Eu estava cansado, com sono e com frio. Mas ele não conseguia ficar quieto, o barulho daquele violino não me deixava dormir, as suas falas sem sentido também não. Foi quando eu me levantei irritado, vesti um roupão e fui para a sala o encontrando andando para um lado e para o outro e ainda vestia o sobretudo e o cachecol. Fazia umas três horas que havíamos chego e ele nem tivera o trabalho de se trocar ou de comer algo, estava mais interessado em descobrir o assassino. Mas isso já eram duas horas da madrugada. DUAS horas.

 Fiquei ali parado na porta por uns 2 minutos e ele nem se quer olhou para mim, nem notou minha presença.

- Sherlock, você tem que dormir. EU tenho que dormir. – Falei um pouco irritado.

- Silêncio John, silêncio. – Falou ele nem se quer olhando para mim.

- SHERLOCK – Gritei – Eu quero dormir. Eu preciso dormir. Amanhã eu tenho que trabalhar.

- John, pegue meu celular. Está na mesa da cozinha. – Disse ele me ignorando totalmente.

Fui irritado até a mesa da cozinha e peguei o maldito celular.                                       

Por que ele mesmo não podia fazer aquilo? Não, não podia, ele era Sherlock Holmes.  – Pensei debochado.

- Tome – Estendi a mão com o celular.

Ele soltou o violino no sofá e puxou o celular da minha mão nem se quer agradecendo e começou a apertar os botões freneticamente procurando por algo. De repente ele começou a falar nomes, endereços e outras coisas em voz alta com o olhar perdido no meio do nada.

Fui andando e parei na sua frente - Sherlock, por favor, fique quieto. – Falei com um tom de suplica na voz.

Eu acho que ele nem se quer me escutou. Fiquei furioso e só uma coisa me passou pela cabeça. Segurei firme em seu cachecol e o puxei para perto com certa violência.

- Cala a boca. – Falei furioso olhando dentro daqueles olhos azuis que agora estavam enormes e surpresos.

- Mas John, o que pensa que está fa...- Interrompi sua fala quando o puxei para mais perto e lhe dei um beijo nos lábios, fechando os olhos e sentindo meu rosto esquentar de um forma que nunca havia sentido antes.

Quando o soltei nem olhei para o seu rosto, simplesmente me virei e fui andando para o quarto. Entrei, bati a porta e me deitei. Agora sim, tinha conseguido calar Sherlock e teria uma ótima noite de sono.