Nossa Dança escrita por sta_gaby


Capítulo 5
Diálogo.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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- Bella, acho que temos que conversar sobre assuntos muito sério. - Só agora Renée me olhou nos olhos desde que eu havia chegado.

            Antes ficasse de cabeça baixa.

            Minha mãe falou me olhando com uma fúria que me deixou arrependida por ter vindo pra casa.

- Sobre? - Falei desentendida tentando fugir dessa conversa.

- Recebi uma ligação falando que você ganhou uma bolsa num colégio. - Só fiquei ouvindo minha mãe falar. Era tanto medo que eu sentia de vê-la me olhando com aqueles olhos pegando fogo de raiva.

            Mas, espera aí? E não fiz nada de errado. Eu fiz o que eu queria fazer.

- Sim. E qual é o problema? - Acho que ela deveria entender isso.

            Sentei no sofá e liguei a televisão como se não ligasse pra nada. Minha mãe se colocou na minha frente.

- Num colégio de dança! - Ela gritava colocando uma das mãos, que estavam na cintura, sobre a cabeça na intenção de amenizar uma falsa dor.

- Mas, mãe... - Eu até tentei falar mas ela deixava? Não!

- Sem "mas, mãe.." Desde quando você faz dança Isabella? - Ela continuava falando no ouvido.

            E dava pra ver que ela estava muito estressada.

- Desde poucos dias atrás. - Falei de cabeça baixa, tentando ser um pouco sincera. Tá, eu menti.

- Então por que será que a diretora disse que já faz um ano? - Ela segurou meu rosto e levantou minha cabeça para que eu olhasse pra ela.

- Ela deve ter errado no sistema. - Falei indiferente, ainda mentindo.

            Ela reclamar, gritar, falar no ouvido tudo bem mas começar a me forçar a fazer as coisas como olhar pra ela? Já estava torrando a minha paciência.

- Isabella Swan. Me fale tudo, agora. Ou... - Ela gritou me puxando pelo braço e o apertando.

            Amigo, aquilo foi o cúmulo. Já estava me estressando e até demais. Tinha passado do limite, se ela quer falar então também quer ouvir.

- Ou o que? A senhora vai me bater? Me trancar em casa e me deixar de castigo? Sem computador? Não me interessa! E sim, eu faço dança desde o ano passado. E por que eu faço escondido? Porque a senhora quer que eu faça química. Faz sentido pra senhora? Uma mãe obrigar a filha a fazer o que não conseguiu fazer? Faz sentido? Eu deixar de viver minha vida pra me formar em uma área que, só por que a senhora quer, eu tenho que fazer. Fala, mãe! – Gritei alterada. Eainda tinha muito para colocar pra fora. - Desde que o meu pai foi embora, a senhora pegou o posto dele e agora não se importa mais comigo. Pega no meu pé por causa da química e de tudo. Tudo! Me diz agora, mãe. Quando foi a última vez que a senhora abraçou a sua filha? A última vez que a senhora disse que me amava? - Sim, eu sei. Fui um tanto dramática e histérica mas eu já tinha segurado por muito tempo.

            Subi para o meu quarto sentindo uma lágrima rolar de meus olhos. Decidi arrumar minha mala e ir morar com o meu pai.

- Volte aqui, agora. Isabella, nossa conversa ainda não terminou. - Minha mãe gritava enquanto subia a escada vindo em direção ao meu quarto.

- Pra mim terminou, mãe. - Falei já terminando de arrumar uma mala. Pra quê? Eu sei lá. Momento de raiva! Quem sabe... Ah, eu vou pra casa do meu pai. Mas aqui eu não fico. É isso mesmo. Naoo fico!

- Não terminou. Bella, tudo o que eu faço é pro seu bem. - O que? Não acredito que ela falou isso mesmo. Há, tá de brincadeira com a minha cara.

- Não, mãe. É pro ‘seu’ bem. Pra sua felicidade, eu vou ir morar com o meu pai. Pelo menos, lá ele não vai me obrigar a decidir meu futuro. Oh, eu esqueci. Lá, eu nem vou ser percebida. Que ótimo, não é? Ambos não se importam com a filha que tem. - Fechei a mala e peguei meu celular.

            Minha mãe continuou reclamando mas eu não prestei atenção. Disquei o número da Rose.

"Bella, o que houve amiga?" Rose atendeu o telefone.

"Rose, você pode me dar uma carona?" Falei enquanto secava meus olhos que estavam cheios de  lágrimas.

"Claro mas agora?" Rose perguntou sem notar que havia um problema. Que bom. Não queria deixá-la preocupada.

"Sim, tem algum problema?" Falei.

"Não, estou indo te buscar agora." Ela falou logo desligando o telefone. Ótimo!

            Ouvi minha mãe reclamando enquanto eu falava no telefone. Desliguei o celular e deu pra mim pegar a última parte da discussão.

- Você vai morar com o seu pai, é? Então não volte mais. Fique por lá mesmo. - Ela falou saindo do meu quarto.

            Peguei minha mala, desci as escadas e fiquei esperando a Rosalie na porta da minha casa. O que não demorou muito. Logo assim que eu saí, a Rose estava chegando.

- Adeus, mãe. Saiba que eu sempre te amei mesmo a senhora não me tratando bem. - Falei sem mais delongas.

            Fui até o carro da Rose. Olhei para trás e pude ver que minha mãe estava chorando enquanto falava no telefone. Deveria ser meu pai que estava na linha..

- O que houve, Bella? - Rose estava muito preocupada. Dava pra perceber pelo seu semblante.

- Foi uma discussão, apenas isso. Ela descobriu e eu confessei tudo. - Falei colocando minhas malas no banco dos passageiros.

- Ai, amiga. Não fica triste não, tá? O que precisar, é só me avisar. - Ela falou enquanto me abraçava.

            Entrei no carro quando a Rose já estava prestes a dar partida.

- Obrigada pelo apoio, amiga. O que eu mais preciso agora é ligar o meu notebook e escrever no diário. E desculpa por não ter falado pra você e pra Alice sobre o que aconteceu na aula de bolero. - Falei ficando chateada comigo mesma por não ter dividido um dos momentos bons que aconteceu comigo.

- Tudo bem, Bells. Você não precisar falar tudo pra gente. Quando você precisar conversar, agente vai te ajudar. E agente vai entender quando você quiser guardar alguma coisa só pra você. - Oh, merda. Eu não mereço amigas assim.

- Mas não tem importância eu falar pra vocês. O problema foi que... Ai. Eu estou muito confusa, Rose. - Massageei minhas têmporas por tanto pensar.

- Sobre o que? - A Rose estava mesmo mal informada.

- Você viu o garoto que eu dancei na aula de bolero? - Olhei para ela que parecia tentar lembrar.

- Ahn...Vi! Vi sim. Um gatinho, não? Qual o problema? Ele tinha bafo de dragão? - Ela falava como se fosse a coisa mais simples do mundo. E me fez rir.

- Haha. Não, claro que não. Sei lá. É por isso que eu não queria falar pra vocês. Eu acho que fiquei meio encantada e me deu uma tristeza por ele não ter se despedido. - Aquele filho de uma... Figa. Ahn?

- Ai, amiga. Você está apaixonada. Que fofo. - Rose sem noção começou a falar besteira.

- Ai, que isso. To nada. Mal conheço o garoto. - Realmente, Isabella. Você mal conhece o garoto. Dá um tempo!

            A nossa conversa estava tão interessante que percebi que tínhamos chegado à casa do meu pai. Chegando lá, Charlie estava na porta da casa dele com os braços cruzados.

- Amiga, obrigado pela carona. - Falei saindo do carro e olhando na direção do meu pai.

- Boa sorte, Bells. Qualquer coisa me liga. - Rose boba falou fazendo o sinal de um telefone com a mão.

-Tá bom. Obrigado de novo.- Fui na direção do meu pai.

            Fui andando bem devagar mas eu não aguentei e corri até ele. O abracei forte. Lágrimas escorreram pelo meu rosto. Percebi que Charlie também estava chorando.

- Bells, me desculpe por não te... - Ele tentou se desculpar mas não era hora para isso.

- Tudo bem, pai. Me desculpe também por não ter dado sinal de vida. - Aliás, até eu também tinha que me desculpar.

- Tudo bem, filha. Agora entre. Me explique tudo o que aconteceu. - Charlie falou enquanto pegava as minhas malas no carro da Rose e dava um tchau simpático para ela.

            Entramos em casa. Fui direto para sala e sentei no sofá. Meu pai levou as malas pra mim. Depois sentou do meu lado.

- O que aconteceu? Fale. - Ele parecia querer conversar sobre o que tinha acontecido.

- Aconteceu que... - Mas dessa vez não foi ele que não queria, algo muito ruim me interrompeu.

            Parei de falar quando uma mulher, morena linda apareceu, vindo da cozinha.

- Amor, quem está aí? - A morena falou até que chegou na sala.

"Não posso acreditar que o meu pai se casou de novo e nem falou pra mim." Pensei.

            Olhei com uma fúria enorme pro meu pai.

- Calma, Bella. Deixa eu te explicar. - Ele tentou se explicar mas eu saí correndo pra fora da casa e meu pai veio atrás.


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Notas finais do capítulo

Volte Sempre.



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