A Marca - Vingança escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 21
Sonho (Lucas)


Notas iniciais do capítulo

hm... tá aí outro capítulo.
Eu não sei se ficou bom, não to muito confiante quanto à minha escrita atualmente. Acho que estou perdendo o jeito... E a vontade também.
Na verdade estou um pouco chateada, porque a maior parte das pessoas que me pediram uma continuação de A Marca, não estão realmente acompanhando a continuação, eu me esforcei tanto para bolar alguma coisa por causa daqueles pedidos, mas quase ninguém tá lendo...
Ah, chega de choramingar, né?
Obrigada aos que continuam por aqui ^^ Aproveitem o capítulo!



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Eu estava em uma rua mal iluminada, com frio. Abracei-me e esfreguei meus braços com as mãos, tentando me aquecer. Por alguma razão, estava sem camisa - o que era estúpido, pois nevava. Continuei andando em frente, desejando encontrar um lugar para me proteger, mas eu não via nada além daqueles postes que mal iluminavam à si mesmos, quanto menos meu caminho. O que estava a minha frente era um mistério no começo, mas depois do que pareceram horas ali, mesmo sem enxergar o caminho, já sabia o que viria a seguir. Era uma espécie de viela infinita e repetitiva, tudo nela era o mesmo, como se eu não saísse do lugar.

Lucas! - uma voz feminina me chamava em minha mente. Virei, esperando encontrar alguém, mas continuava sozinho - Lucas!

-O que você quer? - gritei para o vazio, de repente sentindo-me ameaçado.

Eu sentia que corria perigo, mas não sabia porquê.

Alguém tocou meu braço, assustando-me. Virei-me para a pessoa, encontrando uma loira de olhos azuis como duas safiras, vestda num longo vestido preto e saltos da mesma cor. Ela sorria, seu batom vermelho destacando seu sorriso branco. 

-Há quanto tempo, Lucas... - ela disse, abraçando meu braço - Senti sua falta.

-Você sumiu... - falei. Eu não lembrava de onde conhecia aquela mulher, mas algo dentro de mim dizia que não a via há muito tempo.

Ela alargou o sorriso.

-Vamos... - disse, puxando-me pelo braço para dentro de uma porta que apareceu no meio da viela.

E então estávamos em uma espécie de baile de gala. Ela ainda vestia a mesma roupa, porém agora seus olhos estavam vermelhos. Eu vestia um terno preto com gravata borboleta. Não lembrava de tê-lo vestido. 

A loira beijou-me no rosto.

-Estava mesmo querendo falar com você. - disse, sorrindo malignamente.

Atravessamos o salão, descendo as escadas ao fundo dele para uma espécie de porão, onde entramos.

Lá dentro, uma espécie de hexagrama estava pintado no chão, feito com sangue, com animais mortos em cada ponta. No centro estava outro eu, nu. Parada há alguns metros de mim estava um casal loiro - a mulher ao meu lado e um homem que geralmente estava com ela. Ela segurava um livro e dizia em voz altas algumas palavras que eu não reconheci. Meu abdomên começou a arder miseravelmente, e o eu no centro do hexagrama parecia se contorcer de dor. Ele - ou devo dizer eu? - gritava. 

E, de repente, Lucas parou de se mexer. Olhando de longe, eu tinha certeza de que ele estava morto. Meu abdomên ardia muito, muito mesmo. Foi minha vez de contorcer-me de dor.

Caí de joelhos no chão, abraçando minha barriga como se aquilo fosse conter o ardor. Gritei a ponto de sentir minha garganta arranhar.

E fiquei inconsciente.

Reacordei em uma espécie de bosque. Estava nevando, assim como na rua do começo do sonho, porém agora eu estava completamente nu. Encolhi-me, tentando ao máximo manter-me aquecido. A mulher loira veio até mim com um cobertor na mão.

-Calma... - ela disse, cobrindo-me - Vai ficar tudo bem... Eu vou cuidar de você. - sua voz era tão tranquilizadora que me vi sem opções senão confiar nela. Aceitei seu abraço e deixei que me guiasse para uma casa de madeira a alguns passos dali.

Dentro da casa, o homem loiro nos esperava com um sorriso misterioso nos lábios.

-Finalmente, Claire. - ele disse, indo de encontro a loira e tomando-a num abraço.

-Algumas coisas devem ser feitas com cuidado, William. - respondeu, beijando-o no rosto. Virou para mim, aquele mesmo sorriso gentil de quando ela me encontrou - Quer que eu faça um chá? - sorri grato.

-Au! - Um latido? O que estava acontecendo? Olhei para baixo, examinando meu corpo; eu havia virado um filhote.

-Sabe que eu odeio cachorros! - disse o homem.

-Se bem domesticados, tornam-se uma ótima companhia. E de quebra, úteis. - disse, indo para a cozinha preparar minha bebida.

Corri para a sala, pulando numa macia pontrona vermelha. Esse corpo era estranho, mas a sensação ao correr era ótima. Deitei-me na poltrona e mantive os olhos na TV, que estava ligada.

Várias cenas diferentes passavam. Pareciam desconexas à primeira vista. Depois de certo tempo, reconheci-as como momentos de minha própria infância - principalmente os momentos em que eu senti ser observado.

Ao fundo, uma loira acompanhava cada passo que eu dava.

Então eu estava certo, afinal de contas! Estive sendo observado esse tempo todo! - Olhei para Claire, que conversava descontraída com o tal William.

Mas por quê? Por que eu?

Uma estranha luz azul iluminou o local, forte demais. Senti minhas córneas queimarem e fechei os olhos com força para protegê-las. Ouvi uma jovem gritar, apavorada. Reabri os olhos.

Sentia-me um pouco tonto, confuso. Observei com curiosidade o ambiente onde me encontrava; era uma espécie de depósito, com caixas empilhadas ao meu redor. À minha frente, William segurava uma garota que deveria ter em torno dos vinte. Ela estava assustada, gritava por liberdade. O loiro olhou para mim irritado.

-Se você não fizer isso logo, eu mesmo faço! - esbravejou, assustando a jovem em seus braços.

A mulher parou de gritar e deixou que suas lágrimas escorressem, tentando conter seus soluços. Eu podia sentir o medo dela... Pior que isso, eu gostei de sentir o medo dela. Era quase... prazeroso, observar o pavor em seus olhos.

-Lucas, querido... - Claire tocou meu braço. Surpreendi-me, desde quando ela estava ali? Entregou-me uma faca e sorriu ternamente - É para seu próprio bem, acredite...

Peguei a faca e olhei para a garota a minha frente, já sem qualquer sombra de esperança em seu olhar.

Sorri.

Enfiei na região de seu abdomên onde estaria seu fígado, recebendo de bom grado seu grito de dor. Pressionei com mais força, arrancando dela gemidos sofridos e desesperados. Lentamente, retirei a faca, apenas para esfaqueá-la mais uma vez, agora acertando seu estômago. Ela curvou-se para frente, arfando com a dor. Apoiou sua cabeça em meu ombro, molhando-o com suas lágrimas. William soltou-a, deixando-a em meus braços.

-Shhh... Vai ficar tudo bem... - eu disse, mais uma vez retirando a faca de dentro dela - Vai ficar tudo bem. - uma facada no coração, rápida e precisa. Ela gemeu de dor.

Senti sua vida esvair-se vagarosamente, uma sensação prazerosa invadia meu corpo.

Era uma sensação bem-vinda.


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Notas finais do capítulo

eu sei, tem itálico demais, mas é que eu precisava diferenciar o sonho do momento atual...
é isso. até mais!



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