Blinding Lights. escrita por valentinavale


Capítulo 3
But I can't stand the pain inflicted...




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Ele andava na calçada e mal percebeu que estava sendo seguido, claro, sempre fora muito distraído. Estava prestes a entrar no restaurante, mas antes virou para ver se não havia nenhum paparazzi e deu uma ajeitada na blusa.

Logo depois Summer, que usava uma peruca e estava escondida atrás de um carro, resolvera entrar no restaurante e sentar-se em um lugar onde pudesse estar de olho nele sem ser notada.  Até o momento ele estava sozinho e bebia uma água, enquanto alternava  olhar do relógio para o cardápio e vice e versa.

- Com licença, senhorita, gostaria de pedir alguma coisa?! – um garçom aproximou-se dela, pensou em lhe dizer “talvez a resposta para o que está acontecendo aqui” mas isso ele não poderia lhe dar.

- Deixe me ver... – pensou um pouco - ...um suco de maçã e uma tortinha de amora, não estou com tanta fome e acabei de acordar! – sorriu, como se o mandasse embora.

- Está bem,volto em um instante!

O garçom havia saído de perto e quase que no mesmo instante uma mulher loira, alta, extremamente magra e que apesar do frio vestia um curto vestido vermelho, entrou no local e foi direto até onde Shannon estava, abraçando-o fortemente e sendo retribuída, ainda que de forma constrangida.

Summer olhava tudo de longe, sentia uma pontada de ciúmes toda vez que ela colocava as mãos sobre a dele e o mesmo a olhava de uma forma diferente como jamais olhou para a esposa ou para ninguém.

Até ali podia se dizer que a conversa entre os dois seguia normal sem nada que pudesse dizer que eles  tinham algo a mais, porém tudo mudou quando a mulher começou a chorar e logo depois Shannon pediu as contas ao garçom, pagou, e saiu a abraçando de lado e lhe dando um beijo na testa.Era somente dali que ela precisava para confirmar suas suspeitas, pediu a conta e saiu, indo direto para seu apartamento.

-

A neve caia lentamente em uma manhã fria de janeiro, fazendo o contraste perfeito com os táxis amarelos. A saudade a invadiu instantaneamente e a melhor opção era ficar sentada na janela do pequeno quarto que usava como ateliê. Acendeu um cigarro, fazia certo tempo que parara de fumar mas estava nervosa, a situação pedia um trago.Liguou o velho rádio vermelho, não deixou de sorrir ao perceber que tocava All Summer Long, do Kid Rock, o que a fez lembrar do verão ao sul da Califórnia onde não existia preocupações ou responsabilidades. Sua técnica perfeita de escape era seu pequeno ateliê, as paredes com fotos polaroids e o chão de madeira manchado de tinta. Ainda se lembrava de quando ficava trabalhando até tarde, ele lhe abraçava por trás e sempre acabavam passando a noite no pequeno quarto com cheiro de tinta fresca. Eram dias como esses que ela acordava com Shannon ao seu lado, os pés gelados e a respiração ofegante... Mas agora, depois do que vira a alguns minutos atrás a separação tornara-se inevitável e todas as promessas que fizeram não eram mais suficientes já que agora ele possuía um outro alguém para fazê-las.

Os pensamentos dela foram interrompidos com a fechadura se abrindo, apagou o cigarro e rapidamente o jogou pela janela, não queria que ele percebesse que estivera fumando. Limpou os olhos e a água que se formara embaixo deles sumiu.

- Oi!!! – ele sorriu, de uma forma que só ele sabia fazer, e encostou-se ao batente da porta do ateliê.

- Você está ai?! – sorriu fraco – Não tinha percebido!

- Eu notei! Você se perde quando está aqui dentro! – piscou para a mesma – e então, vamos almoçar?! Trouxe comida tailandesa, pensei em variarmos um pouco.

- Está ótimo, vai colocando a mesa que eu já apareço por lá!

- Certo! Não demore se não esfria! – saiu e foi fazer o que havia sido encarregado a ele.

Então isso Summer ficou algum tempo observando as fotos do ateliê, a maioria com ele, seria difícil esquecer tudo aquilo de uma hora para outra, mas assim como ele o fez, ela também precisaria fazer.

- Pronto, estou aqui! – sentou a mesa.

- O que houve, você está tão...distante! – ele sentou na frente dela.

- Não é nada! – respirou fundo colocou um pouco da comida na boca.

- Sei...está de TPM é?!

- Não tenho isso, você sabe!!

- Tá!!! – ele resolveu ignorá-la e começou a comer também.

- Shannon eu preciso te dizer uma coisa!

- Eu também! = falou em seguida – Pode falar...

- Não, fala você primeiro! – deu a vez para ele, assim esperaria ele falar da suposta amante e teria um motivo concreto para pedir o divórcio.

- Depois que eu sai daqui e fui resolver umas coisas o Jared me ligou do hospital...

-  O que aconteceu?!

- A Meagan passou mal hoje no serviço e adivinha, está grávida! Você acredita nisso?!

- Tenho que ir vê-los, parabenizar!

- Nossa, que formal da sua parte!!! Agora vamos, me diga...

- Bom... – ela respirou fundo e da mesma forma que ficou angustiada por ele não lhe dizer a verdade, sentiu-se aliviada por não ter essa confirmação da parte dele, assim poderia se separar tendo na cabeça que foi apenas por “diferenças conjugais” - ...eu não quero mais ficar casada!

- Que?! – largou os talheres no mesmo instante.

- Foi isso que você ouviu, eu quero o divórcio!

- Mas por que?! O que aconteceu?! Ontem estava tudo tão bem e... – algumas lágrimas formaram em seus olhos.

- Nada! Eu apenas levantei hoje cedo e percebi que estava infeliz, não quero estar com você por infelicidade, me desculpe! – falou seca e se levantou da mesa.

- Por favor, Summer, por nós, pelo nosso amor, não vá!Me diz o que posso fazer para você desistir dessa ideia maluca! Me diz o que fiz de errado e como posso consertar ! – a segurou pelos ombros.

- Shannon!  - tirou as mãos dele de si – Acabou, você não pode fazer nada! EU não posso...simplesmente não conecta entendeu?! – olhou de cima abaixo e aquele jeito dele estava lhe dando pena, mas tinha que ser forte, resistir, não poderia correr, abraçá-lo e dizer quanto o amava, não mais... – Eu vou pegar algumas coisas e sair do apartamento, amanhã peço a alguém para pegar o resto.

- Você já vai?! Agora?! Hoje?!

- Desculpe, está impossível! – deu de ombros e saiu deixando-o ali, sozinho e com um choro silencioso sem saber o que havia acontecido.


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