Meu mundo é você escrita por Karmen Bennett


Capítulo 22
Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Cap novo

Espero que gostem

Obrigada (havia esquecido) Niihh Puckett e LuaLoveSeddie pelas lindas recomendações em CS!!

Obrigada pelos reviews e pela compreensão de vcs!

Nos vemos lá em baixo!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/250030/chapter/22

O jantar seguia tranquilo e silencioso aos olhos dos empregados ou de qualquer outra pessoa que não pertencesse à família ou não fosse Charlote. A moça estava completamente decepcionada com a falta de alegria daquelas pessoas, e já não sabia se aquilo se devia a sua presença ou se realmente eram daquele jeito. De vez em quando ela arriscava um olhar ao noivo, do outro lado da mesa, mas esse permanecia com os olhos pregados em sua refeição, comendo com uma elegância inigualável. A mãe da jovem, sentada ao lado dela, parecia indiferente a toda a situação, mas apenas parecia. Esperava que a conversa que tivera com a outra rainha pela manhã surtisse algum efeito.

Carly se preocupava com o modo como aquela situação se estendida, mas não via nada que pudesse fazer, já havia passado mais de uma semana desde a chegada da prima, mas Freddie praticamente não mudara sua postura em relação ao demais acontecimentos. Parecia que o irmão estava enlouquecendo, vitima de algum tipo de feitiço que certamente a camponesa lançara sobre ele.

O rei, sentado a ponta da mesa, tentava se concentrar no sabor dos alimentos, mas era como se tudo tivesse gosto de fel. Temia que a noticia se espalhasse e que Freddie se tornasse um motivo de troça. No dia em que capturaram a moça, haviam apenas pessoas de confiança na sala, porém a principal testemunha dos fatos estava solta, e certamente com ódio suficiente para no mínimo, promover um escândalo. Ele havia mandado prender a família da garota para que aquilo a mantivesse sobre controle, mas todos havia desaparecidos.

Por vezes, o rei sentia ímpetos de atirar o próprio prato no filho.

–E então, querida. –Disse a rainha, dirigindo-se Charlote. –O que tem achado das nossas terras?

–Extremamente agradáveis. –Ela arriscou um olhar a Freddie. Nada. –Porém, sinto falta de companhia para explora-las melhor.

–Ora, mas ontem mesmo o Freddie me disse que gostaria de leva-la a um passeio pelos campos ao leste. Acredite, são os mais belos que existem!

A moça olhou animada para o primo que olhou surpreso para a mãe, mas rapidamente encarou a prima e sorriu timidamente.

–Eu adoraria! Não sei cavalgar, mas poderíamos ir em uma carruagem, sim?

–Claro. –Concordou Freddie sorrindo gentilmente. –Podemos ir amanhã cedo, se estiver tudo bem pra você.

–Perfeito! Minha querida prima também virá conosco?

–Não, obrigada. –Respondeu com um enorme sorriso. –Vou acompanhar mamãe a casa da modista.

Ela assentiu e lançou um último olhar ao primo que dessa vez a olhava. Ela corou violentamente e voltou a comer, sentindo que finalmente havia conseguido alcançar a muralha em que Freddie se transformara.

Freddie voltou a atenção ao seu prato e deu um leve suspiro. Era difícil descrever o que sentia em relação a tudo aquilo, mas sabia que sem duvidas, o que mais lhe incomodava era o fato de não conseguir dominar os seus próprios sentimentos. E aquilo não era algo recente, por mais que tentasse negar, desde criança se sentia fascinado por uma criança maltrapilha e isso o irritava. Agora, as lembranças dos sorrisos, da voz, juntavam-se as recordações dos lábios doces e da pele macia e suave cujo aroma parecia estar no ar o tempo inteiro. Mas ele sabia que era apenas a sua mente.

Alheio a conversa dos demais, ele deixava os pensamentos vaguearem pelos problemas do reino, e tentava inutilmente fingir que naquela noite em especial, sua mente o levava, a todo o momento a pensar em Sam. Em alguns momentos, sentia uma espécie de nó na garganta, um incômodo insuportável, como se pressentisse que algum de ruim estava prestes a acontecer.




Enquanto isso, no alto de uma colina numa das extremidades do reino, um pequeno grupo ao redor de uma fogueira terminava de comer uma precária refeição que consistia em um coelho assado com batatas. A única moça do grupo, assim que devorou o último pedaço de carne, passou a ansiar desesperadamente por algumas folhas de aroeira e um copo d’água para higienizar a boca, mas sabia que precisava aguardar uma breve reunião, estava sendo assim assim todos os dias desde que chegaram ali.










O espaço que tinha para o asseio pessoal era pouco, mas ela o sabia aproveitar, era uma espécie de limpeza espiritual. Pela manhã, ia até o riacho, sempre acompanhada de Robie e/ou Lucas, lava o rosto e trazia dois baldes cheios de água. Matinha os cabelos num coque alto e decidira lava-los de sete em sete dias. A franja já crescida, agora caia pra um lado da testa, os vestidos ligeiramente mais curtos que os das outras mulheres lhe conferiam um gracioso ar de pastora (de ovelhas).










Durante o restante do dia, ela ajudava o grupo na manutenção do acampamento, carregando lenha ou colhendo frutas, nunca na caça. Gostava de conversar com os mais velhos e de brincar com as crianças, sempre tentava se manter ocupada. Antes de dormir, limpava os dentes e esquentava a água que pegava pela manhã e se banhava dentro da pequena cabana. Era o melhor e o pior momento do dia. O melhor por que se limpava, por que estava prestes a ir descansar e por que deixava as lembranças lhe dominarem a mente. Por esse mesmo motivo,também era o pior. Aquelas lembranças, eram apenas lembranças, e isso bastava para fazer o seu coração sangrar.




–Por tanto, fica combinado assim –Dizia Nicolau. –Partiremos daqui a mais três luas, iremos diretamente ao consulado suíço. Ele nos dará refúgio e nos ajudará a deixarmos o reino. Se tentarmos partir sozinhos, o rei não terá trabalho em nos eliminar!

–Perfeito. –Assentiu Robie. –Mas pensei que talvez fosse melhor se partíssemos em duplas.

–Como se somos cinco? –Perguntou Lucas com seu mal humor habitual.

–Você vai sozinho... –Retrucou o outro.

–E você vai com a Samy, presumo. Ela está mais segura com os guardas do rei que com você!

–O que insinua, imbecil?

–já chega! –Gritou Sam. –que inferno, será que não podem abrir mão desses escândalos ao menos por um dia?

–Exatamente. –Interveio Nicolau. –Além disso, a fortes indícios de que Sam foi traída. Precisamos mantê-la segura, com o máximo pessoas de confiança por perto.

–Certo. –Disse a jovem pegando um galho no chão . –E você, Gibby? Não acha que já é hora de voltar pra casa? Pra sua esposa?

–Ficarei até que partam para a Suíça. –Disse sonolento. –O ruim é que não podemos escrever para os que ficaram no povoado.

–É claro que podemos. –Lucas disse rispidamente. –Só não temos como enviar.

–E ainda que tivéssemos. –Completou Nicolau. –Seria perigoso. Para nós e para todas as pessoas que vivem aqui.

–Bando de loucos. –Murmurou Sam. –Embrenhados no meio do mato para servirem a uma ordem decadente.

–Não somos uma ordem decadente. –Protestou Nicolau já impaciente. –Se não acredita em nossa vitória...

–Ora, pare com isso nenhum de nós acredita em vitória nenhuma! –Disse atirando o galho longe. –Estamos aqui pelo mesmo motivo: É melhor morrer lutando que viver conformado com uma vida injusta! Acredito nisso, mas não sou ingênua a ponto de sonhar com uma vitória!

–Receio que a garota esteja certa. –Disse uma voz surgindo a certa distancia.

Os cinco viraram-se na direção do recém-chegado e depararam-se com Thomas, que se aproximava lentamente, mas parecia ter ouvido boa parte do que fora dito.

–Como? –Perguntou Nicolau levantando, sendo seguido pelos outros.

–A rainha Elizabeth e a princesa Charlotte chegaram há alguns dias e estão instaladas no castelo com mais alguns membros da corte de Veneza. Há boatos de que o rei pretende antecipar o casamento do filho.

–Teremos que correr contra o tempo! –Disparou Nicolau dirigindo-se aos casebres, onde certamente escreveria uma carta a alguma parte do reino de onde pudesse obter algum auxilio.

Nicolau sempre parecia ter um segundo plano pra tudo, fora assim com aquele refúgio, talvez agora também pudesse retardar o casamento do príncipe. Foi tudo o que Sam conseguiu pensar por alguns segundos.

Segundos esses que consistiram numa rápida busca de solução por parte dos outros, que após perceberem o quão inútil era permanecerem ali discutindo, se puderam a seguir Nicolau e Thomas que já ganhavam certa distancia.

No alto da pequena colina, permaneceu apenas uma garota, sentindo-se a mais solitária de todas, vendo os amigos se afastar não mais distantes do que estavam o tempo todo, incapazes de saber o que lhe ia no íntimo. Eles provavelmente acreditavam que ela os seguiam, e quando se dessem conta de que ficara para trás, limitar-se-iam a acenar da janela do casebre, para que ela o acompanhasse.

E ela iria.

Sem saber o por que, mas iria. Não havia outra coisa que pudesse fazer, era o seu destino, sua sina, por mais que tentasse se enganar, sempre soube que não havia escapatória. Pertencia aquela ordem, e jamais poderia pertencer a quem amava, devendo por tanto se conformar com a ideia de que o príncipe, mais cedo ou mais tarde aprenderia a ser feliz com outra, se é que já o não estava sendo.

Sentindo as forças sucumbirem, ela se deixou cair de joelhos no chão, tentando inutilmente conter as lágrimas que lhe rolavam pela face. Pela primeira vez, se perguntava se conhecer aquele belo menino de cabelos castanhos fora a melhor ou a pior coisa da sua vida.

Uma chuva fina começou a cair, fazendo-a sair do transe em que se colocara e se levantar. Ela cambaleou um pouco e caminhou alguns passos sendo, logo em seguida contida por dois homens desconhecidos. Um deles amarrou-lhe os lábios com um pano e outro permaneceu segurando firme em seus braços, aguardando o outro terminar o serviço, e assim que isso o ocorreu, os dois a arrastaram para dentro da floresta.

Debatendo-se freneticamente, ela emitia grunhidos desesperados, mas qualquer movimento se mostrava inútil. Fora pega de surpresa, num momento em que se encontrava fragilizada e desprovida de atenção, o que a impediu de perceber a aproximação de estranhos.

Quando finalmente a soltaram no chão coberto de folhas úmidas, ela conseguiu golpear um dos homens retirando os pés dele do chão com a perna, mas foi rapidamente contida, dessa vez por três homens. O pânico começava a tomar conta dela, e não saber o que estava acontecendo, só piorava a situação.

–Soltem-na. –Disse uma voz familiar.

Ela se voltou ao dono da voz e imediatamente soube que conhecia o seu raptor.

–Quanto será que o rei me pagaria pela sua cabeça? –Disse o duque desembainhando a espada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então??? Deixem reviews por favor, sim? Eu estou respondendo aos pouquitos, ok??? Criticas, duvidas, sugestões e qualquer outra coisa, só dizer!! Ha, erros tbm, devem ter muuitos! Desculpem o pequeno atraso, semana que vem tem CS!! Bjos gente, vou aqui terminar um trabalho!!


Ps: A foto do vestido da Sam que o Nyah não quer aceitar: http://blog.cancaonova.com/amigosdoceu/files/2012/05/germana-em-p%C3%A9.png



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu mundo é você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.