Acordei já quase na hora do almoço, o quarto estava claro e senti o vento bater nas cortinas pelas janelas completamente abertas, me levantei e fiquei de pé na sacada, a vista era linda e o sol gostoso, me espreguicei e sorri. Peguei a toalha e fui ao banheiro tomar um banho, por mais que meus pensamentos teimosos me lembrassem da noite anterior eu me esforçava ao Maximo para fazer o contrário.

-Musica, preciso de musica. (falei estalando os dedos e saindo do banheiro)

Liguei o telefone e procurei na playlist uma musica pra dispersar os maus pensamentos que foi RIHANNA - DON’T STOP THE MUSIC, desde que ouvi essa musica pela primeira vez ela nunca saiu do meu celular, e foi no ritmo dela que eu procurei e coloquei meu short jeans, uma camisa regata preta e uma sapatilha,  no rosto um rímel, lápis preto nos olhos e na boca um batom clarinho, do nada a musica parou, me dirigi até ele e vi que tinha uma mensagem.

-Bom dia Gostosa, deixei no seu email o endereço do estúdio e da entrevista que VOCÊ vai, me manda o endereço do hotel que você esta hospeda e amanhã eu te pego. Olha lá e me retorna confirmando que recebeu. RYAN

Peguei o notebook, li e respondi a mensagem como ele pediu, olhei a hora e já era 12h00min, desci e para minha sorte encontrei o taxista de ontem.

-Bom dia moço. (ele olhou pra mim e sorriu)

-Bom dia senhorita, como esta hoje?

-Bem obrigado

-Pra onde vai?

-Quero ir a um restaurante, por favor, o senhor pode me recomendar algum?

-Claro. Levarei a senhorita em um lugar que a comida é maravilhosa. (ele abriu a porta e eu entrei)

O taxista falava muito me contou que se chamava José e que era Mexicano, casado, três filhos, morava em L.A. há 20 anos.

-Chegamos senhorita... (falou virando pra trás)

-Desculpe Sr. José, não me apresentei, me chamo Saryelle, muito prazer. (estendi a mão e ele apertou-a prontamente)

Paguei a corrida e ele me deu um cartão.

-Srtª Saryelle, quando precisar de um carro a hora que for... Pode me ligar.

-Obrigado novamente. (ri e ele foi embora)

Entrei no restaurante e o lugar era lindo, calmo, o cheiro da comida aumentava ainda mais meu apetite. Sentei em um lugar mais afastado e logo o garçom veio e anotou meu pedido. Eu aguardava a comida e meu celular vibrou, nele tinha a seguinte mensagem.

-Se tudo na vida fosse só alegria, as pessoas não dariam valor a felicidade. Às vezes é preciso chorar para sabermos o quanto é bom sorrir. Jú

Eu ri ao ler o recado dela, tá, pareciam àqueles recados bregas, mais era fofo e me deixava feliz. Meu pedido chegou e sorri para o garçom, enquanto eu guardava o celular a voz que eu não queria ouvir, não hoje e na hora do almoço fala.

-Sary... Posso sentar aqui?

Eu gelei, meu coração disparou me esforcei tanto pra não lembrar tudo e ele me aparece do nada... Brotando na minha frente. Respirei fundo e falei.

-O que você ta fazendo aqui?

-Eu preciso falar com você e espero que você me escute. (falou sério, tirando os óculos e pondo em cima da mesa)

-Tá me seguin... A ta... Entendi... O Ryan. Tá bom Bruno, você tem até o fim do meu almoço pra falar.

-Preciso de atenção, é importante.

-Desde a noite do hotel você só sabe falar isso, tem algo de interessante para falar, além disso? (falei irritada).

-Tá... (ele vez uma pausa e começou a falar) Sary, não te queria machucar, eu estava disposto a terminar com a Alice. Eu e Alice já não estamos nos dando bem faz um tempo, ela esta com um ciúme doentio, ela quase bate numa fã só pelo fato dela me pedir um autografo. Quando eu fui ao seu quarto daquela noite foi pra te contar tudo... Só fiquei sabendo da gravidez na manhã seguinte quando eu liguei pra ela... Tudo que eu te disse e to dizendo agora e a mais pura verdade... Eu me sinto bem ao seu lado...

Fiquei em silêncio encarando aqueles olhos amendoados me fitando tristemente, Não queria fraquejar agora, por mais que as coisas que ele falava mexessem comigo, eu tinha que ser forte.

-O que você quer que eu responda? Que esta tudo bem? (falei calmamente)

-Quero que me perdoe. Que não me olhe desse jeito tão triste, não foi assim que te conheci. (Ele pegou na minha mão)

-Não é assim, é complicado passar uma borracha em tudo e dizer “ta bom Bruno, vamos ser melhores amigos, mesmo depois de transarmos” (tirei a mão dele da minha), preciso de tempo, não posso deixar de falar com você, vamos trabalhar e nos encontrar sempre... mas... Não me pesa coisas que eu não posso fazer de imediato.

-Sei que você quer tempo, eu respeito sua decisão. (falou desapontado pela minha reação)

-Ótimo. Você já falou e eu já terminei meu almoço... (chamei o garçom e paguei a conta)

Já estava me levantando quando Bruno segura levemente meu braço.

-Posso te acompanhar? Ou te deixar no hotel?

-É melhor não Bruno. (o telefone dele tocou)

-Alo. (falou passando a mão nos cachinhos e continuou), eu estou almoçando, não posso?Ta... Ta desculpa, onde você esta? Eu passo ai, thau! (Bruno ficou me procurando)

Eu já sabia quem era então porque eu ia ficar escutando a conversa dele com a... A... Namorada, sai e segui pela calçada em direção à praia.

-Sary... Sary porque você sempre corre? (falou-me alcançando)

-Você acha que eu ia ficar ouvindo sua conversa? (continuei andando)

-Eu tenho... Que ir... E...

-Eu sei Bruno você não me deve satisfação, ela é sua namorada, ta grávida... Seja um pai presente e cuide deles, (parei e olhei pra ele) sabe o que deixa uma mulher se sentindo um nada?

-Não, o que?

-A abandone, e principalmente a abandone grávida. (respondi lutando contra as lagrimas que começaram a surgir nos meus olhos), se ela ligou pra você é porque ela senti sua falta, vai La, vai. (deixei de olhar pra ele e respirei fundo)

-Até amanhã... Sary

-Até Bruno.

Continuei andando e vi o carro dele passar por mim, e senti as lagrimas simplesmente rolarem meu rosto abaixo e minhas mãos acariciando minha barriga, aquele sentimento não me deixaria em paz nunca. Sentei-me em frente ao mar e ouvi uma voz grave e masculina.

-Oi menina bonita, ta perdida? (falou sentando)

CONTINUA...