Depois de salvar Inoue no Hueco Mundo e derrotar Aizen, todos foram para a Soul Society. Os Shinigamis de baixo escalão organizaram uma festa em comemoração e todos estavam lá, inclusive o pai de Ichigo, que agora tinha recuperado sua Reiatsu. Na festa o comandante anunciou que o título de nobreza que pertencia a Família Kurosaki, antes de Isshin abandonar tudo pra ficar com a Masaki, seria restituído e eles voltariam a ser uma das quatro famílias mais importantes de toda a Soul Society. Também foi anunciado que Ichigo já estava pronto para assumir a cidade de Karakura sozinho, já que agora Rukia seria promovida a fukutaichou. Indiferente às objeções de Byakuya, pois ela foi à única que não era do nível de capitão, com exceção de Ichigo, que derrotou um espada. Embora Ichigo tenha ficado feliz por confiarem nele, ele sentiu uma sensação estranha, sensação essa que resolveu simplesmente ignorar

A festa ocorreu tranquilamente, apesar de alguns já estarem meio bêbados, como Matsumoto que insistia em abraçar-lhe e dizer o quanto ele era forte e bonito, o que fazia Ichigo corar violentamente. Felizmente Hisagi se encheu daquilo e resolveu tirar a loira de perto dele. A loira no começo não gostou, mas logo começou a cantar Hisagi que não sabia onde enfiar a cara, pois, apesar de gostar dela, e além desta estar totalmente bêbada, ele era muito tímido para admitir tal, principalmente em meio a tanta gente. Toushiro conversava em um canto com Karin, o que certamente irritava o ruivo, que não gostava nada da aproximação do capitão e de sua irmã. Em outro canto estavam Ichigo, Rukia, Renji, Chado, Ishida, Inoue e Tatsuki, que agora sabia de tudo. Todos conversavam animadamente, até que Renji chamou Rukia para dançar. Embora Ichigo Não tenha não conseguisse desviar o olhar da cena o que acontecia não lhe agradava em nada, especialmente em quando ele percebeu que Renji cochichava algo no ouvido de Rukia, e a pequena sorria, um sentimento estranho lhe ocorreu, algo que nunca havia sentido antes.

Quando a festa estava quase no fim, certo Morango, muito estressado por sinal, resolveu voltar pra casa, pois já era tarde e ele tinha aula no outro dia de manhã, seus nakamas concordaram, então depois de se despedirem voltaram para o mundo real. Rukia e Renji foram até o Senkaimon para dar tchau aos amigos e depois seguiram cada um para o seu esquadrão. Ao chegarem ao mundo real os cinco despediram-se e foram cada um para suas casas.

Ichigo chegou em seu quarto, recostou a cabeça no travesseiro, mas o sono recusava-se a vir. Por isso começou a pensar na vida, em tudo que já tinha passado. E esse tudo que já havia passado se resumia aos momentos em que ele estava com a pequena Shinigami de olhos misteriosos. Ela sempre esteve ao seu lado, mesmo quando eles foram ao Hueco Mundo resgatar a Inoue. Surpreendeu-se quando percebeu que parara de pensar em sua vida e agora pensava em Rukia, tais pensamentos o incomodaram, pois agora ela não estaria mais ali ao seu lado e ele sentia sua falta. Tinha praticamente acabado de se despedir e já queria vê-la de novo. Repreendeu-se por pensar em algo assim, eram apenas amigos e ele não podia trair a confiança de Renji, que já havia lhe confidenciado o quanto amava Rukia. O Shinigami Substituto não gostou nada do rumo de seus pensamentos, nunca tinha pensado na Rukia desse jeito. E depois de vê-la dançando com Renji sabia que ela era apenas sua amiga e nunca seria algo mais que isso. ‘Em que eu estou pensando? Deve ser por causa do sono, só pode!’ Foi com esses pensamentos que Ichigo pegou no sono. A noite passou tranquilamente, e o dia chegou.

Já era hora de ir pra escola, mas Ichigo estranhou o fato de seu pai não ir acordar-lhe com a tradicional voadora de bom dia, que a pesar dos protestos ele gostava. Foi então que se lembrou da noite passada, dos pensamentos antes de dormir, e que seu pai e suas duas irmãs haviam ficado na Soul Society. A casa estava praticamente vazia. Ele então abriu a porta do armário para chamar Rukia, ao ver o armário vazio lembrou-se que ela não estava mais ali e provavelmente não mais voltaria. Resolveu então ir à escola.

Na escola Inoue vinha toda sorridente cumprimentá-lo

“Bom dia, Kurosaki-kun.”

“Bom dia, Inoue, Chado, Ishida, Keigo Mizuiro.” Cumprimentou todos de forma mais sorridente que o normal, tinha algo de errado, isso todos perceberam. Quando Ichigo agora assim não era boa coisa, normalmente acontecia na véspera do “aniversário” de Masaki.

 Tatsuki que chegava agora foi recebida com um grande sorriso (falso) do amigo de infância.

 “Ohayo Tatsuki”

“Ohayo, Ichigo. ‘Tá’ tudo bem?”

‘’Claro, por que não estaria?”

“Por nada não’’

A sensei acabara de chegar e a aula ia começar. Ichigo nem prestara atenção, não conseguia parar de pensar que Rukia agora estava com Renji. O que será que eles estavam fazendo? Será que ele já tinha se declarado? Esses pensamentos não o agradaram nenhum pouco. Mas o pior de tudo foi se pegar pensando nisso de novo.

Todos perceberam que o amigo estava estranho, queriam ajudar, mas sabiam que ele não falaria facilmente o que estava acontecendo. Só havia uma pessoa que poderia conversar abertamente com ele, e ela estava ocupada de mais pra isso. Tatsuki que já fora sua melhor amiga resolveu tentar arrancar algo na hora do almoço. Agora estavam sozinhos no telhado.

“O que aconteceu?”

“Nada” Foi seco e grosso.

“Não venha com essa de nada que eu sei que é mentira. Eu te conheço a tempo suficiente pra ver que tem alguma coisa errada.”

“Eu já falei que nada. Agora me deixe em paz!” Deu as costas e ia saindo pela escada quando esbarrou com Inoue.

“Kurosaki-kun” Foi a única coisa que a ruiva exclamou, mas já era tarde, o ruivo nem dera atenção.

Inoue continuou conversando com Tatsuki, e Ichigo que agora estava revoltado foi pra casa, não estava a fim de ver o resto das aulas. Foi então dar uma volta pela cidade. Pensou em Rukia e pensou em Inoue, ele sabia que ela o amava, mas não sentia o mesmo por ela. Pensou que se ele namorasse com ela talvez parasse de pensar na morena. Sentiu-se horrível por isso, ele jamais a usaria desse jeito, até porque sabia que nunca a amaria, e que tinha um certo Quincy, que apesar de discreto nutria fortes sentimentos pela amiga ruiva. Além de que ela era infantil e imatura, e eles só ficaram próximos depois que ele foi salvar a Rukia. Como ele poderia amar alguém que tinha medo dele, que queria ser a chuva enquanto ele queria que a chuva parasse?!. Andou tanto que nem viu a hora passar, quando chegou em casa seu pai o esperava com uma bronca pela demora. Inoue tinha ido a sua casa para ver porque ele tinha saído antes e se estava tudo bem, ele não estar em casa deixou todos preocupados. Inoue ainda estava lá conversando com seu pai, mas ele não deu muita atenção, disse, com a costumeira carranca, que estava tudo bem, e que iria subir para seu quarto e foi o que fez.