Como Um Sonho escrita por Night Crow


Capítulo 13
Nas masmorras.


Notas iniciais do capítulo

Se me mandar um review, tenho certeza que teus dedos não irão cair.



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Quando me disseram que estudar nesta escola era difícil, não pensei que era para tanto. Era meu terceiro dia aqui e o segundo dia de aula, e já estava atolada até a borda de lições. O que mais havia para fazer eram redações sobre poções, sinceramente eu odiei aquela matéria, mesmo que eu tenha até admirado um pouco o professor, ele parece-me misterioso. Interessante.

Enfim, acho que simpatizei com ele, mas ele não teve a mesma reação em relação a mim. Quase peguei uma detenção por estar tossindo por causa do cheiro de terra molhada que instalou-se na sala de aula, quando Neville Longbottom tentou fazer alguma poção que não saiu bem como ele esperava. Estou desde as 4:00 da manhã tentando entender o por que de ter que escrever redação de algo que nunca usarei em minha vida.

– E então, entendeu? - Pergunta Mione, depois de longas sessões de explicação.

– Ah... Sim. - Digo firme, ela pareceu ficar satisfeita consigo mesma. Mas a verdade é que eu não tinha entendido uma palavra sequer do que ela havia dito.

– Então, me explique o que entendeu. - Pergunta ela, senti vontade de me jogar da janela naquele momento, ela queria realmente me ajudar e eu não estava nem entendendo o que ela dizia. Mas que culpa tenho, essa coisa é muito difícil!

– Ah... Primeiro colocar as ervas e misturar duas vezes para a esquerda e depois para a direita? - Arrisquei, semicerrando os olhos, como se disse ''Desculpa, eu não entendi direito''.

– Não e não. - Pareceu magoada - Quantas vezes terei que te explicar que depois das ervas põe-se um pelo de gato e mexe-se uma vez primeiro para a direita e depois para a esquerda?

– Eu nunca vou entender isso! - Abaixei a cabeça, fazendo uma cara triste. Ela suspirou e colocou a mão em meu ombro.

– Olha, eu vou tentar te ajudar, mesmo que tenha que abrir sua cabeça e enfiar o livro dentro dela. - Diz, brincando.

– Isso não me faria mais inteligente, apenas me mataria. - Digo, imitando uma professora que ensinava aos alunos que um mais um é dois.

– Você entendeu o que eu disse. – Diz ela, estragando minha brincadeira.

– Está bem, mas o que ainda fazemos aqui? Á essa hora? – Me dei conta que ainda não haviam se passado das 4:00 da manhã.

– Talvez seja por que eu esteja tentando te ensinar como fazer a lição para que você não se de mal depois. – Diz, como se ela soubesse tudo.

– Como se você soubesse tudo. – Digo brincando e fazendo uma cara de ‘’Eu duvido’’.

– Pode crer, ela sabe. – Diz Harry, chegando por trás, o que me fez pular de susto e quase derrubar o pote de tinta.

– De onde você surgiu? – Pergunto, com os olhos arregalados e as mãos no peito, recuperando-me do susto.

– Nosso quarto é do outro lado. – Responde Rony, surgindo como mágica atrás de Harry. Bem, talvez tenha sido mesmo, não arriscarei perguntar.

– Oh, isso me poupa de perguntar a mesma coisa à você. – Digo e ele revira os olhos.

– O que fazem acordadas? – Perguntam os meninos, sentando no chão ao meu lado e de Mione.

– Estou tentando fazer ela aprender a matéria de Snape. – Diz Mione.

– Nossa, o nome dele é Snape, eu nem lembrava. – Digo coçando a cabeça – Mas eu nunca conseguirei entender isso, tem fundamento essa coisa? Está bem que são poções, mas para que vou usá-las em minha vida?

– Em muitas coisas. – Diz Rony, como se ele entendesse do assunto.

– Diga-me apenas um exemplo. – Digo virando-me e deixando a coluna ereta, dando-lhe um olhar sarcástico.

– Ah... – Ficou sem dizer nada por algum tempo – Não sei.

– Viram? Não tem como usar essa coisa para algo na vida. Talvez algum dia precise, mas com certeza não será nada demais. – Disse e olhei para o relógio, vendo que já eram 5:00 da manhã. - Caramba, já são 5:00? Agora a pouco não eram nem 4:30. – Informei-os a hora e eles olharam espantados para o relógio.

– Daqui a pouco temos que nos arrumar, hoje terá uma aula extra por conta de algo que não sabemos ainda. – Conta Mione.

– Que estranho, tem certeza? – Pergunta Harry, certamente não acreditando que terá mais uma aula para aguentar.

– Claro, Dumbledore disse ontem no banquete. Vocês não ouviram? – Perguntou Mione, visivelmente chocada.

– Eu não, ele disse antes ou depois de eu sair? Não prestei atenção. – Perguntei, confusa.

– Você não conta, estava fora, mas estes dois... Não podem ser surdos! – Disse Mione, ainda não acreditando naquilo.

– Ah, vamos sair daqui, não aguento mais isso. – Disse irritando-me.

– Vamos então. – Disseram eles juntos.

Quando chegamos perto do quadro e pisamos fora do salão comunal, Rony pegou minha touca, eu adoro touquinhas, e saiu correndo.

– Não, Ronald Weasley me devolve minha touca agora! – Gritava enquanto corria pelas escadas atrás de Rony.

– Vem pegar! – Dizia rindo.

– Quando eu te pegar sua peste eu vou arrancar seus olhos com as minhas mãos! – Essa nem eu mesma acreditei que disse.

De repente ele parou. Bati com tudo em suas costas e caímos no chão, ele em baixo e eu em cima.

– Ah, está me sufocando! – Quase dou um tapa em seu rosto.

– Tá me chamando de gorda? – Pergunto quase pegando a varinha e partindo para cima dele.

– Não... Apenas um pouco acima do peso. – Aquilo me fez arregalar os olhos.

– Mas é agora que eu meto essa varinha nos teus olhos! – Depois disse ele saiu correndo e gritando, fui atrás.

– Ronald, volta aqui! – Gritei, quase parando, pois estava sem fôlego já, mas não iria desistir, ninguém me chama de gorda e sai vivo.

Corremos por quase toda a escola, exagerando, pois a escola é muito grande para corrermos ela inteira. Quando estávamos em um corredor, ele parou bruscamente, fazendo-me bater em suas costas e cair no chão com tudo.

– Ficou doido? Por que parou? Quero dizer, desse jeito. – Enquanto eu o bombardeava de perguntas não percebi que ali havia mais pessoas com nós.

– O que faz aqui, Weasley? – Perguntou uma voz arrastada, quando a ouvi arregalei os olhos e me levantei imediatamente, tentando me afastar discretamente.

– Te interessa Malfoy? – Agora eu definitivamente entrei em pânico. E agora o que fazer?

– Claro que não, mas não seria muito estranho alguém andando há essa hora pela escola, e nas masmorras? – Disse, ainda com o tom de voz arrastado. Agora a coisa ficou séria. Masmorras? Eu te mato, Ronald Weasley.

– Já disse que não te interessa Malfoy. – Disse Rony, ficando vermelho.

– Ficou nervosinho é? – Riu debochado – Vai querer brigar também? – Vi que com ele haviam dois garotos, que mais pareciam gorilas depilados de tão grandes, que riam como hienas a cada palavra dada por Draco. Acho que me viu, pois tombou um pouco a cabeça para o lado. Eu estava quase cavando um buraco no chão com os olhos, meu rosto quente como o sol e minhas mãos tampando a boca. Eu queria sair correndo, mas não conseguia me mexer. – Vamos indo, garotos. – Disse e foi embora.

– Ufa, por que será que ele foi embora, assim, de repente? – Pergunta Rony.

– Acho que... Bem, não sei. – Disse voltando a me recompor.

– Está bem, tchau. – Disse isso e saiu correndo, bufei e saí correndo atrás dele.

– Volta aqui, seu idiota, perdeu o amor pela vida? – Corremos até cansarmos e voltarmos ao Salão Comunal.

– Onde estavam? Daqui a pouco vamos descer para tomar café.

– Essa cenoura ambulante pegou minha touquinha e correu a escola inteira até as masmorras. – Disse, tentando arrancar a touca da mão de Rony, que se esquivava.

– As masmorras? – Exclamaram Harry, Mione e Gina, juntos.

– Exato, e sabe quem encontramos lá? – Disse olhando furiosamente para o ruivo ao meu lado.

– Ah, não me diga que encontraram o... – Mione não terminou.

– Sim, isso mesmo. Demos de Cara com o Malfoy. – Tratou de continuar Rony.

– E o que ele disse a vocês? – Perguntaram receosos.

– Apenas o que eu fazia lá... – Respondeu, olhando para cima.

– E ele disse algo à Carol? – Perguntou Gina.

– Não, ele me viu e saiu de repente... – Respondi ainda estranhando o que aconteceu.

– Carol! – Gritou Harry, dando-me um susto enorme que me fez pular.

– Ficou doido, garoto? – Disse com as mãos no peito – Já é a segunda vez!

– Desculpe. – Diz, rindo da minha cara assustada – Carol, você faz milagres.

– Hein? – Perguntei confusa.

– Se não fosse você para salvar o Ronald, eu nem sei o que os dois estariam fazendo nesse momento. – Diz Gina. Juro que pensei besteira, mas foi sem querer.

– Ah, que estranho... – Começa Mione.

– O que? – Perguntamos todos em uníssono.

– Tipo, a Carol é nascida trouxa, como eu. – Completa.

– E o que tem isso? – Pergunto, me dando conta logo em seguida.

– Ele me chama de sangue ruim por eu ser trouxa, e por que ele não fez isso com ela? – Percebendo que eu arregalei os olhos, tratou logo de continuar – Digo, ele sempre trata gente como nós como lixo, e então a Carol... Ele a trataria diferente por que?

– Mione, ninguém sabe, mas eu conheço ele desde os meus seis anos. – Disse e todos arregalaram os olhos.

– O QUÊ? – Gritaram todos ao mesmo tempo.

– Eu conheci ele aos seis anos, e o nosso primeiro ‘’reencontro’’ – Disse, fazendo aspas com os dedos’’ – foi no Beco Diagonal, na Floreios e Borrões, quando ele foi ‘’conversar’’ com Harry. – Expliquei, fazendo aspas com os dedos novamente.

– Nossa... – Todos ficaram sem ter o que dizer.

– Então... Vamos descer? – Lembro-os do café da manhã e eles assentem.

Descemos ao Salão Principal e nos sentamos à mesa da Grifinória, Dumbledore deu um recado rápido e logo voltou a se sentar. Quando olhei para a mesa vazia, meu queixo quase cai, pois ela não estava mais vazia. Havia comida de todos os tipos, tudo que se desejasse estava ali. Havia tanta comida que quase tive um enfarte.

– Quanta comida! – Exclamei, fascinada e incrédula ao mesmo tempo.

– Pois é, é sempre assim. – Diz Harry, que estava sentado ao meu lado.

Terminamos de comer e eu tive que voltar correndo para a torre da Grifinória, pois havia esquecido a mochila. A primeira aula era poções, quase pulei de uma janela enquanto descia para a sala de aula, nas masmorras. O professor mal entrou e já estava passando lição.

– E também quero avisar que ao final da aula recolherei as redações sobre a pedra ancestral. – Oh, droga! Eu não havia terminado aquela coisa, e agora? Serei humilhada na frente da classe toda, e eu odeio quando isso acontece.

Passou-se a aula, Mione ganhando pontos pelas suas poções perfeitas, admito que fiquei com inveja, idiotas enchendo o Harry, e adivinhe quem, Neville explodindo o caldeirão e Snape nos tirando pontos por qualquer coisa que fizéssemos, como por exemplo respirar.

– Srta. Granger, sua redação. – Estava chamando aleatoriamente para entregarmos a maldita redação. Ela levantou-se toda orgulhosa e entregou a redação ao professor, que arrancou o pergaminho de suas mãos e nem sequer olhou-a. – Srta. Valery, sua redação.

Congelei. E agora? Peguei o pergaminho com as mãos tremendo e fui até ele com uma cara de medo e receio. Por conta de minha demora, ele levantou os olhos do papel que estava lendo.

– Eu não consegui terminar. – Disse baixo, eu estava quase queimando de tanta vergonha.

– E por que não? – Perguntou com desdém. Apenas abaixei a cabeça, em sinal de desculpas – Sente-se, por favor.

Andei até minha mesa, e deitei a cabeça ali, eu estava quase chorando. Mione, que estava ao meu lado abraçou-me levemente. Depois desta sessão de tortura, era aula de transfiguração, com a professora Minerva. Temos que tentar transformar um animal pequeno, como um rato, por exemplo, em uma taça de cristal. Hermione Granger, como sempre, nos dando pontos, Rony até que conseguiu transformar o rato em uma taça, mas esta ficou peluda e com um rabinho atrás. Eu, como sou esperta até demais, fiz o feitiço bater no casco da tartaruga e voltar em minha testa, fazendo-me ficar com um lindo chifre de unicórnio. Perfeito, não?

– Concentre-se Carolina. – Disse a professora Minerva.

– Sou Carol. – Retruco, cruzando os braços. Ela apenas crispa os lábios.

– Está bem. – Disse e murmurou algum feitiço para tirar o maravilhoso chifre plantado em minha testa. Murmurei um obrigado e voltei a tentar transformar o animal em uma taça. Depois de quase morrer tentando realizar o feitiço, finalmente... Desisto. Não há como fazê-lo, parece que se enganaram quando me disseram que eu sou bruxa.

Enfim, passaram-se já 5 semanas desde que cheguei aqui, estou indo muito bem em muitas matérias, principalmente em História da Magia, mesmo que seja uma chatice. Harry já havia iniciado os treinos para algo chamado... Qua... Quadre... Ah, lembrei, Quadribol. Era como Futebol misturado com Baseball. Não sou boa em explicar coisas, mas era algo em que havia quatro bolas, balaços, e o jogador, para marcar pontos tem que fazer a bola passar por arcos altos, isto é, se o outro jogador do outro time não te bloquear. Foi isto que entendi, pelo menos.

Estava na arquibancada sentada conversando calmamente com Rony e Mione quando vi o time da Grifinória entrando no campo. Pouco tempo depois, chegaram garotos vestidos de verde, que identifiquei-os como sendo alunos da Sonserina. Vi que Olívio Wood e o resto do time fora tirar satisfações com os outros jogadores, que mostraram um papelzinho, deve ser alguma autorização para treinar ou coisa do tipo. Percebi meus amigos levantando e por instinto levantei também, seguindo-os. Estávamos chegando perto dos jogadores, e... Com eles havia alguém... Ah, é Draco. Este olhou-nos desdenhosamente, quando chegamos até lá.



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Notas finais do capítulo

Até que enfim, não? Eu levo muito tempo para colocar meus pensamentos na fic, não é tão fácil, não para mim, já que eu geralmente penso os fatos e não os detalho por escrito. Espero que entendam e gostem. E mandem reviews, assim eu posso saber se estão gostando, se a história está boa ou ruim, se ainda há alguém lendo... Obrigada pela compreensão, beijos.