Pov’s Selena

Viajar de avião cansa a minha beleza.  Viajar cansa a minha beleza.  Por favor, quem aguenta 27 horas de vôo constante?  Pelo menos não é de carro, ou lancha, ou moto, ou jet ski. E os pedestres são como os banhistas. Tá parei.

Eu já tinha lido umas 17 revistas umas duas vezes.  Minha playlist já estava sendo repetida pela Trilhionésima vez.  Ah, por falar em música os meninos, aqueles gatinhos da Escola. Liam Payne, meu futuro namorado,  Zayn Malik, Niall Horan, Harry Styles e o Louis Tommo estão montando uma banda só de garotos.  Legal né? Talvez eles cantem no baile pra nós, talvez. 

Baile me lembra escola. Escola me lembra amigas e aquela infeliz da Demerda.  Minhas amigas e a Demerda me lembram de casa.  Que me lembra que eu estou a 27 horas viajando nessa coisa de avião. Poderia ter internet, mas no céu não tem wi-fi.  Ou será que tem? Ah dane-se.

- Já estamos chegando? – perguntei impaciente ao piloto. Essa era a terceira vez que perguntava.

- Não, ainda não Srta. Parker.

- Vamos chegar que horas?

- Não sei,  estou vendo muitas nuvens e perdi as coordenadas.

- Mas que droga – Sentei de novo na poltrona.  Será que minha beleza aguenta mais uma hora de vôo? Peguei um espelho que tinha no fundo da minha bolsa, me olhei e eu não estava tão mal.  Havia algumas olheiras por não ter dormido bem, mas não terá nenhum gatinho lá, só passar uma maquiagem e pronto.  Eu só quero chegar logo.  E depois voltar pra casa.

Pov’s Demi

- Niall, não – falei desanimada.

- Ah qual é Demi?

- Não, não, não e não.  Eu me recuso – bati o pé.

- Vamos, vai ser legal – falou ele.  Acontece que Niall quer me levar até a festa que Harry vai dar essa noite.  Harry, ele arranca suspiros de qualquer uma, com aquelas roupas,  aquele sorriso e as covinhas. E aquele cabelo cacheado super lindo.

- Não Niall, eu não vou – falei e entrei dentro da minha casa. A primeira coisa que fiz foi correr pro quarto e jogar a mochila no chão.  Deitei na cama e encarei o teto, precisa de uma pintura.  Até que ouvi a porta se abrindo, olhei e era Niall.

- Sua avó me ama – falou ele dando um grande sorriso.

- Você não vai desistir né? – falei e então tirei os óculos, enxergava com um pouco de dificuldade mas conseguia enxergar.

- Não vou não – ele jogou a mochila no mesmo canto que eu e foi em direção ao meu armário. Ele abriu a porta e viu vários posters dos Jonas Brothers colados nas portas – Jonas Brothers? Sério?

- Ah, para de reclamar – falei feito uma criança – Eu gosto deles. 

- Gosta é?

- Não, eu amo eles – falei e sorri, credo parece que eu to drogada – O que você tá fazendo?

- Eu to escolhendo uma roupa pra festa de hoje a noite.

- E você vai vestir as minhas roupas? – perguntei e ele caiu na gargalhada.

- Não, mas você vai.

- Não Niall, eu não quero ir, vai ser chato.

- Vai ser legal – falou ele jogando várias roupas minha no chão.

- Você vai arrumar – falei – Eu não vou nessa festa idiota.

- Não adianta, eu vou te carregar pra lá.

- Tenta.

- Pode deixar que eu tento, nossa que vestido lindo – falou ele vendo um vestido branco que eu tinha.

- Ah, é da neta da prima da minha avó.

- Hã?

- Nada, esquece, é bonito né?

- Muito, você iria ficar linda nele.

- Não, eu não vou.

- Vai sim, vai tomar um banho.

- Eu to fedorenta?

- Não, mas vai tomar um banho e se arrumar, ANDA LOGO DEMETRIA – Vish, ele tá bravo comigo, ele não é de me chamar de Demetria.  Aliás, odeio Demetria.  É um nome tão diferente.

- Tá, irritante – levantei e fui pro banheiro.  Agora eu tenho que ir pra essa festa idiota. Eu sempre fico de lado nessas festas,  porque, rs sou impopular. 

Terminei o banho, meu cabelo estava encharcado,  me enrolei na toalha e fui pro quarto.

- VOCÊ AINDA TÁ AQUI? – berrei quando vi Niall mexendo em um caderno meu. Fui até ele e puxei  o caderno – ME DÁ ISSO AQUI, NUNCA MAIS MEXA NAS MINHAS COISAS, ENTENDEU?

- Tá, des..culpa – ele me olhou de cima a baixo.  Encarei seus olhos azuis por um minuto e então eu estalei os dedos.

- Niall? NIALL?

- Oi?

- Porque ainda tá aqui?

- Acha mesmo que vou dar brecha pra você? De jeito nenhum, vai colocar esse vestido logo – ele jogou o vestido pra mim e eu voltei pro banheiro.  Vesti o vestido, porque eu não posso calçar ele, prendi o cabelo num rabo de cavalo e voltei pro quarto.

- Feliz?

- Quase, vem aqui – ele me chamou e eu sentei na cama, ele passou a mão no meu pescoço, encarei ele, o que ele tá fazendo? Então ele puxou o elástico que prendia meu cabelo, passou a mão nele de um jeito engraçado – Deixa ele assim, tá linda.

- Não gosto de cabelo solto.

- Eu sei, mas eu gosto de você assim – ele sorriu – Ah – então ele puxou os meus óculos que estavam em cima da cômoda – Usa aquele óculos, aquele outro.

- Eu não sei onde eles tão, para de encher Niall.

- Eles estão aqui, querida – disse minha avó entrando no quarto e jogando os óculos pra mim – Volte antes das 23h.

- VÓ – berrei de raiva, que droga, ela apoia o Niall. Argh.  Ela riu e fechou a porta – Eu te odeio.

- Você tá linda, Dems.

- Para de me chamar de Dems – falei irritada.

- Tá bom Demetria – ele se levantou da cama.

- DEMI, meu nome é Demi – falei ainda mais irritada.

- Não, seu nome é Demetria, mas você quer que te chamem de Demi.

- Então, por favor seja legal e me chame de Demi.

- Tudo bem, DEMI – ele enfatizou o Demi – Eu volto daqui a cinco minutos – ele saiu correndo pra porta.  Fiquei lá sentada na cama, não acredito que vou ter que ir pra essa festa ridiculamente ridícula, eu sou o que chamam de anti-social, eu sei o que a sociedade faz realmente com as pessoas, e eu não gosto nada. Por isso prefiro ser anti-social e impopular. Cruzei as pernas, odeio vestidos, odeio esses óculos.  Prefiro meus jeans largos, meu all star sujo e minha armação “fundo de garrafa”.

Pov’s Selena

- Chega...

- ALELUIA – berrei erguendo os braços pro alto. Enfim a terra. Terra doce terra.  Eu beijaria você, só que não.  Ele pousou o avião, peguei minhas malas e sai do avião, corri até a base, abri minha mala no bolso da frente e peguei meu cartão de identificação internacional. Sim, eu tenho um cartão de identificação.  Entrei na base e tive que aguardar meia hora pra poder falar com a Major. 

- Parker – disse ela ao entrar na sala.

- Major Selick – Comprimento formal, é um saco, mas fazer o que?

- Cresceu – falou ela me olhando de cima abaixo, olha eu sei que sou super diva e perfeita,  mas não precisa me olhar desse jeito – Pra que essa mala toda?

- Pra minha missão – falei, tentando ser o mais formal possível.

- Não precisa disso tudo, sua missão será em seu país.

- Meu país? Sério? Nossa, que raro.

- Exato – Ai, odeio linguagem formal, gente velha, eca – Sua próxima proteção está localizada aqui.

Ela apontou o dedo fino e com cutículas pro mapa eletrônico que havia numa enorme tela a nossa frente.  Uma pessoa que mexia no computador, aproximava as imagens do mapa.

- Espera um pouco, eu moro aqui – falei, caramba que sorte.

- Ela precisa de super proteção, entende?

- Claro que sim.

- Posso contar com você?

- Claro Major – falei juntando os três dedos da mão direito e levando a testa fazendo aquele sinal engraçado.

- Ela ainda não sabe.

- Ela não sabe? – ela assentiu – E vocês sabem? – Ela assentiu de novo, ela pareçia aqueles cachorrinhos que tem a cabeça solta, que quando você bate ele balança a cabeça pra cima e pra baixo, pra cima e pra baixo, pra cima e pra baixo.  Fiquei tonta – Quem é?

- Está é a identidade dela.

Olhei pro televisor, não acredito no que meus olhos veem.  Alias, do que eu vejo.  Não dá no mesmo? Ah dane-se, eu sei que senti uma raiva imensa.

- ELA? – berrei.

- Sim.

- ELA? – perguntei de novo – ELA? SÉRIO MESMO? JURA? OK,  THE WANTED, PODE SAIR DE TRÁS DA PAREDE, CÂMERAS POR FAVOR, EU JÁ DESCOBRI – berrei rindo e olhando pros lados.

- Descobriu o que Parker? – perguntou a Major confusa.

- Eu tô no Prank Stars – falei rindo, que sonho, Televisão conheça sua mais nova estrela, eu.

- Prank o que? Ah, adolescentes ! – disse ela séria.

- Espera, então é sério? – falei com ar de riso, ela assentiu então eu fiquei super séria – Desculpe Major.

- Pode assumir a missão?

- Com toda a certeza.

- Ah, e você precisa ensinar ela a ser uma.

- O que? Tá brincando?

- Não.

- Isso aí vai ser difícil. Ela é totalmente ao contrário.

- A Missão é sua – falou ela – Como dizem os jovens de hoje em dia, Se vira!

Ela saiu da sala e eu fiquei encarando o televisor com cara de tacho. Que droga. Essa vai ser a pior missão que eu vou ter que cumprir. Pela primeira vez, eu odeio minha vida.