O dia amanheceu... assim que olho para o lado não vejo Felipe. Desço as escadas para procura-lo e encontro um bilhete em cima da mesa da cozinha: “Volto em dez minutos, beijos amor!”. Como ele pode ser tão fofo? Onde ele foi? Por que ele saiu? A porta da frente se abre e eu o vejo entrando com algo nas mãos:

  -Mor, o que é isso?

  -Mor!? Fala de novo? – Ele disse sorrindo.

  -Meu amor, Meu Felipe, Só meu!

  -Assim eu gamo! – Ele se aproximou dela e a beijou.

  -O que é isso? – Diz Mirela apontando para uma sacola nas mãos de Felipe.

  -Eu fui num lugar!

  -Que lugar?

  -Na locadora.

  -Fazer?

  -Comprar um ventilador. – Diz ele sarcástico e sorrindo.

  -Certo... Que filmes você alugou?

  -Muitos... Não lembro todos agora.

  -Muitos? Fala um?

  -Como se fosse a primeira vez, sete dias em havana, Marley e eu, Nárnia, Harry Potter e o prisioneiro de azkaban, Harry Potter e o enigma do príncipe, Xmen – primeira classe, professora sem classe, Percy Jackson e alguns outros. Aproveitei que amanha é feriado.

  -Amanha é feriado?

  -Sim!

  -Então meus pais só voltam terça-feira! Dorme aqui de novo?

  -Vou ver, ok?

  -Ok.

       Assistimos um dos filmes que ele trouxe, depois colocamos mais alguns... Se assistimos? Não. Só ficamos namorando ali com o som dos filmes de fundo. Eu pedi pizza umas 17hs, pois não tínhamos almoçado. Nós comemos e subimos para o meu quarto...

POV Felipe

     Aquele dia estava perfeito. Passei o dia inteiro com ela, minha princesa, Mirela. “Assistimos” a uns filmes e mais tarde subimos para o quarto dela tirar uma soneca. Eu não gosto de dormir de camiseta, então a tirei. Ela logo entrou no quarto, pegou algo dentro do armário e entrou no banheiro, eu me deitei e logo ela saiu trocada, de pijama, mas que pijama era aquele? Se ela mostrou ele para outro menino, com certeza ele ficou extasiado. Mirela ajoelhou na cama e me beijou. Ela deitou-se e eu, que antes estava sentado, me deitei ao lado dela.

       Ela virou de frente para mim e começou a fazer carinho na minha nuca, eu me arrepiei. Comecei a beijá-la com toda a vontade que tinha. Depois de tudo, eu ainda a amava. Depois de ela adoecer, me esquecer, melhorar, querer me conhecer de verdade eu ainda a amava. Ainda a amo. Ela não é perfeita, afinal, todos temos defeitos. Eu posso admitir que estou completamente apaixonado por ela. Mirela que faz meu mundo girar, Mirela é o meu mundo!

       Assim que fiquei sem ar, me separei sedento por mais. O beijo dela é minha droga! Vicia de todas as formas possíveis. Depois de mais alguns beijos eu comecei a mexer naqueles cabelos castanhos e olhar diretamente naqueles olhos mel. Alguns minutos depois ela adormeceu e eu a fitava. Uma hora depois ela acordou e ficou me fitando. Quando tentei me levantar ela me segurou:

  -Onde você vai?

  -Pra casa.

  -Por quê?

  -Vou tomar um banho e pegar umas coisas!

  -Fica? – Ela disse com uma voz meiga.

  -Vinte minutos eu volto.

     A campainha tocou e ela me pediu para atender enquanto ela lavava o rosto e descia. Eu corri até a porta e me deparei com a pessoa que menos queria ver na casa de Mirela:

  -Pedro.

  -Boa tarde, Felipe!

  -Digo o mesmo.

  -O que faz aqui? – Ele me pergunta o que eu faço na casa da minha namorada?

  -Sou namorado da Mirela, lembra?

  -Posso falar com ela?

  -Mor, é o Pedro! – Grito para dentro da casa e ela desce as escadas ainda de pijama.

  -Oi, Pê.

  -Oi – Ele disse seco. – Posso conversar com você a sós? – Ele pergunta e analisa o corpo de Mirela. Eu a abraço por trás e me dirijo a Pedro:

  -Algo que eu não possa saber?

  -Sim.

  -Mi, você está me escondendo algo? – Como que esse muleque e a Minha Mi tem um segredo que eu não sei?

  -Não, meu amor... É que é um assunto do Pedro. – Os dois subiram as escadas e eu fui para casa.

POV Mirela

      O Pedro chegou na minha casa estranho, queria conversar comigo sozinho então subimos as escadas e nos trancamos no meu quarto. A hora que eu fechei a porta ele começou a gritar comigo de uma forma rude:

  -Que merda é essa Mirela Esteves? – Ele parecia bravo.

  -O que? Do que você está falando? – Eu não entendia nada.

  -Do muleque sem camisa na sua casa e você com um pijama desse tamanho. – Não queria brigar com ele.

  -Para começar você não tem nada a ver com a minha vida, segundo= ele é meu namorado, terceiro= não estávamos  fazendo nada de mais e por ultimo= você não é meu pai! – Eu comecei a gritar da mesma forma que ele.

  -Como nada de mais? Você transa com o menino quando os seus pais estão fora e não quer que eu fale algo!?

  -Nós estávamos apenas dormindo.

  -Então por que ele estava sem camisa?

  -Não sei, pergunta para ele! Espera... Por que você está aqui, afinal?

  -Nada.

  -Tem um motivo!

  -Queria ver se você estava bem sozinha, mas como vejo está as mil maravilhas!

  -Ótimo, então já pode se retirar da minha casa. – Gritei e quando ele saiu bati a porta com força.

      Cinco minutos depois o Felipe chegou na minha casa, lindo, mas eu não estava com vontade de fazer mais nada. Deitei minha cabeça em seu colo enquanto ele me fazia cafuné. Já era tarde quando fui tomar banho. Ahh, que raiva! Pedro não podia decidir a minha vida por mim! Depois de um banho longo para pensar desci as escadas com um colchão e coloquei na sala, para assistirmos filme! Eu comecei a beijá-lo com fervor e deitamos no colchão sem parar de nos beijar. Tirei a camiseta dele e ele fez o mesmo com a minha e tudo teria dado certo se não fosse o telefone. Por quê ele existe mesmo? Eu atendi o telefone e uma voz que já havia me irritado naquele dia começou a se pronunciar:

  -Alô.

  -Oi Mi, só liguei pra te pedir desculpas. Eu não queria ter falado aquelas coisas ofensivas. Você e o Felipe... Desculpa... Eu quero me redimir, voltar ao tempo de melhores amigos. Nós dois. Uma festa esse sábado e eu não gostaria que você recusasse. Se afaste pelo menos um dia desse aí e fica com o seu melhor amigo.

  -Certo. – Eu disse seca.

  -Perfeito, beijos, tchau  - o telefone desligou-se.

       Felipe veio na minha direção e beijando meu pescoço assim que eu desliguei o telefone:

  -Mi, que tal nós assistirmos o filme?

  -Concordo.

POV Felipe.

       Faltava pouco para eu e a Mirela nos tornarmos um só... Até que o telefone tocou e ela atendeu, pálida. Como o clima havia acabado eu beijei o pescoço dela e perguntei se não poderíamos ver o filme. Durante o filme todo nós nos beijamos carinhosamente. Foi até melhor, pois os pais de Mirela ainda não sabem que nós voltamos a namorar.