Alice's POV

E então? –Layne interrogou curioso.

–Não. –Digo séria.

–AH! –Layne ergue as mãos e bate na cabeça dramaticamente, ele sempre faz isso quando está frustrado.

–Lay... Seus vizinhos vão pensar que você tá tendo um treco.

–Mas eu estou tendo um treco! –Ele me encara com aquela cara de menininho mega dramático. –Eu passei um tempão pensando em todas aquelas palavras fofas, tá?

–Tempão... Cinco minutos?

–Três... E meio! Foi um sacrifício, repito: um sacrifício criar coragem pra dizer “deixa eu te convencer que a gente pode dar certo”.

–Eu sei. E por isso decidi ser meio cruel dizendo não. –Layne me encara confuso e começo a rir. –Um dia. E nem venha tentar bancar o safadinho comigo ou acabo com suas chances de ter filhos no futuro, se é que você entende.

–Mulher, você quer me fazer ter ataque? Não me deixe mais confuso assim, meu coraçãozinho é frágil.

–Aff drama Queen... Quietinho ou posso mudar de ideia e voltar pro não.

–Sua chantagista. E poxa, você não quer que eu banque o safadinho? Mas eu sou um safadinho tão fofo!

–No que fui me meter. –Digo olhando para o céu, então empurro Layne discretamente até dentro de sua casa e lhe dou um selinho. –Até mais tarde, namorado bocó.

–Não, não é assim. Deixa eu te ensinar. –Ele então envolve minha cintura com um de seus braços, me puxando mais para perto dele e põe uma de suas mãos atrás de minha cabeça, me dando um senhor beijão. –Até mais tarde, namorada bocó.

Saio meio tonta e ouvindo Lay rir, deixa ele... E entro no carro. Partimos e parece que to fingindo bem, pois Glória, Angel e Mike nem repararam que to toda boba. Já o Sean... Sei não, ele tá encarando com cara de buldogue velho pelo retrovisor.

Depois de deixarmos nossos amigos em suas respectivas casas Sean e eu chegamos a nossa casa e ele me dá um tapinha na cabeça.

–Juízo viu. –ele diz enquanto me mostra o cinto de pano dele como ameaça. Óbvio que é zoeira já que o idiota tá rindo.

–Olha quem fala. Acha que não vi você galinhando pra cima da Linn esses dias atrás?

–Eu não tava galinhando não. A Linn é uma garota legal e confesso que faria uma tentativa se estivesse solteiro, mas só ficamos amigos, oras.

–Ah tá.

–É sério, nem foi por mim que ela se interessou.

–É né, o interesse dela é só pelo Lay...

–Não, na verdade. –Sean me olha com um sorrisinho malicioso. –Ela disse que achou interessante um certo rapaz meio quietão e de longos cachos negros.

–Hã?

–Deixa quieto. Tapadinha. Vai dormir.

Ignoro as palavras de meu irmão e capoto em minha cama. Acordo com o próprio Sean batucando na porta. Posso matar ele? Geez.

–Meu Deus, monstro! –Sean diz dando um gritinho feminino assim que me vê depois de eu ter aberto a porta para ele. Nem to tão bagunçada assim.

–Sean vai se ferrar! Virou suicida pra vir me acordar tão cedo?

–Eu não, a culpa é do seu amiguinho. Ele que veio me acordando “tão cedo” só para eu te acordar já que você não dorme, hiberna.

–Ah sim... Uh... O Lay?

– É. Ele tá todo arrumadinho, parecendo gente e tá com uma cara de bobo alegre e-

–Enrola ele, tenho que me arrumar. –Digo cortando Sean e batendo a porta em sua cara.

–Garota, além de tudo agora eu tenho que fazer sala pra seus convidados é? Você me deve sua alma por essa. –Sean diz batendo na porta e então ouço seus passos descendo a escada. Preciso me arrumar e ser feminina e... Maquiagem bonitinha e salto e... Salto não. Não quero cair de cara. AHHHH!

Layne’s POV

Sean desce as escadas com cara de chihuahua raivoso e se senta bem perto de mim.

–Ela já vem. –Ele diz me olhando nos olhos e pondo o braço sob meus ombros.

–Sean... Eu fico lisonjeado, sério. Mas... Eu não curto yaoi, apesar do que as meninas dizem cara. Sei que formaríamos um belo par, mas eu gosto de garotas. De uma garota.

–A garota é minha irmãzinha santa e... –Sean tentar ficar sério, mas começa a rir. –Saiba você que eu fico mais bonito usando um vestido do que ela, tá?

E então passamos mais de meia hora jogando vídeo game enquanto ele varia entre piadinha e ameaças, bancando uma mistura doida de policial bonzinho e policial malvado.

Logo Alice desce. E cara, tenho que discordar completamente de Sean. A irmã dele fica bem, bem melhor de vestido que ele. E sim, eu já vi Sean de vestido, ele até que tem perninhas bem torneadas.

Mas a Alice é o foco aqui... Ela está usando um vestidinho curto e preto, nos pés um all star da mesma cor, uma maquiagem bem clean no rosto e seu belo cabelo está solto. Ela está tão linda e wow.

Sean olha para a irmã e depois me olha sério.

–Sei onde você mora, mocinho. Lembre-se disso. –Ele diz e então se levanta e beija o rosto de Alice. –lembre-se de estar em casa ás onze. Papai e mamãe viajaram a negócios, mas ainda sou sua babá. –Medo do Sean.

Levei Alice até um parquinho, ela adora parques de diversão, e principalmente o brinquedo “Crazy Dance”, fica brigando pelo lugar na fila com a criançada. Tão adorável.

Assim que saímos do parque a levei até uma livraria. Alice ama livros e enquanto ela fuçava a livraria inteira observei os nomes dos livros pelos quais ela se interessava mais e os decorei, assim quando estávamos saindo eu inventei que minha carteira havia caído em algum lugar da livraria e a deixei na fila do Mc Donalds enquanto voltava para a livraria.

Peguei os livros, que no total eram uns 7 e paguei com uma parte do adiantamento que peguei com o Tony hoje mais cedo. Sim, eu fui pegar um dinheiro com ele, o desespero falou mais alto que o ciúme. Tony estava meio estranho, mas isso não vem ao caso.

Como eu esperava Alice adorou os livros, ela adorou o resto do passeio também. Durante os meses em que nos conhecemos tenho observado tudo o que ela gosta e não gosta de fazer, e por isso já sabia o que fazer para tentar agrada-la.

Agora estamos em meu sofá, eu estou deitado nele e ela está aninhada em meu peito. Estamos assistindo o final do filme Thor.

–Que horas são? –Alice me pergunta preocupada.

–22:30, ainda tá cedo.

–Bem que o tempo podia passar mais devagar. -Minha morena diz sorrindo enquanto brinca com o cabelo. É, bem que o tempo podia passar bem devagar.

Alice’s POV

–Vem comigo, quero te mostrar algo. –Layne diz pegando minha mão com delicadeza e me puxando do sofá.

–Aonde você vai me levar? –Interrogo enquanto subimos as escadas.

–Meu quarto.

–Seu pervertido. Eu sabia que tinha safadeza por trás desse seu pedido.

–Duh sua bobona. –Layne sorri e me encara. –Eu quero te mostrar algo. –Ele diz e então abre a porta de seu quarto para que eu entre e entra em seguida.

–Eu sei o que você quer me mostrar. –Digo fazendo um biquinho. Layne sorri e liga seu aparelho de som, pondo um CD para tocar.

–Ok esse é tipo um demo, é mais uma mini gravação que fizemos esses dias e só tem cinco músicas, maaas lhe apresento o primeiro CD da banda, senhorita agente.

Sento-me na cama enquanto escuto a voz de Lay tocar no som. Tão bela e carregada de força e angústia.

–Preste atenção nessa. –Lay diz meio tímido quando a música quatro começa a tocar. Seu ritmo é meio lento no começo, e logo ela se torna alta e um pouco mais rápida. A voz de Layne soa extremamente sensual aqui, tipo muito, MUITO sensual. E a letra... Bem, a letra é romântica, da forma “Lay” de ser, ou seja, ela é um pouco depressiva e estranha para quem não entende a mente dele, mas pra mim...

–Quem é a sortuda? -Pergunto me referindo á “doce anjinha” da qual a música falava.

–Minha vó. –Layne diz meio frustrado.

–Você tem uma paixão distorcida por ser o mundo de sua vó?

–Há engraçadinha. É obvio que é sobre você.

–As partes mais tensas são a meu respeito também?

–Eu estava bêbado e chateado, tá? Você deveria dize que é fofo. Anda, diz logo.

–Ela é linda. –Digo beijando os lábios de Layne e logo me afasto. –Mas... Geez Lay, sua voz.

–Tá ruim?

–Não exatamente. –Será que a gente pode ouvir ela novamente?

Layne acena com a cabeça, pondo a música para tocar novamente e eu o beijo.

Logo o beijo começa a esquentar, a esquentar muito! As mãos de Layne começam a passear por meu corpo, mas logo ele para.

–Desculpe, eu estava ficando muito animadinho. –Ele diz tentando respirar.

–E porque você parou? –Uh ok, acho que perdi o juízo, mas... Sean com certeza me matar, mas... Bem, eu quero ficar com Layne.

–Alice... Você sabe no que esse tipo de coisa termina, certo? –Ele interroga confuso.

–Jesus Layne. Você é fofo pra caramba, mas porque tem que ser tão lento? –Eu beijo Layne e olho em seus olhos. –Eu quero.

–Você... Você realmente...

–Oh Deus. Desisto de você, seu tapado. –Eu digo me levantando e então Lay pega meu braço e me puxa para perto dele, me beijando novamente.

Então sinto suas mãos deslizando por meu vestido e logo ele vai parar no chão, faço o mesmo com a camiseta dele, só pausamos o beijo para passarmos nossas roupas por nossas cabeças e enquanto isso o CD começa a tocar do começo.

–Você tem certeza disso? –Ele me pergunta enquanto me deita em sua cama.

–Ok, se você perguntar isso novamente juro que irei te chutar em um lugar doloroso e cair fora.

Layne apenas ri e então ele retira meu sutiã e começa a beijar meu corpo. Ele se concentra em meus mamilos por um tempo, ele dá mordidinhas em um e logo lambe o outro. Droga, esse folgado tem mesmo que ser tão bom nisso?

–Eu vou ser bem gentil e cuidadoso. –Ele diz com o rosto meio vermelho. Que fofo.

–Você sabe que não sou mais virgem, né?

–Ahhh porque tem que me lembrar disso? –Layne interroga, fazendo seu drama de sempre e então me dá um selinho. –Mesmo assim. –Ele sorri e começa a beijar meu pescoço enquanto suas mãos exploram meu corpo. Filho da mãe!

Os dedos de Lay começam a brincar com um canto sensível meu e tenho que fazer um mega esforço para não gemer. Enquanto isso ele olha para minha cara com um sorrisinho malicioso. Cretino. Bem, dois podem jogar o mesmo jogo. Deslizo minha mão passando pelo peito de Lay e por sua barriga até chegar ao zíper de sua calça, e então o abro e começo a brincar com seu membro, logo o loirinho está gemendo e fazendo a cara mais sexy que eu já vi alguém fazer.

Passamos vários minutos “nos torturando”, vendo qual dos dois é mais resistente e qual vai desistir primeiro.

–Li... Eu não aguento mais. –Lay diz entre gemidos perto do meu ouvido. Há, eu venci. Não que eu estivesse competindo e... Meus pelos se arrepiando aqui. Porque ele tem que gemer perto do meu ouvido?

–Seja gentil comigo, Lay-Sama. –Digo fazendo (ou melhor, tentando fazer) carinha fofa.

–Sua malvada, para com essa cara. –Layne então sorri e me beija, logo sinto-o dentro de mim, a dor é mínima e após me dar alguns segundos para eu me acostumar com... Bem, com tudo aquilo ele começa a se movimentar.

Layne’s POV

Alice está deitada a meu lado agora, acabamos de nos tornar um só e... Isso soa tão brega... Mas eu não poderia ter pensado em um dia mais perfeito. Tenho que ligar pra Linn e agradecer ao conselho dela.

–Ah meu Deus. Que horas são Lay?

–Meia noite e vinte. Porque, tá planejando um terceiro round?

–Seu pervertido. –Alice me dá uma travisseirada e ri. –Você não cansa não? Doido. É que o Sean... Ah meu Deus, o Sean. Eu tenho que ir embora Lay.

–Fica. –Eu seguro a mão de Alice que já está em pé e faço minha infame cara de cachorrinho abandonado na rua em dia de chuva. –A gente inventa uma desculpa pra ele amanhã cedo.

–Lay...

–Por favorzinho.

–Tá. –Alice se deita a meu lado. –Mas se você roncar te empurro pra fora da cama.

E quem falou em dormir aqui?-Interrogo sorrindo enquanto beijo-a.

–Seu pervertido safado.

–Eii, é “pervertido safadinho e muito fofo que te ama muito a Alice bocó”. E além do mais, quem foi que esfolou as costas do outro aqui? Hein, hein?

–Eu me empolguei um pouco. –Alice faz um biquinho lindo. –Também te amo Lay.

– Você me transformou em um babão. To com sono.

–Então dorme, babão.

–Não quero. –Digo repetindo o bico que Li fez á pouco.

–Por quê?

–Porque assim que o dia acabar os problemas voltam.

–A gente dá um jeito. –Ela diz e então aperta minha bochecha.

Puxo minha moreninha para bem perto de mim e a abraço, termino apagando ouvindo sua respiração e sentindo seu calor.

Acordo com o som do celular de Alice. Eu não consigo explicar o quanto odeio esse treco.

–Achei que você tinha desligado ele. –Digo acordando meio tonto.

–O despertador funciona mesmo com ele desligado. –Ela sorri e liga o celular. –Agora diz aí, já pensou na desculpa pra contar pro Sean?

–Vou dizer que a irmã dele me atacou.

–Nossa, como você é engraçadi-

E então o bendito celular toca novamente.

–Despertador do mal esse seu.

–Não é o despertador, é o Sean.

–Falando no capeta...

–Shh. Alo Sean? –Alice se prepara para falar algo, mas logo se cala e então fica pálida. –É brincadeira, né? Essa frescura de novo não. –Mais silencio por alguns segundos e então ela fica com o rosto bem vermelho. –Em uma hora chegamos aí.

–O que foi? –Interrogo assim que ela desliga o celular e dá um pulo da cama, agarrando minha toalha e algumas roupas no meu guarda-roupas.

–O que foi? Bem, meu caro. Sua namorada tentou suicídio. –Alice diz bem séria, segundos antes de se enfiar no banheiro. Caralho... Valeu Julie.