Como uma coisa dessas poderia acontecer?

Como de repente, uma garota que sempre teve uma vida ágil, zoando com os irmãos, mas defendendo-os quando podia, uma garota que tinha um caminho longo pela frente que de repente, sumiu?

Como, Alexandra Margarita Russo, poderia estar em um perigo tão grande de acabar com o mundo bruxo e com toda a sua vida?

Harry não tinha respostas para tantas perguntas. Ele pensava que sua vida era difícil, mas pôde concluir que sua vida era fácil comparada à de Alex.

Naquele momento, Harry estava com seus amigos, pronto para uma viagem com Chave de Portal, naquela noite. Tudo ao seu redor se tornara tão diferente desde que começara a Copa Mundial de Quadribol...

Tudo parecia mais arriscado a cada segundo e Harry ficava pensando o quanto se tornara cem vezes pior. Seus medos aumentavam a cada instante.

A Chave de Portal - uma grande bota - os levaria direto para a sede da Ordem da Fênix no Largo Grimmauld.

Harry conseguiu espaço e a tocou. No mesmo instante, tudo girou e ele se viu no lugar que uma vez achara muito interessante.

– Harry! Que bom vê-lo! - a Sra.Weasley o abraçou apertado.

Parecia trêmula como se minutos antes tivesse gritado com alguém. Talvez fosse só impressão ou realmente tivesse gritado com alguém.

– Olá sra.Weasley - cumprimentou Harry educadamente embora não conseguisse sorrir.

Seus amigos cumprimentaram a mulher, e os filhos - Rony e Gina - a abraçaram.

– Venham. A Ordem da Fênix inteira já está pronta - avisou a sra.Weasley.

Harry seguiu para o porão e encontrou Sirius, Lupin, Tonks, Quin, Moody, sr.Weasley entre outros integrantes.

– Como vai, Harry? - perguntou o padrinho se dirigindo ao garoto.

– Vou bem - mentiu o garoto. Não estava nada bem.

Sirius o encarou por um momento e suspirou.

– Nos desculpem por meter vocês nesta encrenca, mas creio que a Alex é importante para vocês todos. Não que ela não seja para nós, mas infelizmente não poderemos entrar lá.

– O plano é o seguinte... - começou Moody sem rodeios estendendo um pergaminho sobre a mesa.Era um desenho perfeito da mansão dos Malfoy. - A garota está no porão com certeza. Lá que eles guardam seus prisioneiros. Vai ser simples. O elfo Monstro vai ajudá-los.

– O quê? - perguntou Harry incrédulo.

– É isso mesmo, Potter. Monstro é um elfo doméstico e sua magia pode penetrar pelas paredes daquela prisão. Vocês não acham que vão conseguir aparatar para lá, não é? Contando que todos vocês são menores de idade menos ele - informou Moody. O ele era Justin.

O elfo que foi mencionado surgiu no porão e fez uma revêrencia para Harry que soube muito bem o quanto aquilo era falso.

– Vocês irão penetrar no porão e pegar a garota. Se tudo correr bem vocês não serão vistos e conseguirão voltar sem nenhum arranhão. Agora se der errado... Bem, vão ter que duelar - Moody pareceu tranquilo em relação àquilo.

– Nós vamos tipo, agora? - perguntou Hermione, ansiosa.

– Sim.Essa é a ideia. Agora já é noite e os Malfoy devem estar no quinto sono. Boa sorte. Espero vê-los de novo - suspirou Olho-Tonto.

– Prontos? - perguntou Harry aos amigos.

Estes assentiram. O moreno pôde notar que Gina segurou com força a mão de Max que corou um pouco.

Monstro segurou as mãos de Hermione e Harry. Com um craque eles desapareceram da sede.

Harry sentiu como se todo o ar tivesse sumido e então do nada, ele conseguiu respirar novamente.

Eles estavam em um porão úmido e escuro.

– Lumus - murmurou Justin e o ar se iluminou.

Ele segurou a varinha por cima da cabeça e eles conseguiram ver que estava vazio.

– Onde ela está? - perguntou Rony.

– Espera... - começou Harry.

Todos silenciaram e Harry conseguiu ouvir gritos. Eles saíram do porão - graças a Hermione - e chegaram ao andar superior.

Os gritos cortavam Harry como facas e o que ele menos queria era vê-la sofrendo algum dia. Infelizmente, aquilo estava acontecendo naquele instante.

Alex estava sendo torturada.

– ESPELLIARMUS! - gritou Harry e fez com que a varinha de Lúcio Malfoy voasse para longe.

O comensal se assustou ao vê-los ali, mas Belatriz tomou o controle da situação.

– AVADA KEDAVRA! - gritou e Max repeliu o feitiço que acertaria Gina em cheio.

Narcisa Malfoy surgiu, mas Hermione foi ainda mais ágil se é que era possível.

– ESTUPEFAÇA! - gritou e a mulher caiu no chão desacordada.

Vários comensais estavam na casa o que surpreendeu os jovens. Eles se separaram para terem alguma chance de salvar Alex.

Justin e Harry se dirigiram para o centro da sala onde jazia o corpo da garota. Ela estava desacordada, e um olhar de pânico preencheu o rosto de Justin ao notar que o coração dela estava quase parando.

– O que houve? - perguntou Harper surgindo depois de estuporar dois comensais de uma vez.

– Ela está quase morrendo. Temos que sair daqui - avisou Harry, tentando pensar.

Belatriz surgiu na hora em que eles iriam aparatar com o auxílio de Monstro.

– AVADA KEDAVRA! - gritou, na hora em que aparataram.

Harry carregava Alex nos braços e sentiu um desespero incontrolável. Eles tinham de chegar na sede da Ordem da Fênix rápido.

O lampejo verde, por conta da maldição de Belatriz, por mílimetros não os acertou.

Harry sentiu o ar voltando novamente e se sentiu muito bem ao notar que dera certo. Ou pelo menos quase. Ainda tinham que cuidar de Alex e trazê-la de volta.

– Harry, leve-a lá para cima - pediu Lupin, calmamente.

Ele obedeceu. Seguido pelos amigos, eles chegaram até um quarto de hóspedes onde Harry depositou a garota em cima da cama.

Ficou admirando sua beleza. Como uma garota daquelas poderia ter os dias contados por conta da carga de poder que existia em si?

– Ainda bem que conseguimos. Tudo vai ficar bem - murmurou Hermione suspirando aliviada.

Harry de súbito se lembrou de que os amigos e irmãos da garota não sabiam sobre o grande perigo. Dumbledore não contara a eles.

O moreno não sentiu nenhuma vontade de dizer aquilo no momento, por isso permaneceu em silêncio.

A sra.Weasley surgiu seguida de Tonks e ambas expulsaram todos dali e começaram a cuidar de Alex.

Harry ficou imaginando se teria coragem de dizer as palavras não ditas depois que Alex acordasse. Será que os recentes acontecimentos o motivariam ou apenas deixariam seus sentimentos ainda mais longe de serem expostos?