“Passageiros, por favor apertem os cintos pois já iremos pousar.”

Foi com essa voz que eu acordei do meu sono, o qual era pra ser só um cochilo. O voo durou só 3 horas, e quando vi nós já estávamos pousando. De repente veio aquela nostalgia… Depois de dois anos, eu finalmente voltaria pra casa, pra perto dos meus amigos, perto do Chaz, perto da minha família… Minha família! Droga. Esqueci completamente disso. Chaz já é maior de idade, mas será que ainda mora com os nossos pais? Não acredito que não perguntei isso pra ele. Burra, burra, burra. Espero que ele tenha tomado vergonha na cara e que tenha se mudado. Pensei em mais algumas coisas e quando vi, todos já estavam saindo do avião. Me levantei e sai também. Era inverno mas estava fazendo bastante calor. Depois de toda aquela confusão que é sair do avião, fui pegar minhas coisas. Peguei a única mala de rodinha que eu havia trazido e fui procurar por Chaz. Adivinha? Ele não estava me esperando lá. “Ok, ele deve estar atrasado, ou tomando um café” pensei. Fui até a Starbucks que havia lá, e adivinha mais uma vez? Ele não estava lá. “Bom, não vou perder viagem. Vou pedir um café”. Entrei na fila e pedi um café normal, só pra dar uma acordada. Bebi meu café ali mesmo, e depois fui procurar por Chaz novamente. Ou ia, se eu não tivesse acabado de esbarrar em alguém, derrubando o café que ele havia acabado de comprar. Ops.

– Me desculpa, a culpa foi minha, eu sou muito desastrada.

– É a culpa foi sua mesmo. Não presta atenção por onde anda e olha o que deu. Agora vou ter que comprar outro café.

– Me desculpe. – Disse olhando para ele pela primeira vez. Ele era até bonito. Mas o que ele tinha de beleza, ele tinha de grosseria.

– Desculpas não vão resolver lindinha. Além do café perdido, minha camiseta ficou toda manchada. Muito legal.

– Ok, eu já pedi desculpas por isso. Eu te pago outro café, e pago pelo estrago da camiseta também. Simples. Não precisa ser grosso.

– Não quero seu dinheiro. Não preciso.

– Tudo bem então. Desculpe outra vez e adeus.

– Adeus? Você faz esse estrago e só fala isso?

– Queria que eu falasse o que? Já pedi desculpas e tudo que eu recebi em troca foi a sua grosseria, então pronto.

– Já vi que é estressada.

– Eu? Foi você que fez um puta de um drama por causa de um café derramado e uma camiseta manchada. Se liga. – Disse saindo de perto dele. Só ouvi ele gritar depois, me fazendo parar e me virar pra ele:

– Me fala pelo menos seu nome! E seu telefone. Dai posso te ligar pra cobrar pela camiseta. – Ele disse sorrindo malicioso. Idiota.

– Não te interessa. E toma aqui o dinheiro. – Disse jogando uma nota de 50 doláres e saindo de perto dele de vez. Muito bom, voltar pro meu país e começar logo assim. Muito bom Megan, muito bom.

Depois do incidente dei mais umas voltas e nada de Chaz. É, ele tinha mesmo se esquecido de mim. Pior que meu celular estava sem bateria, e eu só tenho o número dele lá. Como eu avisaria que já tinha chego e que estava esperando por ele agora? A única coisa que eu poderia fazer era ir pra casa dos meus pais, e com certeza, essa era a última opção. Na verdade, única, já que eu não sabia onde Chaz estava, e o único lugar que eu poderia ir com toda certeza era para minha antiga casa. Fiquei mais uns minutos pensando e quando finalmente me convenci de ir para lá, sinto alguém me abraçar pelas costas.

– Bem vinda de volta maninha.