Crônicas De Um Filho De Hades escrita por Hades the bloody rage


Capítulo 5
Dois presentes, Um semideus rebelde


Notas iniciais do capítulo

E aí está o bonus de hj ^^ Prometo que posto com mais regularidade agora :x



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Eu não sei quem está mais surpreso... Eu, Quíron ou os semideuses ali presentes. Um deus NUNCA faz uma visita assim tão repentina... Principalmente o deus dos mortos, considerado o mais antissocial de todos os deuses. Um silêncio mortal paira sobre o ar... Papai nos observa, nós o observamos, e é assim que fica por um longo período de tempo.

-HADES?!- Uma voz surpresa, temerosa e amedrontada guinchou bem atrás de mim. Pelo modo como chamou, creio que seja relativamente “íntimo”... Talvez um deus. – Mas... Mas o que faz aqui?

- Dionísio... Vejo que continua trabalhando como diretor dessa escolinha de semideuses- Responde meu pai, com sarcasmo e satisfação no rosto- Bem, que recepção mais “calorosa” para um deus...

- PAPAI!!!- Não acredito que ela fez isso... Eu não havia notado sua presença até que passe correndo na minha frente na direção de nosso pai! Monique surpreende a todos quando ao chegar próximo ao nosso pai, simplesmente o abraça. E o mais incrível, ele retribui.

- Pai, não sabe quanta falta senti de você... - Seus olhos estão em lágrimas. Reviro os olhos. A que bonitinho esse encontro de família- Eu... Eu...

- Eu sei minha princesa da escuridão, calma- Diz ele acariciando a cabeça de Monique.

- Eu tenho TANTAS coisas para lhe contar! Sobre minha vida, minha mãe...

- Eu sei de tudo, eu sempre estive presente lhe protegendo, minha filha... - Ele diz com naturalidade e ternura na voz... Realmente, cena muito linda... Nem estou com ciúmes, sabe?- Mas eu não posso ficar muito tempo por aqui, desculpe minha princesa...

Ela assente, mas mesmo assim está sorrindo... Que alegria boba é essa? Tsc, não entendo!

- Bem, desculpe interromper o tenro momento familiar, mas... - Papai lança um olhar fulminante para Dionísio, que engole a seco e continua a falar- O que lhe traz aqui, Hades? Não creio que tenha vindo aqui só abraçar sua filinha...

- Estou aqui para declarar pessoalmente que Monique Maia é minha filha- Ao dizer isso, um elmo brilhou sobre a cabeça de Monique... Ela estava oficialmente condecorada como filha de Hades e... Ah! Para minha surpresa um elmo também está brilhando sobre minha cabeça! Acho que a maioria sabe que sou filho de Hades, mas isso é mais um processo formal... Fico feliz por ele ter se lembrado de mim- E também para entregar dois presentes, um para Monique e o outro para o acampamento meio sangue em geral.

Os murmurinhos começaram. O que o deus da morte estaria planejando dessa vez?- Isso é o que todos sempre pensam. Por isso papai não costuma ser muito generoso. Mas também creio que não sejam biscoitinhos de chocolate...  Ele estalou os dedos e duas poças borbulhantes  semelhantes a primeira surgem repentinamente do chão, cada qual com uma mão esquelética: Uma delas porta uma caixa pequena, ornamentada com desenhos de pessoas em agonia. A outra carrega consigo um embrulho de pano negro, provavelmente uma arma ou algo assim.

- A esquerda está o presente de Monique... Venha minha princesa, pode pegar!- Ele sorri apontando para o embrulho e Monique não hesita... Ela abre e dentro do embrulho está uma adaga. Seu cabo é de ouro, sua lamina é negra (Sim, ferro estígio...) e no centro, há uma joia verde brilhante. Monique a aperta, e a adaga se transforma em uma espada. Apera de novo, e a espada se transforma em correntes com uma lâmina na ponta. Uma lâmina trasmórfica de ferro estígio! MAS QUE PRESENTE MAIS LEGAL! PORQUE EU NÃO TENHO UM DESSES?

- Obrigadinha papai!- Diz ela sorrindo... Estalando os dedos e contando até dez...

- De nada, princesa- Ele retribui o sorriso- Bem, já a minha direita eu tenho o presente do acampamento meio sangue. Contemplem a caixa dos mortos! Sempre que vocês a abrirem, alguns mortos sairão dai e vocês podem usá-los para treinar seus golpes, suas habilidades, sem se preocupar em machuca-los... Podem usar a força máxima neles. E então, felizes?

Pude observar uma rápida troca de olhares entre Dionísio e Quíron... Ambos estão preocupados que isso seja uma armadilha, eu sei.

- Muito gentil da sua parte Hades, mas... Não obrigado, nós estamos bem com nosso sistema de treinamento- Replicou Quíron, cautelosamente.

Ora, como eles ousam recusar um presente do meu pai? Estão com medo, é isso? Papai dá de ombros, estala novamente os dedos e a caixa começa a descer... Eu vou ter que treinar Monique, certo? Então acho que isso é uma boa ideia...

- Se eles não querem, eu aceito!- Grito, enquanto todos me observam. Dou um passo a frente; Meu pai sorri e estala os dedos novamente... A caixa para de descer.

- Não, Gabriel- Diz Quíron- Você não pode aceitar tal presente em nome do acampamento.

- Eu não estou aceitando em nome do acampamento, estou aceitando em meu nome.- Desafiar: Esse sim é meu forte- Sou eu quem vou treinar Monique, então creio que esse seja um instrumento necessário para que isso se realize.

- Não é uma boa ideia, Gabriel... Você está no acampamento e não permitimos esse tipo de coisa aqui...- Replicou Quíron, ainda calmo.

- Se quiserem eu saio então!- Desafio- Quer dizer, quem precisa de mim aqui? Eu só sou a chave de uma profecia que pode salvar ou destruir o mundo!

Acho que ninguém aqui no recinto sabia da profecia, pois fizeram uma cara tipo “ COMO ASSIM PROFECIA?”...            

- Hã, Gabriel- Dionísio replica, falando com calma e tentando contornar a situação. Eu não estou nem aí, eu quero essa caixa e não são essas pessoas que vão impedir-me- Você está dentro do MEU acampamento e quem dita às regras sou eu. Eu não quero essa caixa aqui e pronto.

- Não ligo para sua opinião, deus rejeitado!- Nem eu acredito que disse isso. Todos exclamaram e eu observo Dionísio ficar vermelho de raiva.

- Ora seu... Eu vou te transformar numa maçã! Eu vou te deixar louco, eu vou... - Ele treme de raiva e eu começo a sentir meu corpo queimar.

- Faça alguma coisa com ele e eu farei algo com você- Meu pai fala depois de algum tempo calado. Creio que eu vi uma ponta de orgulho em seus olhos por eu ter desafiado tanta gente. Bem, a queimação parou.

Dionísio parece repensar em algo e faz uma cara de desgosto e se retira do recinto, sumindo e deixando um cheiro de morangos estragados pairando no ar. Eu só acho que ele não foi com a minha cara... Não, ele deve me achar super simpático!

- Bem, já que aceita o presente venha aqui buscar, Gabriel- Olhei para Quíron. Ele desviou o olhar. Bem, o que posso fazer se esse é o meu jeito? Caminho até a direção do meu pai e tomo a caixa... Os detalhes são incríveis e eu posso sentir a energia presa dentro daquele pequeno objeto. - Bem, acho que já está na minha hora. Adeus meus filhos e adeus, filhos de outros semideuses... Nos encontramos um dia.- Ele sorri maliciosamente e todos os semideuses sentem calafrios. Seu trono começa a afundar na poça de sombras, até sumir.

Quíron se aproxima de mim vagarosamente e sussurra no meu ouvido:

- Você vai se arrepender disso, garoto, vai por mim... - Acho que isso foi uma ameaça... - O senhor D não gosta desse tipo de coisa...

Ele então se retira do recinto. Dou de ombros, não ligo pra tal tipo de ameaça, nem mesmo de um deus.

- Bem, essa coisa toda me deu fome... E em você maninha? Quer comer algo?- Falo com indiferença. Ela assente ainda um pouco assustada.

Sentamo-nos à mesa mais afastada e isolada de todas, com vista para inúmeros semideuses n procurando por nos ignorar, pois acabávamos de nos tornar os garotos problemáticos de Hades. Bem, sei como funciona o sistema daqui, já ouvi falar no mundo inferior algo assim... É só pedir a comida e ela aparece num piscar de olhos. - Ensopado de romã com carne suína e suco de amoras cor de sangue- E em segundos a refeição aparece na minha frente. Monique imita-me e pede uma pizza de calabresa, um hambúrguer duplo com quatro queijos, lasanha de frango e um copo de coca cola light- É pra não engordar!- Bem, ela é bem estranha. E para minha surpresa, sinto uma mão pesar no meu ombro... E para minha sorte, olha quem é! A bendita filha de Zeus a quem odeio com todas as forças!

- O que você quer? Veio aqui me condenar também?- Sou áspero e direto, pois já sei de suas intenções... Lá vem ela se achar superior, falar que é melhor que eu e que eu estava realmente ferrado!

- Foi... Foi muito legal e corajoso o que você fez- Pera... Volta à fita! O que foi que ela disse?- Eu admiro sua coragem.

Atrás dela estão as outras garotas que me salvaram: Gazonni, Duda, Bartman. Todas elas aqui, pelo que parece me apoiando. Estou surpreso por receber tanto apoio!

-Nós podemos nos sentar por aqui?- Pergunta Gazonni, já puxando uma cadeira.

Pela primeira vez em MUITO tempo, uma coisa acontece em meus lábios... Não é preocupação, não é ironia, nem sarcasmo... É um sorriso de felicidade. Essas garotas me fazem sentir seguro... Eu as conheço há pouco tempo, mas... Mas eu sinto como se já fossem minhas... Minhas amigas.

- Hey emo boy, não adianta dizer não, vamos sentar aqui do mesmo jeito!- Fala Duda, sentando-se sem esperar resposta e as outras a seguem.

- Emo boy?! Mas o que seria isso?- Pergunto eu.

- Bem, você é triste, da escuridão e depressivo... Um emo!- Responde ela irônica.

- Hey eu não sou depressivo! Assim você me deixa triste!

Todos da mesa riem e uma conversa descontraída segue dali. É pelo jeito eu, o filhinho da escuridão é menos obscuro do que parece e sim... Eu tenho amigas.


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Notas finais do capítulo

Dedicado a minha querida maninha, Monique maia ♥



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