A professor já estava a dar matéria, quando 4 rapazes entraram na sala na a rir, e às cavalitas uns dos outros.

- Ei, JB! Apanhei-te! – disse um deles.

- Nem penses Chris! – respondeu.

- Meninos que vem a ser isto? – perguntou a professora espantada. – Interrompem a minha aula assim?

Eles largaram-se imediatamente, e olharam para o chão, escondendo o riso.

- Peçam desculpa imediatamente! – ordenou a professora.

Eles olharam para ela incrédulos, mas ao ver o seu olhar ameaçador acederam.

- Desculpe. – disseram os quatro, enquanto a encaravam, voltando imediatamente a olhar para o chão tentando não rir.

- Muito bem. Espero que não se torne a repetir a gracinha, senão terei de os levar ao director. – ameaçou-os ela. – E agora, menino Chaz, e Christian voltem às suas salas de aulas, não queremos que tenham falta logo no primeiro dia.

- Ok, professora. – disseram os dois saindo.

- E vocês do que estão à espera do quê? – perguntou a professora aos outros dois. – Sentem-se imediatamente que quero continuar a minha aula.

Eles dirigiram-se a uma carteira, mas apenas havia um lugar disponível. Um dos rapazes sentou-se e o outro ficou de pé, ao seu lado.

- Menino Justin, espera o quê? – perguntou a professora no limite.

- Este é o meu lugar… E está ocupado. – disse ele, com cara de quem ia matar o rapaz que o ocupava.

- Acha que isso me interessa?! Se está ocupado arranje outro! Agora não me faça perder mais tempo! – gritou a professora.

Olhei à minha volta. Bem, o único lugar livre era a cadeira ao meu lado.

- Posso? – perguntou o rapaz, que aparentemente se chamava Justin.

Não respondi. Apenas tirei a mala da cadeira, pondo-o ao meu lado no chão. E voltei a fixar o olhar no quadro, onde a professora já explicava a matéria.

- Então nova aqui? – perguntou-me ele.

- Não. – respondi ignorando-o.

- Nunca a tinha visto. – continuou ele.

- Ok. – disse eu.

- Estás a ignorar-me porquê? – perguntou ele. – Não me diga que não sabem que eu sou?! – disse ele.

- Não sei, nem quero saber. Não me interessa. – respondi, sendo arrogante.

Claro que sabia que ele era. Quem não sabia naquele colégio? Ele era Justin Bieber, o rapaz mais popular dali, capitão da equipa de basquet, o que todas as raparigas desejavam, excepto eu.

A mim ele não me atraia nada. Sempre com o seu ar superior, como se tudo lhe pertencesse. Não era daquelas raparigas que lhe lambiam as botas, esperando que ele se apaixonasse por mim. Simplesmente havia algo muito mais importante do que um rapaz convencido e arrogante.

Ele não voltou a falar comigo, apenas me olhou com um ar irritado e concentrou-se no quadro.

Estava a prestar atenção à aula, quando uma bola de papel me acertou.

Ia pegar no papel, para ver o que tinha escrito, quando ele me a arrancou das mãos.

- Tenho a certeza que é para mim. – disse com o seu ar superior.

Apenas o ignorei. Era isso que eu não gostava nele. Não gostava nele e em todos os outros rapazes riquinhos daquele colégio, sempre se achando os melhores…

Passado um bocado vi ele atirando um bocado de borracha à professora, que estava de costas, escrevendo no quadro.

Ele e Ryan, seu outro amigo, continuaram a faze-lo, até que a professora se virou.

- Quem está mandando borracha? – perguntou ela.

Ninguém respondeu. Justin e Ryan, esconderam o riso.

A professora voltou a virar-se para o quadro e ele fizeram novamente o mesmo.

- Muito bem. Quem está fazendo esta brincadeira de mau gosto? – perguntou a professora extremamente irritada.

Ainda pensei em denuncia-los, era o que eles mereciam. Mas depois a que levaria? De certeza que nada lhes aconteceria, e eu seria a culpada de tudo. Era assim naquele colégio. Quem era popular sempre se safava parecendo um herói.

Fizeram novamente o mesmo, e desta vez a professora olhou para toda a turma com cara de quem nos ia matar.

- Que criancinhas! – exclamou ela.

Justin e Ryan, não conseguiram esconder mais o riso e começaram a rir às gargalhadas, bem alto.

- Oh, já sei quem fez isto… Acham-se muito engraçados, é? – eles continuavam rindo. – Pois muito bem, já ao gabinete do director. Tenho a certeza que têm muito a explicar.

Eles se levantaram ainda rindo e saíram da sala.

- Mais alguém quer fazer gracinhas? – perguntou a professora, e ninguém se acusou. – Muito bem, a pares façam o exercício que está no quadro.

Eu ia fazer sozinha, mas era melhor assim.

- Professora posso ficar com o Josh? – perguntou um rapaz.

- Podes. Caitlin, importaste de ficar com a Liah? – disse a professora.

- Claro que não. – respondeu a rapariga.

Uma rapariga toda sorridente, sentou-se ao meu lado.

- Caitlin, prazer. – apresentou-se ela.

- Liah. – respondi.

- Hum, desculpe a atitude do Justin e do Ryan, eles são um bocado tontos. – ela riu dizendo isto.

- Não me preocupo com isso. – respondi, encolhendo os ombros.

Oh, ela era mais umas das companhias deles…

- Não fique achando que sou só mais uma das amigas de Justin. Os nossos pais são amigos, e conhecemo-nos desde pequenos. Além disso meu irmão Christian se dá com ele. – disse ela olhando para mim, percebendo a cara que eu fizera.

Apenas sorri como resposta.

Começamos a fazer o exercício, mas tocou.

- Muito bem, falamos na próxima aula. Acabem o trabalho. – pediu a professora, enquanto alguns já saiam da sala. – Caitlin, avise o Justin e o Ryan de qual é o seu trabalho de casa.

- Fique descansada. – respondeu ela.

Eu saí da sala, deixando-a para trás.

- Liah! – ouvi chamar.

Olhei para trás. Era Caitlin que corria na minha direcção.

- Diga. – pedi.

- Não fique achando que sou das que deixa o trabalho para os outros. Quando podemos acaba-lo? – perguntou ela.

Na verdade, eu pensava em cada uma fazer o seu.

- Quando quiser. – respondi.

- Então vá ter comigo ao quarto 10, depois das aulas. – pediu ela.

- Ok. – concordei eu, e segui caminho para o jardim.

- Margaret - chamei eu. – Está aqui? – perguntei.