Elesis observava atenta a maga tomando um café pela manhã, que bebericava com um olhar pensativo. A cavaleira prestava atenção a cada movimento como um tigre, pronto para “dar o bote”. Logo, passou a se fazer de sombra e a acompanhou sem que ninguém percebesse, exceto por Ronan, que a viu de saída atrás da violeta.

                “Aonde elas estão indo?”,

                perguntava-se o guerreiro e, alguns minutos depois, não mais aguentando, começou a seguí-las até a caverna do gon. Arme andava tranquilamente e sentou-se na porta da caverna após invocar seu escudo magico como sempre fazia, Elesis andava entre os arbustos e Ronan a seguia desastrosamente.

                -Pequenino? Você está ai? –disse Arme, em resposta o gon veio correndo a derrubando no chão.

                -Certo pequenino se vou mesmo fazer isso você precisa de um nome, que tal... Uvinha? – o animal balança a cabeça em negação.

                -Gakupo? – novamente ele balança a cabeça.

                -Roxinho? – e denovo.

                -Que tal... Ametista? – novamente a mesma reação mas a maga não desistiu.

                Pensativa, ela finalmente consegue um resutado positivo: olhando nos olhinhos do gon percebe a cor amarelada da flor de buttercup, ela então arrisca, meio sem esperança, mas com muita força de vontade:

                -Butter... Cup?

                Buttercup se agita; contente pelo nome, ele voa de um lado para o outro, esbarrando em arvores e arbustos e fazendo com que a ruiva rastejasse e pulasse de um lado pro outro para que a maga da qual tentava se esconder não a visse. Ronan já estava à vista e desprotegido quando apunhalou sua espada e decidiu que devia ajudá-la.

                Quando a sanguinária espadachim viu o amigo apunhalando a espada em sua pose imponente, seu rosto enrubeceu, mas antes de ser domada por isto, se lançou em direção ao azulado e o derrubou em cima de algumas gramíneas, quase como se fosse apenas para não perder o hábito.

                -Você é idiota? – disse baixinho- Eu estou tentando observá-la e você esta estragando tudo!

                -Se você queria a proteger esta fazendo isso errado, ela está em perigo! – grita o espadachim.

                -Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!! Ela pode ouvir! Além disso, olhe, ela está bem! – ele elevava aos poucos seu tom de voz.

Os dois se sentaram e observaram a maga, ela ria enquanto acariciava o dragão, apesar da harmonia ela não abandonou o uso de sua magia, estava com o seu pote cheio de um pó rosa pendurado no braço esquerdo para caso fosse preciso invocar um escudo rápido. Ronan concordou meio sem jeito que estava tudo bem. Mas não era exatamente por que ele errou, talvez fosse por que a pessoa que ele gostava estava ali, muda e distraída ao seu lado.

                Ainda sem jeito, o azulado segurou a mão da ruiva e lhe disse que precisa falar sobre algo; ele não entendia porque quis falar sobre aquilo de repente. Antes que qualquer um dos dois pudesse reagir, o gon cuspiu um vasto fogo azul e gélido, que fez ambos correrem floresta adentro. Em menos de cinco minuto eles já haviam percorrido uma distancia de 200 metros e finalmente pararam para tomar fôlego.

                Apoiados a um salgueiro tentam respirar devagar; uma tentativa falha. O susto havia sido muito grande, portanto, não estavam raciocinando muito bem ainda. Com alguns minutos de descanço o jovem poderia levá-los de volta ao grupo. Na esperança de Elesis de dar mais alguns passos, sua pressão subiu brutamente e ela começou a passar mal; em menos de 15 segundos já se encontrava desequilibrada nos braços de Ronan.

                A ruiva havia caido de bruço em cima do garoto, ele a observava com o rosto corado sem saber exatamente o que deveria fazer. Ela se apoiou nele de cabeça baixa, para que não visse seu rosto. Ficou apenas o tempo necessário para a tontura passar e então virou-se de costas, seguindo em direção ao acampamento sem olhar para trás. Ele colocou a mão no ombro dela e perguntou preocupado:

                -Elesis, você está bem?

                Ela se livrou do toque dele, dizendo:

                -E-e-estou sim, é normal minha pressão cair em dias quentes – “Droga!! Por que eu gaguejei?!”
                Ela continuou andando, deixando um belo rapaz a vendo ir embora com um sorriso terno no rosto, imaginando como seria bom se ela tivesse gaguejado porque o amava, e não porque não se sentia muito bem.