Boulevard Of Broken Dreams escrita por F dQueiroz


Capítulo 15
Cap15 - Eu tenho direito de viver - Part I


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores *-*
Sério eu amei seu comentários n ultimo capítulo, muito obrigado pelos elogios, criticas e duvidas, rsrsrs,
Bem como eu prometi hoje eu estou postando mais um capítulo, esse ficou realmente muito grande então eu postei a primeira parte ok? E a segunda parte... bem curtam o capitulo primeiro e depois não deixem de ler notas finais oK?
Boa Leitura !!!!!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/249669/chapter/15



<>''... e o medo era motivo de um choro, desculpa pra um abraço, um consolo. ''
Cazuza, cantor brasileiro


Pov. Annabeth



Certo, ela é louca. Thalia praticamente me arrastava pelo jardim em direção a entrada da casa. Durante o caminho eu até tentei argumentar, mas desisti assim que ela me lançou aquele olhar assassino. Serio, ela me da mais medo que o Ethan.

- Agora loirinha - ela começou a falar - não faça barulho eu não quero acordar meus pais nem o babaca do meu irmão que com certeza deve esta babando no sofá.

- Seu irmão é...

- Shhh! Quieta loirinha! Depois você pergunta.

O irmão dela. Claro que eu me lembrava dele, como eu me esqueceria daqueles olhos verdes que entram nos meus sonhos todos os dias. Eu estava nervosa. Ele me odiava, disso eu tenho certeza. Ao menos na escola ele me olhava com desprezo.

Ele sempre andava com um garoto coxo, que eu não sabia o nome. Eu tinha raiva dele, raiva de quando ele sorria para todos, mas quando olhava para mim seu sorriso se transformava em escárnio. Aquilo doía. E o pior era que eu não sabia o porquê.

Eu queria que ele me olhasse sorrindo, que eu fosse alguém importante pra ele. Arrgh, de novo esse pensamento. Droga. Por que eu estou pensando isso?

Quando entramos na casa eu me senti em outro mundo. A casa misturava o rústico com o moderno, os moveis combinavam perfeitamente com os tons claros das paredes. Era lindo.

Thalia me puxou em direção a escada e fez sinal para que eu fizesse silêncio. Estávamos passando em frente à sala quando a luz se acendeu. Eu pude ouvir Thalia engolindo em seco o que não ajudou em nada.

Thalia virou lentamente e olhou para trás com os olhos temerosos. Eu acompanhei o olhar dela e vi uma senhora muito bonita nos encarando com um olhar raivoso. Thalia abriu a boca varias vezes, mas não sai som algum. Depois de alguns minutos com aquele silêncio constrangedor ouvimos à senhora falar.

- Aonde você pensa que estava menina - ela falou olhando Thalia.

- E que... eu tive... bem eu... err...

E ficou nisso. Thalia parecia que iria ter algum tipo de ataque a qualquer momento. Eu não sabia o porquê, até mesmo porque que pude perceber um leve sorriso se formando no rosto dela enquanto via Thalia desesperada.

- E você mocinha - falou me olhando - o que tem a dizer?

Eu podia sentir minha mão começando a suar frio. Thalia pelo jeito já estava perdida, eu até fiquei com pena dela, afinal ela fez isso para me ajudar mesmo me odiando.

- E que... hãn... bem senhora a Thalia me ajudou a... bem...

- Ta mãe - Thalia falou jogando as mãos para o alto - desculpa se eu não avisei, desculpa tá! Mas e que eu precisava sair pra pensar um pouco e quando eu estava voltando eu tive que ajudar essa daí.

- Thalia! Você sabe o quanto ficamos preocupados e o seu irmão mais ainda coitado - a mãe de Thalia falou.

- Há fala serio mãe, o peixinho?

- Não ria do seu irmão Thalia! - ela repreendeu - se não tivéssemos falado que você já fez isso o coitado era para estar sem cabelo viu! Ele se preocupa com você Thalia, alias todos nós nos preocupamos.

- Eu sei mãe, desculpa! Mas eu precisava ficar sozinha, e cadê meu irmãozinho lindo do meu coração pra eu agradecer ele?

A mãe de Thalia revirou os olhos e olhou para o sofá do outro lado da sala. Nele o garoto mais lindo que eu já vi estava dormindo tranquilamente. Ele era lindo. Parecia que estava tendo um pesadelo, pois ficava se mexendo inquieto. Meu coração apertou ao ver aquilo. Eu queria o ajudar, acabar com os seus sonhos ruins, ter... arrrgh. Droga, droga, droga. Eu tenho que parar com isso.

Não sei por quando tempo fiquei encarando o moreno deitado no sofá, mas despertei quando escutei uma risada abafada vinda do meu lado. A mãe de Thalia me olhava com um sorriso no rosto já Thalia me lançava um olhar raivoso. E eu entendia perfeitamente o por que.

- Bem querida - a mãe de Thalia falou me estendendo a mão - eu nem me apresentei, meu nome é Sally e o seu...

- Ahh, err... Annabeth... Annabeth Chase, prazer em conhecer a senhora.

- Que isso, o prazer é meu, alias fico feliz, você é a primeira amiga que eu vejo com a Thalia, de onde vocês se conhecem?

- Bem é...

Eu iria responder, mas Thalia me pegou pelo braço novamente e saiu me arrastando em direção a escada.

- Depois a senhora fala com ela mãe, boa noite e não fale pro peixinho ai que ela esta aqui tá bom? - nos já estávamos no topo da escada, mas eu pude ouvir o riso de Sally lá embaixo.

Thalia me puxava por um corredor longo. Ali diferente do primeiro andar o ambiente era clássico, mais parecia que eu estava em um conto de fadas. Thalia parou em frente a uma porta preta que não combinava nem um pouco com o corredor, mas quando ela abriu a porta meu queixo caiu de novo.

O quarto sem duvida era o mais legal que eu já vi. As paredes eram pintadas de preto e roxo de modo que ambas as cores se fundiam. Tinha vários pôsteres do Nirvana, Green Day, Beatles e vários outros. Infelizmente eu não pude olhar mais, pois Thalia me puxou e me fez sentar na sua cama.

Ela me encarava com seus olhos azuis elétricos que acreditem devia dar medo até em Hades. Eu não sabia se ela estava realmente com raiva, até por que seus olhos somente expressavam isso.

O clima ali estava pesado. Durante todo o caminho eu não havia sentido dor. Mas ali as feridas começavam a arder. Eu podia sentir roupa grudar nos machucados. Thalia apenas me lançava um olhar de desaprovação o que não ajudava nada.

Ao olhar ela ali na minha frente, eu percebi o monstro que eu me tornei. Eu fazia coisas sem escrúpulo, eu me achava a tal, sendo que eu não tinha nada. Thalia parecia que também não tinha amigos, mas ela tinha uma família que a amava, coisa que... coisa que... e-e-eu... nun.. nunca tive.

Eu podia sentir as lagrimas descerem pelo meu rosto. Eu já não sentia mais o conforto que aquele senhor do parque me proporcionou. Eu sentia como se cada pedaço quebrado do meu coração se desfizesse em pedaços ainda menores.

O vazio, a dor, tanto física como de alma me consumia a cada momento. Agora já não eram simples lagrimas que desciam pelo meu rosto. Eu chorava sem pudor, sem vergonha. Ali ela poderia pensar o que quisesse, eu so queria esquecer tudo, alias eu queria não ter nascido se fosse para sofrer tanto.

Eu podia sentir o olhar da Thalia sobre mim, mas eu não ousei levantar o rosto para olhá-la. Eu não merecia compaixão dela. Ela nunca me fez nada e eu... eu...

Thalia se levantou e pensei que ela iria sair afinal ela não tinha nada a ver comigo. Ela já muito me livrando daquele asqueroso do Ethan.

Thalia caminhou até onde eu estava e se sentou ao meu lado. Eu levantei os meus olhos para vê-la e o que eu vi me surpreendeu. Ali nos seus olhos azuis havia compaixão, pena e por incrível que pareça havia dor. Eu não sabia se era por me ver machucada ou por alguma outra coisa. Ela abriu os braços e me abraçou.

De inicio eu me assustei, mas logo depois me veio uma enxurrada de sensações. Espanto, alegria, incredulidade e conforto. Eu não podia acreditar naquilo. Quantas noites eu passei em claro chorando, sonhando com o dia em que eu tivesse um amigo para me consolar, me abraçar... me fazer sentir segura.

Eu sabia que ela me odiava, mas assim que eu senti seus braços me rodeando eu a abracei fortemente. Eu não me importei se ela podia me matar depois ou fazer qualquer outro tipo de coisa. Eu precisava daquilo. Eu precisava sentir que ao menos uma pessoa se importava comigo, mesmo que fosse por poucos segundos.

Thalia não me afastou, ao contrario me abraçou mais forte e me deixou chorar. Chorar pela minha que estava destruída; chorar pela minha família que eu não tinha; chorar pelos amigos que nunca foram amigos; chorar por mim por ter me transformado no monstro sem coração que eu sou hoje.

- Já passou loira, fique calma - Thalia falava e me apertava mais em seu abraço.

Eu não queria soltá-la. Eu podia sentir que aquilo não era um abraço falso como das minhas amigas. Para quem nunca sofreu jamais sentiria a diferença, mas eu podia sentir. Thalia me abraçava e tentava me consolar como se ela mesma já tivesse passado por aquilo.

Depois de alguns minutos eu consegui me acalmar. Thalia me largou, mas ao contrario do que eu pensava, não foi tão difícil fazer isso. Eu me sentia mais leve, o buraco que estava no meu peito ainda estava lá, mas agora parecia mais suportável.

- E então loira - Thalia começou - quer começar a falar?

Respirei fundo. Eu nunca havia contato o que eu passava ou sentia para ninguém, mas ali quando eu chorava no ombro dela eu pude ver que se eu tivesse uma amiga assim para me ajudar, talvez quem sabe tudo não seria diferente.

- Tudo bem - falei depois algum tempo. - mas não me chame de loira eu tenho nome.

- Tudo bem Annie - ela falou debochada, mas de um jeito divertido. Eu não liguei, ali com ela era diferente. Não havia falsidade e por incrível que pareça eu senti que podia confiar nela.

- O que você quer saber Thalia?

- Bem pode começar me falando o que são esses cortes no braço e o por que do Ethan estava correndo atrás de você.

- Você não entenderia... - comecei a falar, mas ela me interrompeu.

- Eu não entenderia? O que eu não entenderia Chase? Hãn? Pensar que ninguém se importa comigo? Ficar noites e noites em claro pensando se um dia alguém vai te ajudar? Não ter amigos, não ter ninguém para te ajudar mesmo estando rodeado de pessoas? Eu sei Chase, eu entendo isso muito bem.

- Você?...

- Se eu já passei por isso? Sim com toda certeza. Sabe por que? Eu perdi minha mãe, meu pai, eu me achava um estorvo para os outros, mas nunca falei pra ninguém.

Ela falava e eu pude ver a dor em seus olhos, ela parecia perdida em lembranças. Eu me senti egoísta. Ela também sofria, alias sofria pelas mesma coisas que eu.

- Seus pais? Mais sua...

- Sim você viu minha mãe, mas ela não e a mulher que me deu a luz. Minha mãe morreu no parto e meu pai? Bem, ele... ele... e-está em co-coma num hospital.

Ela falou e vi lagrimas descerem de seus olhos. Quando dei por mim eu já a estava abraçando. Thalia não me empurrou. Ela me abraçou forte e chorou no meu ombro. Eu não sabia o que ela faria depois, mas agora eu tinha como objetivo fazer dela minha amiga, minha confidente.

Nos chorávamos juntas, e eu pude ter certeza que no meio daquelas lagrimas de dor, nos poderíamos nos tornar amigas de verdade. Ela se afastou um pouco para me olhar nos olhos e falou.

- Olha loirinha, eu não sei o que você passou para fazer isso - falou apontando para os cortes do meu braço - mas eu também passei, sabe por que? Por que eu me culpava, eu achava que eu era culpada pela morte da minha mãe e pelo acidente do meu pai. Eu me isolei, não fiz amigos nem nada. Eu sentia dor, dor por não ter ninguém do meu lado, não que não tivesse, mas eu não conseguia enxergar. Depois, hunf... bem veio o meu irmão - nisso eu pude ver um leve sorriso se formar no seu rosto - que não é o meu irmão e bem ele me ajudou, não que eu quisesse, mas ele praticamente me obrigou e...

- Me desculpa... - falei quase num sussurro, mas ela me ouviu.

- Hãn?

Eu não agüentava mais aquilo. Eu precisava falar, ouvir que ela me perdoaria mesmo que demorasse anos.

- Me perdoa Tha-Thalia! Eu fui um monstro, e-eu não ti-tive coração, e-eu... Ai!

Gritei a tempo de ver a minha calça começado a ficar vermelha de sangue. Thalia olhou para mim espantada e se levantou.

- Shhh! Depois você se desculpa loira, agora vem vamos tratar desses cortes.

Eu não reclamei a dor agora já estava insuportável. Eu nunca havia me cortado tanto e tão profundamente como hoje.

Thalia me arrastou até o banheiro e me fez tirar a roupa. Eu reclamei dizendo que não iria fazer, mas depois que ela me ameaçou que ela mesma tiraria fiz sem pestanejar.

Aonde eu havia cortado já estava com uma coloração azulada ao redor. Eu sabia que o risco de contrair algum tipo de infecção era grande. Thalia me colocou debaixo do chuveiro e lavou cada corte meu. Parecia que eu estava sendo banhada em ácido.

Com o tempo os cortes pararam de sangrar. Eu já havia saído do banheiro com varias faixas brancas sobre os braços e pernas. Thalia procurava algo no guarda roupa, quando eu olhei para o relógio da cabeceira da cama.

- Thalia! Está tarde eu tenho que ir, eu...

- Calma loira, você vai dormir aqui hoje.

- Mas, mas...

- Sem mais, toma - falou me jogando uma blusa e um short mega curto - hoje você vai dormir aqui como amiga mais amanhã vamos ver.

Com isso ela se virou e começou a preparar a cama. Aquela noite iria ser a mais estranha de todas da minha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então gostarão? Odiarão?
Comentem please? E um aviso aos leitores fantasmas.
O que custa comentar????
Sério 22 favoritaram a fic, mas só 11 comentam :(
Bem ao menos deem um oi ok?
E a Segunda parte desde capítulo vai ser postado na quinta feita, rsrsrsrs.
Meio longe né?
Bem mas nem por isso, eu estou preparando um nova fic e quero sua opinião tudo bem?
O que mais te comove o livro sonhos de uma noite de verão de Shakespeare ou o Diário de Annie Frank.
Não sabe o que é isso ai em cima????
Bem basta colocar lá na Wiki que vai ter um resumo de cada um ok?
Não deixem de opinar *-*
Bjs e Abcs de F'dQueiroz