Renesmee capítulo 26

“Nunca vou sair de perto de você, meu anjo” ele me olhou de relance “Você é minha vida agora e sempre, Nessie” ele continuou.

Eu o olhei,e sorri, acreditando ingenuamente em todas as suas palavras, mas meu sorriso desaparece no momento em que estávamos chegando perto de casa, e eu já posso sentir o cheiro de minha família, e de uma única humana, Claire, o que me fez lembrar de minha sede insuportável, fazia tempo que eu não caçava.

Minha garganta pegava fogo de tão seca, mas eu não ligava para isso antes, porque minhas emoções não me deixaram muito menos meus pensamentos carregados de coisas, muitas vezes preocupações inúteis e mentiras. Mas agora eu sabia de toda a verdade, e de que meu pai podia ler minha mente, já que saímos da rodovia e entramos na estradinha.

Quando vi, eu estava quase chegando em casa, eu apertava a mão de Jacob. Não queria enfrentar a reação exagerada de meu pai e minha mãe. Ah, minha mãe. Não queria nem pensar. Ainda bem que eu tenho meus avôs, que são calmos e pacíficos. Eles me ajudam muito com os meus pais nessas horas. Tia Rose dá a razão a minha mãe, e meu pai. Tio Emmett não fica nem de um lado nem de outro.

Agora, quanto mais nos aproximávamos de minha casa, mais eu ficava com medo, eu não podia simplesmente chegar lá em casa e conversar com os meus pais normalmente, já que eu fiquei nem sei quanto tempo fora de casa, me surpreendo de que minha mãe ainda não tinha ido me procurar e me buscar para voltar para casa.

Jacob finalmente parou o caro perto de casa, eu não estava nada ansiosa para minha ‘conversa’. Eu saí do carro tentando manter a calma, e quando coloquei meus pés do chão, o cascalho fez um barulho alto. Jacob deu a volta no carro e pegou na minha mãe, eu a apertei, lhe mostrando que eu estava com medo.

Ele retribuiu o aperto de mão, e me olhou rápido, eu sabia que todos dentro de casa já sabíamos que estávamos ali, e tudo que falássemos eles iriam ouvir, e inclusive nossos pensamentos iriam ser lidos pelo meu pai. Eu tinha que evitar pensar em muitas coisas. Principalmente ontem. Eu tinha que tentar bloqueá-los, já que eu não tenho o poder da minha mãe.

Mas mesmo assim, eu viajei em minhas lembranças enquanto nós caminhávamos rumo ao meu inferno pessoal, a conversa que eu evitara a muito tempo, irá vir a tona a alguns instantes, e boa ela não irá ser.

“Mamãe, por que eu não tenho o mesmo poder que você” eu perguntei, eu era ainda bem pequena.

“Porque você é especial, cada um tem um poder diferente” ela respondeu, me olhando, surpresa pela minha pergunta.

“Hm. Qual pé o meu poder? E o que ele tem de especial?” eu perguntei, ficando curiosa para saber ao certo de toas as minhas habilidades.

“Meu anjo, você pode nos tocar, e trocar informações, e bom, nós achamos que você é o contrario do poder do seu pai, já que ele lê às mentes, e você entra nelas e às manda imagens. E supomos que você também é o contrario de meu poder, o meu é de proteger as pessoas, com um escudo. E achamos que como eu sempre sou englobada pelo meu escudo, é como se eu estivesse dentro dele sempre, e você o contrario, você fica fora dele, como se fosse uma exceção, como se sempre estivesse protegida, e imaginamos que você é imune a algumas habilidades de alguns vampiros, como um vampiro rastreador” ela me respondeu, tentando me explicar de uma forma que eu entendesse melhor.

“Então, por que o papai pode ler minha mente?” eu perguntei confusa.

“Por que nós não sabemos do que esse seu outro poder misterioso é capaz, e até agora ele permite que seu pai entre em sua mente” ela me respondeu, parecendo ser sincera.

Essa era uma das horas que eu queria poder bloquear meus pensamentos, mas como? Eu não vou saber, já que as minhas habilidades eram diferentes das da minha mãe, então ela também não pode me ajudar a aprimorá-la. Eu queria saber direito como funciona tudo isso que a minha família supõem de meus poderes. E acho que meu pai sabe do que eu acabei de pensar e de minha lembrança, acho que ele relembrou também, e também acho que ele sabia mais que eu, apesar de eu ainda lembrar muito de quando eu era bem pequena, já que não faz tanto tempo assim.

Como de costume, subimos os poucos degraus que tinham, e meu avô Carlisle abriu a porta para nós, e eu e Jacob entramos sem dizer uma palavra, eu estava assustada e com medo demais para dizer algo. Eu avaliei a sala, minha tia Alice, e o tio Jasper não estavam lá, eles deveriam estar caçando.

E logo avistei meus pais, no canto da sala. Eles estavam com expressões preocupadas e nervosas, eu já imaginava o que estava por vir de suas bocas, eles não iriam me deixar mais sair, iriam me por de castigo, mas acho que eles não sabem ainda, que nada me segura mais, não mais, antes até podia, mas agora, eu simplesmente cansei, e pela primeira vez desde que eu pensei nessa conversa, eu me senti preparada para enfrentar meu pais.

Eu parei de frente para eles, já depois de superar meu medo, Jacob parou do meu lado, e eu sentia que minha mãe iria começar a falar a qualquer momento, mas eu tinha certeza de que ela falaria primeiro, e brigaria com Jacob, meu pai  brigaria mais comigo do que com Jacob. Não sei o motivo, mas ele não enfrentava tanto Jacob como a minha mãe. Minha mãe parecia se familiarizar mais com Jacob que meu pai.

“Onde você estava?” ela já começou gritando comigo, seus olhos queimavam fogo de raiva, meu coração parecia que iria sair pela boca.

“Hm. Na casa de Jacob” eu respondi mais baixo, eu não queria que ela gritasse mais.

Quando eu vi, ao meu redor, a sala estava vazia, não tinha mais ninguém, será que era por isso que minha mãe não tinha começado a falar comigo ainda? Bom,  eu acho que era, mas agora ela olhava para Jacob com um olhar acusador, como se a culpa toda fosse dele, e eu não tivesse feito nada, como se ele tivesse me capturado.

“Como você saiu? Eu não a vi passar por aqui, alias ninguém viu” ela gritou novamente, mas agora olhando direto nos meus olhos.

“Eu. Hm. Pulei. Hm. A janela.” Eu disse, devagar.

“Você o que eu?” ela gritou co raiva, eu sabia que ela tinha me entendido muito bem, mas ela queria ter certeza de que o que ela ouviu era verdade. Ela me olhava incrédula, balançando a cabeça negativamente, lentamente.

“Renesmee! Eu não posso acreditar que você foi capaz disso, eu. Eu pedi para você não sair de casa, e foi exatamente o que você fez” meu pai indagou, cuspindo toda a verdade na minha cara, e Jacob ficou sabendo de todas as partes que eu editei da história.

“Papai, eu não agüentei mais ficar aqui dentro de casa, sabendo que tudo estava se desenrolando lá fora, e eu estava perdendo meu tempo aqui, ao invés de estar lá, resolvendo todos os problemas que eu tinha de pendente, eu não sei como pedir desculpa por não avisar vocês, mas se eu tivesse avisado, vocês me deixariam sair?” as palavras saíram como um jato de minha boca, quase sem dar para entender.

“Não, exatamente, nós não teríamos deixado” minha mãe passou na frente do meu pai, ainda gritando comigo.

“Por isso mesmo, eu não teria resolvido nada se eu tivesse presa aqui em casa, com você e meu papai me impedindo” eu disse, usando a lógica para tentar me explicar para a minha mãe.

“E você não fez nada, Jacob?” meu pai mais rosnou do que falou. Ele ia para ima de Jacob. Eu pensei que ele não brigava com Jacob, eu sempre via minha mãe fazer isso, mas eu achop que dessa vez eles estavam realmente com ódio.

Meu pai tentou machucar Jacob, eles brigavam, e parecia que Jacob não queria machucar meu pai. Só que meu pai estava com muita raiva dele, acho que foi por isso que ele ficou mais braço especialmente com Jacob. Meu pai rosnava e rangia os dentes constantemente. Até que Jacob reagiu, eu estava desesperada e paralisada vendo aquela cena horrível acontecendo diante de meus olhos.

“Não, papai! Por favor, não, ele não. Brigue comigo, eu fui à culpada de tudo, ele não tem nada a ver.” as palavras saíram cuspidas de minha boca, e quando eu vi, eu já estava gritando para meu pai.

Parece que eu consegui, ele parou imediatamente, Jacob ficou assustado, que com um comando meu, meu pai para de repente, já que meu pai não é mandado por mim, mas não sei o que aconteceu, mas ele parou, e parecia viajar em lembranças, que eram bem antigas, antes de eu nascer, já que eu não me lembro de nada que envolva essa cena. Mas ele parecia muito envolvido, e eu acho que minha mãe viu o que acontecia, então ela tomou as rédeas da situação.

“Renesmee. Eu. Quero. Você. No. Seu. Quarto. Agora. E não saia de lá mais!!!” minha mãe primeiro falou devagar, mas depois a frase saiu tão rápida que foi até difícil de mim entender.

“Mas antes de eu ir, mãe, espero que me desculpe, eu não sei se alguma vez você já fez isso para ficar com o papai, sem o vovô Swan saber, então espero que me entenda, e não vai ser você que irá me prender aqui em casa, tanto que eu estou com muita sede, minha garganta está me incomodando demais” eu soltei as palavras em cima dela, e Jacob me olhou quando eu estava acabando de falar.

Pequei a mão de Jacob, que foi solta bruscamente da minha pelo o meu pai, e apenas o puxei comigo para o meu quarto, e fomos para o meu quarto, eu estava com muita sede, e do meu quarto eu senti o doce aroma de um humano, do outro lado da parede, eu queria sair correndo, e atacá-lo, mas eu me lembrei de que Claire, que ainda era humana, morava nessa casa também, e que eu não podia fazer isso com ela de jeito nenhum.

Eu fiquei tentada a pular a janela novamente para caçar, mas decidi fica com Jacob, e acho que pelo o que eu falei para a minha mãe, ela não iria me deixar ficar desse jeito, acho que me deixaria caçar, mas com alguém, ou ela, ou meu pai, ou o vovô, algum deles. Então, resolvi esperar, até que eu tenha a permissão dela, enquanto isso, eu queria ficar nos braços de meu amado lobinho. Que me acolheu, e me reconfortou.