Kain sacou a espada, e segurou a pata da fera com ela.

        - Kain! – gritou Cecil surpreso.

- Capitão, vá para dentro da caverna, Yang e eu cuidaremos dela. Os demais soldados iram cuidar desse ferimento. – disse Kain usando todas as suas forças para lançar a enorme fera para traz.

- Vamos, vamos, o Capitão foi ferido. – falavam os soldados levando Cecil para dentro da caverna.

Yang correu em direção de Kain sacando a espada. Kain pulou e cortou uma das patas da enorme fera, e esta, se afastara sofrendo com a dor que sentia. Yang aproveitou o momento e acertou o estômago dela. Quando sentiu a dor, a fera correu para dentro da floresta, pois temia morrer naquele momento, mas antes de desaparecer na escuridão, esta usou seu poder mental para avisar Cecil. “Se continuar, conquistará a glória, mas pagará caro por isto, você perderá amigos, seus fiéis soldados e até mesmo a sua futura família, está preparado para desistir de tudo o que tem ou que terá?”

- O que houve Capitão? – Perguntou Yang ao entrar na caverna.

- Nada, apenas tontura, deve ser por causa das feridas que Mist fez – respondeu meu pai após receber a mensagem de Mist.

- Então, aquele é Mist, um dos guardiões da Anna – disse Kain, sentando-se para descansar.

- Mist?! O nome deste monstro enorme é Mist? É um dos quatros guardiões? – disse Yang confuso.

- Sim Yang, este é Mist, o primeiro dos quatros guardiões da bruxa Anna. – papai tentou explicar ao confuso soldado.

- São quatros guardiões. Esta fera é só o primeiro. Não conseguimos matá-la... Precisamos evitar os outros guardiões, se quisermos chegar vivos a Anna... Não podemos permitir que mais ninguém morra! – exclamou Kain fechando os punhos, determinado, após sair de seus pensamentos.

- Entendo... Este é só um dos guardiões, e nem é o mais forte deles... Não conseguimos matá-lo... O que faremos agora? – Yang virou seu rosto para Cecil um pouco preocupado.

- Mudaremos de estratégia. Devemos colocar a cautela e proteção em primeiro plano agora. Se sairmos direto pela estrada principal, nós encontraremos outro guardião. Vamos mudar a rota, iremos por trás de Kaipo, por trás das florestas, acharemos um velho caminho que não é utilizado há muito tempo, e nem está no mapa atual. Entendido? – o Capitão lembrou-se na velha trilha pela qual brincava em sua infância.

- Sim, Capitão Cecil – exclamaram os soldados, terminando os curativos, e preparando-se para dormirem em suas barracas.

No meio da noite, Kain saiu de sua barraca e foi observar o luar, enquanto pensava em sua luta com Mist, sussurrando para si:

- Eu devia ter matado Mist, assim não preocuparia o Capitão Cecil... Fui fraco, não consegui matá-la, fugi, e não fui capaz de evitar os ferimentos do Capitão... – após dizer isso, Kain socou a parede, furioso com si mesmo.

- Errado, você não fugiu, eu ordenei que fosse para longe dela, agradeço pela sua fidelidade mesmo depois de anos, Kain – meu pai surgiu em meio à escuridão da caverna.

- Capitão! E-Eu devia ter matado Mist, isso facilitaria tudo. – Kain surpreendeu-se ao ver Cecil ali, e logo se ajoelhou ao vê-lo.

- Kain, você tem talento, você e Yang são ótimos soldados, não se preocupe com isso, afinal você e Yang deixaram conseguiram deixar Mist fora de batalha. E contarei algo a você... Antes de Mist sumir para dentro da floresta, ela me disse que “Se continuar, conquistará a glória, mas pagará caro por isto, você perderá amigos, seu fiel soldado e até mesmo a sua futura família está preparado para desistir de tudo o que tem ou que terá?”... A partir de agora, a minha prioridade é a cautela e segurança de todos. Vamos derrotar essa bruxa e honrar as almas daqueles que morreram por causa dela. Vamos dormir Kain, temos muito a caminhar amanhã... – Cecil, foi caminhando em direção a sua barraca.

- Sim, Capitão Cecil. Peço que não conte a mais ninguém sobre o que Mist lhe disse, eles ficariam preocupados com o senhor. Só conte a Yang, ele é jovem, mas é de confiança, e eu acho que ele quer entender o que está acontecendo. – Kain, meio aflito, andava até sua barraca.

- Eu sei, Yang é tão leal quanto você, e mesmo, eu devo-lhe uma explicação, afinal é jovem, e não conhece toda a história. Contarei a ele, assim que possível. – dito isso, papai entrou na barraca e deitou-se.

- Obrigado Capitão... – Kain suspirou aliviado e confiante outra vez.

Amanheceu e os soldados, já de pé, desmontavam as barracas e guardavam os suprimentos, preparando-se para o que viesse acontecer neste segundo dia de luta, para proteger aqueles que amam...