Reinos Do Coração - A Primeira Jornada escrita por NaluFigueira


Capítulo 10
10. Grilo Falante


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse capitulo é mais curto porque eu queria deixar Monstro pra um único capitulo.
Boa leitura.



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O grupo aterrissou na Cidade da Travessia. Hikari entregou o papel com dados desconhecidos que fora encontrado em Agrabah à Aerith. Ela agredeu, disse que leria e contaria ao time se encontrasse algo novo. Leon e Riku, por alguma razão, não foram um com a cara do outro. Ainda sim, Leon parabenizou Hikari por salvar mais um mundo das trevas.

–Leon, quando eu estava lutando contra Jafar, alguém estava conversando com ele, eu suspeito que seja Malévola – Hikari contou quando os dois estavam sozinhos – eu também acho que foi ela que sequestrou a princesa.

–Mas por que ela faria isso? – Leon perguntou para líder.

–Jafar falou algo sobre ela ser uma das sete chaves para abrir uma porta.

–Uma porta?

–Sim, - Hikari estranhou também – seja que porta for, esse deve ser o objetivo da bruxa.

–Entendo, vou perguntar a Merlin sobre isso. Deve haver alguma coisa registrada. – Leon prometeu - Se você encontrar mais alguma coisa me avise.

–Leon... Você encontrou algo sobre o paradeiro da minha avó? – perguntou Hikari com uma nítida esperança no rosto.

–Sinto muito Hikari – Leon abaixou a cabeça – desde que vocês saíram não chegou mais ninguém das Ilhas do Destino.

Hikari assentiu com a cabeça tristemente. Leon foi para a loja de Cid. Hikari coletou a página do livro de Puff de suas coisas e partiu para o terceiro distrito.

–Hikari!

A dita cuja se virou para saber quem a chamava. Era Sora.

–Sora? Pensei que você tivesse ido comprar equipamentos com a Kairi – Hikari disse. Sora recuperava o fôlego, ele aparentava estar com pressa.

–Eu precisava conversar com você – o garoto de cabelos espetados explicou.

Hikari esperou ele continuar.

–Você... É uma garota, né? – ele disse com a voz trêmula.

–Uau, obrigada por notar – Hikari ironizou.

–Não, eu não quis dizer isso! – Sora se desculpou, agitando as mãos no ar – É que eu precisava de um conselho.

–Conselho? – a garota cruzou os braços.

–Hikari, o que as garotas gostam de fazer no tempo livre? – Sora perguntou, seu rosto estava levemente avermelhado.

–Depende de cada uma – ela parou para pensar um pouco – você está falando sobre a Kairi?

–É, ela anda meio triste, sentindo falta da ilha – Sora contou – eu queria... Fazê-la sorrir um pouco...

Hikari sorriu, que garoto adorável. Ela queria ajudá-lo, mas não conhecia tanto Kairi para saber algo desse gênero. Então ela olhou da página em suas mãos para o rosto envergonhado de Sora e a ofereceu para seu amigo.

–O que é isso? – Sora analisou o pedaço de papel.

–É uma página de um livro que contém um mundo dentro dele – Hikari explicou – as páginas estão espalhadas pelos mundos. Ele é completamente livre de qualquer heartless, você e Kairi podiam fazer uma visita, acho que isso vai fazê-la se divertir um pouco.

–Jura? – Sora sorriu de orelha a orelha – Obrigado, Hikari!

–De nada – ela riu – o livro está na casa de Merlin.

Sora agradeceu novamente e foi buscar Kairi. A líder observou o amigo deixando o terceiro distrito, ela estava feliz pelos dois. Será que um dia ela iria encontrar alguém que a quisesse fazer feliz como Sora faz pela Kairi?

–Não é a toa que te chamam de “faz tudo” por aqui – disse uma voz familiar – até cupido você é.

O garoto de cabelos prateados estava encostado de braços cruzados no muro que ligava o terceiro distrito ao segundo. Hikari revirou os olhos.

–Você está me seguindo? – ela perguntou sem olhar para ele diretamente. Ela ainda não tinha se esquecido daquele gesto de carinho entre os dois em Agrabah.

–Não, só não achei nada de interessante pra fazer nessa cidade – Riku se aproximou dela.

–Isso é um abrigo para refugiados dos mundos destruídos pelas trevas, não um parque de diversões – Hikari disse de forma ríspida.

–O que te mordeu? – Riku estranhou o comportamento da amiga de infância.

–Estou cansada disso. – Hikari o encarou – Dessas provocações, dessa mania de conversarmos como se fossemos crianças de novo! – ela gritou - Estamos numa missão para salvar pessoas! Minha avó ainda não foi encontrada, e eu estou aqui de mãos atadas! Isso é sério, Riku!

–Hikari... – Riku não sabia o que dizer – Desculpe, eu não sabia...

Hikari ficou em silêncio. O que ela estava fazendo? Riku não tinha culpa de aquilo estar acontecendo.

–Não, eu... – ela suspirou, colocando a mão na própria testa – esquece o que eu disse, eu não queria descontar minha frustração em você. Devo estar cansada.

–Por que eu você não duelamos? Assim você pode descontar toda a sua raiva em algo produtivo – Riku invocou a Devoradora de Almas.

– Isso tem a ver com aquela aposta? – Hikari arqueou as sobrancelhas.

–Só se você quiser, eu vou entender se você quiser adiar pra depois – Riku colocou a mão livre no bolso.

–Tudo bem, mas nenhum poder pode ser usado, apenas a força bruta! – Hikari sorriu, invocando sua keyblade.

–Eu pretendia fazer isso – o garoto entrou na brincadeira.

–Vamos pro segundo distrito, não quero expectadores – Hikari se lembrou de Sora e Kairi.

Os dois começaram a lutar de forma direta, Riku já tinha memorizado os movimentos de Hikari, e ela os dele. Ela duvidava que Riku a machucaria de verdade, ele não parecia estar colocando tanta força no ataque. Hikari fingiu dar uma cambalhota no ar, atacando Riku no ombro. O garoto se desequilibrou, mas se recuperou em seguida, acertando Hikari no processo. Ela caiu no chão, Riku tentou acertá-la novamente, no entanto a mesma bloqueou e contra-atacou. Riku, quase sem fôlego, estava impressionado com a habilidade da amiga, ela era melhor do que todos os seus oponentes na ilha. Hikari saltou e, devido ao erro de cálculo, caiu sobre Riku, os dois aterrissaram no chão.

Hikari corou ao perceber que sua face e a de Riku estavam a milímetros de distância. Riku estava desacordado, ele havia batido a cabeça na hora que atingiu o solo.

–R-Riku? – Hikari sussurrou preocupada.

Ela saiu de cima do corpo do garoto de cabelos prateados. Levantou a keyblade no ar lançou um feitiço de cura no ferimento, ele gemeu de dor ao despertar, ao sentar-se colocou as mãos na própria nuca.

–Você está bem? – ela perguntou.

–Estou – ele riu – droga, você ganhou.

–Você ainda liga pra isso?! Tem noção do quanto é sério bater a cabeça assim?! – Hikari abaixou a cabeça de Riku com as próprias mãos – Deixa-me ver se ficou algum hematoma.

–Está tudo bem Hikari – Riku estava rindo como Hikari nunca o viu rir antes.

–O que é tão engraçado?! – Hikari colocou as mãos na cintura.

–Você preocupada comigo, sendo que foi você que me machucou – Riku explicou, ainda rindo.

–Foi um acidente! – Hikari esclareceu.

–Claro - Riku apoiou o braço esquerdo em um dos joelhos – então, você pode pedir o que quiser agora. Era o acordo.

Hikari refletiu por alguns instantes.

–Eu acho que vou guardar pra uma hora importante – ela concluiu – mas Riku, por que você apostou aquilo?

–Eu não sei – Riku olhou para o céu escuro da Cidade da Travessia – acho que eu...

Hikari esperou a finalização da frase.

–... Nada, vamos encontrar Sora e Kairi. – Riku se levantou sem olhar para Hikari.

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Hikari foi comprar um acessório na loja de Cid, no entanto, ao lado do balcão estava um menino agachado de bruços no chão.

–Ei, está tudo bem? – Hikari perguntou a ele.

Quando ele levantou o rosto para olhar Hikari, a garota se surpreendeu ao ver que não era um garoto, era um boneco. Ele tinha cabelo preto e sobrancelhas finas, olhos azuis, e mãos de quatro dedos. Ele usava um chapéu amarelo com uma pena vermelha nele, sapatos marrons, e luvas brancas. Ele vestia uma camisa de mangas curtas sob um colete preto com forro de ouro e calções vermelhos.

–Ah, eu estou bem. Só estava brincando de esconde-esconde – e o boneco fala também, não que coisas inanimadas com vida assustassem Hikari agora, isso era apenas um detalhe na sua nova vida.

–Pinóquio! – gritou uma voz vinda da porta – Aqui está você! Estava morrendo de preocupação.

Quem falava era um grilo minúsculo, ele estava vestido a caráter e na mão carregava um pequeno guarda chuva vermelho.

–Desculpe se ele te incomodou senhora – disse o pequenino à Hikari – sabe como são as crianças!

De repente o nariz do boneco que parecia se chamar Pinóquio cresceu alguns centímetros.

–Pinóquio! Você andou mentindo de novo? – o grilo reprovou Pinóquio – Você sabe que não se devem contar mentiras, elas crescem até você ser pego! O seu nariz é uma prova disso.

–Não, Grilo, eu só vim pegar isso – Pinóquio tirou uma caixa do bolso – se você quer algo, por que esperar? Por que não apenas pegá-lo?

–Minha nossa, quem te disse isso? – Grilo perguntou com uma expressão surpresa no rosto – Você precisa de conselhos da sua consciência.

–É verdade! Você é minha consciência, Grilo! – Pinóquio se lembrou – Eu nunca vou mentir com você por perto – o nariz de Pinóquio voltou ao seu tamanho original.

–Você precisa ser bondoso para se tornar um menino de verdade! Você prometeu isso a Geppetto, lembra? – o Grilo alertou com um sorriso.

–Mas nós não sabemos onde papai esta! – Pinóquio lamentou.

Hikari se comoveu com a história dos dois. Ela sabia como era não saber como está um ente querido. Ela se aproximou das duas figuras.

–Olá, meu nome é Hikari – ela se apresentou – desculpe por ouvir a conversa, mas vocês estavam falando sobre alguém desaparecido?

–Olá, eu sou o Grilo Falante e este é Pinóquio. O criador de Pinóquio sumiu quando nosso mundo foi levado pelas trevas. – o grilo explicou – Parece que ele não conseguiu vir para essa cidade.

–Entendo – Hikari assentiu com a cabeça – bom, eu e meu grupo estamos numa missão para ajudar os mundos, se você permitir, nós o procuramos pra vocês.

–Jura?! – o boneco falante pulou de alegria.

–Você faria isso por nós? – Grilo perguntou – Não queremos ser um incomodo.

–É claro – Hikari sorriu.

–Nós vamos com você! – disse Pinóquio.

–Pinóquio, existem muitos perigos lá fora, você fica aqui enquanto eu vou ajudá-los – o Grilo Falante ordenou.

–O que está acontecendo? – perguntou Sora, entrando na loja com o resto do grupo ao seu redor.

–Nós vamos ajudar o pequenino aqui a encontrar uma pessoa – Hikari determinou a próxima missão.

–Nós vamos? – Kairi indagou.

–Muito prazer em conhecê-los, eu sou o Grilo Falante e esse é o... – Pinóquio havia desaparecido – pra onde ele foi agora?

–Não se preocupe, tenho certeza que ele está bem – tranquilizou-o Hikari.

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Grilo se acomodou no capuz de Sora. O time já estava na nave, quando Kairi se aproximou da líder.

–Você está fazendo isso por causa da sua avó, não é? – a amiga perguntou.

–Como você sabe? – Hikari se perguntou se era tão fácil ler seus pensamentos.

–Eu também tinha uma avó que cuidava de mim – Kairi comentou – mas ela desapareceu depois que nosso mundo foi atacado, eu não a encontrei na ilha, então passei a morar com uma família adotiva.

–Pensei que você fosse das Ilhas do Destino.

–Eu cresci lá, mas nasci em outro mundo, foi um dos primeiros a ser levado pelas trevas, eu era muito pequena quando tudo aconteceu então me lembro de pouca coisa – Kairi olhava para baixo, seus olhos estavam tristes, como Sora a descrevera antes – agora eu perdi minha família adotiva também.

–Todo esse tempo eu achei que era a única com esse tipo de problema, nem parei pra pensar que meu próprio grupo também pudesse estar sofrendo com esse caos – Hikari refletiu com remorso – desculpe Kairi.

–Não tem problema, - Kairi fez que não com a cabeça – se precisar conversar estarei aqui.

–Eu também – Hikari prometeu.

–Garotas, quantas vezes eu tenho que dizer pra vocês colocarem os cintos! – Cid gritou pra elas, as duas foram para seus assentos para não entristecer o piloto.

O time passou por Agrabah, estavam indo em direção ao próximo mundo destacado no cursor do painel do gummi. De repente algo começou a apitar, alertando a todos. Cid começou a apertar uma série de botões tentando identificar qual era o problema. Não havia sinal de Heartless na imensidão do universo. No horizonte algo cinza vinha em direção a eles. Hikari semicerrou os olhos para ver melhor. A coisa tinha dentes, e não parecia estar feliz.

–O que é aquilo? – perguntou Kairi.

–É enorme! – gritou Sora.

–É uma baleia gigante! – Hikari gritou quando o animal passou por cima da nave.

–É o Monstro! – Grilo disse, ele estava de pé sobre o ombro de Sora – É uma baleia feroz, ele pertence ao meu mundo!

–Cid, nos tire daqui! – pediu Kairi ao piloto.

–Eu estou tentando! – Cid estava concentrado no painel – Parece que esse bicho paralisou nosso sistema de alguma forma!

–Droga! – Riku grunhiu, ele puxou todos que estavam presentes para si e levantou a mão esquerda para cima – Escudo das Trevas!

Uma barreira cristalizada se formou na frente deles. Riku usou a outra mão para fortalecer o escudo. Apesar de toda a gritaria, Hikari só conseguia olhar para o amigo de infância. Os olhos verde-água que encaravam o inimigo foi a última lembrança de Hikari antes de eles serem engolidos pela baleia gigante.


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Notas finais do capítulo

É isso por hoje!
Obrigada e até mais.



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