A Marca - Vingança escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 31
Temporada de Reencarnações - Alice


Notas iniciais do capítulo

Aviso: Houve um hiatus entre o começo do capítulo e o fim, então talvez o ritmo de escrita tenha mudado. Além disso, eu tentei fazer algo diferente, misturando a terceira pessoa com primeira, então talvez esteja um pouco confuso (Você vai entender isso ao longo do capítulo. A Alice narra, mas a história não se centra nela.) Caso esteja muito caótico e desconexo, me avise para que eu não repita essa experiência.

A LuluuhTeen mandou eu dizer que ela é minha leitora favorita e que ela não mandou eu dizer isso.

Muito obrigada aos que continuam acompanhando a fic! ^^



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Acordei numa cama macia. Minha cabeça doía, minha garganta estava seca e minha visão, embaçada.

Onde estou?

Minhas memórias não eram claras. Lembrava-me de estar no show. O vocalista falou algo sobre uma presa em uma armadilha... Que papo era aquele afinal? Depois disso, a última coisa da qual me lembro é Rebeca me puxar pelo pulso e tentar fugir. Mas por quê?

–Vejo que você acordou. Aqui, beba um pouco de água. – disse um homem sentado ao meu lado. Não conseguia enxergar direito, mas a voz me era conhecida. Aquele sotaque espanhol...

Bebi a água que me fora oferecida como se não bebesse nada em dias. Senti-me aliviada, porém a visão comprometida ainda me incomodava. Fechei os olhos com força.

–Como se sente? – perguntou o cara de sotaque espanhol.

–Minha cabeça dói. – falei, minha voz estava rouca.

–Espere um pouco, vou pegar um comprimido para você.

Ainda de olhos fechados, massageei minha pálpebra superior, esperando recobrar minha visão.

–Tem algum colírio? – perguntei.

–Infelizmente não. Aqui, abra a boca.

Abri-a, e o homem derrubou o comprimido em minha língua, servindo-me de mais água em seguida.

–Ainda dói. – reclamei.

–Que tal esperar o remédio fazer efeito? – Disse o homem num tom brincalhão. Sorri – Por que está de olhos fechados?

–Não consigo enxergar direito – reabri-os, deparando-me com a nítida imagem do perseguidor espanhol do outro dia. Gritei e dei um tapa na cara dele.

–Acho que você voltou a enxergar – ele sorriu ironicamente.

–Por acaso, sim – respondi com raiva. – O que aconteceu? Por que eu estou aqui com você?

Olhei em volta, percebi estar num quarto de hotel. Atrás das cortinas brancas, pude ver uma espécie de sala. Ao meu lado estava Rebeca, ainda inconsciente. À minha frente, o perseguidor espanhol sorria pervertidamente.

Alguém abriu a cortina.

–O que aconteceu? – perguntou um garoto. Ele parecia um pouco mais velho que eu. Era pálido, de cabelos e olhos castanhos claros. Olhou para mim – O Miguel fez alguma coisa?

–Não! – exclamou o perseguidor, indignado. – A sua falta de confiança em mim é ultrajante!

Ultrajante? Para um perseguidor ele tem um vocabulário interessante.

–Parem de gritar antes que eu arranque a garganta de vocês – disse Rebeca, levantando-se lentamente. – Minha cabeça está explodindo.

–Quer remédio? – o perseguidor ofereceu.

–Remédio é para os fracos. – ela disse – Dê-me um minuto e a dor passa. Então, porque eu estou no quarto do James?

James? Aquele americano que largou ela?

–Eu ia sair para comer e vocês duas estavam jogadas na porta. O menininho aí me ajudou a trazê-las para dentro – ele apontou para o garoto, que sorriu sem graça.

–E onde está James?

–Foi ver Elliot, eu acho.

–Há quanto tempo ficamos inconscientes? – perguntei.

–Não faço ideia, mas faz uns dez minutos que eu achei vocês. – respondeu Miguel.

Ouvi o barulho de uma porta abrindo, alguém entrou no quarto. Pelos passos percebi que eram duas pessoas.

Miguel? Could you call Rebeca? Elliot says he’s got something!

–Isso não será necessário, querido. Já estou aqui. – ela respondeu, em português, indo para a sala.

–O quê... Por que você está aqui? – ele soava surpreso, confuso e até um pouco assustado. O que fazia sentido. No lugar dele eu sentiria o mesmo.

–Eu sei tanto quanto você. Miguel diz que nos achou na porta. – ela disse.

–“Nos”? – indagou, com seu terrível sotaque de americano.

Levantei e atravessei a cortina, parei atrás de Rebeca. Cumprimentei-o timidamente. Ele era alto, e mais forte do que eu esperava. Seus olhos eram parecidos com os do meu irmão, e seus cabelos, curtos e pretos, estavam bagunçados. Isso, somado às olheiras em seu rosto, às roupas largas que vestia e sua barba por fazer davam-lhe um ar perigoso, o que era um tanto assustador. Daí eu me esconder atrás de Rebeca.

–Por que você namorou um cara assim? – perguntei.

–Hm?

–Ele é assustador. Olha a cara de assassino.

–Não sei, tem algo de sexy em caras perigosos – ela disse sorrindo.

Encarei-a confusa.

–Isso é sexy? – suspirei decepcionada. Heterossexuais não tem o mínimo senso de sensualidade. Estranhas.

Ela riu.

–Enfim, voltamos ao que interessa. Você disse que Elliot tinha alguma coisa a revelar?

–Ah, sim. Então Elliot, diga-nos o que descobriu.

O ruivo que seguia James sentou-se no sofá e cruzou as pernas.

–Rebeca, eu recomendaria que você me acompanhasse. – ele apontou para a poltrona ao seu lado.

–Estou bem em pé – ela parecia desconfiada.

–Se você acha. O que eu vou dizer a seguir pode ser bem chocante para você, está preparada?

–Vá em frente.

Ele respirou fundo, como que para fazer suspense.

–Annabeth está no Brasil.

–O quê?! – gritou Rebeca, pasmada. Percebi que suas pernas estavam bambas e suas mãos tremiam. Escutei sua respiração se tornar irregular.

–Elliot, se for algum tipo de brincadeira eu vou te matar. Eu juro. – disse James, em um tom ameaçador.

–Não é brincadeira. – respondeu o ruivo, sério.

–Annabeth? Quem é essa? Não é aquela que tava enterrada? – perguntou Miguel, confuso – O que é isso, temporada de reencarnações?

–Do que você está falando? – perguntou Rebeca, finalmente saindo do seu estado de choque e voltando-se para o espanhol. Estava confusa, e parecia ter esquecido por um momento a notícia aparentemente chocante que acabara de receber.

–Nada! ― Gritou o menino pálido. ― É uma frase de um filme que assistimos ontem, completamente sem fundamento! – Percebi que ele deu uma cotovelada discreta no Miguel, como se o reprimisse.

–Rodrigo, eu sei que você está mentindo, eu não sou idiota – ela respondeu séria ― Como assim temporada de reencarnações?

–Boa, Miguel, você tinha que estragar tudo!

–Olha, sinto muito, mas isso tudo é demais para meu cérebro! Não que vocês fossem entender, não são humanos! – exclamou Miguel, revoltado.

–Como é? Retira o que disse!

–Não, James! Você sabe que eu estou certo!

–Retira o que disse!

–Ei! Vocês já se esqueceram de Annabeth?

–Cala a boca, Elliot, tenho problemas melhores para resolver agora! Estou prestes a matar meu melhor amigo se ele não retirar o que disse.

–Então vá em frente, James, me mata! Só vai comprovar o que eu falei! Vocês não são humanos! – O perseguidor respondeu.

–Rodrigo, o que o Miguel quis dizer com temporada de reencarnação? ― Perguntou Rebeca.

–Retira o que disse, Miguel! – gritou James.

–Não foi nada, Rebeca, esquece isso ― Rodrigo mentiu.

–Rodrigo!

–Será que alguém vai me dizer que porra que está acontecendo aqui?! Eu fui resgatada de um ataque de pessoas de olhos sinistros sem ao menos saber como, acordei no quarto de hotel de um cara que eu nunca vi na minha vida, agora outro cara anuncia a chegada de uma mulher que aparentemente deveria estar morta e ele – apontei para o Miguel - está gritando que vocês não são humanos?!

Todos me encararam em silêncio.

–James e Rebeca são... – começou o tal do Rodrigo.

–Cala a sua boca, garoto! – gritou Rebeca – A gente não precisa envolver a Alice nisso!

–Mais do que ela já está envolvida? – perguntou Miguel – O irmão dela é nosso inimigo potencial, Rebeca, eu acho que cedo ou tarde ela vai descobrir isso. E, sinceramente, pelo bem dela, recomendo que seja cedo.

–Ela está certa, é melhor deixar a garota fora disso. – disse James.

Hello, será que eu estou falando russo? – gritou o espanhol.

O ruivo suspirou.

–Olha, eu não sei quem é essa menina, mas se os outros sabem que ela está com vocês, a sentença de morte dela já foi aprovada. Eles vão caçá-la, e, se não a matarem logo, vão fazê-la de refém. E isso não vai ser nem um pouco interessante.

–Ele está certo. Lembra o que aconteceu com Marie?

–De que lado você está afinal, James? – reclamou Rebeca.

–Bom, acho que isso resolve as coisas. Somos quatro contra uma. Sente-se, linda, vamos te contar a verdade.

Fiz como pedido. Antes que alguém começasse a explicar as coisas, alguém bateu na porta insistentemente. Hesitante, Rebeca abriu.

–Puta que pariu! – Ela exclamou, chocada com alguma coisa ― Não acredito!

Uma mulher ruiva entrou no quarto carregando uma mala enorme.

–Elliot? Que coincidência engraçada. – ela disse, sorrindo para o ruivo.

–Digo o mesmo. – ele levantou para abraçá-la – Você é idiota por ter vindo até aqui.

Ela deu de ombros e retribuiu seu abraço. Em seguida... Veio até mim?

–Você está bem? – perguntou, não parecia realmente preocupada.

–Estou... – respondi confusa.

Todos no quarto, com exceção de mim e Elliot, pareciam em choque. James apenas a encarava, surpreso. Rebeca tinha as mãos nos lábios como se estivesse prestes a chorar. Miguel parecia confuso, e, ao mesmo tempo, assustado. E Rodrigo... Aquilo são lágrimas?

Ele olhou para James e de volta para a ruiva.

–Sua cabeça dói? – ela perguntou.

–Um pouco. Doía mais antes, mas Miguel me deu remédio.

–Grande merda. Remédios não fazem efeito, para isso. Mas você diz que melhorou a dor, certo? Ótimo, estava preocupada que isso fosse causar danos a você. Cérebros humanos são tão fracos.

–Como é?

Ela virou para Rebeca.

–Não vai agradecer sua avó por ter salvado sua vida?

Avó?

–Foi você que nos tirou de lá? – Seus olhos brilharam.

–Claro! Quem mais? Você sempre cai nessas armadilhas idiotas, alguém tem que te proteger, certo? – Ela sorriu.

Rebeca finalmente desistiu de conter as lágrimas. Com os olhos chorosos, lançou-se em um abraço. A ruiva retribuiu fortemente.

–Bom te ver viva, Annabeth.

–Igualmente, James.

–Pensamos que Katherine tinha te enterrado.

–É preciso mais que um caixão e alguns quilos de terra para me pararem – confessou entre risos. – Quem são esses?

–Esse é Miguel, meu amigo. E aquele é...

–Rodrigo. É um prazer enorme conhecê-la – ele estendeu a mão. Apesar de ter contido as lágrimas, o nariz vermelho evidenciava sua vontade de chorar.

Annabeth não retribuiu o cumprimento. Encarou a mão do garoto, e então desviou o olhar para seu rosto. Pelo jeito que soltou o ar, acredito que também estava chorando. Segurou o menino pelo pulso e puxou-o para um abraço num movimento rápido.

–Não acredito que você está viva! – exclamou chorosa – Rebeca disse que tinham te matado, mas eu sabia que não podia ser verdade!

–Annabeth, do que você está falando?

Não tinha certeza do que acontecia, mas a julgar pelo rumo que a conversa tomou, sua avó morta com cara de vinte e dois anos tinha voltado à vida e isso com certeza é muito para assimilar. Aparentemente, o fato de a tal Annabeth conhecer o Rodrigo era estranho para a garota, que os encarava desorientada.

–Becks, senta aí. Temos algo para te contar.

Ela voltou seu olhar para o americano.

–De novo isso? Já disse que estou bem em pé. Fala logo, deixa de suspense!

James suspirou.

–O Rodrigo, ele... – ele mordeu a língua, procurando palavras – Rodrigo e Raquel são a mesma pessoa. Sua mãe está viva, Rebeca.

Em reação, ela apenas abriu a boca, incapaz de falar qualquer coisa. Voltou seu olhar para Rodrigo, perplexa. Seus olhos estavam mais vermelhos, como se fosse recomeçar a chorar.

Não acreditei em meus olhos quando aquilo aconteceu. De repente, o jovem garoto pálido de cabelos castanhos ganhou idade. Seus cabelos tornaram-se um tom arruivado de castanho. Seu corpo ganhou curvas femininas demais... Assim, diante dos meus olhos, o garoto pálido se tornou a mulher das fotos na casa de Rebeca. Ele se tornou a mãe dela.

Que diabos estava acontecendo ali?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Tinha muita informação para ser repassada, e o narrador não entendia o que acontecia, então desculpe-me se estiver muito desordenado!!
Vocês sabem que um escritor se alimenta de reviews. Estou faminta, por favor não me deixem passar fome!
(nossa que coisa podre)
(mas sério deixa review)
(por favor)



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