As lagrimas escorriam por meus olhos, eu não conseguia acreditar naquilo, Stefan havia jogado muito baixo comigo. Como ele pode fazer algo assim? Eu não conseguia entender, ele havia dito tantas vezes que me amava e tudo não passava de uma mentira, uma mentira que eu fui estúpida em acreditar, por que eu fui tão burra assim? Eu devia saber que tudo não passava de uma mentira.

Tudo não havia passado de um jogo pra ele, eu deveria saber, não é a primeira vez que ele faz algo do tipo, ele nunca se importou com os sentimentos de ninguém, eu fui burra em pensar que comigo ele seria diferente, pensei que talvez ele me amasse de verdade, mas não. Tudo não passou de uma mentira. Talvez ele tenha razão eu sou uma estúpida mesmo.

Eu via tudo embaçado, as lagrimas a muito já havia tomado conta da minha visão que agora não passava de um vulto embaçado.

-Amiga não chora, ele não merece suas lagrimas – disse Car no banco de trás, pequi a garrafa de vodka de sua mão e dei um belo gole.

-Diz isso pro meu coração – respondi, minha voz estava embriagada pelas lagrimas que teimavam a cair.

Kath parou na frente de casa e suspirou, e olhou pra mim.

-Vamos estar sozinhas? – perguntou.

-Meus pais já devem ter saído pra jantar e tia Jenna ficou de sair com o Rick, então sim, vamos estar sozinhas.

-Ótimo, por que se não eu aposto que seu pai mataria Stefan se ele soubesse.

-É verdade, brinca com a filha de Grayson Gilbert e ele te mata – disse Bonnie e eu ri.

Entramos em casa e como eu previa estávamos sozinhas, peguei alguns copos e sorvete e subimos para o meu quarto, troquei de roupa, eu não queria ver aquele vestido nunca mais na minha vida.

-Que tal queimarmos o vestido? – Kath propôs alegre – Poderíamos assar lingüiças com o fogo.

-Não, vou devolver ao dono, talvez ele queira dar para alguém – falei.

-Falando em alguém... Quem será que fez aquilo? A gravação? Não deve ter sido alguém que gostasse de vocês dois, pode ter sido a vadia da Tatia – perguntou Caroline.

-Não foi ela, eu vi sua cara de choque, ela estava no momento em que tudo aconteceu, eu não sei quem fez isso, mas me fez um grande favor. – falei me sentando na cama, pegando a garrafa de vodka.

-Que tal mudarmos de assunto? Vamos para de falar sobre isso, a idéia aqui é fazer Elena esquecer e não ficar remoendo isso. – disse Bon.

-Tem razão!O que vamos fazer? Esta cedo ainda!

-Que tal assistirmos um filme, com pipoca e brigadeiro?

-É uma boa idéia – falei – Que filme? Comédia? Tudo menos terror e romance.

-Comédia, que tal “Cada um tem a gêmea que merece”? É engraçado. – Kath propôs.

-Pode ser – dissemos juntas.

Descemos para fazer o brigadeiro e a pipoca, eu e Car fomos fazer o brigadeiro e Bonnie e Kath foram fazer a pipoca, o que resultou em muita bagunça e sujeira na cozinha. Depois de arrumarmos tudo, pegamos as coisas e subimos.

Todas ficamos de roupa de dormir e deitamos na minha cama para assistir os filme. Não assistimos ao filme, ficamos conversando durante ele todo, a maioria do tempo sobre mim, ficamos assim ate cairmos no sono.

Acordei com o sol forte nos meus olhos, levantei devagar e fui jogada no chão por Bonnie.

-Ai caramba – reclamei ainda grogue de sono.

Fui engatinhando ate o banheiro, meu rosto estava horrível, meus olhos estavam inchados e vermelhos e parecia que eu não dormia há muito tempo, eu me sentia péssima, sentia uma dor bem especifica tomava conta de mim, a dor da traição. As lagrimas começaram a escorrer por meus olhos, a dor estava me destruindo, vi minha mãe pelo espelho do banheiro, sequei as lagrimas e a abracei.

-O que aconteceu? – perguntou assustada.

-Stefan aconteceu – respondi.

-O que ele fez? – perguntou sem entender.

Expliquei a ela toda a história e ela ficou bestificada, ela disse que não acreditava que Stefan havia feito algo do tipo comigo, mas era a verdade, a mais pura verdade.

Depois que as meninas acordaram descemos pra tomar café da manhã, e foi bem animado já que meu pai não sabia de nada e a toda a hora ficava fazendo brincadeiras.

-Meu Deus dá onde saiu tanta menina feia? – perguntou meu pai brincando. – Vocês vieram de alguma convenção de feias?

-Haha, muito engraçado – disse Car mal humorada.

-Oh Car, coisa fofa eu to brincando com você - disse rindo.

Depois de tomarem café da manhã elas decidiram ir embora, todas me abraçaram de uma só vez, me dizendo que tudo ficaria bem, que depois de uns dias eu nem ia mais me importar, mas o que seria bem difícil, por não é fácil esquecer um amor.

Minha tarde foi toda com minha mãe e tia Jenna me consolando, dizendo que Stefan não me merecia e que ele era um idiota, quando meu pai descobriu, ele quase foi atrás de Stefan, mas eu não queria isso, então eu o fiz prometer que ele não faria nada e ele prometeu.  

Apesar de tudo eu não conseguia parar de pensar nele, e em tudo que havia acontecido momentos antes daquela gravação, em todos os beijos, todas juras de amor e todos os “Eu te amo”, nada daquilo pra mim parecia ser falso, talvez eu só esteja me enganando, me fazendo de idiota.

Deixei a água quente escorrer por minhas costas, eu queria esquecê-lo, apenas esquecer os últimos três meses da minha vida, os três meses que eu julgava ser os melhores meses da minha vida.

Estava saindo de um longo banho quando meu celular começou a tocar, Vermilion p. 2, na voz de Stefan, eu precisava mudar aquele toque imediatamente. Peguei o celular, e o nome Stefan aparecia junto com sua foto, ele estava sorrindo, usando uma camisa cinza, eu havia tirado em uma das nossas idas ao parque, uma lágrima solitária escorreu por meu olho, pingando na tela do celular.