Boulevard Of Broken Dreams escrita por F dQueiroz


Capítulo 11
Cap 11 - Passando dos Limites


Notas iniciais do capítulo

Leiam Notas Finais é importante ok? Ah e por favor queridos fantasmas, almas penadas, tatuzinhos envergonhados (*-*) comentem please ;)



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'Nunca deixe que nenhum limite tire de você a ambição da auto-superação'

Autor desconhecido

 

Pov. Annabeth




'I'm walking down the line

That divides me somewhere in my mind

On the borderline of the edge

And where I walk alone'



Não, não, não. Por que logo ela? Certo que nenhuma outra pessoa entraria ali, mas sei lá. Porque logo comigo? Bem na porta do quarto uma tia M me encarava com um olhar enfezado e algo mais, parecia... preocupação? Não, isso com certeza é o efeito da bebida.

 

—- Então mocinha - ela falou novamente - vai-me dizer onde estava ou terei que contar para o seu pai

 

—- N-não, não Margareth, por favor, e-ele n-não

 

Quando dei por mim eu já estava chorando. Não como medo do meu pai iria fazer mais com medo dele se afastar ainda mais de mim.

 

Mesmo eu não querendo me mostrar fraca na frente daquela mulher, eu não consegui. As lágrimas insistiam em cair sem pudor e o buraco que estava no meu peito só ajudava somente piorava a situação.

 

Foi quando a tia M fez algo que me surpreendeu. Ela veio até o meu lado e me abraçou. Um abraço que há muito tempo não recebia. Um abraço de conforto, de preocupação.

 

De início eu me assustei, mas depois eu me agarrei a ela como se minha vida dependesse disso. Algo que eu nunca sequer imaginei estaria acontecendo. Eu a abracei com força e ela retribuiu

 

Eu chorava. Chorava sem vergonha, sem medo de ser tomado por fraca e o mais incrível. Chorava nos braços daquela mulher que eu odiava ou ao menos achava isso. Aos poucos eu fui me acalmando e já não soluçava tanto.

 

—- Fique calma querida, eu não vou falar nada ele tá bom, mas você vai ter que me contar o que aconteceu - ela falou

 

—- T-tá certo Meg

 

Afastei-me dela e me sentei na cama. Eu não sabia se podia confiar nela, mas nem opção eu tinha, se eu não contasse, ela falaria com meu pai. Eu nem cogitei a hipótese de mentir. Ela era muito esperta e saberia se eu o fizesse. Fiz a última coisa que me restava. Contei a verdade.

 

Não contei toda ela obviamente. Mas contei sobre meu namoro com Luke e como aquele desgraçado me traiu. Ela somente me ouvia calada, como se estivesse medindo as palavras, procurando alguma mentira nelas.

 

Ela até poderia estar se mostrando compreensiva, humana até, mas eu não estava tão desesperada a ponto de confiar toda a minha a ela. Eu sabia que aquilo poderia ser só pra me enganar e depois contar tudo para o meu pai.

 

Depois que eu contei o que aconteceu a ela o quarto ficou em um silêncio desconfortável. Ela não falava nada, nem sequer me olhava. Apenas fitava o vazio como se recordasse de uma lembrança dolorida.

 

Depois de um tempo, aquilo já estava me cansando. Foi quando fiz menção em me levantar e ela me puxou novamente me fazendo sentar ao seu lado.

 

—- Olhada querida, eu me preocupo com você, eu já não tenho família e você é tudo o que eu tenho - aquela revelação me assustou, mas não falei nada - eu sei que você não me contou tudo, aliás o mais importante, mas não vou te forçar a nada tudo bem?

 

Certo. Quem era essa mulher? O que fizeram com a minha tia revoltada M? Ela percebeu minha cara de confusão e disse rindo

 

— Você deve estar se perguntando o porquê disso não é? - eu apenas assenti - veja querida eu já passei por desilusões assim, apesar de eu achar que não foi somente isso que fez você chegar bêbada às quatro da manhã.

 

Então quer dizer que eu consegui chegar em casa? Eu não quero nem saber como eu fiz isso.

 

— Olhe meu bem - ela continuou - todos nós temos perdas, mas cada uma é diferente não pelo tamanha de suas perdas, mas pelo tamanho da sua coragem e determinação em enfrentar essas perdas. Você não pode-se entregar a bebida toda...

 

— Perdas? Entregar? Você acha que isso não dói? - falei voltando a chorar - Você acha que se quisesse eu estaria assim? Você não me conhece, até hoje só quis me destruir. Acabar com a minha felicidade. E agora pensa em dar uma lição de moral? Você não é nada pra mim, nunca foi. Sempre vai ser uma empregadinha de nada eu acho que você tem outras coisas pra fazer.

 

A cada palavra que eu falava mais me surpreendia comigo mesma. Eu podia até estar chorando, mas aquelas palavras saíram frias como gelo. Mas em vez daquela mulher se tocar que eu praticamente estava convidando-a a sair ela só me olhou com pena

 

Você deve me odiar pelo o que fiz não é menina? Mas eu não fiz nada com o objetivo de te prejudicar. Eu via você se afastar de tudo e de todos, eu apenas quero te ajudar. Você me lembra tanto a minha filha...



Eu não quero saber com quem eu pareço - gritei - só quero que saia do meu quarto agora

 

Ela me olhou mais uma vez, e seu olhar expressava claramente tristeza e preocupação. Ela não falou nada, apenas saiu e fechou a porta atrás de si.

 

Ela mal havia saído e eu já corri para o banheiro. Minha cabeça pesava e meu estômago revirava mais que um liquidificador. Mal abri a porta do banheiro quando senti minha bile indo à boca. Eu vomitei o que só piorava meu mal estar, o que não ajudou já que eu não havia comido nada antes de encher a cara.

 

Eu sentei no chão e comecei a chorar. Eu chorava alto e não duvidava que meus soluços estivessem sendo ouvidos em toda casa.

 

Eu tinha que ser forte. Não iria deixar aquele miserável brincar comigo assim. Eles iriam ver. Todos iriam ver do que Annabeth Chase era capaz. Nunca mais iriam brincar comigo. Eles querem me humilhar? Pois bem eu vou humilhá-los.

 

Levantei-me ainda tonta e tomei um banho demorado pensando nos meus problemas. Eu não tinha mãe, aliás, eu tinha, mas ela nunca me quis, eu tinha um pai que faltava pegar o presidente no colo, mas que se esquecia de dizer ao menos um bom dia pra sua filha. E ainda por cima tinha um agora ex-namorado e ex-falsa-amiga que eram traidores.

 

Será que eu nunca vou ser feliz ao menos uma vez? Será que...

 

Eu ainda estava perdida nos meus pensamentos quando escuto a tia M me chamar.

 

Vamos menina. Está quase na hora de você ir para escola, se apresse ou se não vai se atrasar.

 

Eu sinceramente não queria ir, mas não podia me passar por fraca. Sempre fui quem estava por cima e não seria agora que iria me abater. Terminei meu banho e comecei a me arrumar.

 

Hoje eu iria diferente. Aquele desgraçado iria aprender que com Annabeth Chase não se brinca nem em pensamento. Terminei de me arrumar, peguei minha mochila e desci. Mal coloquei os pés na sala quando sou abordada por uma tia M nada feliz.

 

— Aonde você pensa que vai vestida assim mocinha?

 

— Pra escola onde mais - falei já me sentando e começando a comer

 

— Você não pode ir vestida assim menina - continuou - que vão pensar de você?

 

Eu não podia negar que a minha roupa era um pouco digamos... provocante. Não chegava a ser vulgar, mas mesmo assim faria com os meninos babarem mais do que o normal.

 

— Quem disse que você manda no que eu uso? - comecei - aliás, foi você quem disse que eu tenho que enfrentar as perdas não é? Bem, é isso que estou fazendo.

 

Eu sabia claramente que não era isso o que ela quis dizer, mas pouco me importava. Quando ela abriu a boca pra começar a falar, eu me levantei, peguei as chaves do meu carro e sai.

 

Quando sai ainda podia ouvir uma governanta Margarete falar da vida gritando coisas que eu nem tinha o interesse de ouvir. Só foi quando liguei o carro que fui olhar as horas, 7hs14min.

 

Ótimo, pensei. Primeiro dia e já chego atrasada. Liguei o carro e sai dirigindo como uma louca.

 

O que eu faria pra que eles me respeitem mais? Eu não podia enfiar a cara de ninguém no vaso. Não, isso era trabalho da Clarisse. Por falar naquela valentona que tinha que encomendar um vidro de Absinto, já que eu vou mudar de vez não irá custar nada eu tomar algo mais forte.

 

Não dá nem pra acreditar que a nerd de ontem se tornou a garota mais desejada daquela escola só por causa de um mal entendido.

 

Eu estava com doze anos na época e naquele dia havia discutido com meu pai e com certeza o meu humor não estava dos melhores. Eu mal havia entrado na escola quando uma Raquel Elizabeth Dare veio me empurrando...

 

Freei o carro bruscamente. Um garoto vestido com uma roupa escura e mochila nas costas estava ao lado e me olhou assustado. Também não era pra menos eu quase atropelei o coitado. É melhor parar de ficar pensando no passado, isso só tira a minha atenção. Voltei a colocar o carro para andar. Pelo retrovisor eu pude ver o menino melhor. Ele parecia ter os olhos claros, verde ou azul, não dava pra ter certeza devido à distância, mas era lindo.

 

Depois desse susto e quase atropelamento liguei o rádio e estava passando uma das últimas músicas que eu queria ouvir, Carry on my wayward son do Kansas.

 

Por que tudo tinha que lembrar a minha vida? Eu aqui escutando essa música, mas duvidava que meu pai estivesse se importando comigo. Se fosse outra época eu até poderia sorrir com a letra, mas agora a única coisa que me resta, é chorar, chorar por que tudo isso não passa de uma ilusão.

 

Não, não. Chega desses pensamentos. Hoje você tem que esquecer isso Annabeth.

 

Cheguei à escola e estacionei na única vaga restante. Ao lado do carro do Luke. A minha sorte era que aquele desgraçado não estava ali.

 

Entrei correndo na escola na esperança de conseguir entrar na sala mesmo estando atrasada, mas logo desiste. Ela nunca iria me deixar entrar. A Sra. Norma era com toda certeza a encarnação do diabo em forma humana.

 

Ela havia entrado no final do ano passado substituindo o antigo professor de história. Parecia que ele teve um colapso nervoso ou algo assim.

 

Fiquei esperando bater o sinal para terminar a aula quando senti alguém me abraçando por trás. Em qualquer lugar eu reconheceria aquele perfume musgo que agora me dava nojo. Afastei-me de Luke e lhe dei um tapa bem estalado na cara.

 

Não coloque suas mãos imundas em mim Luke - falei com ódio

 

Eu tinha deixado o rosto dele bem marcado e parecia que havia doido. Ele por outro lado somente acariciava o rosto e sorria descaradamente.

 

Que isso Annie - falou chegando mais perto - eu também posso ser seu

 

Nisso ele pegou a minha mão e levou ao cós de sua calça. Aquilo foi o limite. Eu não era aquela puta que ele tinha a cara de pau de me trair. Levantei o joelho acertando o amiguinho dele.

 

Nunca mais toque em mim Luke ou eu mesma vou fazer questão de castrar o seu amiguinho ai.

 

Sai de lá e deixei aquele miserável se contorcendo de dor no chão. Mal cheguei à porta da minha sala quando bateu o sinal dando início a próxima aula.

 

As horas seguintes passaram lentamente, ninguém prestava atenção no que o professor falava. Os meninos discutiam a respeito da temporada de futebol, as meninas, obviamente eu estava incluída falávamos sobre garotos até que uma Bia que até aquele momento estava calada começou a falar, ou melhor, gritar

 

Gente, gente adivinha? - falou quase dando pulinhos - my brother volta da Rússia hoje

 

Humm - todas falamos

 

O irmão da Bia com certeza é um gato. Nico d'Ângelo. A última vez que o vi foi no Natal, quatro anos atrás. Naquela época a Bia não era minha amiga, mas com muito custo eu consegui ficar com o irmão dela. Apesar de serem irmãos eles moram separados já que seus pais são divorciados. Nico vive viajando com o pai Raphael d'Ângelo já que ele é arqueólogo. Bia por outro lado mora com a mãe Mariah que possui uma empresa de arquitetura.

 

Mas porque Bia? Pelo que eu saiba vocês só se vêem duas vezes ao ano? - perguntei

 

É eu sei, mas minha mãe não quis falar o porquê, ela só disse que ela vai passar a morar com a gente durante um tempo - ela falou pensativa

 

Tem algo a compartilhar com a sala senhoritas - o professor falou nos olhando torto

 

Err, não professor imagina pode continuar aí - uma Raquel mais vermelha que um tomate falou

 

O professor somente bufou e prosseguiu com a aula. Mal o sinal para o intervalo bateu todos praticamente correram pra fora. Eu estava desatenta mexendo no celular quando esbarrei em alguém todo de preto.

 

Thalia Grace. Ela era um mistério naquela escola. Ninguém sabia quem era seu país, mas havia rumores que ela não tinha nenhum. Ela era uma punk. Vestia-se toda preto que mais parecia uma sombra, fora as raras vezes que usava alguma camisa de banda de rock. Nunca ninguém a via com alguém, ela só andava sozinha, ia e vinha para escola sem ninguém.

 

Olha por onde anda sua punk sem família - falei sorrindo só pra ver a sua reação

 

Ela não falou nada, só piscou os olhos como que fazendo força pra não chorar. Aquilo mexeu comigo. Ela me lembrava de mim mesma. Parecia que sofria muito, mas eu diferente dela não deixava transparecer, eu era forte e ela? Bem, ela com certeza era um fraca.

 

Ela já tinha pegado seus livros que tinha caído no chão quando reparei que boa parte da escola nos olhava. Eu não iria perder a oportunidade de humilhá-la aqui. Quando ela se levantou e já ia saindo eu a empurrei fazendo-a cair de cara no chão.

 

Nunca mais quero de ter por aqui punk, pois se...

 

Eu não terminei de falar, pois um garoto que logo reconheci sendo aquele que eu quase havia matado hoje pela manhã veio correndo se agachando ao lado da punk.

 

Thalia, meu Deus se machucou - o garoto perguntou preocupado

 

Agora parecia que a escola inteira estava ao nosso redor vendo a cena. O menino que com certeza era de longe o mais lindo que já vi ajudava a punk a se levantar.

 

E-eu e-estou b-bem P-percy, o-brigada - ela falou se segurando para não chorar

 

Ele me lançou um olhar frio e disse

 

Nunca mais, escute bem, nunca mais encoste um dedo nela - pelo tom da voz dele dava para perceber que ele estava morrendo de ódio

 

As minhas amigas já estavam ao meu lado e olhavam a cena bobas, ou melhor, secavam descaradamente o garoto.

 

E quem você pensa que é garoto? Você nem segue sabe quem eu sou. Vai-me dizer que é o namorado dessa ai, pois se for eu tenho pena de você - falei tentando pensar direito com aqueles lindos olhos verdes me encarando.

 

O que eu sou dela ou deixo de ser não é da sua conta - eu só ouvi um monte de ais, uis, toma - e quanto a você? Bem, eu realmente não sei quem você é, mas tenho certeza que você não passa de um hipócrita, uma menina mimada que acha que todos têm que obedecer, quando na verdade você não tem nada, não tem ninguém que goste de você. Tem mais inveja dos que os outros tem amigos de verdade. Hoje você pode estar assim humilhando, pisando nos outros, mas vai acabar ficando sem ninguém se já não está.

 

O silêncio era geral. Todos me olhavam como se aprovassem cada palavra que aquela metido a esperto falou. Como se ele soubesse de alguma coisa. Como se soubesse pelo o que passo.

 

Tá tudo bem amiga - escutei uma voz do meu lado

 

Raquel me olhava com apreensão. Foi somente aí que me dei conta que estava chorando. Aquelas palavras foram tão verdadeiras, tão pra mim. Ele ainda me encarava abraçado a Thalia que chorava também. Ele pegou a mochila dela e saiu a confortando.

 

Por que ela? Por que não eu? Por que ninguém me conforta, me consola? Eu podia ver que ninguém me queria ali. Os outros alunos me encaravam com ódio, como se com aquelas palavras eles tivessem ganhado coragem e quisessem expressar todos os sentimento que guardavam sobre mim. Raiva, ódio, rancor, nojo.

 

Vem amiga, não fique assim - Raquel falou me abraçando - vamos sair daqui

 

Eu podia não conhecer aquele garoto e odiá-lo ainda mais por me humilhar na frente de toda escola, mas com certeza me deu algo para pensar. Eu poderia morrer sozinha e odiada caso não resolvesse mudar.





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Notas finais do capítulo

Oi Leitores,
Então, so alguns responderam sobre o Talico :(
Eu gostei muito da idéia da Ana Styles (bjks viu linda)
sabe Nico + alguém , rsrsrs
Por enquanto não irei fazer nada, aguardo a opinião de vocês
Próximo capítulo dia 25 ok?
Bem quanto a outra fic Percy Jackson e o Caminho de Orfeu eu
vou postar o próximo capitulo quinta-feira e você que ainda não leu passa lá ;) https://fanfiction.com.br/historia/247831/Percy_Jackson_E_O_Caminho_de_Orfeu/
Bjs e abcs