– Hey Micki - Gritei, pulando o pequeno muro de sua casa. Ela olhou para mim e sorriu, mais logo fechou a cara quando viu que eu estava acompanhada.

– Quem são? – Perguntou, apontando com a pá para as duas criaturas que me seguiam. “Isso vai ser bom.”

– Ah, nada demais. O diretor disse que a ruiva vai morar na sua casa. Legal né? – Falei e me escondi atrás de uma pilastra.

– O QUÊ? VOCÊ BEBEU OUTRA VEZ GIULIANA? É CLARO QUE ELA NÃO VAI MORAR COMIGO PORRA! – Gritou, balançando a pá na minha direção. – Aquele velho ficou louco? Ele perdeu a pequena noção que ele tinha do perigo? – Falou, jogando a pá no chão. - E você? Posso saber seu nome antes de te matar? Mais se não quiser dizer não tem problema. Assim não fico com peso na consciência.

– Eu me chamo Lanna. Lanna Morgan. Você já me conhece, Micki. – A ruiva psicopata falou e Micki fez uma expressão de quem estava MUITO chocada. “Hein? Alguém me diz o que eu perdi?”

– LANNA? LANNA MORGAN? NÃO ACREDITO QUE É VOCÊ! – Micki gritou e a ruiva correu e a abraçou. “ODIN, ME DIZ O QUE ESTÁ ACONTECENDO!”

– E eu não acredito que você está viva, pensei que Eles tivessem te matando quando fizeram aquilo com a sua mãe. – Falou a ruiva, desviando o olhar.

– Não, pelo contrario. Eles preferiram me deixar viva para ver todo o poder que eles têm.

– Putos. – Falou a ruiva, com ar de reprovação.

– Mas eu achei que VOCÊ que estava morta. Como foi que você sobreviveu? – Micki.

– É uma longa historia. – Falou a ruiva, suspirando.

– Okay, okay. Depois de todo esse amor e tudo o mais, alguém poderia me explicar o que DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – Gritei.

– Giu, eu vou te dar uns tapas se você não parar de gritar. Você gritou tão alto que eu acho que acordou até o morto. – Micki falou, me olhando como se quisesse me matar.

– Morto? – Lanna perguntou, olhando para o saco preto ao lado de Micki – Isso ai é um cadáver? ‘Tá brincando né? “Uh, a ruiva psicótica tem medo de cadáveres. Yey.”

– É, bem... ENTREM LOGO NA DROGA DA CASA! E me esperem lá. – Micki falou, pegando a pá que ela tinha jogado no chão. “Maluca.”

Depois de pelo menos umas duas horas de total silêncio, Micki, minha linda e adorada Micki resolveu parar de brincar com o seu amiguinho morto e entrou. Lanna estava jogada em um dos sofás, dormindo e se sentindo a dona da casa. Vadia. Alexcia, - que eu ainda tinha serias duvidas sobre ela ser muda - estava sentada em uma cadeira, na cozinha. Fazendo só Odin sabe o quê.

Micki arrastou uma cadeira até o centro da sala – fazendo um barulho horrível, diga-se de passagem – e sentou. A ruiva acordou num pulo e a albina apareceu por uns quatro segundo na porta da cozinha e depois sumiu outra vez. “Certeza que ela é um fantasma.”

– Então, Giu e... Como a albina se chama? - Perguntou.

– Alexcia.

– Então, Alexcia e Giu, vocês devem querer saber como e porque eu conheço a Lanna. Seria uma longa historia se eu estivesse mesmo a fim de explicar. – Disse Micki, rindo - Mais como não estou darei a parte resumida para vocês.

– Eu queria a historia completa, se você não se importa. – Disse a albina, se sentando em uma cadeira, ao meu lado. “MEU ODIN! ELA FALA!”

– Sim, eu me importo. – Falou Micki, encarrando Alexcia que deu de ombros – Então, Lanna e eu nós conhecemos quando ainda éramos crianças. Devíamos ter entre 4 e 5 anos, por ai. Nossas mães eram amigas, moravam perto uma da outra desde muito jovens, e por isso viramos amigas também. Quando eu fiz 17 anos, aconteceram... Algumas coisas... E eu acabei me mudando. Perdi o contato com a Lanna, e cheguei a achar que ela estivesse morta.

– Vaso ruim não quebra. – Disse a ruiva, sorrindo. “Mais bem que deveria.”

– E o que aconteceu para que você tivesse de se mudar? – A albina perguntou. “Você vai virar minha heroína garota. Continue perguntando.”

– É um assunto pessoal e eu prefiro não falar sobre isso. – Respondeu Micki. – Mais, voltando ao assunto que realmente me interessa: Que historia é essa de que a Lanna vai ter que morar na minha casa? Você tem noção da bagunça que essa mulher faz?

– HEY! Porra! – A ruiva xingou, jogando uma almofada em Micki, que acabou desviando. Como sempre faz.

– Eu já falei. O diretor disse que ela teria que morar contigo. Porque na ultima rebelião o numero de casas e hotéis que são feitos para abrigar os recém-chegados diminuiu muito. – Disse, dando de ombros - Já que boa parte deles acabou sendo incendiada. E eu ainda não entendo porque não atearam fogo na porcaria da escola também. – Falei, chutando a mesinha que ficava no meio da sala de Micki.

– Hey! A minha mesa não, Giu. Ela foi bastante cara.

– Todos os seus moveis são caros Micki. Qual a novidade? - Falou James, vindo da cozinha. Provavelmente tinha entrado pela porta dos fundos. “Isso devia ser considerado invasão de domicilio. Na boa”

– E o que você tem a ver com isso? E quem te deu permissão pra ir invadindo a minha casa desse jeito? – Disse Micki, se levantando e provavelmente a ponto de jogar o sofá em James.

– Calma Micki. Eu estou em missão de paz. – Falou James, fazendo um sinal de rendição com as mãos - E VOCÊ MESMA ME DEU AS CHAVES! SUA BIPOLAR!

– BIPOLAR É A MÃE! SEU... – EEEEEEEH, vamos parar com isso antes que o molho de chave comece a rolar e alguém acabe sem um olho! – Gritei, interrompendo a pequena discussão do casal.

– É melhor mesmo. Eu vou subir Micki. Encontre-me lá em cima quando terminar. - Falou James e começou a ir em direção as escadas quando viu Alexcia. – O que temos aqui? Micki arruma novas amigas e nem se da ao trabalho de me apresentar. Eu confiava em você. – Diz, fazendo cara feia para Micki. – E então? Qual o seu nome? – Falou, passando o braço em volta dos ombros de Alexcia.

Antes da coitada da albina responder James tinha sido acertado no rosto por uma almofada. Micki estava com uma cara de poucos amigos, e provavelmente estava cogitando a ideia das chaves. E o melhor, a ruiva estava no meio do fogo cruzado. Então, a primeira a ficar sem um olho seria ela. “MARAVILHA!”

– Albina, Lanna e Giu, saiam dessa casa imediatamente. Não quero ninguém aqui que possa testemunhar contra mim no tribunal. – Falou Micki.

Eu peguei Alexcia pelo braço e sai arrastando ela para fora da casa. Por alguma razão não precisei arrastar a ruiva psicótica. Ela veio sozinha. “A vadia merecia um ossinho.”

Quando tranquei a porta. Pude escutar os gritos de Micki, e o barulho de algo se chocando contra a parede. Das duas uma: Ou eles acabariam fazendo sexo selvagem ou ele ia acabar enterrado no jardim da Micki.