Fairest Of Them All escrita por gabriel_mello


Capítulo 2
Capítulo 2 - Bem-vinda a Forks.


Notas iniciais do capítulo

Não tive muito tempo para fazer esse capítulo, mas fiz o melhor que pude. Enfim, espero que gostem:



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  Forks era ainda mais linda do que eu imaginara. O verde vestia todos os lados que eu olhava. O barulhinho da chuva batendo na janela do carro era acolhedor. Agora eu me perguntava por que minha mãe quisera deixar Forks? Eu a culpava um pouco por me privar de viver aqui.

  Quando pegamos uma rua habitada, finalmente encontrei pessoas caminhando na chuva. Mesmo em Forks, eu era mais pálida do que as outras pessoas. Mas não notariam tanta diferença.

  Charlie estava com um sorriso no rosto a quatro horas, e eu já estava assustada. Mas que droga estava acontecendo? Meu pai era do tipo “rabugento amoroso”. O que acontecera com o rabugento? Decidi encará-lo. Meus olhos faziam as perguntas que eu não tinha coragem de fazer em voz alta.

– Estamos quase chegando, querida – disse ele ainda sorrindo.

  Continuei fitando-o. Ele pareceu meio nervoso, até que começou a dizer com cautela.

– Bellinha – Bellinha? – Quando chegarmos em casa, quero que você conheça alguém. Você vai adorá-la! Ela é a mulher mais linda e gentil desta cidade. Eu e ela estamos... bom... juntos.

  Então era isso? Charlie estava me preparando desde que fora me buscar em Seattle para me dizer que agora eu tinha uma madrasta?

  Sempre tive bons exemplos de madrastas, mas eu já era tímida o bastante para viver numa casa sozinha com Charlie, não sabia se sobreviveria com mais uma mulher estranha. Tentava processar e aceitar a notícia.

– Pai, eu não... – comecei, mas ele me interrompeu.

– Chegamos! Bem-vinda ao lar.

  Detectei algo sombrio em sua voz.

  Charlie levou as malas para dentro. A casa era enorme. Toda branca por fora, e com uma pequena varando na frente. Entrei rápido para não me molhar. Assustei-me ao entrar: a casa era escura demais por dentro, e uma figura muito pálida me fitava com os olhos arregalados. Só então percebi que era eu mesma, refletida em um dos muitos espelhos que havia na sala. Quanto será para ficar em um hotel? Pensei.

  Subi as escadas para ter certeza de que lá em cima era mais normal. Então tive mais uma surpresa. O corredor tinha várias portas, e só o que o iluminava eram tochas posicionadas ao lado de cada porta.  Eu estava num filme de terror ou voltara a era medieval? Com certeza tinha algo muito errado com meu pai, com esta casa, e provavelmente, com a minha madrasta.

  Caminhei devagar no corredor, e parei onde pensava ser meu quarto. Abri a porta pela metade para ter certeza antes de entrar. Foi quando eu a vi. Era a mulher mais linda que eu já vira. Sua pele chegava a ser mais branca do que a minha. Seus lábios eram vermelhos como os meus. Tinha cabelos tão ruivos quanto o fogo – Ela não era muita areia para a viatura de polícia de Charlie? Ela caminhava com a mais elegância que alguém poderia, ao encontro de algo na parede. Abri a porta um pouco mais para ver o que era.

  Ela posicionou-se na frente de um espelho enorme que parecia muito antigo. E começou a falar com ele.

– Mirror, Mirror, on the wall... Who is the fairest of them all?

  A mulher de longos cachos de fogo parecia mesmo esperar que o espelho respondesse. E ele respondeu. Foi quando tudo em mim pareceu desabar. Quinze minutos em Forks e tudo o que eu acreditava parecia uma mentira.

  O reflexo no espelho mexeu a boca enquanto a própria mulher estava calada.

– Victoria – disse o espelho com a mesma voz doce e poderosa da real Victoria – Tu sempre fostes a mais bela desta cidade. Mas hoje, por ter tanta beleza por dentro e por fora, a mais bela de todas... – O reflexo no espelho mudou. Agora eu estava lá, e o espelho continuou em minha voz – Sou eu.

  Eu estava paralisada. Em estado de choque. Eu não sabia o que pensar, ou o que fazer. Eu não sabia se estava sóbria ou se haviam colocado algo na minha Coca-Cola no avião.

– Quem é você? – perguntou ela ao espelho.

– Isabella Swan, tua enteada.

  Victoria arregalou os olhos. Acho que ela esperava menos de mim. Afinal, eu não era tudo aquilo mesmo. Eu não era a mais bela de todas.

– O que devo fazer? Sugar sua alma jovem e bela?

– Jamais – O espelho respondia com calma – Eu sou pura demais para que tu possas ter minha alma em teu corpo sujo.  Tu deves me matar para voltar a ser a mais bela de todas.

  Me desesperei. Fiquei tão nervosa que tropecei no nada – o que era típico em mim – e deixei que a porta abrisse completamente, me revelando ao chão.

  Victoria me olhou como um felino reconhecendo a presa. Só então percebi que seus grandes olhos eram vermelhos.

– Mate-me – sussurrei no espelho.

  Corri o mais rápido que pude. Olhei para a trás, mas Victoria não vinha atrás de mim. Mesmo assim, desci as escadas, e pulei para fora de casa, aterrissando com um tombo na varanda. Olhei para cima e havia uma picape vermelha estacionada na frente da casa, que eu não havia reparado antes. Corri até ela. Um papel colado na janela dizia “Presente de boas-vindas para Bella, de sua querida Victoria”. Talvez ela fosse me dar esta picape se o espelho não mentisse que sou a mais bela.

 Senti algo atrás de mim. Olhei para ver o que era ao mesmo tempo que comecei a correr. Era Victoria, com roupas diferentes das que usava no quarto – Ela havia parado para trocar de roupa e mesmo assim conseguira me alcançar?

  Entrei na picape que estava com a porta do motorista aberta, e a chave já estava pronta para dar a partida, com um lacinho vermelho em volta. A picape saiu rugindo, mas era mais rápida do que eu pensara. Victoria impediu que eu fugisse com apenas uma mão segurando a traseira do carro. Eu não conseguia entender. Acelerei o máximo que pude. A pobre picape fez tanto esforço que acabou soltando um jato de óleo em Victoria. A mulher gritou de ódio. Foi a minha chance.  Corri para a estrada. Dois minutos depois, Victoria me acompanhava, correndo tanto quanto o carro. Eu devia estar louca. Não havia saída.

  Percebi que já estava em uma área sem casas. Provavelmente no caminho de uma floresta, mas era escura demais. Joguei a picape no meio do mato, em uma tentativa desesperada de fugir. Mas o carro bateu em uma árvore e fui arremessada floresta abaixo.


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Notas finais do capítulo

Eai, o que acharam?