O dia estava quase anoitecendo e Alexia estava na frente do laptop a horas pesquisando sobre rituais para demônios, oferendas e magias com sangue, símbolos de demônios... enfim, tudo que os sites de busca poderiam oferecer para um caçador obcecado em descobrir tudo sobre demônios.

Ela havia descoberto muitas coisa relevantes, varias coisas se encaixaram na história de Adfur.

"DEMÔNIOS

Há demônios de vários escalões, uns mais poderosos que outros (...) uns precisam de servos para que a criatura tenha poderes, e seus servos são totalmente devotos de uma fé sega em seu "deus". Esses devotos são como filhos para seu senhor, quando eles perdem essa fé, ou param de fazer as oferendas, os demônios viram contra eles fazendo com que o antigo servo tenha fracasso em tudo em sua vida levando, muitas vezes, a morte causada pelos próprios demônios ou suicídio."

Ótimo, talvez isso explique por que Adfur demorou para matar a pequena Alice. Um palpite? A avó de Alice servia Adfur para proteger sua neta e quando a avó deu as costas para Adfur, a primeira coisa que o demônio fez foi matar Alice em troca.

Mas uma coisa ainda faltava para Alexia, duvidas e perguntas a rodeava, por que Adfur matou toda sua família? Por que a salvaram? Quem a salvou? São muitas perguntas para uma garota de 23 anos, mas não o bastante para compreender seu presente.

Alexia estava decidida em descobrir, de uma vez por todas, por que Adfur foi a sua procura para mata-la e quem a salvou. Então, tomou uma decisão arriscada.

– Tô saindo - disse Alexia se levantando da cadeira onde estava a horas.

– Vai a onde? - perguntou Dean

– Tirar uma dúvida, to cheia de ficar sem saber a verdade sobre mim mesma.

Alexia pegou a chave do seu carro e saiu pela porta da frente. Dean não intendeu o por que da euforia dela, uma hora estava toda quieta e depois sai correndo. Ai tem coisa. Sam não estava em casa, os irmãos tinham se estranhado e Sam saiu um pouco para esparecer as ideias. Cabe ao irmão mais velho dar "cobertura" para a caçadora.

Alexia abriu o porta malas do carro e pegou uma arma pequena e a colocou no cós da calça e entrou no carro.

– O que ela pensa que esta fazendo? - perguntou Dean para sí mesmo. - Coisa boa é que não é.

Após Alexia entrar em seu carro e dar a partida, Dean entrou no Impala e começou a segui-la com cautela para que a caçadora não suspeitasse.

O carro vermelho de Alexia estacionou numa esquina, e de lá ele não saiu e nem sua dona. Dean percebeu que do outro lado da rua era a casa de Constance, mãe de Alice e filha de Catharina, a velha possuída.

A caçadora estava de tocaia para ver se Constance era mesmo uma simples mulher abandonada pelo marido e com a filha assassinada por um demônio. Alguma coisa tinha ali, isso tudo não poderia acontecer com uma mulher que não deve nada. Era só esperar pra ver...

Constance estava em casa a tarde toda, ainda abatida por suas perdas, ficava o tempo todo no quarto deitada em sua cama. Uma vez ou outra ia até a cozinha pegar um copo de aguá e voltava para seu refugio.

(...)

Já tinha anoitecido a uns minutos e Constance não saia de seu quarto fazia duas horas. Alexia estava cansada de esperar e a mulher não tinha dado sinal de vida, até que a porta da frente da casa foi aberta e Constance saiu toda arrumada e foi em direção a esquina... A ação vai começar.

Alexia saiu de seu carro para ficar mais fácil de seguir a mulher sem dar muito na cara, até porque um Dodger 1968 vermelho sangue não é muito difícil de se esconder. Dean ainda estava seguindo os passos da caçadora e também saiu de seu Impala.

Constance não achou nada de errado em todas as vezes que olhou para traz. Onde uma mulher iria uma hora dessas?

A mulher entrou em um beco escuro e abriu uma porta de correr enorme na cor vermelha e a fechou logo depois de atravessa-la. Alexia foi até a mesma porta e tentou abri-la, porém, sem sucesso. Era o fim da linha?

A caçadora estava decidida em saber o que Constance estava fazendo lá dentro até que achou uma janela um pouco mais alta que ela e colocou uma caixa de madeira em baixo da mesma para alcança-la.

Não dava para ver muita coisa, a sala estava um pouco escura, a única coisa que se via era algumas velas acesas. Constance surgiu ao longe, já não vestia a mesma roupa de quando saiu de casa, agora a mulher vestia um vestido vermelho, salto e adereços de ouro

*Roupa Constance http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=57885231*

Constance ficou de costas para a janela pegou uma faca e cortou seu punho deixando o sangue cair em uma vasilha de ouro e disse:

– Spiritus referto gloria potentia, Conjuro te. Tuo ancillae ad servum vestrum. Conjuro te!

Tudo ficou em silencio e Alexia sentiu um calafrio na espinha.

– O que você esta fazendo?

Uma voz surge atras de Alexia e ela leva um susto e cai da caixa onde estava em pé.

– Porra Dean! - disse Alexia olhando para Dean após o susto. - O que você esta fazendo aqui?

– Não... Eu perguntei primeiro.

– Eu vim ver qual é dessa Constance. E quando as coisas ficam boas você interrompe. - diz ela subindo na caixa de novo - E você? Ta me seguindo?

– Eu? Não! - disse Dean sem jeito, mas Alexia o olha levantando a sobrancelha - Ta, eu te segui. Sabia que você ia fazer alguma coisa e eu vim te ajudar. Mas, o que ficou bom?

– Shhh - disse Alexia colocando o dedo na própria boca pedindo silêncio - Eles podem nos escutar.

– Eles quem? - perguntou Dean subindo na caixa de madeira junto com Alexia.

– SHHHH! - repreendeu Alexia novamente.

*No galpão*

Constance não estava mais sozinha, depois que ela conjurou Adfur com o próprio sangue numa vasilha de ouro ele apareceu, e parece que o demônio não estava de bom humor.

– Por que você me chamou aqui? - perguntou Adfur logo depois de aparecer

– Tenho uma noticia para o senhor, pai. - respondeu Constance com cautela

– Ta esperando o que? Fala o que é.

– A garota esta na cidade.

Ao ouvir as palavras da mulher, Adfur ficou paralisado, como se a noticia que acabara de ouvir fosse terrível.

– COMO ASSIM? - Adfur se alterou - COMO VOCÊ SABE!?

– Ela foi até minha casa, com os irmãos.

– ELA FOI ATÉ SUA CASA E VOCÊ NÃO FEZ NADA ALÉM DE OFERECER UM CHÁ? QUE TIPO DE FILHA É VOCÊ?!

– Eu não podia fazer nada, ela não estava sozinha, pai.

– Ela estava com os Winchester? - perguntou o demônio abaixando o tom da voz.

Constance não disse nada, só fez sinal de positivo com a cabeça.

– Essa garota... - começou Adfur - está me dando nos nervos. Se não fosse por aquele maldito anjo, teria matado ela na mesma noite que matei sua família.

Alexia não intendeu o que acabara de ouvir. Foi um anjo que a salvou? Por que um anjo a salvaria? Ela tinha que fazer alguma coisa, descobrir o porque tinha de tão terrível para Adfur em saber que ela esteja na cidade.

Depois de ouvir tudo que o demônio disse, Alexia se sentou na caixa de madeira onde antes estava de pé, e Dean estava tão desnorteado e surpreso quanto Alexia.

– O que isso quer dizer? - perguntou Dean

– Eu não sei... - respondeu Alexia num tom baixo quase chorando. - Por que um anjo me salvou de um demônio que queria me matar?

– Eu não faço ideia - disse Dean se sentando ao lado da caçadora.

– Tenho que descobrir o por que.

– Como? - disse Dean

– Parece que Constance é filha de Adfur, o que a torna um demônio. Tenho que pega-la e fazer algumas perguntas.

Alexia levantou da caixa onde estava sentada e foi em direção ao seu carro.

– Espera! Onde você vai - perguntou Dean. - Você não vai prende-la, ou vai?

A caçadora ficou séria, e Dean levou aquilo como um sim.

– Droga! Você não pode fazer isso Alex.

– Por que não?

– Porque Constance é filha de Adfur, e se você a prender, Adfur vai descobrir e vai vir te matar.

– ÓTIMO! - disse Alexia abrindo a porta do carro. - Assim acabamos com essa história de vez.

– Alexia, pensa bem. - disse Dean a pegando pelo braço. - É isso que você quer? Morrer? Depois de tudo o que você fez pra se vingar?

– É por isso mesmo, eu já fiz muito. - os olhos de Alexia se encheram de água - Estou cansada, Dean. Não estou suportando mais, é muito para mim.

– E é desistindo que você acha que vai conseguir ficar em paz? - disse Dean em tom baixo e secando as lágrimas que caia dos olhos de Alexia. - Onde esta aquela mulher forte, nervosinha e decidida que eu conheci naquele beco? Você não vai desistir, Alex. Eu vou te ajudar a conseguir o que você quer.

Dean olhava Alexia com ternura, ele nunca a olhou assim. Jamais Alexia imaginaria que Dean fosse falar daquele jeito com ela, o Sam talvez mas, Dean? Não depois de tudo que ela fez e falou para ele e de todas as vezes que ela reprovou as atitudes dele.

Alexia não sabia como explicar, mas depois que Dean disse aquelas palavras, ela se sentiu forte novamente, os olhos verdes do caçador a olhando com ternura, dava ainda mais confiança. Alexia não ia desistir de tentar, não mais.

– Tudo bem, Dean. - disse Alexia soltando um sorriso fraco - Vamos para a casa da Constance e armar uma armadilha.

– É assim que se fala garota! - disse Dean com um sorriso no rosto.