para não chorar.

– Bom, eu sinto muito, mas o seu pai sofreu um acidente de carro e não resistiu. – Ele falou me olhando com pena.

– Eu meio que já sabia. Ele... – Fechei os olhos e respirei fundo para continuar. – Ele escreveu uma carta de suicídio.

– A senhorita me permite ver? – Ele perguntou olhando o papel em minhas mãos. Estendi-lhe o papel já amassado, que ele abriu, passou os olhos pelas palavras, voltando a me entregar.

– Quantos anos você tem? – Ele me perguntou e eu abaixei a cabeça.

– 16. Faço dezessete no mês que vem. – Disse erguendo a minha cabeça e voltando a encará-lo.

Depois de muito tempo conversando com aquele policial, ele me deixou entrar e eu passei minha noite chorando como nunca chorei na vida. Perdi meus pais. Estou sozinha. E agora, mas triste do que nunca. Agora só me resta pensar em uma coisa: Como será a minha vida agora? Só sei que perdida em meus pensamentos, acabei dormindo.


POV Sophie


Nosso pai estava esperando a gente no aeroporto. Quando o vi, não sabia se sentia ódio ou alegria, pois afinal, ele haavia abandonado minha mãe, ainda por cima grávida!

Sammyh foi correndo ao seu encontro, deixando as malas no chão, e eu ainda um pouco perplexa, fiz o mesmo, já estava até sentindo lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas. Fomos em direção carro depois disso.

(...)

Chegamos até a casa dele, e ele nos ajudou a tirar as malas do carro. Deixando a malas na frente da casa, abriu a porta:

– Bem, deixaremos as coisas ai mesmo. Preciso falar com vocês. – Meu pai falou se sentando no sofá, e nós o acompanhamos. – Eu recebi uma ligação do meu trabalho e... Eu vou ter que viajar e passar fora uns seis meses. Não disse a sua mãe, porque não queria preocupá-la. Aliás, vocês só estão aqui para ficarem sozinhas em Nova York enquanto ela trabalha.

– Aonde quer chegar? – Falei sendo fria e um pouco grossa demais com meu pai.

– Durante esse tempo, eu... Matriculei vocês num internato. – Ele disse coçando a cabeça.

– O QUÊ?!– Eu e Sammyh dissemos ao mesmo tempo.

– Prometo que será rápido. Topam? – Ele perguntou com uma cara meio preocupada.

– Eu topo!- Sammyh disse.

– É o jeito...

Ficamos em silêncio por segundos e eu decido o quebrar:

– É só?- meu pai me olha confuso- Você passa 17 anos longe da gente, e a única coisa que diz é "Matriculei vocês em um internato?" - digo fazendo uma imitação ridícula de sua voz. Na hora que meu pai ia começaar a falar, percebo seus olhos ficam marejados, e desiste. Sammyh me repreende com seu olhar-Desculpa.- digo sussurando e me levanto pegando minhas malas.

– A onde vão?

– Tomar banho. – Falei subindo as escadas.

– Descansar. – Sammyh disse atrás de mim.

– Querem comer pizza? Caso queiram, às 17h30min aqui na sala para nós sairmos. – Ele disse gritando.

Entrei em uma das portas do grande corredor da esquerda, me deparando com um quarto todo decoradinho. Joguei as malas lá dentro e fui direto para o banheiro. Já eram 17:00 quando sai do banho. Sim, eu demoro demais para tomar banho. Troquei-me e desci as escadas, encontrando meu pai assistindo TV.

Peguei o notebook, que se encontrava numa mesinha no centro da sala.

– Se arrumou cedo. – Meu pai disse sem tirar os olhos da TV. Balencei a cabeça em concordância.

Entrei no meu email, e tinha uma mensagem da minha mãe:

“Filha,

Saiba que eu estou com muita falta de vocês, estou morrendo de saudades, já. Espero que tenham chegado bem. Estão gostando? Se não tiverem trago vocês de volta agora. Brincadeira, eu não posso, se pudesse já teria o feito. Mas, bem, estou sem tempo para escrever, sabe? Porque estou usando o computador do meu trabalho. Saiba que te amo, também. Beijos! Prometo enviar mensagens quando eu puder, e manter contato”

Terminei de ler e o meu rosto estava completamente molhado. Estava morrendo de saudades.

– E ai, gente! – Sammyh falou ainda descendo as escadas.

– Ah... – Tentei falar em meio a soluços baixos. – Vamos?

– Tá bom. – Ela falou meio sem entender.

Meu pai pegou as chaves do carro e fomos em direção a porta. Entrei no carro, sentando-me no banco de trás.

Chegamos à pizzaria e eu nem havia percebido. Sentamos-nos numa mesa atrás e pedimos uma pizza de calabresa.

(...)

Sammyh e meu pai conversaram muito. Ás vezes eu dizia um "Hm" ou "Aham" ou apenas assentia. Evitei conversa para não me estressar e começar uma discurssão na pizzaria. Sammyh não havia nem tocado a sua pizza, enquanto eu, já estava na 3ª fatia.

– Vou ao banheiro!- Ela se levantou e caminhou em direção ele com passos longos e rápidos.


POV Sammyh


Não sei por que fiz isso, mas... Aquela vontade era incontrolável. Tranquei-me em uma das cabines, e no mesmo instante ouvi batidas.

– Abre isso logo, Sammyh! Eu não estou brincando! – Droga! Ela veio atrás de mim.

Uma voz ecoava em minha mente dizendo "Não faça isso", mas algo me impulsionou. Tarde para voltar atrás agora.

Quando olhei para o vaso e vi o sangue... Senti-me um lixo, achei que já houvesse parado, mas não era mas por vontade própria, era incontrolável! Comecei a chorar sentada ali mesmo. Quando não ouvi mais batidas, abri a porta. Sophie entrou desesperadamente lá dentro. Vi tristeza em seus olhos, enquanto ela observava a cena.

– Pensei que tivesse parado. – Ela disse olhando para mim, sem expressão.

– Eu tentei, mas... – Ela me interrompeu bruscamente.

– Vamos embora.

Meu pai já havia pagado a conta, e já nos esperava no carro. Sentei-me no banco de trás com Sophie. Apoiei minha cabeça sobre seu ombro, enquanto ela acariciava meu cabelo.

Cheguei a casa, e fui direto para o meu quarto. Joguei-me na cama e dormi com aquela mesma roupa, pensando em nada.




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Notas finais do capítulo

E ae liamdas? Merecemos reviews?



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