Winter In London escrita por Luh Moon


Capítulo 23
Capítulo 23 – Uma combinação perfeita!


Notas iniciais do capítulo

Oieeeee ~~~~
Sim! Eu voltei! Depois de um longo e tenebroso inverno!!!
Capítulo fraquinho, eu confesso, apenas para trazer a mim e a história de volta!
Espero que traga os leitores de volta tbm!
Agradeço comentários!
Boa leitura!!!



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Sherlock dedilhava furiosamente em seu telefone enquanto Mildred deixava a mente vagar debruçada na janela. O olhar dele foi até ela e voltou duas vezes. Caminhou lentamente e aproximou-se de onde ela estava. Enlaçou a cintura dela com um braço e literalmente a arrastou para longe da janela.

– Hei! - ela protestou.

– A janela é perigosa! - sem tirar os olhos da tela do telefone.

– Ah! - inquieta.

Queria que houvesse um meio de agradecer sem deixá-lo constrangido. Suspirou e acomodou-se no sofá. A mochila estava arrumada com coisas que ela julgava essenciais... Metade delas ela havia colocado e Sherlock tirara no instante seguinte com um olhar blasé. Ela achava graça do modo protetor como ele checava o que ela estava fazendo, sem olhar diretamente. Queria que aquela cumplicidade toda durasse um pouco mais... Talvez a vida inteira...

– Está pronta?

– Pronta! - levantando a mochila e colocando nas costas. - O que estava fazendo?

– Acessando meus contatos. - concentrado no celular. - Avisando John que encontraremos com ele no apartamento.

– Parece preocupado...

– Mildred... - resmungou. - O que esperava? - com um sorriso estranho.

– Não sei! Nada? - dando de ombros. - Você nunca demonstrou carinho por mim... E de repente você se importa mais que todos... - sorrindo encabulada. - É estranho, admita!

– Acostume-se! - dando as costas e saindo a passos largos A intenção era esconder um sorriso satisfeito. Tinha vontade de abraçá-la e mantê-la segura entre seus braços, mas aquilo soava infantil e desnecessário.

Mildred fazia tudo ficar esquisito, complicado e sem sentido. Quando ela estava por perto ele sentia como se tivesse 12 anos outra vez... Quando as coisas eram mais simples! Quando sentimentos não pareciam perda de tempo... Era esquisito! Estranho! Muito mais estranho quando se referia a ele. Mas não podia simplesmente ignorar o risco... Perdê-la seria ainda pior do que perder John! E perdê-lo seria perder uma parte importante de si mesmo... Mesmo que não dissesse isso com frequência.

Mildred manteve o silêncio enquanto faziam o caminho até Baker Street. Ela continuava com uma vontade incontrolável de pular no pescoço daquele distinto cavalheiro sentado ao seu lado num estado de concentração absoluta. Ele estava com medo, ela sabia! Estava preocupado e ansioso, ela sabia! Desejou de todo o coração que apenas pudessem se sentar e conversar como qualquer casal normal no Reino Unido... Eram um casal, não eram?

– Você tem certeza? - disparou sem aviso.

– Certeza? Do que eu tenho certeza? - devolveu o detetive sem olhá-la.

– Você quem disse... - sacudindo levemente os ombros. - Ao John, em Baker Street e a Molly...

– Eu disse? - franzindo a testa e olhando-a desta vez. - E o que foi que eu disse?

– Namorada... - disse. - Foi o que você disse! - franzindo a testa.

– Oh! - revirando os olhos.

– Só quero saber se tem certeza sobre isso.. - apertando os lábios.

– Parece preocupada... - com um sorriso torto.

– E estou! Certamente que estou! - garantiu muito seriamente.

– Pensei que... - perdendo as palavras por um instante. - Bem... É assim, ou não?

– Não sei, Sher... É? - rebateu.

– Acho que encaixa! - franzindo ainda mais a testa e piscando rapidamente.

– Encaixa?

– Sim... Veja: Nós saímos juntos.

– Nós resolvemos crimes juntos! - fazendo uma careta. - E encontramos cadáveres!

– Comemos juntos... - continuou.

– Você nunca come! Só fica olhando enquanto eu como!

– Vivemos juntos! - insistiu.

– Nós crescemos juntos!

– Dormimos juntos! - olhando-a de lado.

– Inevitável... - sorrindo.

– É isso! Encaixa na coisa toda de namorados! - disse simplesmente.

– Tecnicamente você também é namorado do John... - fazendo uma careta sarcástica. - Se formos considerar isso...

– Como é? - parecendo surpreso.

– Vocês preenchem os requisitos!

– Inclua beijos e sexo a lista... - disse brevemente enquanto o carro parava e ele saltava.

– Hum... - ela resmungou saltando em seguida.

Mycrfot tinha razão! Pensou o detetive enquanto entregava uma nota ao motorista. A garota era totalmente impertinente! Aquilo não era hora de interrogá-lo daquela forma! Muito menos sobre aquele assunto! E acabara de esgotar sua única explicação lógica para a questão. Se ela insistisse com aquilo a explicação recairia no campo dos sentimentos... Aquilo era algo de que ele não entendia, jamais saberia explicar!

– Então é simples assim? - disse segurando o braço dele e impedindo que ele abrisse a porta.

– O que quer que eu diga?

– Não me entenda mal... - torcendo os lábios. - Não estou pensando em casamento e filhos... - suspirando. - Só quero ter certeza que você não está sendo apenas super protetor...

– Mas eu estou sendo super protetor! - rebateu.

– Está me deixando confusa agora...

– Mildred, eu sou uma pessoa terrível que não entende nada sobre sentimentos, felicidade e relacionamentos... - voltando-se para ela e falando depressa. - Mas eu tenho esse problema com você!

– Problema?

– Desista. - impaciente. - Essa conversa não vai levar a lugar algum!

– Você é mesmo terrível, Sherlock Holmes! - ralhou dando as costas e ameaçando se afastar.

– Aonde pensa que vai? - segurando um pulso dela.

– Não tenho nenhuma vontade de ficar perto de você agora!

– Mas você não tem vontades! - devolveu. - Pertence a mim, portanto, vai ficar onde eu disser que vai ficar. E nesse momento, vai ficar aqui! Comigo!

– Possessivo! - ela resmungou baixando a cabeça.

Ele abriu a porta e subiu as escadas de dois em dois degraus, sem no entanto soltar o pulso dela. Mildred sentiu-se um filhote sendo arrastado pela coleira! Não era que não gostasse. Só que as vezes desejava intensamente que aquele homem fosse mais humano... Demonstrasse mais seus sentimentos. Constantemente sofria com a dúvida. Ele realmente tinha aqueles sentimentos? Ou estava apenas acostumado a presença dela?

Quando finalmente atravessaram a porta do apartamento encontraram John em pé, parecendo impaciente, com um braço apoiado em uma tipoia. Ela sorriu. Ia cumprimentá-lo, mas viu Sherlock assumir a dianteira e tomar completamente a entrada. Suspirou. Nessas horas ela podia jurar que ele estava tentando escondê-la. Sabia que ele detestava explicar a presença dela aos outros... Mas John não era igual aos outros...

– Olá John! - disse o detetive com um sorriso.

– Oh! - o médico voltou-se. - Você está aí! Esperei que fosse me apanhar no hospital..

– Você recebeu o recado? - devolveu o outro com tranquilidade. - Deixei um recado! - ainda imovel em pé diante da porta.

Espere na Baker Street? Isso era um recado? - retrucou John.

– Sim.

– Ok! - suspirou sentido-se cansado. - O que era tão urgente?

– Isso... - Sherlock então deu um passo pro lado, deixando a pessoa que estava atrás dele visível.

– Olá John! - disparou Mildred com um sorriso inocente.

John olhou de um para outro se sentindo confuso por um instante. Só aqueles dois eram capazes de fazer um cumprimento simples se tornar tão irritante! E quando estavam juntos, tudo o que faziam se tornava especialmente impossível de aturar! Pareciam duas crianças enfastiadas dispostas a trazer todo o mundo inteiro para a sua brincadeira particular.

– Mild! Sherlock! O que está havendo? - disparou depois de algum tempo, reparando na pesada mochila as costas da garota.

– Deixe que eu explique! - pediu Mildred afagando as costas do detetive e passando a frente dele. - Achávamos que os atentados até aqui era o objetivo final... Mas agora... - suspirando e olhando o chão.

– O que são? - John sentindo-se tenso e preocupado.

– Não é obvio meu caro John? - retrucou Sherlock, apenas para ver o amigo revirar os olhos e Mildred olhá-lo lateralmente.

– São avisos! - ela explicou. - Sherlock tem recebido essas mensagens de texto há alguns dias, mas o idiota não levou a sério! - fazendo uma careta. -... até hoje!

– E o que... - não terminou a pergunta. O visor do telefone de Sherlock estava diante de seu rosto.

John observou aquela sequencia de zeros e uns sem compreender o que significava. Procurou uma orientação no rosto do amigo e em seguida nos olhos de Mildred. Desviou-se do seu objetivo quando percebeu a perturbação nos olhos dela. Não era comum encontrar neblina naqueles olhos. Sherlock revirou os olhos quando percebeu que o amigo não entendera a mensagem.

– É código binário. - explicou Mildred. - Diz: "quem precisa morrer para fazer você chorar?" E agora a pouco ele recebeu outra. - suspirando.

– "Você já chorou hoje?" - disse o detetive simplesmente.

– Por isso ele trouxe você pra cá? - John franziu a testa intensamente.

– Eu era o próximo alvo de qualquer forma...- os dois olharam para Sherlock, que acabara de cruzar os braços parecendo alheio a conversa. - Por eliminação já que meu irmão é inatingível...

– Não faça isso! - Sherlock acabava de voltar para a conversa.

– Isso? - retrucou Mildred sem entender.

– Está chamando Mycroft de irmão, de novo!

– Mas é o que ele é, ora!

– Não vamos discutir isso outra vez, vamos? - ele revirou os olhos.

– Você me aborrece, Sherlock Holmes!- ela determinou aborrecida, entrando no apartamento pisando duro.

– Essa conversa me aborrece! - resmungou Sherlock indo sentar em sua poltrona.

– Talvez se não se esforçasse tanto em ocultar o que sente... - resmungou John acompanhando o amigo.

– Eu não faço isso! - rebateu o detetive escorregando na poltrona.

– Admita que está preocupado com ela.

– Não tentei esconder isso! - assegurou olhando fixamente para John. - Por isso a trouxe para cá!

– Então admita que ficou preocupado com ela por que a ama!

– Se você sabe, por que eu preciso dizer? - dando de ombros.

– Para ela homem! Não para mim! - enervou-se John.

– Ela também sabe! - suspirando entediado.

– Deus! Que homem insensível! - disparou John caminhando na direção do quarto. Encontrou Mildred no meio do caminho.

– Vamos trabalhar? - ela parecia mais calma.

– Como você o suporta? - sussurrou John.

– Eu gosto de desafios John!

– Ok! - declarou John erguendo os braços e dando-se por vencido. - Vocês se merecem!

Uns minutos mais tarde e estavam os três sentados no chão da sala de estar rodeados de papéis e imagens impressas. Na parede havia um pequeno painel de recortes e fotografias. John tentava fazer as conexões, mas antes que pudesse, Sherlock e Mildred já tinham feito isso e criado novas conexões. Eram rápidos, precisos, afiados. John estava impressionado!

Por mais que estivesse acostumado com a rapidez de raciocínio do detetive, achava aquele entrosamento, a comunicação sem palavras, o modo como os dois enrugavam a testa ao mesmo tempo e se concentravam do mesmo modo assustador! Sentia-se um intruso! Um espião! Um intrometido! Sentia-se como se estivesse testemunhando cenas extremamente íntimas, que não deviam ser vistas por ninguém.

Mildred fez uma anotação no mural da parede, ao lado do nome de Gregor Smith. Sherlock parece admirado e acrescentou um asterisco ao lado do nome. Era claro que ambos estavam imaginando que aquele homem pudesse ter algo a ver com aqueles atentados... Aquelas ameaças... Mildred e Sherlock começaram a fazer uma série de anotações. E o mais impressionante para John era que eles completavam as frases escritas um do outro, com absurda naturalidade! Simplesmente como se estivessem pensando o mesmo e ao mesmo tempo! Os dois deixaram o painel e começaram a analisar algumas provas...

– A combinação genética da perfeição! – disparou John atônito.

Mildred que então segurava uma lâmina a ser examinada deixou-a cair e olhou depressa para o médico. Sherlock apenas ergueu os olhos do microscópio.

– Eu disse isso em voz alta? – surpreendeu-se John. – Perdão... – envergonhado.

– Não é uma ideia ruim... – murmurou Sherlock após olhar para o lado com o canto dos olhos.

– Como é? – devolveu Mildred parecendo chocada.

– Nunca fui contra a reprodução humana! – declarou o detetive voltando a se concentrar no microscópio. – E, além disso, John tem razão!

– John! Não dê ideias estranhas a ele! Ele fica confuso! – afastando-se.

– É você quem está pensando coisas estranhas! – concentrado. – Alcance a amostra... – estendendo a mão sem olhá-la. – Agora, apenas pense: é uma combinação fascinante de potencial. Duas mentes superiores em uma fusão é algo que fascina só em imaginar!

– Você se deu conta do que você está dizendo? – aturdida.

– É assim tão absurdo? – só então desviando do microscópio e olhando para ela.

– Está mesmo sugerindo que eu e você poderíamos... – franzindo a testa. Ele deteve-se por um instante com aquele olhar distante de quem analisava algo.

– Tem razão! É uma coisa estúpida! – voltando para o microscópio. – Mas confesso que fiquei seriamente tentado a experimentar!

– E não é o que costumam fazer? – os dois voltaram a olhar John. – Oh! Deus! Eu falei outra vez não foi? - os dois sorriram.

Apesar daquele clima tranquilo na Baker Street, Mildred não conseguia afastar de si a preocupação! Se fosse mesmo Gregor Smith, era demais para o estilo dele! Ele estava sendo minucioso demais! Aquilo era muito trabalho apenas para uma vingança! Era pessoal! E o alvo era Sherlock! Não havia como manter a calma com aquelas ideias na cabeça... Sentiu um aperto estranho na garganta e subitamente lembrou-se de Sean...

– Preocupada? - murmurou Sherlock.

– Não é nada... - respondeu em voz baixa e afastou-se. - Chá? - era melhor que não compartilhasse seus pensamentos. Pelo menos não naquele momento.


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Notas finais do capítulo

E agora?
Particularmente eu amo esses dois... Mais e aí?



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