–Então... Annabeth foi o primeiro Killster? - perguntou James, tão surpreso quanto eu - Uau, por essa eu não esperava...

Annabeth? Minha avó, Annabeth? Aquela Annabeth? Respirei fundo, tentando manter a calma. Eu não podia deixar o lado emocional tomar sempre que fizesse uma descoberta nova.

Certo, então Annabeth foi a primeira. Chocante e inesperado. Mas relevante?

–Ótima informação, Elliot, e também foi uma boa história, mas me diga: Qual a relação disso com a pergunta inicial? Você disse que o problema deles é comigo. Por quê?

–Se descobrissem a existência de vampiros hoje, qual você acha que seria a reação geral?

Fiquei confusa, do que ele estava falando?

–Pense bem, Rebeca. São uma espécie mais forte que os humanos, o que significa que eles estão no topo da cadeia alimentar. Poderiam simplesmente tomar o poder, se assim desejarem. São mais fortes. Por que nós dominamos o mundo, não as vacas?

–Vacas são irracionais. - respondi, ainda sem entender onde ele queria chegar com isso.

–Exato. São animais, vivem apenas por instinto, enquanto nós desenvolvemos o raciocínio. O que significa que somos a espécie mais desenvolvida, a mais poderosa. O poder está na mão daquele que está a frente. Se descobrissem hoje a existência de vampiros, os vampiros, com sua capacidade de regeneração e imortalidade, estaria a nossa frente. Portanto teria o direito de tomar o poder. É quase como uma lei natural. Se isso acontecesse, qual seria a ação da humanidade?

–Derrubar os vampiros. - disse Rodrigo.

–Exatamente. Os humanos não entregariam o poder de bandeja, estão dominando o planeta por milênios! E, de repente, uma espécie superior surge e decide mudar isso? É claro que a medida tomada seria resistir, provavelmente aniquilar a raça superior. Ou então subjugá-la.

–Onde você quer chegar com isso? - perguntei.

–Por séculos, Hanaggan e suas crias viveram como a raça superior. Eles estavam no controle de tudo. Então, um dia, Annabeth resolveu dar as caras e mudar isso. Ela era filha dos dois primeiros Killsters, o que fez dela a primeira, e única, sangue puro. Consequentemente, ela tinha mais poder que a linhagem de Hanaggan. Inicialmente, ela iria apenas se unir a eles, mas, percebendo que ela representava uma ameaça, pouco a pouco tentando roubar o trono do soberano Hanaggan, resolveram acabar com isso. Aniquilar a raça superior. Foi mais ou menos nessa época que ela obteve o caderno. Não sei bem porque o Soberano– tal palavra foi pronunciada com grande sarcasmo - não pensou em pegar seu caderno antes. Acho que Annabeth deu sorte.

–E foi por isso que ela transformou Charles e os outros? - perguntou James.

–Acredito que sim. Acho eu que ela pretendia criar um exército. Ela não contou a eles que era uma Sangue Puro, muito menos que Hanaggan continuava vivo e tinha filhos por aí, silenciosamente dominando o planeta. Fingiu ser uma mulher normal e fingiu ter encontrado o caderno por acidente, quando na verdade seu objetivo era exatamente esse.

–Então ela queria um exército para derrubar Hanaggan? - indaguei.

–Sim, mas as coisas desandaram quando ela ficou grávida de Raquel e Charles se revoltou. Ele temia que a criança tentasse tomar a liderança no futuro, mas mal sabia ele que o objetivo de Annabeth era tê-la exatamente como um aliado. Para aumentar o exército. Charles não fazia a mínima ideia do quão insignificante realmente era e, acreditando ter sido abençoado com imenso poder, acabou destruindo os planos originais da ruiva.

–E todas aquelas coisas em Londres aconteceram. - eu disse, suspirando - Querem me matar porque eu sou a única descendente de Annabeth viva?

–Do que você está falando?

–Bom, Annabeth foi enterrada viva por Katherine há dois anos, ela já deve estar perdendo as forças, então não acho que tenha saído de lá. E em três anos ela provavelmente vai morrer de fome...

Elliot riu.

–Ela é um Sangue Puro, Rebeca! Essa regra dos cinco anos não é válida para ela. Além disso, sua mãe, como uma Sangue Puro e descendente direta de Annabeth deve ser o principal objetivo deles. Você deve ser apenas uma isca.

Mordi o lábio, contendo lágrimas que insistiam em escorrer sempre que eu ouvia sobre ela.

–Minha mãe está morta... - murmurei com a voz fraca.

–Desculpe, o que disse?

–Eu disse que minha mãe está morta! - gritei enfurecida, saindo da suíte em seguida.