Coração Indomável. escrita por Rosa


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi oi :) Como vão as coisas? Demorei né...
Bom esse cap já era para ter saido a muito tempo, mas ontem eu consegui finalizar ele e enfim vir postar :) Obrigada a todas que comentaram nos caps passado, você dão o verdadeiro incetivo para continuar :)
Espero que gostem do cap.. Boa leitura.
Desculpem os erros.



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Versão Rosalie

Fui com Carlisle até a casa de Esme. Eu estava um pouco nervosa sobre como pedir desculpas a ela, mas eu precisava pedir. Precisava me desculpar e agradecer a ela por tudo que fez ao meu irmão.

Ao lado de Esme, Carlisle parecia um adolescente apaixonado. Seus olhos brilhavam ao falar dela e um sorriso se formava em seus lábios quando ela ligava ou quando a via. Para ele, tudo era perfeito ao lado dela. Parecia aqueles menininhos com sua primeira namoradinha. Eu nunca o tinha visto assim. Esme realmente fazia bem a ele e eu me sentia arrependida por julgá-la tão mal.

Ao chegarmos na sua casa, Esme nos recebeu sorrindo e nos convidou para entrar. Assim que entramos, ela me cumprimentou e em seguida, ao meu irmão, que aproveitando a oportunidade a puxou pela cintura e lhe deu um beijo demorado. Ela se afastou um pouco sem graça — não tanto quanto eu — e o repreendeu. Carlisle riu.

Era tão bom ver o meu irmão assim, feliz. Se alguém o visse hoje, nem acreditaria ou imaginaria que ele era aquele Carlisle fechado e mal humorado de antes.

Pedi a Esme minhas sinceras desculpas pelo que fiz e ela aceitou. Por fim, nos acertamos e Carlisle pigarreou impaciente.

– Bom, agora vamos ao meu assunto e o que eu ganho vindo aqui. – Ele sorriu de um jeito interesseiro e nós rimos.
 — Eu tenho dois assuntos para falar com você. O primeiro é sobre o casamento da Alice e sobre o nosso presente, e o segundo é sobre como as coisas entre nós serão daqui pra frente. – Esme falou e eu vi a expressão de Carlisle mudar.

 Como assim? O que será que ela vai dizer? Ou melhor, o que eles vão conversar? Espero que não seja nada grave. Carl é tão feliz estando com ela...

 — Não estou entendendo. - Carlisle disse, um pouco atordoado. – Por que isso? Por que essa conversa?
 — Já vai entender. - Ela disse calmamente e fiz disso uma deixa para sair dali.
 — Acho melhor deixar vocês a sós. - Falei, me levantando.
 — Não Rosalie, não precisa. – Esme disse. – Sente-se, por favor. -Me sentei novamente com um pouco de relutância.

 — Ainda acho que vocês deveriam conversar isso a sós. – Olhei para Carlisle que ainda estava completamente perdido e Esme sorriu, antes de começar a sua explicação.
 — Eu pedi que viesse porque eu quero saber sobre o presente do Jazz e da Alice... – Ele a interrompeu.
 — Esme, isso está tudo certo. Não é isso que eu estou querendo saber. Não nesse momento.
 — Carlisle, eu quero... – Ele a interrompeu novamente.
 — Você pediu para eu vir aqui para acabar tudo comigo? - Ele disparou. — Eu simplesmente não entendo. O que há de errado? Por que? Depois de tanto tempo... – Ele já estava nervoso e eu senti meu coração se apertar.
 — Olha pra mim. – Ela falou firme para ele e segurou o seu rosto entre as mãos. – Eu vou me separar do Charles. - Carlisle fitou, atônito, os olhos da sua amada.
 — Isso é verdade? – Ele perguntou ainda não acreditando.

Ela sorriu e lhe respondeu com doçura:

 — Sim, meu bem.

Eu estava muito feliz em ouvir aquilo dela, muito mesmo. Eu abri um largo sorriso, quase não conseguindo conter a minha alegria. Carlisle ainda estava parado olhando pra ela com cara de bobo, enquanto ela sorria. Depois de um tempo, as palavras finalmente voltaram pra sua boca e ele se pronunciou:

— Você não esta brincando comigo, não é? – Ele perguntou com lágrimas nos olhos. Eu quase nunca havia visto o Carl assim tão, tão, tão... sem ação.
 — Não estou.
 — Eu continuo sem entender. Por que então, você falou aquilo? – Ele perguntou.
 — Porque eu sempre me pergunto como será daqui pra frente. Você já se fez essa pergunta alguma vez? De como seriam as coisas entre nós, caso eu me separasse?
 — Esme... Eu amo tanto você, tanto. – Ele acariciou o rosto dela. — Eu quero continuar com você de qualquer jeito, de qualquer forma. Você sabe que eu sempre esperei por isso, sempre esperei poder ficar com você só pra mim. – Ele deu um pequeno sorriso. – Poder amar você sem medo, poder ficar com você sempre. Te ver todos os dias sem me preocupar com ninguém. Poder encontrar você na rua e dizer “eu te amo”, sem que as pessoas comentem e poder gritar para o mundo: vejam a minha mulher, a senhora Cullen.

Oh, meu Deus, eu não acredito. Isso foi a coisa mais linda que ouvi meu irmão falar. E pelo sorriso de Esme, ela achava a mesma coisa. 

— Você tem certeza?
 — Como nunca tive antes. Tenho toda certeza do mundo. – Ele colocou uma mecha do cabelo dela pra trás. – Minha pequena,eu amo você. Amo muito.
 Ele beijou a bochecha dela por onde descia uma lágrima solitária.
 — Carl, você vai precisar comprar um anel para sua futura senhora Cullen. – Falei e eles me olharam sorrindo.
 — É verdade. Minha futura esposa precisa de um anel de compromisso.
 — Não, ela não precisa. Quantas vezes tenho que te dizer que não quero que você gaste dinheiro comigo? – Carlisle sorriu.

Como eu me arrependo de ter falado que ela era interesseira. Ela não precisava e, muito menos,queria o dinheiro do meu irmão.


 — Talvez, mais de mil. – Carl falou com uma expressão pensativa e Esme riu.
 — Se nada der certo, Carlisle, você poderá ser comediante. – Ela disse irônica e nós rimos.
 — Irei tentar. – Ele prometeu com um sorriso.
 — Rosalie, me desculpe por perguntar, mas... Você já é casada?
 — Sim, sou sim, Esme. – Respondi.
 — Tão nova e já casada?! – Ela levantou as sobrancelhas em surpresa.
 — Eu também acho, não precisava ter casado tão cedo. – Carlisle resmungou.
 — Para de ser um irmão ciumento, Carl. Você não precisa ter mais ciúmes de mim. O Emm já tem por você e por ele. Agora você precisa ter ciúme da sua futura esposa, não de mim. – Ele gargalhou.
 — Eu já tenho, não é amor?
 — Sim, tem e muito. Não precisa ter mais. – Esme afirmou e nós rimos.
 — Ele sempre foi assim. – Confessei.
 — Eu não tenho culpa se a mulher que eu amo e minha irmã são lindas. – Carlisle disse sorrindo e nós rimos.
 — Own, meu amor. – Esme deu vários beijos na bochecha dele.
 — Meu maninho lindo. – Fui até ele e me sentei ao seu lado. – Eu amo você. – O abracei e deitei minha cabeça em seu ombro.
 — As mulheres da minha vida.
 — O homem da minha vida. – Esme falou e ele foi lhe dar um beijo, mas ela virou o rosto e ele beijou sua bochecha.
 — Rosalie já é grande amor, ela já pode ver. - Esme riu e lhe deu um selinho.
 — Segundo homem na minha vida. – Falei e ele me olhou incrédulo.
 — Por que segundo?
 — Porque antes vem o meu Emmett, né Carl. – Ele fez bico.
 — Isso é completamente injusto. – Esme riu.
 — Baby, é o marido dela.
 — Eu sou mais importante. Sou o irmão dela!
 — Você é o primeiro e único homem da minha vida em questão de irmão. Mas em questão de viver e morar junto é o Emmett. Você é muito chato para essas coisas. – Esme gargalhou.
 — Eu não sou chato, sou apenas mal interpretado por você. A Esme me entende. – Ele abraçou-a.
 — Você diz isso agora, porque ela ainda não morou com você. – Falei rindo. – Esme, ele é muito neurótico, muito parado, muito lerdinho e tem uns gostos muito estranhos. – Esme gargalhou ainda mais.
 — Você fica falando essas coisas, daqui a pouco ela desiste de mim.
 — Carlisle muito parado? Esse Carl eu não conheço.
 — Carlisle, que feio maninho. – Eu ri maliciosamente.
 — Oh menina, mais respeito com seu irmão. Não é isto que você está pensando. – Ele falou nervoso.
 — Não é nada maldoso, Rosalie.
 — Por que está nervoso Carl?
 — Rosalie para com isso, já basta o Emmett me fazendo perguntas indecentes. – Ele falou e eu gargalhei.
 — O que ele perguntou?
 — Não vou falar na frente da Es. – Eu sorri.
 — Que fofo!
 — Boba. – Eu ri.
 — O que ele falou Carl? - Esme perguntou. — Estou curiosa.
 — Não quero falar, respeitem minha decisão. – Ele fez bico.
 — Tudo bem, eu pergunto ao Emmett. – Cruzei os braços decidida e Esme riu.
 — Você vai me contar depois. Não vai me deixar na curiosidade.
 — Não sei, vou pensar... – Rimos.
 — Mas, mudando o foco da conversa. - Esme disse depois que o ataque de risos passou. — Carl, eu queria te pedir uma coisa.
 — O quê, meu anjo? – Ele acariciou o rosto de Esme.
 — Bom, na verdade, é quase uma proposta. – Carlisle acenou com cabeça para que ela continuasse. – Eu acho que não seria bom, tanto para mim quanto para você, nos casarmos assim que eu me separar. Não me entenda mal Carl, o que eu mais quero é estar com você, sempre. Só que as pessoas podem falar, podem comentar e até mesmo desconfiar de alguma coisa.
 Fazia sentido, eu não tinha pensado nisso. Caso eles se cassassem direto poderiam achar que eles já tinham alguma coisa e Esme poderia ficar falada por se separar e se casar tão rápido.
 — Então, a gente poderia começar de novo.
 — Você está certa meu amor. – Carlisle concordou. – Seria um tanto estranho uma mulher acabar de se separar e se casar tão rápido.
 — Minha cunhada quer curtir a vida de solteira antes de casar. – Brinquei e Esme sorriu.
 — Vida de solteira? – Carlisle perguntou, incrédulo.
 — Sim, oras. Vocês vão começar de novo então, tecnicamente, Esme é solteira. – Esme riu.
 — Esme, eu não gostei disso não. – Carlisle já estava enciumado.
 — Não vou fazer nada demais na minha vida de solteira. – Ela afirmou sorrindo marota.
 — Não confio, não. Sei lá, vai que você encontra outro e me deixa?! Prefiro não arriscar.
 — Deixa de ser bobo, Carlisle. Não vou encontrar outro, até porque não quero e nem preciso de outro. – Ele sorriu orgulhoso.
 — Carl, você tem que fazer tudo direito. Pedir ela em namoro, ser um cavalheiro e um homem respeitador, agradá-la e convidá-la pra sair. Ah, e não tente apressar as coisas. – Disse.
 — Não precisa de tanto, só temos que ir devagar. – Esme disse. – E também eu quero voltar a trabalhar, quero ter minha casa e não depender de ninguém.
 — Que mulher independente. – Carlisle brincou.
 — Você é formada em alguma coisa, Esme? – Quis saber.
 — Sim, sou formada em arquitetura e designer de interiores.
 — Disso eu não sabia. – Carlisle comentou e eu ri.

— Eu não trabalho há anos. Já recebi muitas propostas boas de trabalho, inclusive algumas no exterior, mas Charles nunca permitiu que eu trabalhasse. – Ela falou um pouco triste.
 — Porque não? O que tem demais? – Minha curiosidade falou mais alto.
 — Ele veio de uma família muito rígida, na qual as mulheres eram feitas para tomarem conta da casa e do marido. Meu casamento foi arranjado. Eu fui prometida a ele desde que eu tinha doze anos, e mesmo depois da maioridade eu não podia ir contra o que decidiram pra mim.
 O casamento dela foi arranjado? Isso não é muito comum hoje em dia.
 — Você gostava dele? Chegou a amá-lo? – Quando vi já tinha perguntado e Carlisle me olhou de um jeito ameaçador.– Desculpe. – Falei baixo.
 — Não precisa se desculpar, querida. – Esme falou docemente.
 — Não tenho nenhum problema em responder suas perguntas, isso mostra que estamos nos conhecendo melhor. – Ela me deu um sorriso reconfortante. – Eu gostei dele no início, mas não chegou a ser amor.
 — Esme, não vamos falar nesse assunto, por favor. – Eu sabia o quanto meu irmão sentia raiva daquele homem e o quanto ele ficava possesso de saber que ele machucava Esme.
 — Tudo bem, não vamos mais falar disso. – Com isso, ela encerrou o assunto. – Bom, mas o importante é que eu vou voltar a trabalhar e que vou poder ficar muito, muito tempo com o meu amor. – Carlisle beijou a mão dela.
 — A conversa está boa, mas está tarde e eu preciso ir. – Me levantei e eles fizeram o mesmo.
 — Liga pro Emmett. – Carlisle sugeriu.
 — Não precisa, pegarei um táxi.
 — Pode ser perigoso, Rosalie. É melhor ligar pra ele. – Esme aconselhou.
 — Não precisa, não há perigo.
 — Vou te levar em casa, então. Você é muito teimosa. – Carlisle pegou as chaves e deu um beijo na testa de Esme. – Eu volto.
 — Tudo bem. – Ela concordou.
 — Não precisa Carlisle, não sou mais criança. – Falei emburrada e ele riu.
 — Eu sei minha loirinha, mas eu me preocupo com você. – Carl me abraçou.
 — Você me convenceu. Não precisa me levar, eu ligo pro Emm. – Ele sorriu.
 — Amo você, minha loirinha. – Ele beijou minha testa.
 — Esme ficará com ciúmes. Pare de me amar. – Brinquei.

Versão Esme


 Carlisle e Rosalie eram tão lindos juntos, tão fofos. Isso me lembra o tempo que eu passava com o Edward. Faz muito tempo que não vejo meu irmão. Tenho muita saudade dele.

 — Esme ficará com ciúmes. Pare de me amar. – Rose brincou e eu ri.
 — Não ficarei, não se preocupem. – Eles riram.
 — Você não é ciumenta, Esme? Bom saber. – Que safado!
 — Depende com quem seja, Carlisle Cullen. O senhor ainda não me conhece! – Ele gargalhou.
 — Uh, ela é ciumenta. – Ele se afastou de Rosalie e veio me abraçar.
 — Isso é de família, meu irmão também é.
 — Você tem irmão?
 — Tenho.
 — Pow Carlisle, você não sabe nada sobre ela. Que tipo de namorado, vulgo, marido é você?
 — Amor, precisamos conversar. – Carlisle se sentou e me puxou para o seu colo. – Preciso saber mais sobre você. – Eu ri.
 — Tudo bem, respondo o que você quiser saber. – Ele sorriu.
 — Vou ligar para o Emmett. – Rose falou e se afastou de nós um pouco.
 — Tudo bem. – Falamos quase ao mesmo tempo.
 — Bom, o que quer saber de mim? – Perguntei.
 — Tudo. Quero saber tudo sobre você. – Sorri. – Podemos começar com... Você tem irmãos? – Gargalhei.
 — Só o Edward.
 — Ele é ciumento?
 — Muito.
 — Você chegou a trabalhar antes de se casar?
 — Sim, poucos meses.
 — Você gosta do que faz?
 — Amo. – Ele sorriu.
 — O que você gosta de fazer?
 — Ficar com você, desenhar, fazer projetos, ver filmes, conversar... Muitas coisas.
 — O que você não gosta?
 — Hmm... De toalha molhada em cima da cama, que me provoquem. Ah... Não sei. – Falei e ele riu.
 — Quantos anos seu irmão tem?
 — 28.
 — Quantos anos você deu seu primeiro beijo?
 — Com 14 anos.
 — Com quem foi? – Dei risada da pergunta.
 — Um menino da escola que gostava de mim. O nome dele era James.
 — Você lembra até o nome, hein?
 — Sim, eu lembro. Foi meu primeiro beijo.
 — E quem foi seu primeiro namorado?
 — O James. – Falei sorrindo da cara que ele fez.
 — James, James, James... Tudo o James. – Ele disse enciumado e eu gargalhei.
 — Você está com ciúmes do meu primeiro namorado? Carlisle, eu tenho 35 anos. Isso foi a mais de 20 anos atrás.
 — Mas eu tenho ciúmes mesmo assim. – Ele disse, emburrado.
 — Não precisa ter. James deve estar casado e ter filhos nesse momento. Eu amo e amarei você pra sempre. – Lhe dei um beijo. – Forever, forever, forever. - Dei vários beijos nele.
 — Tudo bem. – Ele falou, ainda emburrado.
 — Quer mais um beijo? Eu dou vários beijos para você sorrir pra mim de novo.
 — Eu quero. – Ele desfez o bico e sorriu um pouco. Lhe dei um selinho e depois lhe dei um beijo demorado.
 — Passou? – Perguntei quando nos separamos.
 — Só um pouquinho. Eu preciso de mais. – Ele falou sorrindo.
 — Depois eu dou mais, dou muito mais.
 — Estou feliz, já sei um pouco mais da minha pequena. – Eu sorri.
 — Agora, me conta sobre você. Você sabe tudo sobre mim, quase tudo e eu não sei quase nada de você. – Falei.
 — O que quer saber?
 — Do que você gosta?
 — De ler, de conversar, de ficar com você, de trabalhar como médico, de ver filme, de ser mimado... – Eu gargalhei e ele prosseguiu. – De ir ao cinema, ficar em casa... Muitas coisas.
 — E do que você não gosta?
 — Não gosto que olhem pra minha mulher, não gosto que mexam nas minhas coisas, não gosto que mudem os meus livros de lugar ou de ordem. Não gosto que me atrapalhem quando estou lendo, não gosto quando meu amor não me dá atenção, quando fica brava comigo ou chateada. E nem quando falo alguma coisa pra você e me arrependo de ter dito.
 — Quando você deu o primeiro beijo?
 — Numa festa. Eu tinha 12 anos.
 — Você se lembra do nome dela?
 — Não.
 — Quem foi sua primeira namorada?
 — A filha da minha vizinha.
 — Você é daqui de Forks?
 — Não. Eu nasci e morei em Londres até os dezoito anos. Depois, fui morar em Seattle e por fim, vim para Forks.
 — Porque se mudou para Forks? – Perguntei.
 — Aconteceu uma coisa na minha vida que me fez vir pra cá. – Ele falou olhando para o nada.
 — O que aconteceu, Carl? – Perguntei um pouco preocupada.
 — Eu te contei que já fui casado? – Ele perguntou e eu vi tristeza em seus olhos.
 — Sim. – Eu me arrependi de ter perguntado.
 — Eu vim para Forks depois que...
 — Carlisle, o Emmett vem me buscar. – Rose interrompeu.
 — Que ótimo Rose, ficamos mais tranquilos não é, Carl? – Mudei de assunto e ele apenas concordou com a cabeça.

O que será que aconteceu na vida do Carlisle para ele ficar assim quando eu perguntei?

 Eu sabia de muita pouca coisa dele, apesar de estarmos juntos há um tempo. E eu não sabia o motivo da sua vinda a Forks, embora eu sempre quisesse saber. Quando nos conhecemos ele explicou que havia acontecido uma coisa na sua vida, mas não falou o que era. E numa das minhas conversas com Alice, ela comentou que no hospital ouviu alguns médicos dizerem que havia acontecido uma coisa grave com ele. Por isso, a vinda dele para Forks.

 Fiquei com um peso na consciência e me senti uma idiota, por não saber nada da sua vida e ter conseguido deixá-lo assim.

 Nosso assunto se encerrou ali e eu agradeci mentalmente a Rosalie, por ter interrompido. Se só o início da conversa deixou ele assim, imagine depois.

 Conversei um pouco com Rosalie e Carlisle continuou calado, o que me preocupava muito. Ele só falava o necessário e, isso, quando o mencionávamos. Depois de um tempo conversando ouvimos a campainha tocar. Me levantei e fui até a porta. Ao abrí-la encontrei um homem alto, forte e moreno, com uma aparência jovem.

 — Boa noite. – Eu disse.
 — Boa noite, eu sou Emmett, marido da Rosalie. – Ele se apresentou e eu sorri.
 — Claro, entre. – Ele hesitou um pouco, mas entrou.
 — Oi, Emm. Você demorou amor. – Rosalie veio ao encontro do marido e lhe deu um breve beijo.
 — Desculpe. – Ele beijou sua testa.
 — Emmett, esta é Esme. A namorada e futura esposa do Carlisle. – Eu corei um pouco.
 — É um prazer conhecê-la, Esme. – Ele me cumprimentou.
 — O prazer é meu. – Sorri. E logo senti duas mãos deslizarem na minha cintura e percebi Carlisle me abraçando por trás.
 — Oi, Emmett. – Carlisle disse calmamente.
 — Oi, Carlisle. Demorou mas fez uma ótima escolha. – Emmett falou sorrindo e eu corei.
 — Sem comentários Emmett, por favor. – Carlisle falou e ele riu.
 — Emmett você está deixando a Esme sem graça.
 — Me desculpe, não foi minha intenção.
 — Tudo bem. – Falei.
 — Acho que está na hora de irmos Emm. – Rosalie me olhou com um sorriso malicioso nos lábios. – Divirtam-se, boa noite.
 — Tenham uma ótima noite. – Emmett falou no mesmo tom.
 — Boa noite pra vocês também. – Falamos e eu fui levá-los até a porta.
 — Tchau. Foi um prazer vir até sua casa, Esme. Obrigada por nos receber. – Rose disse, sorrindo.
 — Foi um prazer conhecê-la, Esme. – Emmett disse e eu sorri.
 — Digo o mesmo. – Ele sorriu e saiu com Rosalie. – Até mais, Tchau. – Falaram juntos.
 — Tchau. – Falei junto com Carlisle e acenei para eles. Eles entraram no carro e eu os vi desaparecer na rua antes de fechar a porta. Fechei a porta e quando me virei, Carlisle me olhava com as mãos no bolso.
 — Você irá ficar? – Perguntei-lhe.
 — Você quer que eu fique? – Ele reperguntou.
 — Não quero que fique por que estou pedindo ou por que quero que você esteja aqui. Quero que fique por você. – Me afastei da porta e fui em direção a escada.
 — Irei ficar.
 — Por você ou por mim?
 — Você não respondeu a minha pergunta. Você não disse que queria que eu ficasse, portanto não tem como escolher pela sua. Irei ficar por que eu quero. – Ele segurou a minha mão.

 Subimos em silêncio e fomos pro quarto. Nenhuma palavra foi dita o caminho inteiro, nem troca de olhares ouve.

 Eu não sabia o que falar. Não sabia se eu deveria falar algo sobre o assunto, se entrava em outro assunto, enfim, eu não sabia. E por via das dúvidas, minha melhor e mais confortável escolha foi o silêncio.

 Ao entrar, desci do salto empurrando-os com o pé para o canto. Fiquei de frente para cama tirando minhas jóias e abrindo a minha blusa, não olhei pra trás.Não havia barulho nenhum. Nem ruídos. Nada. Terminei de tirar tudo e coloquei sobre a cama, quando eu ia me direcionar para o banheiro senti suas mãos em meus ombros e sua cabeça se debruçou sobre a minha.

 — O que está lhe atormentando a mente? – Não respondi. – Eu sou o motivo e a solução para sua aflição. – Ele respirava contra meus cabelos chegando até meu pescoço e me arrepiando.
 — Você não quer falar? Se chateou? – Perguntei finalmente.
 — Não está na hora de falar.Talvez você esteja na hora de saber, mas acho que não estou na minha hora de falar. É como se fosse um trauma que ainda não superei. Na verdade, é isso. Um trauma que eu ainda não superei totalmente. – Ele entendeu perfeitamente o que eu havia perguntado. – Eu sei que devo te contar, mas é como se algo me impedisse. Eu não sei.
 — Medo? - Ele suspirou antes de responder.
 — Sim, eu tenho medo. Tenho medo de que possa acontecer novamente, e eu perder você.
 — Eu estou com você. – Disse sem me virar.
 — Eu sei, eu sei. – Ele suspirou.
 — Não vou te pressionar a fazer algo que não queira. – Me virei para encará-lo e seus olhos estavam marejados de lágrimas. Meu coração doeu. Indiretamente eu estava pressionando ele, de modo ou de outro eu estava o forçando a falar.

 Sem dizer nada passei minhas mãos pelo seu rosto. Ele fechou os olhos e segurou a minha mão. Fiquei na ponta do pé e lhe dei um selinho demorado. Ao me afastar ele ainda estava de olhos fechados e uma lágrima estava prestes a ser derramada. O abracei e deitei minha cabeça no seu pescoço.

 — Eu amo você. – Disse. – Amo você como nunca amei ninguém. Amo você com todas as minhas forças e nunca, nunca, irei te deixar. Haja o que houver, juntos ou separados, perto ou longe, eu estarei sempre com você. Sempre. – Ele me apertou em seus braços.
 — Eu queria te falar, mas ainda não consigo. Eu queria muito... – A voz dele falhou, embargada pelo choro.
 — Não fique assim, tudo dará certo. E na hora certa, você vai falar. Está tudo bem. – Acariciei seus cabelos. – Vamos dormir, amanhã teremos um dia longo. – O sentei na cama. – Vou me trocar, já volto. – Beijei sua testa e fui para o outro quarto. Troquei de roupa colocando uma camisola e voltei para o quarto que estava.

 Quando voltei ele não estava no quarto e eu ouvi um barulho vindo do banheiro. Retirei as almofadas da cama e me deitei esperando ele voltar. Depois de alguns minutos, a porta do banheiro foi aberta, ele saiu e me olhou.

 — Vem cá, deita aqui. – Sussurrei e abri os braços pra ele. Ele veio até a cama, tirou os sapatos e deitou ao meu lado com a cabeça em meu peito.
 — Es?
 — Sim, baby. – Respondi, acariciando seus cabelos.
 — Você me acha bobo por não falar?
 — Não, meu amor. Eu acharia bobo se você falasse porque eu estou te pressionando.
 — Você não está me pressionando.
 — Não diretamente, mas eu estava.
 — Eu não acho.
 — Não importa agora. – Beijei a sua testa. – Pelo menos, não pra mim. Pra você importa?
 — Se pra você não importa, pra mim também não.– Sorri.
 — Eu estava pensando em nós, estava pensando no meu futuro com você. – Comentei e ele levantou o olhar até encontrar o meu.
 — No que estava pensando?
 — Em tudo. Da parte de morar junto até ficar velhinha com você. – Ele sorriu.
 — Tudo mesmo? Sem tirar e nem pôr?
 — Sim, tudo. Teremos uma casa grande, você continuará trabalhando no hospital e eu ficarei trabalhando numa parte do dia, enquanto nossos filhos estão na escola.
 — Teremos filhos? – Ele indagou sorrindo e eu entrelacei nossas mãos.
 — Se você também quiser ter filhos, teremos sim. – Ele beijou o meu colo. — Quantos?
 — Hum... – Cheirei seus cabelos, me inebriando com o maravilhoso cheiro. – Talvez... Dois.
 — Só? – Ele perguntou com espanto e eu ri.
 — Você quer mais?
 — Eu quero a quantidade para encher a casa. – Eu gargalhei.
 — Seriam muitos, querido. – Ele riu.
 — Isso é problema?
 — Claro que não, mas acho que dois é mais que o suficiente.
 — Poxa... – Ele fez uma carinha triste. – Eu queria mais.
 — Três, no máximo. – Ele sorriu.
 — 'Tá bom. – Ele disse feliz. – Dois meninos e uma menina.
 — Uma menina loirinha com os olhos do pai e linda como tal.
 — E dois meninos lindos como a mãe. – Ele levou sua mão até o meu rosto.
 — Teremos um cachorrinho que brincará com nossos filhos e avisará quando você chegar.
 — Você sempre estaria lá para me receber. Depois de falar com as crianças e dar um beijo nelas eu iria até você, te daria um beijo, diria o quanto eu te amo e o quanto você me faz feliz.
 — Eu te daria um beijo, diria que te amo muito e que sou feliz ao seu lado sempre – Fechei os olhos imaginando. – Depois diria pra você subir para tomar um banho, porque o jantar já estava pronto e ficaria te esperando com as crianças na sala. – Abri os olhos.
 — Depois do meu banho eu desceria e veria você sentada com nossos filhos na mesa e nossa princesinha no seu colo. Diria para mim mesmo que aquilo não era um sonho e que finalmente, eu era feliz.
 — Eu iria ver você e te chamaria para vir jantar. Enquanto você, o pai dedicado e amoroso, ajudava nossos filhos, eu dava comida para nossa princesinha e depois de tudo isso, as crianças veriam um pouco de TV e depois iríamos colocá-los na cama. Nossa princesinha iria para o colo do papai e não ia querer sair dele, então você ia colocá-la pra dormir.
 — Eu iria com nossa filha para o quarto e ficaria fazendo carinho nela até ela dormir. Depois disso, ficaria olhando por um tempo, ela dormindo lindamente. Depois iria para o quarto dos nossos filhos, beijaria o rosto de cada um e por fim, iria com você para o nosso. – Eu sorri.
 — Esse será o nosso futuro? – Perguntei sorrindo.
 — Se ele for assim eu serei muito feliz, mas se você quiser mudar, eu serei feliz também.
 — Isso é a história de apenas um dia. Teremos muitos pela frente.
 — Iremos imaginando um após o outro e vendo aonde o destino vai nos levar. – Sorri e lhe dei um beijo terno nos lábios.
 — Será que as coisas vão ser realmente assim? – Perguntei segurando nossas mãos.
 — Eu acredito que sim. Você acredita?
 — Claro que sim. – Sorrimos.
 Ficamos conversando sobre nosso futuro e imaginando como seria nossa vida daqui pra frente. O assunto anterior foi esquecido e não tocamos nele o resto da noite. Conversamos, rimos, fizemos carinho um no outro, ficamos em silêncio e por fim, dormimos um sono tranquilo da onde surgiriam doces e esperançosos sonhos.


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Notas finais do capítulo

Então... gostaram? Prometo ñ demorar tanto.
Eu tentarei atualizar antes do natal e deixar um presente pra vocês :D farei o possivel.
Comente, por favor. Fantasminhas... apareçam kkkk
Bjss.



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