Prisioneiro Do Seu Aprisionado escrita por Reira chan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Gente, não sei de que profundezas da minha mente veio essa fic, sei que ela foi baseada no meu headcanon da história do Zeref, coloquei meus shipps, é claro, e também o meu headcanon de que Zeref e Gerard dariam bons amigos, ficou assim.



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Tinha-o entre seus dedos, cujos nós encontravam-se vermelhos e contorcidos pelo esforço que ele fazia em evitar que o outro escapasse.

O mais assustador naquilo é que Zeref não fazia um único movimento para tal. Pelo contrário, o mago negro apenas o encarava, com seus olhos fixos que através dos castanhos de Gerard, tentavam atingir sua alma, carregando consigo fortes doses de...

Doçura...

O que era aquilo afinal?

– Você é Zeref – vociferou, entrando na batalha de olhares, tentando envenená-lo com seu ódio.

– Sim – a resposta foi impassível, e ele não tentou desviar de seus olhos atacantes nem por um minuto, fosse ele para desviar os seus ou mesmo piscar, como se aquilo já significasse uma derrota em tentar convencê-lo – e você, quem é?

– Não se lembra? – ele o acertou novamente contra a parede, de forma que as costas do outro fossem obrigadas a absorver o impacto endurecido – Gerard Fernandes, aquele que você possuiu.

O cenho de Zeref franziu-se, e a doçura em seus olhos girou para confusão.

– Eu jamais possuí alguém. Eu não tenho poder para isso.

– VOCÊ TEM PODER PARA QUALQUER COISA QUE QUISER! – o de cabelos azuis berrou, novamente prensando-o contra aquela parede, encarando Zeref que apenas balançava a cabeça em sinal negativo. Esse gesto fazia seus traços soarem ainda mais gentis e inofensivos, o que era realmente assustador.

– Está enganado. Eu não tenho poder nem sobre eu mesmo.

– Então já sabe como é.

– Eu jamais possuí você, Gerard Fernandes. Por que o faria?

– Torre do paraíso – foi a resposta curta e direta, como se tentasse arrancar à faca o efeito de suas palavras, bem como todas as outras que ele pronunciara até então.

E que levou o par de olhos negros a arregalar-se, afogado em surpresa.

– Isso... Mas eu tive tanto trabalho em destruir tudo!

– Do que está falando?

– Eu tinha destruído essa torre, em minha época de redenção. Não era para ser usada! Como...

Gerard tentava resistir ao impulso cada vez mais pulsante de estrangular Zeref, porém seus dedos empurraram-se contra a pele em um automático, forçando o mago confuso a se calar.

– Você tentou me fazer ressuscitá-lo!

Zeref escondeu os olhos sob as pálpebras, para depois revelá-los, várias vezes seguidas.

– Eu jamais morri.

– Mas...

– Eu sei que não tenho o direito de lhe perguntar algo, mas... Que história de torre do paraíso é essa? O que lhe aconteceu?

A confusão nos olhos do de cabelos negros era tão grande que passou até o mago estelar, que não sabia como reagir àquilo. Ele parecia ser sincero, mas também era escorregadio. Suspirou, e decidiu contar sua história, sem poupar palavras. Disse-lhe tudo, desde como se tornou escravo até o momento de sua possessão, quando Erza tentara salvá-lo... A cada vez que o nome “Erza” era pronunciado, seus dentes atritavam-se, rangendo, e seus olhos expulsavam outra dose de ódio na direção de Zeref. Que, ao final, apenas disse:

– Sou culpado de muitos pecados, certamente... Mas não tenho nada a ver com essa história.

O de orbes castanhas rosnou, porém, ao invés de aceitar o sinal típico de alerta, o mago negro o ignorou.

– Eu jamais daria a alguém a mesma dor que eu já tenho.

O maior o encarou por algum tempo, com um caleidoscópio sentimental em seus olhos.

– Eu sinto muito por Erza.

E dessa vez o choque foi tão grande que se propagou entre seus músculos, de forma que Gerard foi obrigado a soltá-lo em um impulso. O mago negro, sem apoio, rendeu-se ao chão em que caiu, soltando um pequeno grito de dor.

– Você não sabe como é – disse, apesar de não ter mais a certeza de tal afirmação – não preciso que sinta nada.

Zeref novamente balançou a cabeça para os lados, negando a primeira frase. O efeito do vento recém-criado por essa ação fazia com que o cabelo negro espalhasse para os lados. Ele sabia estar encurralado em direção à opção de contar a ele sua história, coisa que foi pedida imediatamente por Gerard. Este, portanto, apenas suspirou.

Tentou abrir a boca, mas pela abertura não saíram palavras, e ele voltou a trancá-la, tentando organizá-las em fila dentro de si. Então tornou a abri-la, e desta vez houve passantes.

– Eu nasci em Fiore, porém não foi aqui. Era Magnolia, mas mesmo assim não era aqui. O local de meu nascimento foi Edo-Fiore.

Edoras? Ele tinha vindo de...

– Durante a comemoração de meu aniversário, dia 7 de Julho, eu fui trazido a esse mundo sob circunstâncias misteriosas. Ao contrário de todos aqui, eu não tinha o dom da magia. Porém, minha versão terrena era muito poderosa, de forma que eu tinha força adormecida em meu interior.

Em instantes, Gerard já estava acorrendo àquela história, ouvindo com atenção cada palavra, como se as sorvesse para curar uma sede interminável.

– A pessoa que percebeu isso e se pôs a ajudar-me a encontrar o tal poder era uma garota, membra dessa mesma guilda que você agora protege. Entendo suas razões. Os membros são até hoje doces, confiáveis, lutadores e até ingênuos de tão puros... Assim como ela. Assim como era seu objetivo ao criá-lo. Exatamente como queria minha treinadora... A primeira mestra da Fairy Tail, Mavis.

Gerard, ao mesmo tempo em que Zeref, baixou os olhos. Tudo o que dissera de Mavis... Era a mesma descrição que dera de Erza, alguns minutos atrás.

– Mas aquilo se mostrou um erro, pois eu, que jamais tivera controle sobre qualquer tipo de magia, agora era dotado de uma tão grande quanto a minha versão terrena... Uma força que seria incontrolável, mesmo que eu estivesse habituado com poderes mágicos, a qualquer pessoa, a não ser ele... Acnologia.

O de cabelos mar caiu ao seu lado, sobre os joelhos, sentando-se ao mesmo tempo em que tentava suportar a carga elétrica daquelas palavras, pois, 8 anos antes, Acnologia quase...

Matara sua ruiva.

Bem como Zeref sabia, limitando-se portanto a continuar sua história.

– Eu tinha ao meu redor o poder da destruição e da morte... Comigo, mas não em minhas mãos. Era incapaz de controlá-lo, e quando ele se manifestava, causava terríveis chacinas em meu nome. Mas a culpa era mesmo minha, de minha fraqueza... Por causa dela, eu matei milhões de pessoas inocentes, matei amigos, matei civis. Matei...

Novamente, o de olhos castanhos entrou em choque, pois pelo olho negro escuro que pertencia ao mago ao seu lado, escorria uma lágrima, clara e transparente, brilhando como o sorriso dele jamais fizera naquele mundo.

–...Mavis... Minha única amiga e conselheira, minha luz... A mestra da maior guilda do mundo... Aquela que me entendia... Mavis.

Sem perceber, Gerard permitiu que seus dedos pálidos limpassem suavemente a trilha que a lágrima fazia no rosto do outro, sabendo que conhecia também a sua dor.

– Depois disso, aprendi tudo sobre selos e runas... Selei ao máximo meu poder mágico, fortaleci meu autocontrole, e apesar de ele ainda se manifestar às vezes, é raro... Mas como eu estou sempre na Ilha Tenrou, onde vive o poder da luz de Mavis, o único capaz de aniquilar enquanto presente o das trevas que me pertence... Não causo mais chacinas.

O azulado assentiu. Entendia sua dor, mas sabia que dizer tal coisa não ajudaria em nada. Apenas a ouvia, em silêncio.

– Eu não deveria ter vindo, eu sei. É perigoso, mas... É que, todo ano, ela vem aqui, para assistir. Ela veio junto aos seus amigos, e eu posso vê-la, porque, apesar de tudo... Ela me considera como um de seus nakamas... Eu posso observá-la de longe aqui, assim como quando ela aparece para mim na ilha de vez em quando... Mavis.

Um discreto sorriso arrancou nos lábios do maior. Fora por um motivo parecido que ele comparecera aos mesmos, afinal. Levantou-se, trazendo em seguida Zeref consigo, que agora havia cessado seu choro. Ambos sorriram gentilmente, e apertaram-se as mãos.

– Boa sorte, Zeref.

– A você e Erza também, Gerard.

Ambos coraram, rindo um pouco.

E Gerard deixou-o ir.


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Notas finais do capítulo

GENTE, EMBOIOLEI MUITO ESSES DOIS, COMOFAS.
Bom, eles são meio boiolas mesmo.
De qualquer forma, eu sempre quis que eles fossem amigos, torço pra isso até hoje, tipo, os dois são parecidos, com essa história de sou-uma-pessoa-terrível-e-desgraçada-que-merece-a-morte-e-precisa-entrar-em-redenção-etc-etc-e-tal, o fato de eles terem histórias parecidas, personalidades também, e o fato de a Erza e a Mavis terem significados parecidos pra ele, e o fato de eles entenderem a dor um do outro... Sempre achei que eles dariam ótimos amigos, daí escrevi a fic, e claro que eu tive que colocar Zevis e Gerza no negócio ♥
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