Como Um Sonho escrita por Night Crow


Capítulo 16
Vozes estranhas, petrificações e a Câmara Secreta.


Notas iniciais do capítulo

Finalmente! Ando muito sem tempo... Me matem se quiserem (não queiram!) mas peço mil desculpas pela demora. Enfim, aqui está o capítulo. ~Apenas avisando: este capítulo contem muitos spoilers de HP 2 - Câmara Secreta ( Cap. 9 - A pichação na parede)~



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Bem, não conseguimos ir ao treino de quadribol, por causa da detenção de Harry, que foi assinar as cartas dos fãs, ou das fãs, de Lockhart. Acho aquele professor um retardado, sem mais. Enquanto estamos descendo para ‘’buscar’’ Harry, conversamos sobre as possibilidades de Lockhart continuar na escola até o fim do ano.

– Se quer saber, eu aposto um galeão que ele não dura até o final deste mês. – Diz Rony.

– Eu acho que ele consegue ficar até o fim do ano, - Começo – Parece que ele não pensa em sair daqui tão rápido... – Sou interrompida por Harry, que chega correndo e ofegando até nós. – O que houve?


– Outra vez... Aquela... Voz. – Gagueja ele.

– Que voz? – Pergunta Mione, espantada.

– Ouçam! – Exclama ele com urgência, subindo pelas escadas silenciosamente. – Vai matar alguém! – Grita, sem dar atenção aos nossos rostos perplexos.

Harry apressou-se pelo segundo andar, nós corríamos ofegantes atrás dele, e não parou até entrar no último corredor deserto.

– Harry, do que é que você estava falando? - Pergunta Rony, enxugando o suor do rosto. - Eu não ouvi nada...

– Olhem! - Mione solta uma súbita exclamação, apontando para o corredor.

Alguma coisa brilhava na parede em nossa frente. Nos aproximamos devagarinho, apertando os olhos para ver na penumbra. Alguém tinha pintado palavras de uns trinta centímetros na parede entre as duas janelas, que refulgiam à luz das chamas das tochas.

A CÂMARA DOS SEGREDOS FOI ABERTA.

INIMIGOS DO HERDEIRO CUIDADO.

– Que coisa é aquela, pendurada ali embaixo? - perguntou Rony, com um ligeiro tremor na voz.

Ao nos aproximarmos, Harry quase escorregou, pois havia uma grande poça de água no chão, Rony e Mione o seguraram, e continuamos a avançar devagar até a mensagem, os olhos fixos na sombra escura embaixo. Logo percebemos o que era e demos um salto para trás, espalhando água.

Madame Nor-r-ra, a gata daquele zelador feio, o tal Filch, estava pendurada pelo rabo em um suporte de tocha. Estava dura como pedra, os olhos arregalados e fixos.

Durante alguns segundos ficamos imóveis.

– Vamos dar o fora daqui. - Fala Rony, ainda perplexo olhando para a gata.

– Será que não devíamos tentar ajudar... - Começa a dizer Harry, sem jeito.

– Confie em mim - Diz Rony. - Não podemos ser encontrados aqui.

Mas era tarde demais. Um ronco, como o de um trovão distante, informou-nos que o jantar terminara naquele instante. De cada ponta do corredor onde estávamos, ouvimos o barulho de centenas de pés que subiam as escadas, e a conversa alta e alegre de gente bem alimentada, no instante seguinte os alunos entravam aos encontrões pelos dois lados do corredor.

A conversa e o barulho morreram de repente quando os garotos que vinham à frente viram o gato pendurado. Eu, Harry, Rony e Mione estávamos sozinhos no meio do corredor e os estudantes que se empurravam para ver a cena macabra se calaram.

Então alguém gritou em meio ao silêncio.

– Inimigos do herdeiro, cuidado! Vocês vão ser os próximos, sangues ruins! - Ouvimos uma voz arrastada e nos viramos. É Draco Malfoy. Ele abriu caminho até a frente dos alunos, seus olhos frios muito intensos, seu rosto, em geral pálido, havia corado, e ele sorria de uma forma estranha diante do gato que estava pendurado imóvel.

– Que está acontecendo aqui? Que está acontecendo? - Diz Argo Filch, aparecendo atraído, sem dúvida, pelo grito de Draco. Abriu caminho com os ombros por entre os alunos aglomerados. Então ele viu Madame Nor-r-ra e recuou, levando as mãos ao rosto horrorizado.

– Minha gata? Minha gata! Que aconteceu á Madame Nor-r-ra? - Grita ele. E seus olhos saltados pousaram em Harry.

– Você! - gritou. - Você! Você assassinou a minha gata? Você a matou! Vou matá-lo! Vou... - Não termina, pois é interrompido.

– Argo! - Dumbledore chega à cena, seguido de vários professores. Em segundos, passa por mim, Harry, Rony e Hermione e solta Madame Nor-r-ra do porta-archote.

– Venha comigo, Argo. - Diz à Filch. - Os senhores também, Sr. Potter, Sr. Weasley, Srta. Granger e Srta. Valery.

Lockhart deu um passo à frente pressuroso.

– A minha sala fica mais próxima, diretor, logo aqui em cima, por favor, fique à vontade... – Diz Lockhart, exibindo-se.

– Muito obrigado, Gilderoy - Fala Dumbledore.

Todos que ali estavam se afastaram para os lados em silêncio para deixar-nos passar.
Lockhart, com o ar agitado e importante, acompanhou Dumbledore, apressado, o mesmo fizeram a Profª McGonagall e o Prof. Snape.

– E agora, o que será que irá acontecer? – Pergunto desesperada.

– Não temos como saber, talvez nos expulsem... – Reponde Rony, suando frio. Congelei. Iriam nos expulsar? E não se passava nem um mês desde que havia entrado nesta escola, apesar de eu ter duvidado que ela existisse não quero sair dela.

– Pare de falar asneiras, Ronald. – Intromete-se Mione, indignando-se com o ruivo. – Quantas vezes já pegaram detenções e não foram expulsos?

– Mas desta vez é diferente, e eu concordo com a possibilidade de sermos expulsos. – É a vez de Harry comentar.

– Que tenso. – Sussurro à eles, que concordam com a cabeça.

Quando entramos na sala escura de Lockhart, quase vomitei. Várias cópias daquele ser humano esquisito estavam postas em fotos nas paredes. Dumbledore andou até a mesa central e colocou a gata, dura feito pedra, em cima desta, examinando-a logo em seguida. A Prof.ª McGonagall estava curvada quase tão próxima, os olhos apertados. Snape esticava-se por trás deles, meio na sombra, com uma expressão estranhíssima no rosto. Era como se estivesse fazendo força para não sorrir.

– Olhem. – Sussurro de modo que apenas meus amigos possam ouvir, apontando discretamente para Snape, que continuava com a cara de dar medo.

– Ele está tentando não sorrir! – Exclama Rony um pouco alto, fazendo os professores nos olharem.

– Algum problema perturbando-os? – Pergunta McGonagall. Rapidamente nos ajeitamos.

– Não, com certeza não. – Respondemos ao mesmo tempo, negando freneticamente com a cabeça. Eles logo voltaram a se concentrar na gata.

– Que bom que eles têm outra coisa para se preocupar, ou ao contrário eles nos fariam perguntas. – Diz Harry, dando uma espiada nos professores.

– É, não é mesmo, Rony? – Hermione olha-o com falso nervosismo.

– Ah, me desculpem. – Diz Rony, abaixando a cabeça.

– Ela só está brincando, a culpa não foi sua. – Digo, colocando a mão em seu ombro. Ele sorri, corando levemente em seguida. Harry e Mione seguram-se para não rir e chamar a atenção dos professores novamente.

Após alguns minutos, que mais pareceram milênios, estávamos quase dormindo um no outro.

– A gata não está morta, Argo. – Diz Dumbledore de repente, assustando-nos e fazendo-nos acordar.

– Não está morta? – Filch, pula de onde estava e vai ao encontro da gata, examinando-a atentamente, quase enfiando a cara em seus pelos.

– Não, ela apenas foi petrificada. – Diz Dumbledore, afastando-se e contornando a mesa onde está a gata, parando em nossa frente. – Nenhum aluno de segundo ano poderia ter feito isto. – Diz com firmeza.

– Foram eles! – Gritou Filch, quase partindo para cima de nós.

– Jamais encostamos em Madame Nor-r-ra! – Exclamou Harry, ficando vermelho de raiva.

Ferrou tudo, será que vai ter um duelo? Impossível. Mas se houvesse seria divertido. Espere, isto não saiu certo, eles nunca irão ter um duelo.

– Se me permite falar, diretor. – Diz Snape, interrompendo a discussão. – Talvez Potter e seus amigos simplesmente estivessem no lugar errado na hora errada. – Finalizou, fazendo uma careta, como se duvidasse do que dizia. - Mas temos um conjunto de circunstâncias suspeitas neste caso. Por que é que estavam no corredor do andar superior? E por que não estavam no jantar?

Ao mesmo tempo, eu, Harry, Rony e Mione desatamos a explicar sobre a detenção de Harry.

– Mas por que não foram depois para o jantar? – Perguntou ele, sorrindo com desdém.

– Por que... Por que... – Começou Harry, suando.

– Estávamos cansados e queríamos nos deitar. – Completei, tremendo de nervosismo.

– Sem jantar? – Diz Snape e um sorriso vitorioso brotou em seus lábios.

– Não estamos com fome. – Diz Rony firmemente, e no mesmo instante sua barriga dá um enorme ronco, fazendo com que o sorriso de Snape aumente.

– Suspeito, diretor, que Potter e seus amigos não estejam dizendo toda a verdade. Talvez fosse uma boa idéia privá-los de certos privilégios até que estejam dispostos a nos contar tudo. Pessoalmente, acho que Potter deveria ser suspenso do time de quadribol da Grifinória até que se disponha a ser honesto. – Diz Snape, sorrindo de forma cruel.

– Francamente, Severo - Diz a professora McGonagall com aspereza - não vejo razão para impedir o menino de jogar Quadribol. Esta gata não foi enfeitiçada com um golpe de vassoura. Não há qualquer evidência de que eles tenham feito algo errado.

Dumbledore lançou-nos um olhar penetrante. Seus olhos azuis cintilantes faziam-nos sentir que estávamos sendo radiografados.

– Inocentes até que se prove o contrário, Severo - Diz com firmeza.

Snape pareceu furioso. E Filch também.

– Minha gata foi petrificada! - Gritou, os olhos arregalados e cheios de lágrimas. - Quero ver alguém ser castigado!

– Vamos curá-la, Argo. - Diz Dumbledore, paciente. - A professora Sprout recentemente obteve umas mandrágoras. Assim que elas crescerem, vou mandar fazer uma poção que ressuscitará Madame Nor-r-ra.

– Eu faço - Lockhart entrou na conversa. - Devo ter feito isto centenas de vezes. Seria capaz de preparar um Tônico Restaurador de Mandrágora até dormindo...

– Desculpe-me - disse Snape num tom gelado. - Mas creio que sou o professor de Poções aqui nesta escola.

Um silêncio constrangedor tomou conta do lugar. Nos olhamos de soslaio e voltamos a encarar os professores. O que irá acontecer?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, acabei de terminar! Beijos.