You Make Me Crazier escrita por Anne D


Capítulo 21
Capítulo 21 - Papai...


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, peço mil perdões pela minha demora, mas ela tem motivo.
Antes eu não postei porq estava completamente cheia de coisas pra fazer, estava em semana de provas e fiz a prova pra ETEC, então tive que me matar de estudar. Depois eu perdi completamente minha inspiração, e esse capítulo tinha que ser bastante bom e bem explicativo, pois é realmente importante para o resto da história.
Como não tenho recomendações recentes, dedico esse capítulo a você que esperou por todo esse tempo para ler, obrigada pelo apoio ♥
Bem, sem mais enrolação, agora vou deixar vocês lerem.
Aproveitem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/250840/chapter/21

- O que está acontecendo mãe? – pergunto assustada

- Apenas vistam um casaco e venham comigo – ela diz sem expressão

Eu e Prim obedecemos e a seguimos até o carro aflitas. Qual a razão de ela estar agindo assim? Mamãe sempre foi emotiva, assim como Prim. Se algo errado tivesse acontecido ela estaria chorando não estaria?

- Mãe – tento novamente – O que está acontecendo? Pra onde estamos indo?

Ela não responde. Se mantém concentrada na estrada e agarrada ao volante, como se fosse a única coisa que ela podia segurar para se manter no mundo real.

Depois de alguns minutos agonizantes dentro do carro silencioso chegamos a um lugar que eu não esperava ver tão cedo: O hospital.

- Mãe, o que estamos fazendo aqui? – pergunta Prim

Sem respostas, Prim e eu começamos a nos desesperar, temendo o pior.

Minha mãe desce do carro e sai correndo até o hospital. Ignorando o fato de o carro estar aberto e nós estarmos ali.

- Katniss – diz Prim – estou com medo.

- Calma Prim – digo pegando-a pela mão – Vem comigo.

Saímos correndo desgovernadas até a porta do hospital.

- Faz idéia do que mamãe tem? – pergunta Prim, já com lágrimas nos olhos

É impressionante como Prim é sensível. Ela nem sabe os motivos de mamãe e já está sofrendo com ela.

- Não – respondo – Não faço idéia.

Escancaramos a porta do hospital, de modo que todos olham para nós. Vamos caminhando até o balcão, onde minha mãe fala com a recepcionista e pegamos o fim da conversa:

- ... quarto 347, corredor 6. – diz a recepcionista – Se precisar de ajuda...

Mas minha mãe já saiu correndo descontrolada pelos corredores. Ela me lança um sorriso solidário.

- Acho melhor irem atrás dela...

E é isso que nós fizemos. Saímos correndo atrás de minha mãe, assustadas com as possíveis possibilidades do porque de estarmos naquele local.

Acabamos a perdendo de vista, mas isso não é problema. Nós temos o número do quarto para onde ela está indo.

Saímos à procura do quarto 347. A essa altura, Prim já chora desesperada. Algumas lágrimas já escaparam de meus olhos, pois já posso imaginar o motivo.

- 347 – digo quando paramos na porta do quarto

Entramos e o que vejo é a pior coisa que se podia imaginar.

Meu pai está estendido sobre uma cama, muito ferido e sua vida é sustentada por aparelhos. Minha mãe está caída ao seu lado, em prantos. Tapo a boca com as mãos para não gritar e saio do quarto.

POV. Prim

- Ah meu Deus – grito e caio de joelhos, chorando – Papai! O que aconteceu com você?

Pego uma de suas mãos e me mantenho ao seu lado, fazendo perguntas que sei que ele não vai responder.

- Senhorita – chama a voz de um médico que até agora não havia se feito presente – Eu realmente preciso falar com alguém de sua família, e nem sua irmã ou mãe estão em condições...

Olho para cima, não com raiva. Não o culpo por interromper. Katniss deve ter jogado coisas nele e gritado para sair de perto dela, enquanto minha mãe, ela só chora jogada ao lado da cama de papai. Acho que posso aguentar...

- Pode falar – tento ser forte e enxugo parte de minhas lágrimas – Estou pronta para ouvir.

- Bem, Srta. ...

- Primrose – digo – Me chame de Primrose.

- Tudo bem, Primrose – ele começa – O Sr. Everdeen sofreu um grave acidente quando voltava para casa. Parece que o motorista que bateu em seu carro estava bêbado. Seu pai acabou entrando em coma e vai ter que ficar aqui até que esteja pronto para acordar. As visitas podem ocorrer quando vocês quiserem, desde que aconteçam dentro do horário. O diagnóstico do Sr. Everdeen é este – ele me entrega uma prancheta – Eu fiz o melhor que pude, sinto muito.

Engulo seco. As lágrimas voltaram.

- Obrigada – suspiro – Mas pode nos deixar a sós um momento?

- É claro, se precisarem de alguma coisa, me encontro no corredor.

Ele vai até a porta, lança um último olhar solidário e se retira do quarto. Desabo novamente no chão, chorando desesperadamente.

Depois de algum tempo, não tenho mais lágrimas para derramar, então fico pensando. Onde está Katniss? Ela ainda não se acalmou? Fez alguma loucura? E minha mãe, quando vai parar de chorar?

Espere, ela já parou, faz um tempo.

Vou até ela e a encontro em um estado de transe.

- Mãe? – chamo com a voz rouca – Mãe? Mãe, por favor, me responda!

Sem respostas, decido ergue-la e levá-la até o pequeno sofá que tem no quarto. Enxugo suas lágrimas com um pano que estava em cima da cama e arrumo seus cabelos. Minha mãe sequer se mexe ou responde. Ela simplesmente olha para o teto, sem reação.

Decido sair do quarto a procura de Katniss. Onde será que ela se meteu?

POV Katniss

- Meu pai... – digo soluçando – Papai...

Não consigo acreditar no que vi. Simplesmente não consigo. Estou aqui, no pequeno armário do último andar, chorando há um bom tempo.

Por que isso aconteceu? Meu pai certamente não merecia. Mesmo sendo um pouco nervoso e fácil de explodir, ele é um homem carinhoso que nunca fez nada a ninguém. Posso me lembrar das noites de inverno que ficávamos perto da lareira acesa, tocando violão e cantando. A voz dele é incrível. Todo mundo diz que a minha também é, mas acho que não chego nem aos pés dele. Quantas canções de ninar ele me cantou quando eu era pequena e não conseguia dormir? Inúmeras. Gentil, carinhoso e sempre atencioso com mamãe. E vê-lo daquele jeito, em uma cama, deitado e imóvel, me destruiu completamente. Se tinha uma coisa de que ele não gostava era ficar parado. Quando ficava doente, ele simplesmente odiava o fato de ter que ficar na cama dele. Sempre arranjava uma coisa para fazer.

Esse é meu pai, e não o homem deitado na cama do quarto 347.

Ouço leves batidas na porta e me encolho, sem coragem para levantar, com medo de cair.

- Katniss – ouço a voz abafada de Prim – Eu sei que está aí dentro, abre pra gente poder conversar?

Não ouso responder, sei que não tenho voz para isso.

- Por favor Katniss – diz a voz suplicante de Prim – Você é a única que pode conversar comigo... Eu preciso de você.

Isso me comove, de modo que engatinho até a maçaneta e destranco a porta.

Ela ouve e entra rapidamente, trancando a porta de novo. Prim se senta ao meu lado e me abraça.

- Sei que é difícil – ela diz – Mas temos que superar.

Correspondo ao abraço dela, mas começo a chorar novamente.

- Mamãe não está bem Kat – ela diz tristemente – Tenho medo de tê-la perdido também...

- Perde-la como? – pergunto com a voz rouca

- Ela não me responde, só olha fixamente para algum lugar. – ela pega minha mão – Não tem vida nos olhos dela. Na verdade até tem, camuflada por uma vasta camada de tristeza.

Ficamos quietas, por um bom tempo.

- Quero ir pra casa Prim – digo melancolicamente

- Vamos agora então – ela responde levantando e me estendendo a mão

É estranho como ela conseguiu parecer minha irmã mais velha agora.

Vamos até a recepção e pedimos a um enfermeiro para nos levar para casa, já que minha mãe não responde a nada. O moço é simpático e bom, então responde prontamente, disposto a levar minha mãe ao carro e nos ajudar a entrar em casa.

Vamos até o quarto 347 novamente, mas dessa vez eu não entro, pois não estou preparada para encontrar meu pai de novo.

O enfermeiro sai de lá com Prim, carregando minha mãe no colo e nos leva até o carro. A viagem até em casa é silenciosa, mas não desconfortável. Admiro esse enfermeiro tanto por fazer isso por nós e não ficar comentando sobre meu pai.

- Qual seu nome? – Prim pergunta de repente

- Tresh – responde o moço sorrindo

Ele deve ter uns 28 anos, é negro e bastante alto e forte. Além de ser bastante bonito e simpático.

Chegamos em casa e ele leva minha mãe até seu quarto. Assim que desce as escadas, agradecemos bastante e falamos ao nosso motorista para levá-lo de volta ao hospital. Ele não recusa, pois é um pouco longe.

O levamos até o portão, sempre agradecendo.

- Não precisam agradecer meninas – ele diz – Sempre que precisarem é só chamar por mim lá no hospital. De Tresh lá, só tem eu.

Nos despedimos e ele entra no carro rumo ao hospital.

Entramos em casa e a primeira coisa que vou fazer é tomar um banho. Entro no chuveiro e sinto a ducha gelada. Fecho os olhos e ajusto a temperatura. A água, agora quente, ajuda a relaxar meus músculos. Fico pensando em como quero que Tresh cuide de papai, e não aqueles médicos idiotas do hospital.

Saio do banheiro, visto meu pijama e vou procurar Prim. Ela ainda está no banho.

Decido ir arrumar minha mãe, mas quando chego a porta do quarto e ponho a mão na maçaneta, não consigo entrar.

Vou para o quarto e procuro algo para me distrair e tentar não pensar em papai.

Prim sai do banheiro, também já vestida com o pijama.

- Já arrumou mamãe? – ela pergunta

- Não consegui – admito

- Tudo bem – ela diz – Já volto.

Ela sai do meu quarto e vai para o de minha mãe.

Encontro meu celular com umas 30 chamadas perdidas. A maioria é de Peeta, mas também tem ligações de Clove, Madge e Gale.

Ligo primeiro para Peeta.

- Katniss? – ele atende desesperado – Graças a Deus você está bem! Não sabe o susto que me deu!

- Peeta – digo e lágrimas brotam em meus olhos – Precisava tanto de você aqui...

- O que aconteceu meu amor? – ele pergunta preocupado

Explico tudo o que aconteceu e acabo chorando de novo. Nunca estive tão fraca na minha vida.

- Katniss, me perdoa, mas não posso ir aí agora – ele diz triste – Mas se precisar de ajuda ou alguma coisa me liga ta? Amanhã estarei aí bem cedo.

- Obrigada Peeta – agradeço sincera – Obrigada mesmo, por tudo, eu amo você.

Ele não responde por um tempo, avaliando as palavras que acabei de dizer.

- Também amo você – sua voz é verdadeira quando responde – Nunca se esqueça.

Desligo o telefone e retorno as ligações de meus amigos. Clove fica preocupada e pede para eu não fazer nenhuma loucura, Madge chora comigo por telefone e me conforta, quanto a Gale, ele só me diz só algumas palavras:

- Sei como você se sente.

Depois de falar com todos eles, vou ao quarto de minha mãe, ver se Prim precisa de alguma coisa.

Encontro a porta entreaberta e espio pela fresta.

Prim arrumou minha mãe em sua cama, deixou leite e biscoitos em sua cabeceira e soltou seus cabelos e os penteou.

Ela segura sua mão e murmura algumas palavras que não consigo entender, depois dá um beijo na testa de minha mãe e vem em direção a porta. Saio correndo para a cozinha.

Comemos alguma coisa, mas não sinto o gosto.

Quando estou entrando em meu quarto Prim pergunta se pode dormir lá esta noite.

- Claro, patinho – respondo

Deitamos em minha cama abraçadas e logo Buttercup aparece para de enroscar perto de Prim.

Antes de mergulhar em um sono sem sonhos a última coisa que penso é que estou feliz por tê-los aqui comigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Entenderam bem? Por favor, peço para que deixem suas opniões e criticas nos reviews tá?
Obrigada por continuarem acompanhando a história.
Mellarkisses, amo vocês ♥