A Casa Imoral escrita por Ao Kiri Day


Capítulo 13
Sejamos razoáveis




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_Por favor, né? –falava bufando o azulado.

A garota à sua frente mantinha os braços cruzados e um olhar congelante, que atravessava a alma do homem. Kyte respirou fundo, encarando distraidamente os cabelos longos da amiga presos por aquelas enjoativas maria-chiquinhas.

_Kyte... –estreitou ainda mais os olhos a garota.

O azulado revirou os olhos com uma gota enfeitando a testa, ele respirou fundo e se deixou bater com a cabeça na mesa.

Miku desfez a expressão de raiva, encarando o rapaz que chorava baldes d’água. Ela se sentou e afagou os fios azuis rapidamente tentando confortá-lo.

_Eu não vou mentir pra você Kyte, mas eu não sei como é isso que você está passando, por isso eu acho que você devia ir se tratar. –Miku.

_Eu não estou doente nem louco, faça-me o favor, Miku. –Kyte a olhando com rispidez.

_Mas olhe sua situação: dormir com um garoto de 14 anos, no bom sentido, e se sentir atraído por ele...isso não tem lógica, seu shotacon! –Miku.

Kyte sentiu sua moral cair e logo ele estava desabado outra vez. Não se passou poucos segundos e Gackpo entrou no local, com a cara de sono mais terrível de todas, com o humor péssimo e ódio tremendo passando sobre os olhos.

_Tadaima. –falou com a voz grave e rude.

_Okaeri. –Kyte se recuperando do choro ao sentir a aura densa e negra.

Miku também ficou imóvel, Gackpo estava um lixo. Parecia que caiu do avião e andou por uma floresta tropical cheia de animais selvagens.

_C-Como foi a viagem? –Kyte se levantando.

Gackpo jogou sua guitarra nervosamente sobre o sofá e alargou a gravata listrada, tirando o terno e respirando fundo. Um sorriso brotou em seu rosto e Kyte sentiu que podia sorrir também.

_CONSEGUIMOS! –Gackpo berrando com a maior felicidade do mundo.

Kyte já ia comemorar, mas seu amigo desmaiou, caindo sobre ele. O azulado o pegou e o levou para o quarto, deixando-o descansar.

_No que ele estava trabalhando para estar tão cansado assim? –Miku sentando-se com Kyte e comendo algum lanche natural.

_No mais novo single do cantor Roro Yumma! –Kyte com os olhos brilhando.

_QUE?! –Miku ficou de boca aberta.

Impressionada, porque Yumma é um idol pop e Kyte e Gackpo trabalham na área do rock, o que era definitivamente estranho.

_Por isso que ele está assim. Ele decidiu compor, ainda que eu o tenha ajudado um pouco, mas foi muito difícil pra ele fazer uma letra que não tivesse a ver com os nossos temas românticos dramáticos. –Kyte.

_Ahn... Entendi agora. –Miku.

_E parece que por falta disso, ele foi treinar com a Luka. Ela ama pop e tem paixão por inglês, que é muito usado nas músicas desse gênero, por isso ele ficou morto ao quadrado, sabe como é a Luka-san não é? –Kyte dizia rindo.

_Você não tem dó nenhuma do seu amigo né? –Miku com uma gota.

_Tenho, mas não posso fazer nada. Agora vamos voltar ao assunto...O que eu faço?!!!! –voltou a chorar o azulado.

...

Len acordou, percebendo que ainda estava na escola, mas não no telhado onde havia resolvido descansar. Olhou em volta, vendo os armários cheios de utensílios de educação física.

_Por que estou na sala de ginástica? –falava coçando os olhos e procurando sua bolsa.

Ouviu um som atrás de si, virando-se. Encontrou os olhos dourados de Nero, ele estava silencioso e com uma expressão triste.

_Oi. Você dormiu no telhado e estava fazendo um sol muito forte, olhe seu rosto. –mostrou um espelho.

Len se assustou um pouco, estava com as bochechas quase descascando de tão ressecadas. Passou os dedos e sentiu pequena ardência, um creme resolveria.

_Arigatou, Nero-kun. –falou em tom baixo, ainda magoado.

Nero sentiu que Len sabia, e por tal motivo resolveu contar o que houve de uma vez.

_Oe... Você precisa saber, Len. Eu estava com a Lilly na casa dela lembra? –Nero com o coração na mão.

Len franziu a testa, se arrependendo pelo incômodo. Olhou normal para Nero, sabendo onde a conversa ia acabar.

_Ela se declarou né? Eu ouvi. –Len com as lágrimas lutando pra sair, mas impedidas por seu pouco, mas forte orgulho.

_O-Ouviu? Até onde você ouviu? –Nero.

_Não vou te dizer. Apenas me fale, fale na minha cara a sua desculpa. Eu gostaria mesmo de saber. –Len fala com a raiva intensa pelo silêncio que tinha escutado, não suportando e desligando o celular.

_Pelo jeito você não ouviu tudo. Eu fiquei assustado, mas depois eu olhei pra ela e vi você, Len. Eu a empurrei, disse que não tinha chances nenhuma comigo, e o que eu sentia por você era puro e somente por você. Me desculpe, mas eu não te traí, é verdade. –Nero falava como se implorasse para Len entender.

O loiro pequeno desviou do olhar. Ele era tão coração-mole, ele não conseguia rejeitá-lo dessa forma. Seu coração começou a bater mais rápido e ele se lembrou que tinha feito as pazes com Kyte e aquilo poderia fazê-lo ficar bravo outra vez.

_O Kyte não precisa saber ainda. Ele disse que você podia esperar 2 anos. –Nero.

Len arregalou os olhos, mas tentou buscar a sua paz interior, tentando raciocinar melhor sobre aqueles acontecimentos inéditos.

_E-Eu não p-posso esconder mais nada dele... –falava com a voz embargada, ele considerava demais o “irmão”.

Nero suspirou, pegando o pescoço de Len com as duas mãos e trazendo-o gentilmente para encostar em seu peito. Len ao sentir o contato, fechou os olhos, inspirando o cheiro leve de Nero, tocando em suas laterais, afundando o rosto contra o peito desacelerado do loiro.

Len sentiu estar seguro, estar numa proteção imbatível, com cheiro de ameixa amarela e um corpo macio e quente.

_Len, me perdoe se eu te magoei. –Nero.

Len não respondeu, apenas voltou com seu amigo-namorado. Ele era um dos poucos que sempre o apoiou e ele merecia aquilo.

Nero deixou que o loirinho ficasse daquele jeito e sem perceber, Len entrou nos sonhos outra vez. O loiro-opaco sorriu, ele não tinha forças para carregar Len de um lado para outro e o sinal já ia bater para o fim das aulas.

Discou um número e um rapaz atendeu.

_Ele dormiu. Você não consegue levá-lo pra casa? –Nero falando baixo enquanto acariciava os cabelos presos de Len e os soltava.

Passou-se poucos minutos e um outro loiro entrou, batendo a porta junto com outra pessoa loira.

_O que você estava fazendo com o Len aqui dentro?! –Rin irritada, mas sussurrando.

_Nada, só estava conversando com ele. Ele acordou agora a pouco, mas dormiu de novo. –Nero.

Kuro parecia não estar muito bravo, mas curiosamente demonstrava uma pequena irritação com aquela cena. Ele se aproximou, pegando Len nos braços, vantajoso por seu tamanho e força ligeiramente maior do que muitos outros alunos.

_Vamos pra casa. E se eu souber que você deixou o Len triste ou deu alguma coisa pra ele desmaiar, você vai se ver comigo, Akita! –Rin avisando assim que Kuro cruzou a porta sem falar nada.

_Vamos Rin. –Kuro falou do lado de fora.

Rin fez sinal de que estava de olho no loiro-opaco e seguiu Kuro, tocando o rosto de Len e comentando o fato dele estar queimado. Kuro complementava o que ela dizia e os dois só perceberam que estavam na mansão quando um carteiro passou por ali, cumprimentando-os.

Rin abriu, dando de cara com Gackpo.

_GACK-SAMA!!!! –saltou no colo do arroxeado, que deu um riso alto e abraçou a pequena.

_Rin, que saudade! –Gackpo acariciando os fios.

Assim que olhou a entrada e viu Kuro com Len nas costas, ele se surpreendeu, correndo até o rapaz.

_Len?! Ele está bem? O que houve? –falava preocupado pegando Len das costas de Kuro.

_Ah, Gack-san, o Len dormiu no sol, ele está cansado só. Eu vou comer alguma coisa. –Kuro bocejou indo até a cozinha.

_Espere aí! –Gackpo se levantando de supetão e segurando no braço do rapaz que se assustou.

Gackpo parecia um cão de polícia revistando o rapaz pelo cheiro e pelo olhar, verificou atentamente o garoto e parou em seus olhos.

_Quem é você? –Gackpo com uma expressão de curiosidade intensa.

Kuro se tocou de que Gackpo não sabia quem ele era e ficou mudo pensando desesperadamente numa boa resposta, mas não a encontrava, intimidado pelo olhar do arroxeado.

_Ah, vocês estão aí! Kuro, Rin! Len?!!!! O que houve? Ele está queimado... –Kyte chegando e atropelando Gackpo, para pegar o loiro nos braços e leva-lo para o andar de cima.

_Esse cara... Não aprende nunca que não se deve atropelar os outros. –rangia os dentes perfeitos o mais velho.

Kuro respirou fundo e Rin tomou sua frente.

_Gack-san, o Kuro é meu amigo, está dormindo aqui pela permissão do Kyte-nii, não se preocupe. –Rin gesticulando enquanto explicava.

O homem suspirou, batendo as roupas e dando uma última olhada no loiro alto. Estreitou os olhos um pouco e olhou para os lados.

_Kuro? Pera aí, cadê o Kuro? –Gackpo procurando o gatinho.

O rapaz sentiu a alma sair do corpo, mas mudou de assunto rapidamente, puxando assunto sobre o trabalho do mais velho. Logo o recém-chegado tinha esquecido de tudo e conversava sobre os maus-bocados que tivera que passar durante os últimos meses.

Enquanto isso...

_Len, pequeno Len. –Kyte sorrindo enquanto passava a pomada pelo rosto afetado pelo sol.

O loiro desacordado sentia pequenas ardências e logo começou a abrir os olhos, irritado com aquela queimação. Assim que abriu totalmente os olhos, esperando encontrar Nero, se deparou com um Kyte corado e sorridente, e que acariciava seu rosto com uma das mãos.

_Kyte-san... –disse com voz sussurrante e baixa, que soou melodiosa ao azulado.

Kyte acariciou uns fios de cabelos da franja com cuidado, e os afastou da testa do menino, passando os dedos por ali e descendo pela bochecha, fazendo um carinho quente e bom. Len deixou-se ser mimado por um segundo e depois chamou o nome do irmão.

_Len-kun, você dormiu de novo no telhado? –Kyte se sentando na beirada da cama e o olhando com um sorriso preocupado.

Len sentiu seu rosto esquentar, e depois se sentou, puxando os lençóis até seu peito, prendendo-os ali com um meio abraço. Ele sorriu pequeno e continuou com voz baixa.

_Obrigado por me perdoar. –Len.

Kyte riu e afagou a cabeça do garoto, bagunçando totalmente os cabelos dourados e soltos. Len sorriu maior e comentou que sentia muito sono desde de manhã.

_Então eu vou te fazer um ocha*, tente não dormir até lá. Pra você não dormir de estômago vazio. –Kyte arrumando o cabelo de Len com as duas mãos, empurrando os fios entrelaçados em seus dedos para trás, deixando-o sem franja.

Kyte notou que ele ficava ainda mais bonito daquele jeito, expondo todo o rosto arredondado e infantil. Assim que soltou seus dedos, os cabelos pararam daquele modo e Kyte sorriu ainda mais.

_Uhum. –Len assentindo levemente com as bochechas vermelhas e segurando os lençóis com as pontas dos dedos.

Kyte se levantou, arrumando o garoto, puxando a coberta para cima dele e depositando um beijo em sua testa. O azulado saiu do quarto com um pequeno aceno.

Len se deixou cair para o lado e amaciar o rosto no travesseiro afofado. Era ótima aquela sensação de proteção, era muito mais que aquilo, era quente e totalmente dedicado, e seu pensamentou foi interrompido quando sua franja bateu em seus olhos novamente.

_Esse cabelo é muito rebelde... –uma voz comentou enquanto entrava no quarto.

_Ah, Kuro-san. –Len sem nem sair do lugar.

Kuro pulou na cama ao lado de Len e o abraçou, assustando o loiro menor. O “gatinho” se esfregou em Len com o rosto e depois miou, o que foi estranho.

_O que deu em você hein?! –Len.

Kuro riu e largou Len, saindo da cama e se sentando no chão às vistas de Len.

_Ah, é que você nunca mais fez carinho em mim... –choramingou o rapaz.

Len riu alto, ele nunca esperava ser cobrado de algo assim um dia, mas já que o gato pedia, acatou o desejo, afagando a cabeça do loiro, que fez uma cara de “Nyah!” com carinha de nekomimi.

Assim que terminou de agradar o mais velho, Kuro se levantou, desejando melhoras para Len e saindo ao encontro de Rin, ao qual Len notou que o gato não largava um segundo.

_Suspeito, muito suspeito. –passou os dedos no queixo como detetive.

Passado uns minutos de tortura, olhando o nada, Kyte entrou com o ocha* (chá meus amados, chá...). Len tomou a xícara em mãos, percebendo que foi esfriada e sorriu internamente ao tempo que bebia o líquido suave e revigorante.

_Kyte-nii, domou. –Len.

Kyte não disse nada, apenas pegou a xícara e pediu que Len fosse dormir. O loiro antes que Kyte pudesse sair, sentiu aquele peso na consciência, de não estar sendo sincero com a pessoa mais importante, a pessoa realmente importante para ele. Ele segurou levemente o pulso do maior.

Kyte podia sentir a textura macia e até um pouco fria das mãos pequenas do garoto, e a cada mínimo segundo ele se sentia mais culpado, por estar se atraindo por alguém tão inocente e ingênuo. Pode notar que a força de Len era mínima, que aquela ação do menor era comparável a de uma criança pedindo por colo ou doce. Ele sentiu seu coração apertar e uma sensação desconfortável de culpa.

_Kyte-nii... A-ano...poderia ficar aqui até eu dormir? –Len com os olhos transbordando seu medo.

Kyte suspirou, era inevitável não se apaixonar por aquele ser. Mas sejamos razoáveis, ele era apenas uma criança...Ainda.

Continua


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Notas finais do capítulo

Uuhhh, agora q eu sou linchada! Pessoal por favor! Adoradores de todos os casais menos LenxKaito, não me matem, onegai shimasu!!! Eu vou GARANTIR q a cena LenxNero compense todo esse romancinho shotacon q coloquei aí sem pensar, mas eh q fico tão envolvida c/esses 2...
Ah, notaram um lancezinho LenxKuro aí, hein? Tah, soh a minha mente fujôstica poderia inventar algo tão nada haver, mas na verdade, a querida Utaite 96Neko gosta mesmo é do Len! Então vou fazer ceninhas assim como homenagem.
Viva as Fujoshis e os Caras Nada Preconceituosos, minna! BAI! Fui.



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