O Ultimo Livro De Ohara escrita por Kori Hime


Capítulo 1
O último livro de Ohara


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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Estava nevando.

Robin lia um livro no ninho da gávea, bem agasalhada e com um cobertor fofinho que a abraçava quentinho. Nami informou que aquele trecho seria de temperaturas baixas, então ordenou que todos fossem cuidadosos. Naquela manhã, Sanji queria trocar de turno com Robin, para que ela pudesse ficam bem abrigada na biblioteca, lendo seu livro e tomando um bom café. Mas a arqueóloga não achou necessária a troca. Ela bem gostava de ficar sozinha, com seu livro, e afinal, aquela neve não era um problema para ela.

Havia muitos motivos para Robin ter desistido de seu caminho. Havia muitos inimigos. Todos eles acreditavam que sua vida era uma ameaça. Todos queria capturá-la. Houve dias que a morena perdia as esperanças e achava que jamais poderia vencer seus inimigos. Dias que sua existência só causava dor e tristeza nas pessoas. Dias de escuridão. Escuridão essa que ela acreditou fazer parte.

Mas uma luz veio em sua direção, e iluminou aquele mundo obscuro que vivia.

O jovem com o poder de trazer vida as pessoas. Ele lhe devolveu a vida. Ele mais outros lhe fez desejar continuar e jamais desistir de seus sonhos.

Robin olhou para aquele céu branco, os flocos de neve caindo por todos os lados. Ela balançou os cabelos negros, deixando a neve escorrer. Virou a pagina do livro que lia. Aquele era um livro especial para a arqueóloga.

No mesmo dia em que chegou à ilha dos revolucionários, Dragon, o líder, lhe entregou em mãos o livro já envelhecido pelo tempo. A capa fora restaurada, pois ele havia passado por uma verdadeira batalha.

Robin segurava o livro em suas mãos trêmulas quando Dragon lhe disse o significado dele.

“O último livro de Ohara. Foi o que eu pude recuperar.” ele disse. E aquele homem, sabendo da importância que aquele pequeno livro tinha, deixou a arqueóloga sozinha na sala para que assim pudesse ler em paz.

A arqueóloga abraçou o livro contra seus peitos e olhou ao redor da sala, havia uma grande mesa com cadeiras ao redor, como uma mesa de reunião. Ela caminhou até a janela, havia um terraço ali com vista para toda a ilha e o mar. Ela respirou aquele ar delicioso e a brisa do oceano bateu em seus cabelos, agitando-os. Robin encontrou uma mesa com cadeiras. Um grande guarda sol protegia as cadeiras do sol escaldante. Ela sentou-se ali, colocando com muito cuidado o livro sobre a mesa. Antes de abrir, ela ficou um tempo admirando-o. As folhas amareladas e aquele cheirinho de livro antigo, bem guardado. Impossível não se emocionar. A única herança de sua ilha, de sua família. Porque tinha todos ali como parte de sua família, todos aqueles que morreram na esperança de salvar o orgulho de Ohara.

Uma lágrima escorreu dos olhos da arqueóloga. Ela sorriu, tomando fôlego. Abrindo o livro em seguida. A primeira página estava em branco e a segunda também. Os dedos de Robin tremiam a cada pagina folheada. Havia um índice, era um livro sobre a história da fundação da ilha. Aquilo deixou a morena curiosa, porque se recordava exatamente de todos os livros que havia lido na biblioteca. Ou seja, todos os livros. E aquele era novidade. Como poderia ser de Ohara, um livro que ela nunca leu?

Mais uma página folheada e Robin pulou direto para o final do livro, havia uma dedicatória.

Ela fechou os olhos e não conteve as lágrimas.

“Para meu amor Olvia, o início de nossa história”

A assinatura estava borrada com uma mancha vermelha. Robin afastou o livro na mesa e levou as mãos à boca. Ela chorou por algumas horas. Todas as lembranças daquele fatídico dia vieram à tona, e a morena ainda sentia a dor da recordação. Podia sentir o cheiro do fogo queimando as casas, árvores. Podia ouvir os gritos das pessoas desesperadas. Sentia ainda o arrepio na espinha e a emoção ao rever sua mãe. A mulher que amava mesmo tendo sido deixada por ela.

Ela podia ainda descrever a emoção de abraçar a mãe e tocar seus cabelos. O cheiro que ela tinha e sua voz, sua voz, sua voz. Ordenando que ela vivesse!

Robin pegou o livro novamente e o abraçou com força.

A neve caía.

A morena agradeceu o café que o cozinheiro lhe trouxe, logo em seguida ela ouviu um alvoroço no convés do navio. Luffy acabara de pescar um cubo de gelo. Ela se levantou para observar a comemoração. O peixe estava congelado. Franky ativou uma de suas armas poderosas que saiu do seu ombro. Usopp e Chopper arregalaram os olhos, excitados com a novidade. O ciborgue disparou uma rajada de fogo no peixe que o fritou na hora. Sanji estava jogando temperos sobre a fritada e Luffy já estava pronto para atacar.

Zoro cochilava ali próximo a eles na grama coberta pela neve branquinha, Brook tocando uma música animada, podia ver também Nami desenhando, sentada no balanço, sem dar importância à confusão. Todos eles, todos poderiam estar do lado de dentro do navio, quentinhos, mas preferiam ficar ali fora, lhe fazendo companhia.

– Hey! Robin! Vem comer peixe também. – O capitão acenou para a arqueóloga.

– Sim. Já estou indo. – Ela fechou o livro e sorriu na direção do céu.

A neve cessou e o sol começou a brilhar novamente.


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